PROGRAMA DESENVOLVIMENTO RURAL Fileira dos. Hortícolas e Flores DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO ALGARVE. Documento de trabalho



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Transcrição:

DESENVOLVIMENTO RURAL 2007 2013 Fileira dos Hortícolas e Flores DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO ALGARVE Documento de trabalho Julho de 2007

ÍNDICE FILEIRA DOS HORTÍCOLAS OLAS E FLORES... 1 ÍNDICE... 2 DIAGNÓSTICO DA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES... 4 1. ESTRATÉGIA REGIONAL... 11 1.1 QUALIDADE E DIFERENCIAÇÃO... 11 1.2 INTEGRAÇÃO DA FILEIRA... 12 1.3 ORIENTAÇÃO PARA MERCADOS ESPECÍFICOS... 13 1.4 VISÃO MULTIFUNCIONAL DA FILEIRA... 14 2. OBJECTIVOS PARA A FILEIRA... 15 2.1 OBJECTIVOS DE MERCADO... 15 2.2 OBJECTIVOS DE ESTRUTURA... 15 2.3 OBJECTIVOS DE MULTIFUNCIONALIDADE... 16 2.4 OBJECTIVOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL... 16 3. ZONAS DE QUALIDADE... 17 4. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA FILEIRA... 17 5. VALORIZAÇÃO FUTURA DA FILEIRA... 18 6. TIPOLOGIA DE PROJECTOS... 18 7. ORIENTAÇÕES PARA A SELECÇÃO DE PROJECTOS... 22 8. ORIENTAÇÕES PARA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL... 22 9. REDES TEMÁTICAS DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO... 23 10. ÁREAS DE INOVAÇÃO... 24 11. CUSTOS DE CONTEXTO... 24 SUB-FILEIRA DAS CULTURAS HORTÍCOLAS... 25 12. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA... 26 12.1 CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA... 26 12.2 VALOR ACTUAL... 33 13. VALORIZAÇÃO FUTURA DA SUB-FILEIRA... 34 13.1 EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA PRODUÇÃO, DOS PREÇOS E DAS EXPORTAÇÕES... 35 13.2 CRESCIMENTO ESPERADO DO VALOR DA SUB-FILEIRA... 37 SUB-FILEIRA DAS FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS... 38 14. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA... 39 14.1 CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA... 39 14.2 VALOR ACTUAL... 44 2/50

15. VALORIZAÇÃO FUTURA DA SUB-FILEIRA... 45 15.1 EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA PRODUÇÃO, DOS PREÇOS E DAS EXPORTAÇÕES... 46 15.2 CRESCIMENTO ESPERADO DO VALOR DA SUB-FILEIRA... 47 ANEXO I... 48 PRINCIPAIS RAZÕES PARA INVESTIR NA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES NO ALGARVE... 48 3/50

DIAGNÓSTICO DA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES O diagnóstico regional da Fileira dos Hortícolas e Flores, que serviu de base ao desenvolvimento da Estratégia Regional para esta fileira, realizou-se através de uma análise SWOT, tendo-se chegado ao seguinte resultado: Culturas Hortícolas Pontos Fortes Existência de meios humanos com conhecimento na Região, proveniente do desenvolvimento de várias actividades de I, DE e D, realizadas pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, nos seus Centros de Experimentação, em colaboração com instituições públicas (Universidade do Algarve, etc.) e privadas; Todo um património sócio-cultural e saber acumulados nesta área por parte dos agricultores e existência de empresários experientes; Condições edafo-climáticas de eleição para a obtenção de hortícolas, particularmente fora de época, com importantes vantagens comparativas, face a produções similares de outras regiões; Importante número de projectos de investigação e de experimentação nesta área já realizados; Aumento das áreas de regadio e existência de água de qualidade, com origem na serra e aquíferos da região; Sinais de abertura a uma reorientação produtiva agrícola mais adequada às condições edafo-climáticas e às exigências do mercado; Boas vias de comunicação ferroviárias, rodoviárias, aeroportuárias, com tendência para melhorar; Existência de algumas associações com potencialidade para dinamizar o sector e capacidade produtiva instalada; Existência de produtos de qualidade. Pontos Fracos Perda de competitividade das produções algarvias; Perda de importância, em termos de áreas envolvidas e consequentemente de volume de produção; Unidades de comercialização atomizadas e sem dimensão crítica; 4/50

Estufas de qualidade deficiente, não permitindo as necessárias condições de produção, o que implica uma baixa produtividade; Empresários agrícolas profundamente descapitalizados; Tecido empresarial atomizado, envelhecido; Baixos níveis de qualificação dos agricultores; Alguma dificuldade no acesso à mão-de-obra, derivada em grande parte da concorrência de outros sectores de actividade, como é o caso do turismo; Ausência de estratégias de marketing ; Fraca apetência dos empresários agrícolas para se associarem por forma a ganharem dimensão e desta forma tornarem-se mais competitivos; Falta de especialização produtiva; Existência de necessidades não cobertas ao nível de homologação de determinados produtos fitossanitários; Falta de dinâmica de exportação; Falta de transformação dos produtos. Oportunidades Crescimento acentuado, ocorrido nos últimos anos, do consumo de produtos frescos (frutas e vegetais) a nível interno e europeu, com tendência para aumentar, sector em que o país é deficitário; Aproveitamento das valências ao nível do núcleo de actividades associadas ao turismo / integração ou complemento à cadeia de valor do sector turístico; Aposta pública no aumento das áreas de regadio, permitindo por um lado estender esse recurso vital a novas áreas e por outro diminuir a pressão intensa a que os recursos subterrâneos estão submetidos; A qualidade das produções obtidas é susceptível de conduzir à diferenciação desses mesmos produtos, desde que seja dada particular atenção às condições de produção; Maior propensão dos consumidores para produtos produzidos de forma sustentada (agricultura biológica e da produção/protecção integrada); Possibilidade de uma diversificação cultural, face a novas solicitações do mercado; Maior atenção dispensada à formação dos intervenientes do mundo agrícola por várias entidades da administração pública (v.g. Direcção Regional de Agricultura,); Novo Quadro de incentivos financeiros QREN (2007-2013); 5/50

A integração na União Europeia de novos países (Europa de Leste), poderá ser uma boa oportunidade para a exportação dos nossos produtos hortícolas; A Produção Biológica e a Produção Integrada deverão explorar claramente nichos de mercado, quer no mercado Nacional quer na União Europeia; Aumento da procura de produtos com características de especificidade, que poderão ser dados por alguns produtos hortícolas de ar livre (batata doce, etc.); Diversificação e o aumento da produção de produtos de 4ª gama provenientes da horticultura; Existência junto dos consumidores nacionais de uma boa imagem dos produtos provenientes do Algarve. Ameaças Falta de dimensão crítica, tanto ao nível da produção, como da comercialização; Dificuldades na reconversão das explorações (v.g. passagem de estufas de madeira para metálicas); Inadequação das estruturas produtivas e comerciais à livre concorrência motivada por um mercado cada vez mais aberto; Oferta demasiado concentrada em determinados períodos do ano; Reduzida exportação dos produtos; Perda de mercado em favor de produtos externos; Forte concorrência de Espanha; Localização periférica no espaço europeu e nacional; Os jovens que recorrem à formação profissional por vezes não iniciam a actividade; Elevado peso dos custos variáveis na estrutura de custos das explorações, quer ao nível de "inputs" produtivos, quer ao nível de mão-de-obra; Aumento das áreas cultivadas no Litoral Alentejano; Globalização dos mercados, com alterações do comportamento da procura e crescente concentração da oferta, com tendência para a redução dos preços ao produtor, principalmente ao nível dos produtos indiferenciados. 6/50

Flores e Plantas Ornamentais PROGRAMA Pontos Fortes Condições edafo-climáticas de eleição para a produção de plantas ornamentais e flores/ folhagens de corte, conseguindo antecipar a época normal de produção, com importantes vantagens económicas, face a produções similares de outras regiões; Região com elevada densidade populacional, aumentando os níveis de consumo de flores/folhagens de corte; Região turística importante, com elevada área de espaços verdes, com tendência a crescer, aumentando os níveis de consumo de plantas ornamentais; Existência de várias empresas multinacionais com elevado know-how e capacidade para inovar e arriscar, podendo funcionar como agentes dinamizadores do sector; Existência de meios humanos com conhecimento na Região, proveniente do desenvolvimento de várias actividades de I, DE e D, realizadas pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, nos seus Centros de Experimentação e por outras instituições (Universidade do Algarve, O.P. etc.); Projectos de investigação nesta área já realizados ou em perspectiva; Aumento das áreas de regadio; Sinais de abertura a uma reorientação produtiva agrícola mais adequada às condições edafo-climáticas e às exigências do mercado; Boas vias de comunicação - ferroviárias, rodoviárias e aeroportuárias, com tendência para melhorar; Existência de produtos de qualidade. Pontos Fracos Fraca tecnologia de produção nas flores/ folhagens de corte, nomeadamente no controle ambiental das estufas, nos sistemas de fertirrigação, na tecnologia pós-colheita e no transporte; Pouca atenção dispensada ao controlo de qualidade, acondicionamento e normalização de flores de corte; Dependência do mercado exterior em materiais de propagação (bolbos, estacas, alporques, etc.) e plantas jovens para crescimento (plantas in vitro, estacas enraizadas, etc.); Ausência de estratégias de marketing ; 7/50

Fraca apetência dos empresários agrícolas para se associarem, de modo a ganharem dimensão crítica e competitividade; Inexistência de infra-estruturas de comercialização (conservação e distribuição), que permitam proceder à concentração da produção e ao aumento do volume de oferta, para a distribuição nas grandes superfícies; Existência de necessidades não cobertas ao nível de homologação de determinados produtos fitossanitários; Custos elevados dos factores de produção (energia, fertilizantes, produtos fitossanitários, etc.). Oportunidades Crescimento, nos últimos anos, do consumo de flores e folhagens de corte e plantas ornamentais, a nível interno e europeu; Forte crescimento da área de espaços verdes nos próximos anos, aumentando as necessidades de plantas ornamentais na região; Aproveitamento das valências das actividades associadas ao turismo; Aposta pública no aumento das áreas de regadio, permitindo por um lado, estender esse recurso vital a novas áreas e por outro, diminuir a pressão intensa a que os recursos subterrâneos estão submetidos; Aposta na produção de flores de corte e plantas ornamentais em sistemas tecnológicos preservadores do ambiente (produção/ protecção integrada) e numa óptica de sustentabilidade; Possibilidade de uma diversificação cultural, face a novas solicitações do mercado; Novas perspectivas no sector da comercialização, recorrendo ao networking e ao ecommerce ; Possibilidade de venda de arranjos e bouquets já feitos, nos supermercados e hipermercados, aproveitando a expansão destes na região; Aumento da diversidade e da qualidade dos serviços prestados aos consumidores; Oferta crescente de acções de formação na área agrícola, pelas várias entidades da administração pública (v.g. Direcção Regional de Agricultura, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Universidade do Algarve); Produção de inovação; Novo quadro de incentivos financeiros QREN (2007 2013). 8/50

Ameaças A falta de dimensão crítica dos produtores de flores de corte, tanto ao nível da produção, como da comercialização; Dificuldades na reconversão das explorações de produção de flores de corte (v.g. passagem de estufas de madeira para metálicas); Oferta demasiado concentrada de flores de corte em determinados períodos do ano; Reduzida exportação dos produtos; Forte concorrência dos países africanos na produção de flores de corte; Permissividade à entrada no mercado de produtos de fraca qualidade; A crescente escassez de mão-de-obra rural conduz a um constante aumento do peso com pessoal nas despesas totais da produção; Localização periférica no espaço europeu e nacional; O crescente aumento dos combustíveis, cria uma situação de desvantagem em relação a empresas localizadas mais próximo dos mercados europeus. 9/50

INTRODUÇÃO O plano - A existência de um Plano Estratégico de Fileira (PEF) traduz a necessidade de definir um quadro de referência para o desenvolvimento da Fileira, integrador de estratégias regionais específicas, delineando um conjunto de orientações para a aplicação do PDR. Enquanto quadro de referência inclui estratégias e objectivos comuns, tirando partido das potencialidades existentes em prol do aumento do valor da Fileira. Este aumento será o somatório de acréscimos de produção para o mercado, duma maior ou inovadora valorização quer dos subprodutos, quer das multifuncionalidades da Fileira. A evolução previsível da produção, dos preços e dos mercados permite alicerçar a definição de metas adequadas e comuns aos agentes da Fileira, constituindo estas a quantificação dos objectivos a atingir. As metas devem ser perspectivadas tendo em vista o aumento da competitividade e o desenvolvimento global do sector agro-alimentar nacional. Enquanto quadro de orientação para a aplicação do PDRc, o PEF deverá incluir as principais preocupações dos agentes da Fileira no que respeita à selecção de projectos, à definição do tipo de acções que conduzam à melhoria da qualificação profissional dos agentes da Fileira e à sistematização de aspectos comuns no campo da inovação, que podem ser de imediato elencados, por já se encontrarem perfeitamente diagnosticados. Tão importante quanto dar apoios ou incentivos de natureza financeira aos agentes da Fileira, é identificar os custos de contexto que actualmente constituem estrangulamentos, com um peso significativo no arranque e execução dos investimentos, por forma a que se possa prosseguir no sentido de os contrariar ou, até, eliminar. Dados e reflexões sobre a região algarvia - Como instrumento de trabalho, é comum dividir o Algarve em 3 zonas: Serra, Barrocal e Litoral. Esta última divisão é a que mais interessa para este trabalho, pois é principalmente no Litoral (que ocupa cerca de 1/5 da superfície do Algarve), que se desenvolve a actividade hortícola e florícola (estufa e ar livre), ainda que, tal também seja possível e tenha lugar nalgumas zonas do sul do Barrocal. Assim, atendendo à situação do Algarve em termos de solo, clima, experiência e tradição a montante, e o turismo a jusante, como actividade consumidora, e a integração num vasto espaço europeu, a horticultura e a floricultura seriam duas actividades em que por força das vantagens comparativas, o Algarve horto-florícola seria competitivo, mas afinal não tem sido. Então porque razão o paradigma virou paradoxo? A nosso ver porque as vantagens comparativas naturais e automáticas não se tornaram em vantagens competitivas. Estas situam-se mais ao nível do saber, do fazer, da organização, do valor acrescentado pela integração, pela diferenciação, em suma, pelos actuais factores da competitividade: saber fazer, fazer, organizar, saber gerir (diminuir 10/50

custos, maximizar rendimento, seja pela escala seja pela diferenciação), com vista a mercados de massa diferenciados ou nichos de mercado. Nos últimos 20 anos a hortofloricultura, a par das outras actividades algarvias, foi influenciada e condicionada pela abertura de fronteiras; concorrência estrangeira e de outras zonas do País, pelo efeito da globalização, pela alteração das formas de comércio, com o advento da grande distribuição e das grandes superfícies, levando à concentração da procura, não acompanhada pela da oferta e pela sua adaptação logística às necessidades. Assistiu-se à desvalorização dos chamados produtos de massa, começando-se a assistir a alguma valorização de produtos diferenciados com modos de produção específicos e dirigidos a nichos de mercado mais exigentes e com maior poder de compra. No caso da horticultura protegida assistiu-se a uma diminuição da área em função da perda brusca das referidas vantagens comparativas. Verificou-se, no entanto, resistência nalguns núcleos tecnológicos/empresariais, nomeadamente na cultura em estufa, que procuram adaptar o paradigma às novas condições seja do ponto de vista tecnológico estufas, equipamentos, modo de produção, produtos; seja do ponto de vista de organização empresarial - ligação da produção à comercialização com maior integração, concentração da oferta e capacidade de gestão empresarial. 1. ESTRATÉGIA REGIONAL Nos últimos anos, a área ocupada pelas culturas hortícolas, em estufa e ao ar livre tem vindo a diminuir. Contrariamente, a área de produção de plantas ornamentais tem aumentado. Pela dinâmica de alguns sectores e grupos empresariais e pelo crescente aumento do consumo per capita, considera-se que o sector da horticultura regional poderá voltar a crescer e aumentar a sua importância na região. Assim, pretende-se com este documento identificar linhas estratégicas para serem postas em prática durante o Quadro de Referência Estratégico Nacional que vigorará no período 2007-2013 (QREN). A Estratégia regional será delineada em função da estratégia nacional, tendo como base as seguintes linhas orientadoras. 1.1 Qualidade e diferenciação É necessário aumentar o valor e a competitividade dos produtos, através do aumento da qualidade e da maximização das características intrínsecas de cada região, nomeadamente através da actuação nas vertentes seguintes: 11/50

Apostar fortemente na investigação, experimentação, demonstração e divulgação, como forma de tornar a hortofloricultura, forte, competitiva, inovadora e tecnologicamente avançada, nomeadamente através de projectos em parceria com as organizações privadas do sector, com a Universidade do Algarve e com a DRAPALG; Aumentar a produção, a produtividade e a qualidade das culturas deste sector, nomeadamente, pela melhoria das tecnologias de produção, pela racionalização do uso da água e de agro-químicos, entre outros, e pela utilização de tecnologias amigas do ambiente, levando à diferenciação de um produto regional de reconhecida qualidade organoléptica; Privilegiar a diferenciação dos produtos hortícolas da região (onde existe uma grande diversidade) em vez da massificação. Nalguns produtos produzidos, de maior importância para a região (tomate, melão, morango) deveremos apostar na especialização da sua produção, tentando conquistar mercados externos. A promoção de uma Marca Regional (marca Algarve) será importante para promover as potencialidades da hortofloricultura algarvia no país e no estrangeiro; Recuperar os regadios tradicionais, dinamizar a pequena horta do interior algarvio e de características locais, fomentando e criando condições favoráveis à produção no Modo de Produção Biológico (MPB); Apostar com maior eficácia na comercialização, através da concentração da produção e da promoção do consumo; Apostar nas Marcas Geográficas para identificação e promoção dos produtos oriundos de áreas protegidas (Parque Natural da Ria Formosa e Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina) e desta forma procurar potenciar as mais-valias associadas a estas áreas, às quais os consumidores associam uma imagem de ecoqualidade, compatibilizando-se assim a preservação do ambiente, como uma mais-valia ambiental que poderá ser integrada na imagem dos produtos; Preparar os empresários e as associações para as crescentes exigências do mercado, o que implica o cumprimento de normas/cadernos de encargos específicos (Eurepgap, etc.); Dinamizar a IGP Batata-doce de Aljezur, através da realização de campanhas de sensibilização para que mais produtores adiram à IGP e também, para que os consumidores a associem a uma marca de qualidade. 1.2 Integração da Fileira 12/50

É necessário organizar e articular, desde a procura até à oferta, em torno de objectivos comuns, as acções dos diferentes agentes, reconhecendo mutuamente o papel que cada agente tem na Fileira. A Fileira Horto-florícola necessita de proceder a uma maior integração de todos os seus agentes, desde a fase inicial da produção até à fase final, nomeadamente para a promoção e comercialização do produto. Para tal importa envolver todos os agentes, portadores de diversas valências tais como viveiristas, produtores e associações de produtores, operadores retalhistas/grossista, grandes consumidores e as entidades ligadas às actividades de IED, com destaque para o Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB), as Universidades e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve. Será importante incrementar a concentração da oferta em estruturas com capacidade de resposta às solicitações do mercado. A estruturação da oferta deverá continuar a ser uma prioridade pois permitirá a redução dos custos de produção, preparação e embalagem, conservação e comercialização. Será necessário, à semelhança de outras regiões e/ou outros sectores, acompanhar os exemplos de sustentabilidade, promovendo a ligação com outros grupos empresariais, de modo a conseguirse sinergias, tendo em vista incorporar outros produtos, criar escala, capacidade exportadora, poder negocial e capacidade de promoção, etc.. 1.3 Orientação para mercados específicos Porque os produtos devem corresponder às expectativas do mercado, através da identificação das especificidades dos diferentes segmentos da procura, será importante valorizar a componente ambiental, com campanhas que permitam a entrada em nichos de mercado, que se disponham a pagar produtos produzidos com recurso a modos de produção não convencionais. O facto da produção se localizar numa zona sem grande intensificação cultural, potencia a valorização da marca Algarve. Para isso será necessário criar alguns mecanismos que garantam a qualidade dos produtos hortícolas a colocar nos nossos mercados, bem como a implementação de medidas que incentivem à exportação e à transformação de alguns componentes deste sector (produtos tradicionais e/ou de agricultura biológica). A promoção da qualidade e de modos de produção mais sustentáveis, Produção Integrada (PRODI) e MPB, bem como a produção de acordo com o cumprimento de cadernos de encargos específicos com a certificação Eurepgap, BRC, Nature Choice, etc. poderão constituir uma forma de tornar a nossa hortofloricultura mais competitiva em mercados mais exigentes. Estes aspectos deverão ser uma prioridade e poderão ser actividades importantes, capazes de contribuir para a reestruturação do sector Horto-florícola, bem como o apoio a produtos de importância local (ex. 13/50

batata doce de Aljezur, potenciando a IGP existente) e outros, cuja ligação ao turismo/gastronomia de base regional, assume uma primordial importância. A aposta na produção em quantidade, com qualidade, será assim a base de uma estratégia para a internacionalização e para a conquista, de uma vez por todas, do enorme mercado constituído pelos milhões de turistas que anualmente nos visitam. Procuraremos atingir um volume de oferta, que possa conferir outro poder de negociação às nossas empresas, visando uma fidelização da procura e uma maior capacidade negocial. Deverão ser, assim, criados mecanismos para divulgar os horto-florícolas de qualidade, produzidos no Algarve, através de duas grandes vias: 1) concertação entre os vários operadores regionais, quer de estratégias promocionais nos mercados potenciais de exportação, quer ao nível da concentração de produto e logística; 2) aposta decidida nos Grandes Consumidores, até como forma de utilizar os turistas estrangeiros como veículos promotores, no regresso aos países de origem, dos horto-florícolas algarvios. 1.4 Visão multifuncional da Fileira A Fileira Horto-florícola, pela diversidade de espécies que contempla, bem como pela capacidade que estas têm para se adaptar às diferentes condições edafo-climáticas, permite a diversidade de actividades, nomeadamente de ar livre. Neste caso, particularmente as regiões do interior algarvio, são capazes de dar o seu contributo positivo para a multifuncionalidade das explorações agrícolas, vocacionadas para uma produção ambientalmente mais favorável, produtos de quinta, etc., associados ao desenvolvimento turístico destas zonas. Assim, esta Fileira poderá dar o seu contributo para a estratégia de desenvolvimento sustentável da região, contribuindo para o crescimento no seu todo. A produção de plantas ornamentais em grande quantidade e diversidade, permite, uma oferta forte e imediata destes produtos na região, promovendo a sua utilização, desde os agentes turísticos ao público em geral. Os espaços verdes associados ao turismo potenciam uma grande dinâmica na Fileira das plantas ornamentais, verificando-se um aparecimento crescente de empresas produtoras de tapetes de relva, de empresas de construção e manutenção de espaços verdes, de gardens-centers, de empresas distribuidoras de artigos de jardinagem (máquinas, ferramentas, sementes, adubos, fitofármacos, substratos, vasos, mobiliário de jardim, piscinas, etc.), originando uma forte relação comercial entre elas, sendo simultaneamente fornecedoras e consumidoras umas das outras. 14/50

2. OBJECTIVOS PARA A FILEIRA Os objectivos da Fileira encontram-se organizados nos quatro grupos identificados de seguida: 2.1 Objectivos de Mercado Reforçar a imagem de qualidade e diferenciação nos mercados. Aumentar o grau de autoaprovisionamento ganhando quotas nos mercados externos e interno. Como objectivos de mercado há a considerar: Maior ligação e eficácia na transferência de conhecimento produzido nas unidades IED para as empresas e estímulo ao empreendedorismo; Criar condições para aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos horto-florícolas, pela melhoria das tecnologias de produção, pela utilização generalizada de material vegetal de qualidade e pela racionalização do uso de agro-químicos; Aumentar a área dos horto-florícolas nos perímetros de rega colectivos; Estimular a aquisição de massa crítica pelas diversas associações, de modo a melhorarem os seus desempenhos ao nível da assistência técnica e fornecimento de serviços de apoio aos associados; Fomentar a marca Algarve, através da realização de campanhas de sensibilização e também para que os consumidores associem a marca à qualidade; Incentivar a exportação através da criação de estruturas de apoio. Criar representações de negócios em países destinatários das nossas exportações para defesa dos interesses dos nossos produtores. Estas estruturas deverão agrupar interesses de várias fileiras; Fomentar o desenvolvimento do mercado on-line com bastante expressividade em algumas áreas, como as plantas ornamentais, apoiando também, a construção de página Web, com conteúdos nesta área. 2.2 Objectivos de Estrutura Melhorar a competitividade das explorações e das empresas de comercialização e transformação. Reforçar a organização da Fileira. Os principais objectivos de estrutura são: Continuar a apoiar o processo de produção de plantas nos viveiros de modo a manter os padrões de qualidade exigidos; Reforçar a organização do sector, através do nº de OP`s, melhorando e ampliando os serviços disponibilizados aos agricultores e aumentando a eficiência comercial e dos 15/50

serviços pós-colheita, a melhoria dos sistemas de gestão e controlo, quer do ponto de vista financeiro quer em relação ao produto a comercializar; Elaboração de um cadastro regional, com actualização bi-anual, no qual constem as estufas e os produtos em produção, de modo a permitir uma melhor gestão desta componente da Fileira; Estimular a PRODI e o MPB, incentivando os produtores à sua adesão. Actualmente as grandes cadeias de distribuição europeias já exigem o cumprimento de cadernos de encargos específicos, já anteriormente referidos, como o Euregap, etc, pelo que o cumprimento das normas da PRODI e MPB poderá constituir uma forma de tornar a nossa horto-florícultura mais competitiva em mercados exigentes; 2.3 Objectivos de Multifuncionalidade Contribuir para as especificidades paisagísticas e a melhoria do ambiente. Potenciar um quadro complementar de actividades em meio rural tais como: Fomentando o turismo rural, nomeadamente com passeios nas regiões do interior algarvio onde as pequenas hortas são uma realidade; Desenvolver parcerias/alianças, nomeadamente com o sector do turismo, articulando a imagem positiva dos produtos hortícolas da região com a sua divulgação gastronómica; Explorar nichos de mercado, incentivando e apoiando explorações que desenvolvam formas de comercialização mediante a colheita / compra no local da exploração pelo visitante, potenciando o contacto cidade/campo, com vantagens para ambos os intervenientes; Potenciar o valor acrescentado dos produtos hortícolas, particularmente de ar livre, associados à transformação; Fomentar a conservação dos recursos genéticos nas explorações agrícolas; Fomentar a utilização de espécies autóctones nos projectos paisagísticos de índole turística, como forma de incentivar a produção de ornamentais na região e como forma de criar uma imagem paisagística forte e única, capaz de permanecer viva na lembrança dos inúmeros turistas que nos visitam. 2.4 Objectivos de Qualificação profissional Melhorar a formação dos produtores no saber fazer, através de acções de formação na óptica da procura e da oferta: 16/50

Melhorar as competências dos empresários e de gestão dos recursos humanos das explorações agrícolas; Informar e formar os recursos humanos a todos os níveis, desde os agricultores e empresários aos técnicos, passando pelos trabalhadores rurais indiferenciados e especializados (aplicadores de pesticidas, operadores de máquinas, etc.), nas explorações agrícolas e pelos operários e quadros das organizações, prioritariamente direccionados para a rega, fertilização, aspectos fitossanitários, e de manipulação de produtos, normas ambientais, produção de compostos, energias renováveis, reciclagem de produtos, etc.; Capacitar os empresários para a organização e gestão da empresa e marketing ; Formar recursos humanos na área da higiene e segurança no trabalho, bem como em sistemas de controlo da qualidade; Formar recursos humanos nos modos de produção ambientalmente sustentáveis, PRODI e MPB; Formar em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC); Criar condições para a fixação de mão-de-obra para a actividade horto-florícola (especializada e indiferenciada); Valorizar os recursos humanos, numa óptica de aplicação do saber às novas realidades, com um mercado cada vez mais global, com matérias-primas mais baratas, mas com maior potencial em valor acrescentado pelo serviço, pela diferenciação, aproveitando nichos de consumo/mercado exigentes e com elevado poder aquisitivo; Aumentar a capacidade técnica e de gestão da Fileira, através de redes temáticas que permitam a velocidade de circulação do conhecimento e das necessidades do sector. 3. ZONAS DE QUALIDADE Toda a Região Algarvia, pela amenidade do seu clima e pela diversidade desta Fileira, pode ser considerada uma Zona de Qualidade com o litoral mais vocacionado para a horto-floricultura em estufa. 4. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA FILEIRA Neste ponto apresenta-se, de forma sintética, o valor da Fileira, que face aos dados disponíveis, estimamos em 36,725 milhões de euros. 17/50

O desenvolvimento do valor actual desta Fileira é tratado nas sub-fileiras Culturas Hortícolas e Flores e Plantas Ornamentais. 5. VALORIZAÇÃO FUTURA DA FILEIRA Neste ponto efectuaram-se previsões sobre o valor global da Fileira com o objectivo de se obterem valores de referência que facilitem a definição de metas a atingir pelo sector. As previsões foram feitas com base na análise do comportamento passado e actual através de métodos de projecção de tendências. São pois projecções que servirão de base ao cálculo do Valor Previsional da Fileira que, com base nos elementos disponíveis, se estima num valor de 60,014 milhões de euros, em 2013. Aqui não está incluído o valor das plantas ornamentais devido à inexistência de dados (preços e áreas desagregadas). As metas definidas no âmbito desta Fileira poderão ser ajustadas aos objectivos estratégicos e aos recursos financeiros existentes. Também o desenvolvimento da valorização futura da Fileira Horto-florícola é tratada nas sub-fileiras, Culturas Hortícolas e Flores e Plantas Ornamentais. 6. TIPOLOGIA DE PROJECTOS A tipologia de projectos que podem ser apoiados através de diferentes medidas do Programa de Desenvolvimento Rural, são de natureza muito diversa. Identificam-se, de seguida, para as diferentes áreas, tipologias de projectos: Produção Reconverter a área de estufas existente (de estufas de madeira para estufas metálicas) e aumento da área, pela construção de novas estufas metálicas; Introduzir novas tecnologias, compatíveis com a preservação da qualidade do ambiente; Incentivar a implementação de novas áreas (estufas e ar livre) nos Perímetros de Rega existentes; Incentivar a implementação do Modo de Produção Integrada e do Modo de Produção Biológico e produção de espécies e variedades autóctones; Apoiar a conservação de recursos genéticos; Apoiar a adopção de energias alternativas nas unidades de produção horto-florícola, nomeadamente para o aquecimento de estufas; Apoiar a melhoria da eficiência energética nas unidades de produção horto-florícola. 18/50

Transformação Fomentar a compostagem de resíduos horto-florícolas orgânicos, de modo a valorizar estes sub-produtos da actividade, com vantagens ao nível da sua eliminação e na melhoria da fertilidade do solo; Apoiar a modernização das unidades de acondicionamento, refrigeração, embalagem e outras, nomeadamente na área dos sistemas de rastreabilidade e de controlo de qualidade da produção; Apoiar a adopção de energias alternativas nas unidades de transformação horto-florícolas; Apoiar a melhoria da eficiência energética nas instalações horto-florícolas de transformação; Criar condições para a diferenciação do produto. Comercialização Adquirir dimensão crítica nas empresas de comercialização com intervenção no circuito comercial; Fortalecer o interprofissionalismo e apostar em movimentos de concentração por via de integração vertical e horizontal na Fileira, como via para atingir uma melhor ligação ao mercado; Fomentar a marca Algarve ; Fomentar a constituição de uma central de compras regional para obtenção de economias de escala e reforço da capacidade negocial das organizações para com os fornecedores, a qual poderia evoluir futuramente também para central de vendas (v.g. mercados externos). Promoção e Marketing Apoiar a internacionalização, através da utilização da marca Algarve ; Apoiar a instalação de representantes de negócios nos países importadores dos hortoflorícolas da região (prospecção e angariação de clientes, recepção e supervisão da mercadoria expedida, etc.). Esta actividade deverá ser conjugada com outras fileiras; Campanhas de Promoção e Marketing para o aumento do consumo dos produtos hortoflorícolas da região Algarvia. Estruturação da Fileira Promover a concentração da oferta, adequando a mesma às exigências de mercado; Estimular os movimentos de integração vertical ao longo da Fileira (integração dos estádios produção-transformação-comercialização); 19/50

Fomentar a modernização tecnológica da Fileira, através da introdução das modernas tecnologias de informação e comunicação (TIC), visando a divulgação e o acesso mais rápido e fácil à informação técnica e de mercado. Acesso à Informação Integração em redes temáticas transversais ou especializadas por fileiras, de tratamento e difusão da informação que organizem o conhecimento técnico e científico disponível de forma a optimizar a sua transferência junto dos interessados, contemplando, nomeadamente, Serviço Nacional de Avisos Agrícolas, Serviços de Apoio ao Regante, informação sobre mercados, divulgação de novos produtos e tecnologias, informação proveniente das estações meteorológicas, etc.; Promover uma estrutura de competências regional ao nível das actividades de IED, encarregue igualmente de promover a transferência de conhecimentos e tecnologia para as empresas, baseada nos centros de experimentação detidos pela DRAPALG/INRB, a Universidade e outros centros produtores de conhecimento (ex.cotr, COTHN), as associações do sector, as empresas com possibilidade de funcionar também em regime de prestação de serviços; Incorporação e aproveitamento das potencialidades associadas às TIC para efeitos de networking de actividades (v.g. divulgação de informação técnica e sobre mercados, marketing, soluções de e-commerce e de b2b ). Capacitação dos agentes Formar recursos humanos a todos os níveis, desde os agricultores aos técnicos, passando pelos trabalhadores rurais nas explorações agrícolas e pelos operários e quadros das organizações, prioritariamente direccionados para a rega, fertilização e os aspectos fitossanitários; Capacitar os empresários para a organização e gestão da empresa e marketing ; Formar os recursos humanos na área da higiene e segurança no trabalho, bem como em sistemas de controlo da qualidade; Formar recursos humanos nos modos de produção ambientalmente sustentáveis, PRODI e MPB; Formar em TIC; Apoiar a formação de uma cultura de empreendedorismo; 20/50

Promover acções de informação e sensibilização para o uso das energias renováveis e para as vantagens da eficiência energética. Serviços de apoio Possibilidade de apoiar a instalação de incubadoras / ninhos de empresas, por forma a facilitar a instalação (na fase de arranque) de micro e muito pequenas empresas para negócios inovadores do sector agro-alimentar sedeadas em meio rural; Promover novas oportunidades de negócio: apoio ao desenvolvimento de iniciativas de carácter inovador e criação de condições para a sua concretização; Criar mecanismos facilitadores do desempenho de jovens empreendedores em meio rural (e.g. assessoria em análises de risco e de mercado, apoio à gestão e marketing, etc.); Apoiar ao nível das OP`s a criação e reforço da componente prestação de serviços aos produtores (ex.: instalação, colheita, etc.); Promover a criação de uma bolsa de terras agrícolas (devolutas, para venda ou arrendamento, de interessados na cessação de exploração no âmbito de processos de reforma antecipada), com informação disponível também via Internet. Inovação Desenvolver soluções para as necessidades do comércio em meio rural, em particular para empresas com problemas na cadeia de oferta e no marketing (aposta na Internet, etc.); Criar uma estrutura de competências regional ao nível das actividades de IED, encarregue igualmente de promover a transferência de conhecimentos e tecnologia para as empresas, baseada nos Centros de Experimentação detidos pela DRAPALG, envolvendo o INRB, as Universidades e outros centros produtores de conhecimento (ex.cotr e COTHN) e as associações do sector; Desenvolver projectos de IED visando a utilização de energias renováveis nas explorações e unidades agro-industriais, bem como a utilização de soluções energeticamente mais eficientes; Desenvolver projectos de IED, utilizando tecnologias produtivas mais amigas do ambiente. Multifuncionalidade Desenvolver actividades empresariais complementares associadas à Fileira, particularmente nas regiões do interior, ligadas ao turismo (turismo rural, lazer, artesanato); Incentivar a promoção e a utilização dos produtos hortícolas tradicionais na confecção de pratos, compotas, doçaria regional e fomentar a valorização da Dieta Mediterrânica; 21/50

Fomentar o aumento da área de espaços verdes (Hotéis, Aldeamentos turísticos, Câmaras municipais), recorrendo sempre que possível ao uso de plantas autóctones da região algarvia. 7. ORIENTAÇÕES PARA A SELECÇÃO DE PROJECTOS As orientações a respeitar na selecção dos Projectos são as seguintes: Análise específica e adequada às diferentes tipologias de projecto: Projectos de fileiras com base no acréscimo de produto, do grau de autoaprovisionamento e das exportações (aumento da matéria-prima nacional e do produto transformado nacional); Projectos de empresas com base na credibilidade técnica, análise de risco, rentabilidade dos projectos e orientação para o mercado / garantia de escoamento; Projectos estruturantes com base no impacte económico regional e/ou na contribuição para a fixação das populações, com base no emprego criado e na criação de riqueza (a partir da aplicação de investimentos dos Eixos 1, 2 e 3). Projectos inseridos nas áreas dos Perímetros de rega existentes; Projectos que privilegiem a componente ambiental. Análise integrada da valia do projecto: Técnica com base na consistência técnica do projecto; Económica tendo em consideração a valia económica do projecto; Mercado tendo em consideração o risco de mercado do projecto; Associativismo - considerar a participação em estruturas com vertente técnica e comercial. 8. ORIENTAÇÕES PARA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL No âmbito da formação e informação especializada, será garantida a convergência entre os processos de formação e os objectivos associados aos investimentos apoiados por outras medidas do programa. A formação contínua e integrada dos jovens agricultores e dos activos da Fileira, terá novos formatos, que confiram competências específicas para o desenvolvimento das suas actividades, de forma mais eficaz. A aplicação do princípio da selectividade implica a definição de prioridades face aos conteúdos e objectivos traçados, que deverão estar adaptados às necessidades e aos agentes da Fileira. 22/50

A formação profissional deverá ser orientada para os problemas do sector, capacitando/sensibilizando os agentes para as seguintes áreas: Práticas culturais com utilização das tecnologias mais correctas (compostagem de resíduos orgânicos vegetais, etc.); Benefícios das energias renováveis e da eficiência energética; Boas Práticas Agrícolas e Ambientais (v.g. gestão de efluentes e resíduos); Qualidade alimentar e higiene e segurança no trabalho; Modo de Produção Biológico, Produção Integrada e novas tecnologias mais amigas do ambiente; Organização, gestão de empresas e marketing. Neste âmbito, deverá flexibilizar-se a estrutura e o acesso aos cursos de modo a que possam ser abrangidos cada vez mais activos, capazes de responder nomeadamente, às solicitações do uso de novas tecnologias. Deverá ser dado especial atenção à formação dos jovens agricultores, para assim se rejuvenescer o tecido produtivo. 9. REDES TEMÁTICAS DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO A criação de redes temáticas de informação e divulgação de conhecimentos, que permitam aceder de forma rápida a informação útil e necessária ao desenvolvimento com sucesso das actividades da Fileira, possibilitando a sua adequada aplicação por outros utilizadores, é essencial para aumentar as competências dos agentes e o desempenho empresarial. Estender o acesso à informação necessária ao incremento da competitividade das empresas da Fileira espalhadas pelos territórios, promove a sustentabilidade destas e reforça a coesão territorial e social. Importa apoiar redes que resultem de parcerias entre associações, cooperativas e centros tecnológicos, que garantam a articulação entre entidades produtoras de conhecimento e agentes do sector, que apresentem uma estratégia, objectivos e âmbito bem definidos nomeadamente: Criar uma Rede Temática integrada para a Fileira, contemplando Serviço Nacional de Avisos Agrícolas, Serviços de Apoio ao Regante, informação sobre mercados, estações meteorológicas, etc.; Criar uma estrutura de competências regional ao nível das actividades de IED, encarregue igualmente de promover a transferência de conhecimentos e tecnologia para as empresas; Promover a generalização do uso das TIC. 23/50

10. ÁREAS DE INOVAÇÃO No âmbito da Fileira é essencial identificar áreas comuns de inovação, que permitam resolver problemas ou condicionantes ao desenvolvimento da Fileira. Os projectos de inovação têm que se traduzir em ganhos de competitividade da Fileira, o que implica conteúdos úteis a um conjunto amplo de agentes, perfeitamente definidos e apoiados num programa de trabalho bem elaborado e estruturado em projectos de IED: Diversificar a oferta, nomeadamente de 4ª Gama, contribuindo para a sustentabilidade do sector hortícola; Incorporar o aproveitamento das potencialidades associadas às tecnologias de informação e comunicação para efeitos de divulgação e como forma de facilitar o escoamento das produções, promover actividades e as potencialidades histórico-culturais, paisagísticas, entre outras valências existentes em meio rural; Apoiar a constituição de uma plataforma integrada de compras, visando a obtenção de economias de escala e reforço da capacidade negocial das organizações para com os fornecedores, a qual poderia evoluir futuramente também para central de vendas; Apoiar fortemente a valorização dos sub-produtos da actividade horto-florícola, nomeadamente através da compostagem dos seus resíduos orgânicos. 11. CUSTOS DE CONTEXTO Para que o desenvolvimento das Fileiras estratégicas possa contribuir para a eficiência e competitividade da agricultura portuguesa é também necessário minimizar os custos de contexto, isto é custos desproporcionados ou não razoáveis, induzidos pelo sistema burocrático da administração pública como por exemplo, os que se relacionam com licenças, registos, autorizações, normativos, regime de incentivos e sistemas de informação. Para minimizar alguns destes custos de contexto, torna-se necessário envidar esforços no sentido de obviar às ineficiências actualmente existentes ao nível de: Simplificação dos processos associados ao licenciamento; Mercado do arrendamento; Articulação interinstitucional; Compatibilização dos condicionalismos associados à protecção dos valores naturais com a necessidade de desenvolver nos territórios actividades criadoras de riqueza; Homologação simplificada dos produtos fitofarmacêuticos específicos para a fileira e uniformização dessa homologação ao nível da UE. 24/50

PROGRAMA DESENVOLVIMENTO RURAL 2007 2013 sub-fileira das Culturas Hortícolas 25/50

12. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA Neste ponto apresenta-se, de forma sintética, o valor da sub-fileira no Algarve através da sua caracterização económica (produção, preços, multifuncionalidade). O valor da sub-fileira é o ponto de partida e a base para se perspectivar a evolução futura da mesma. 12.1 Caracterização Económica No triénio de 2002/2004, os produtos hortícolas contribuíram com 21,1% para o valor global da produção nacional, tendo representado um aumento de 4,5% em relação ao triénio anterior, o que é sem dúvida um crescimento significativo. Apesar destes dados, os níveis de produção são insuficientes para satisfazer o consumo (com excepção do tomate para indústria), sendo a balança comercial deficitária, perspectivando deste ponto de vista, um potencial crescimento que será importante para o sector. Segundo o Inquérito à Horticultura no ano 2000 existiam em Portugal Continental 21725 explorações com culturas hortícolas, das quais 3469 no Algarve, num total de 31070 ha de área base. As culturas intensivas em estufa representavam apenas 4% da área com culturas hortícolas, localizando-se no Algarve cerca de 42% da área total de estufas, sendo a região com maior área de estufas e aquela em que a área média de estufas por exploração era maior no país (com cerca de 1 ha). No Algarve a horticultura é uma actividade com forte tradição, primeiro como actividade do tipo familiar com as denominadas hortas instaladas nos terrenos mais férteis que dispunham de água e, depois, como actividade de tipo empresarial com um desenvolvimento muito acentuado a partir dos anos 70 e 80, tendo-se desenvolvido no extremo sul do seu território (Litoral e algumas zonas do Barrocal), numa estreita faixa paralela à linha de costa, devido principalmente às suas condições ambientais. Na última década, após a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia, com a abertura das fronteiras e o aparecimento das grandes superfícies comerciais, a actividade vem assistindo a uma acentuada perda de importância, quer ao nível da horta familiar, quer ao nível da actividade empresarial, apesar das excelentes características edafo climáticas da região (sinteticamente caracterizadas por bons solos para horticultura, um elevado número de horas de sol, temperaturas bastante amenas, pequeno número de dias com ocorrência de geadas e disponibilidade de água), para um grande número destas culturas, a que acresce o facto de serem produções de ciclo anual, o que permite uma grande flexibilidade, em termos de estratégias de comercialização de curto prazo, face à mudança, tão característica dos mercados modernos. Só 26/50

de 1993 para 1999 a área de culturas hortícolas intensivas diminuiu cerca de 78%, enquanto nas extensivas o decréscimo foi de 69%, conforme se verifica pela análise do Quadro 1. Procedendose a uma maior desagregação destes dados, observa-se que ao nível dos hortícolas em estufa a quebra em termos de área, no mesmo período de tempo, rondou os 50% (passou de 1.178 ha para 600 ha). Em 1999 a horticultura e a floricultura representavam cerca de 2,6% da SAU do Algarve. Quadro 1 - Evolução das áreas e produções da horticultura por tecnologia produtiva 1993 1999 Tecnologia Var. 93/99 Produtiva Área Produção (ton) Área Produção Área (%) (ha) (ha) (ton) Extensiva 4309,0 67164,0 1326,0 9297,5-69,2 Intensiva 5637,0 119444,0 1240,0 48292,1-78,0 Fonte: DRAALG 1993; INE (2000). Este decréscimo de área, repercutiu-se necessariamente, na importância económica deste sector. Assim, entre 1991 e 1999, a importância do Rendimento Hortícola Bruto regional no cômputo nacional, decaiu de 16% para 7% (INE). Quadro 2 - Áreas das culturas hortícolas e sua evolução ao longo dos últimos 25 anos. Ha /Anos 1979 1989 2001 2004 2005 Horticultura protegida (Estufas) 430 910 631,5 651 527 a) Hortícolas Intensivas 4642 2735 578 619 669 b) Batata 2286 1545 944 896 476 c) Hortícolas Extensivas 714 2518 1096 987,5 676 Total Ar Livre (a+b+c): 7642 6798 2618 2502,5 1821 Total Culturas Hortícolas 8072 7708 3249,5 3153,5 2348 Fonte: DRAALG - 2006 A análise destes dados confirma a tendência decrescente das áreas a partir de 1989, atingindo-se uma área total de culturas hortícolas em 2005 de 2348 ha, ano em que a horticultura protegida (estufas) ocupava uma área de 527 ha, cerca de metade do valor máximo atingindo no início da década de noventa (Quadro 2). Em 2003 a horticultura da região representava 9% do volume total produzido no país. As perdas de área, e subsequentemente de produção (conforme se pode constatar nas figuras 1 e 2, tipificados nas quatro principais culturas hortícolas da região, tendo como base para essa hierarquização, o trabalho de Rosa, 1996), levantam depois constrangimentos ao nível do 27/50