Vale do Rio Doce MINAS. Região está em busca de novo fôlego em diversos setores, do agronegócio ao varejo, passando pelas pedras preciosas e turismo



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Transcrição:

MINAS www.revistaviverbrasil.com.br Vale do Rio Doce Região está em busca de novo fôlego em diversos setores, do agronegócio ao varejo, passando pelas pedras preciosas e turismo Cidade polo Governador Valadares: fase do empreendedorismo Lá vem o trem Cortando o Vale sobre os trilhos

Sistema FIEMG. Promovendo a indústria e levando desenvolvimento a todos os mineiros. A FIEMG Regional Vale do Rio Doce incentiva, apoia e fomenta o desenvolvimento industrial da região. O objetivo da entidade é fortalecer o associativismo empresarial, a integração das empresas e promover o desenvolvimento dos trabalhadores da indústria.

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Editorial O já teve tem que voltar a ter A região visitada pelo Viver Minas nesta e seu entorno representado por mais não anda por falta de apoio do governo Sumário 7 Perfil 8 Entrevista 10 Economia 12 Agronegócio 14 Varejo 17 Aviação 18 Mineração 20 Patrimônio 22 Educação 24 Viagem 28 Transporte 30 Comportamento 33 Festas 34 Esporte Fotos da capa: Daniel de Cerqueira Gustavo Cesar de Oliveira, diretor gco@vbcomunicacao.com.br Diretor-geral Paulo Cesar de Oliveira Diretores Gustavo Cesar de Oliveira Paulo Cesar Alkimim de Oliveira Diretor de redação Homero Dolabella Chefe de redação Maria Eugênia Lages Editora-executiva Silvânia Arriel Subeditora Luciana Avelino Editora-adjunta Raquel Ayres Repórter Ana Elizabeth Diniz, Rodolpho Sélos Revisão Maria Ignez Villela Secretária de redação Ana Lúcia Cortez Diretora de arte Oriádina Panicali Machado Editor de arte Renato Luiz Equipe de arte Adroaldo Leal, Gilberto Silva, Luciano Cabral Editor de fotografia Nélio Rodrigues Assistente de fotografia Marizeli Goulart Fotógrafos colaboradores Alexandre C. Mota, Daniel de Cerqueira Superintendente de operações Eliana Paula Superintendente de finanças Cínthia Portela Supervisora de circulação Natália Grant Gerente de mercado Gustavo Serpa Supervisora comercial Dária Mineiro Departamento comercial (31) 3503-8888 Alessandra Valente, Cristiana Rey, Rigléia Carvalho, Sandra Câmara, Wander Bocelli comercial@revistaviverbrasil.com.br Assinaturas (31) 3503-8860 Impressão Log&Print Gráfica e Logística S.A. Entregas Fast Entregas Distribuição em bancas Disa - Distribuidora Sant Anna redacao@revistaviverbrasil.com.br Viver Minas é uma publicação da VB Editora e Comunicação Ltda. São Paulo: Rua Iguatemi, 192, conj. 173, Itaim Bibi, São Paulo, SP - CEP: 01.451-010 - (11) 2127-0000 Minas Gerais: Rodovia MG 030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG CEP: 34.000-000 (31) 3503-8888 - www.revistaviverbrasil.com.br 6 VIVER Agosto 26-2011

VIVER MINAS RIO DOCE PERFIL Raio-X da região LOCALIZADA NO LESTE DE MINAS, MACRORREGIÃO DO RIO DOCE TEM 81 MUNICÍPIOS E SEIS MICRORREGIÕES CIDADES Aimorés Alvarenga Conceição de Ipanema Conselheiro Pena Cuparaque Goiabeira Ipanema Itueta Mutum Pocrane Resplendor Santa Rita do Itueto Taparuba Bom Jesus do Galho Caratinga Córrego Novo Imbé de Minas Inhapim Piedade de Caratinga Pingo-d Água Santa Bárbara do Leste Santa Rita de Minas São Domingos das Dores São Sebastião do Anta Tarumirim Ubaporanga Vargem Alegre Alpercata Campanário Capitão Andrade Coroaci Divino das Laranjeiras Engenheiro Caldas Fernandes Tourinho Frei Inocêncio Galiléia Governador Valadares Itambacuri Itanhomi Jampruca Marilac Matias Lobato Nacip Raydan Nova Módica Pescador São Geraldo da Piedade São Geraldo do Baixio São José da Safira São José do Divino Tumiritinga Virgolândia Carmésia Coluna Divinolândia de Minas Dores de Guanhães Gonzaga Guanhães Materlândia Paulistas Sabinópolis Santa Efigênia de Minas São João Evangelista Sardoá Senhora do Porto Virginópolis Central de Minas Itabirinha Mantena Mendes Pimentel Nova Belém São Félix de Minas São João do Manteninha Água Boa Cantagalo Frei Lagonegro José Raydan Peçanha Santa Maria do Suaçuí São José do Jacuri São Pedro do Suaçuí São Sebastião do Maranhão CIDADES-POLO AIMORÉS População - 24.959 Área (Km²) - 1.348,774 Gentílico - aimorense PIB per capita - R$ 8.887,23 GUANHÃES População - 31.262 Área (Km²) - 1.075,122 Gentílico - guanhanense PIB per capita - R$ 8.224,32 CARATINGA População - 85.239 Área (Km²) - 1.258,776 Gentílico - caratinguense PIB per capita - R$ 7.218,34 GOVERNADOR VALADARES População - 263.689 Área (Km²) - 2.342,316 Gentílico - valadarense PIB per capita - R$ 9.884,10 MANTENA População - 27.111 Área Km² - 685,207 Gentílico - mantenense PIB per capita - R$ 7.098,20 PEÇANHA População - 17.260 Área (Km²) - 996,645 Gentílico - peçanhense PIB per capita - R$ 4.988,82 VIVER Agosto 26-2011 7

VIVER MINAS RIO DOCE ENTREVISTA Desenvolvimento para todos EDUCAÇÃO É A TÔNICA DO PROJETO EM UMA CIDADE MOVIDA PELO COMÉRCIO E PELOS SERVIÇOS RODOLPHO SELOS Infraestrutura, comércio, serviços consolidados e atrativos turísticos fazem de Governador Valadares, polo do Vale do Rio Doce, cidade forte e acolhedora. Em entrevista à Viver Minas, a prefeita do município, Elisa Costa (PT), fala dos projetos em educação, infraestrutura e turismo para movimentar a economia da cidade. Em obras de infraestrutura, o que está sendo feito em Governador Valadares? No nosso governo, falar de infraestrutura é mais do que apontar o que temos de obras de urbanização, que já somam 250 milhões de reais em investimentos em Governador Valadares, até 2012, só através da parceria com o governo federal. Infraestrutura de uma cidade é mais do que obras de concreto, é a valorização e qualificação das pessoas, e, por isso, implantamos, em 2009, um campus do Instituto Federal de Educação, o antigo Cefet; em 2010, inauguramos e ampliamos o Polo de Educação a Distância, da Universidade Aberta do Brasil; implantamos a Escola de Tempo Integral em toda a rede são mais de 26 mil crianças; e, agora, nosso sonho de conquistar uma universidade federal está sendo concretizado, com a implantação do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em Valadares, com vestibular previsto para este ano. Também estabelecemos uma agenda de cooperação com a Vale do Rio Doce para promover o desenvolvimento sustentável. Só dessa parceria, são 70 milhões de reais em investimentos nas obras de dois viadutos, uma estação conhecimento, revitalização de uma grande praça e construção do Parque Natural Municipal. 8 Divulgação VIVER Agosto 26-2011

Atualmente, quais são os atrativos e incentivos para se abrir uma empresa na cidade? Quais são as vantagens? Governador Valadares, hoje, já se apresenta como uma cidade com toda a estrutura necessária para a instalação de pequenas, médias e grandes empresas. Desde 2009, as conquistas são muitas para a qualificação de nossa gente, com a oferta de graduação e cursos técnicos profissionalizantes. E além de preparar as pessoas, nossa cidade também está sendo mais bem estruturada. É obra de urbanização em diversos bairros e construção de moradia popular. Atualmente, são mil unidades habitacionais em construção só para famílias de baixa renda, e mais mil devem começar ainda neste ano. Valadares é privilegiada por ter um grande território, e ser ponto de encontro de diversas rodovias, além de termos a ferrovia cortando nossa cidade. São muitos os atrativos para se investir aqui. E temos feito por onde para que esse investimento exista. Temos apresentado Governador Valadares a diversos grupos empresariais, demonstrando todo o nosso interesse de termos em nosso município uma indústria-âncora. Nosso trabalho também é de apoio e valorização dos pequenos e médios empresários e daquelas empresas que já estão em nossa cidade. Por isso, implantamos a Lei Geral Municipal da Microempresa, Microempreendedor Individual e Empresa de Pequeno Porte, e o Programa Minas Fácil, que simplifica e agiliza a abertura de empresas. O comércio de rua ainda tem peso? Nossa cidade, hoje, é praticamente movida pelo comércio e pelos serviços. E não fica de fora o comércio de rua. Nosso governo tem sentido o quanto é importante um canal direto com todos os comerciantes, incluindo os camelôs, para fazer uma cidade melhor, com desenvolvimento para Nosso trabalho é no sentido de criar as condições de uma cidade melhor para todos, com oportunidades para nossos jovens e mais qualidade de vida todos, que inclua a todos, desde os grandes empresários aos comerciantes ambulantes. Nossa cidade cresceu a partir de ciclos de exploração dos recursos naturais, como madeira, pedras preciosas, mica e terra fértil. Por último, nossa gente se viu sem possibilidades de ficar aqui e achou nos Estados Unidos e outros países a oportunidade de ganhar dinheiro e sustentar a família. Mas, agora, isto também não mais se sustenta. Acaba mais um ciclo e nos vemos, de novo, procurando uma forma de Valadares sobreviver. Nosso trabalho é no sentido de criar as condições de uma cidade melhor para todos, com oportunidades para nossos jovens e mais qualidade de vida para nossa gente ficar aqui. E isto só será realidade com a implantação de um projeto de desenvolvimento sustentável e duradouro para Valadares, passando pela união de duas grandes frentes que se complementam: educação e desenvolvimento. Quais são os atrativos turísticos? Existem projetos para atrair mais turistas? Nosso grande atrativo turístico, sem dúvida, é o pico da Ibituruna. E não é só a gente que admira, mas pessoas do mundo todo que encontram no Ibituruna o lugar ideal para a prática do voo livre e outros esportes radicais, como a escalada. A cidade é sede de diversos campeonatos de voo livre, inclusive internacionais. São muitos turistas que movimentam nossa cidade durante todo o ano, e queremos atrair mais gente. Isso significa investir na infraestrutura da cidade e do pico. Nossa luta, agora, é para conquistar mais uma via pavimentada de acesso ao pico, que já conta com boas pousadas. Temos, hoje, duas possibilidades de acesso, uma de terra e a outra, que não oferece as condições necessárias e seguras para o grande tráfego, principalmente de ônibus. Já fizemos o projeto e estamos buscando apoio dos outros governos para a realização da obra. Além disso, conquistamos a parceria da Vale para a construção do Parque Natural Municipal, uma obra de 12 milhões de reais. Qual o setor econômico mais representativo na cidade? Hoje, aproximadamente 70% de nossa economia vem do comércio e serviços. Essa é a alternativa que nossa cidade, depois dos diversos ciclos econômicos que tivemos, tem encontrado. De fato, ela rende pouca arrecadação para o município e, consequentemente, pouco crescimento econômico e social. Isso só reforça a necessidade de construção de um projeto de desenvolvimento para Valadares, sustentável e duradouro, que ultrapasse gerações. Por isso, a maior marca desse governo é a educação. A universalização da Escola de Tempo Integral que, desde o ano passado, já muda a história de Governador Valadares; a universidade tecnológica, com a implantação do Instituto Federal; e a extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora, com implantação de um campus em Valadares ainda neste ano. VIVER Agosto 26-2011 9

VIVER MINAS RIO DOCE ECONOMIA Mãe do Rio Doce DA TRADIÇÃO ECONÔMICA A NOVOS EMPREENDIMENTOS, GOVERNADOR VALADARES REVELA SUA FORÇA PARA MINAS GERAIS 10 VIVER Agosto 26-2011

RODOLPHO SÉLOS Governador Valadares, polo econômico do Vale do Rio Doce, é uma cidade mutante. Já foi berço da exploração da madeira e do cultivo de cana-de-açúcar. Hoje, com 263 mil habitantes, vem mudando seu perfil econômico. A cidade concentra 64% da economia no setor de comércio e serviços. Antiga conhecida pela grande quantidade de nativos que emigravam para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida, Valadares, nos últimos 30 anos, injetou milhões de dólares. Mas com a crise financeira mundial entre os anos de 2008 e 2009, a cidade vem sofrendo mudanças. A desvalorização do dólar, que movimentou nossa economia por anos, está fechando mais um ciclo, mas abre outros. Hoje, o ciclo é de novos empreendedores, inclusive aqueles que voltaram dos Estados Unidos para investir aqui. Valadares possui todas as condições necessárias para se abrirem empresas de todos os portes, diz a presidente da Fiemg Regional Rio Doce, Rosane Hoje, o ciclo é de novos empreendedores, inclusive aqueles que voltaram dos Estados Unidos para investir por aqui Rosane Rocha de Azevedo Rocha de Azevedo. Ao longo dos anos, com o crescimento populacional da cidade, a economia se expandiu. Conforme Rosane, três setores têm se destacado: o de pedras preciosas que, apesar da concorrência desleal dos chineses, vem se desenvolvendo ROSANE ROCHA: Valadares possui todas as condições para as empresas Fotos: André Fossati para devolver à região a tradição no segmento; o de construção civil e infraestrutura que garantirão vários empreendimentos, gerando emprego e renda; o da área de saúde, que fez de Governador Valadares referência em todo o Brasil e o de alimentação, responsável pela maior contribuição no PIB entre as indústrias na região. O programa do governo federal de incentivo à aquisição de moradias é o que tem estimulado o setor no Vale do Rio Doce. No país, o programa já atendeu mais de 1 milhão de moradias destinadas principalmente à população de baixa renda, e tem como meta dobrar este número, o que deve acontecer até 2014. Os investimentos em habitação já somavam, no final de 2010, 250 milhões de reais. Destes, 52,8 milhões foram aplicados diretamente por meio do Minha Casa, Minha Vida. As obras populares estão movimentando o segmento. Além disso, há as obras do PAC em infraestrutura. Apenas na cidade foram investidos 70 milhões de reais. A Vale também investirá cerca de 60 milhões em obras de viadutos e praças, revela o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Governador Valadares, Adair Pereira Barbosa. Outra obra é a da extensão do gasoduto do Vale do Aço até Governador Valadares. A estimativa era de que as obras tivessem início ainda neste ano e de que o edital de licitação fosse liberado até o final de 2010, mas o projeto do empreendimento ainda está sendo elaborado. Os aportes previstos somam 100 milhões de reais. Além de se tratar de uma antiga reivindicação de Governador Valadares, o fornecimento de gás natural levaria desenvolvimento do setor industrial da região. VIVER Agosto 26-2011 11

VIVER MINAS CENTRO-OESTE AGRONEGÓCIO O outro lado do agronegócio Divulgação EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA EM VALADARES: animais da raça guzerá SEM ALIMENTOS, O PAÍS PARA, MAS NEM POR ISSO O SETOR TEM RECEBIDO A ATENÇÃO DAS POLÍTICAS DE GOVERNO 12 ANA ELIZABETH DINIZ A força do agronegócio nas contas externas e no abastecimento do país é de 22,4% do PIB do Brasil e 35% do PIB do estado de Minas Gerais. Um negócio bom para o país e para os bancos, mas nem tanto para o homem do campo. É o que diz Afonso Luiz Bretas, presidente do Sindicato Rural de Governador Valadares. Falta consciência ao fazendeiro. Hoje as zonas rurais têm internet, telefo- VIVER Agosto 26-2011

nia celular, mas isso não é suficiente para informar a nossa classe. Falta educação, segurança, saúde e política que realmente contemple o homem do campo. Quatro por cento da população de Governador Valadares (264 mil habitantes) é rural, número que, à primeira vista pode parecer irrelevante, mas não é. O agronegócio carrega o Brasil nas costas, o alimenta, mas o país não nos dá o devido valor. Para se ter uma ideia da força do setor, o superávit da balança comercial do agronegócio, no ano passado, foi de 455 bilhões de dólares enquanto que o superávit total do Brasil foi de 250 a 260 bilhões de dólares. Se colocada na ponta do lápis, é uma diferença que gerou mais empregos, renda per capita, reduziu o custo da cesta básica, carreando recursos para outros setores e melhorando a condição de vida do brasileiro, diz Afonso Bretas. Fazendeiro e líder de um sindicato estratégico, Afonso Bretas confessa que a classe agropecuarista, apesar de unida, está desmobilizada e que para tentar reverter essa situação, o sindicato rural tem realizado às segundas- -feiras um café da manhã com direito a troca de experiências. O ruralista revela outros paradoxos do setor. O Brasil tem uma das mais eficientes tecnologias de produção de alimentos e será responsável por 40% da produção de alimentos do mundo até 2050. Por outro lado, pagamos entre 35% e 40% de tributos, lidamos com subsídios de 2 bilhões de dólares, 91% dos produtores brasileiros devem aos bancos e 51% já manifestaram o desejo de abandonar a atividade. Com tudo isso, não vejo perspectivas de melhoras para o homem do campo. O presidente da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, Guilherme Olinto, concorda com Afonso Bretas e acrescenta outras demandas do segmento: Os órgãos representa- AGROPECUÁRIA NO RIO DOCE O que acontece no campo 54 municípios de atuação 100% de presença nos municípios da microrregião Governador Valadares 1.002 cooperados ativos em 2011 19 associações cooperativas Mais de 3 mil produtores diretos e indiretos 113 milhões de litros em 2010 60 milhões de litros de leite (jan/jul) 2011 35 veículos no transporte diário de leite 70 rotas 260 mil km percorridos mensalmente (média) Fonte: Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce AFONSO BRETAS: Pagamos entre 35% a 40% de tributos Daniel de Cerqueira Expressividade econômica e social da microrregião de Valadares 148 milhões de litros de leite 141 mil vacas 0,50% da produção nacional 1,87% da produção mineira 26% da produção do Vale do Rio Doce 8% da produção de Valadares na microrregião do Vale do Rio Doce Expressividade econômica e social da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce 113 milhões de litros de leite 1,4% da produção mineira 20% da produção do Vale do Rio Doce 37% da produção na microrregião do Vale do Rio Doce 56% da produção em Governador Valadares 124 milhões foi o faturamento em 2010 12,6 milhões de tributos gerados 9,6 mil empregos diretos e indiretos tivos da classe precisam se fortalecer a fim de reivindicarem mais investimentos em segurança, melhoria na malha viária federal, estadual e municipal, além de melhor performance da energia elétrica fornecida. Mesmo com as dificuldades inerentes ao setor, a tradicional Exposição Agropecuária de Governador Valadares (ExpoagroGV), realizada pela primeira vez em 1969, pelo sindicato rural, continua forte. A 42ª edição que aconteceu de 8 a 17 de julho, reunindo, em 10 dias de evento, quase 200 mil pessoas. Essa é, sem dúvida, a maior feira de agronegócio da região e uma oportunidade de negócios para os pecuaristas e empresários de todo o país que mostram a melhor genética dos seus criatórios e produtos do segmento, pontua André Merlo, presidente da União Ruralista Rio Doce (URRD). VIVER Agosto 26-2011 13

VIVER MINAS CENTRO-OESTE VAR EJO Sucesso comprovado ANA ELIZABETH DINIZ Governador Valadares absorve cerca de 70% de sua mão de obra no setor de comércio e serviços. Parte desses números se deve ao GV Shopping, que gera 1.400 empregos diretos, além de 2 mil indiretos. No ano passado, o empreendimento movimentou 100 milhões de reais. O GV Shopping, referência no varejo da cidade e região, veio suprir a carência de um grande centro de compras e lazer que atendesse à população de Governador Valadares e toda a região do Vale do Rio Doce, disse a coordenadora de marketing, Andréia Lacerda. Durante seus 11 anos de funcionamento, o shopping passou por três expansões e uma revitalização em 2002 nas Lojas Avenida. Em 2007 expandiu as Lojas Americanas e, no ano seguinte, instalou a Faculdade Pitágoras com capacidade para 2.500 alunos. Além da revitalização de todo o empreendimento, incluindo a praça de alimentação que foi reformulada, passará por nova expansão em 2012. Há ainda um projeto de expansão em estudo para o próximo ano que deverá abranger mais uma loja âncora, satélites, entretenimento e lazer com valor estimado em mais de 12 milhões de reais, revela Andréia. 14 VIVER Agosto 26-2011

André Fossati GV SHOPPING ANUNCIA NOVA EXPANSÃO PARA 2012 VIVER Agosto 26-2011 15

VAR EJO HERCÍLIO DINIZ: Desde o Plano Real experimentamos crescimento do setor de alimentos O GV Shopping possui 107 lojas, sendo cinco lojas âncoras - Lojas Americanas, Dadalto, Ponto Frio, Avenida e Araújo Hipermercado - e várias outras importantes marcas distribuídas nos vários segmentos. O perfil do público é o das classes B e C, com predominância na faixa entre 19 e 39 anos. Inaugurado em 1999, o shopping fica no centro da cidade e tem em seu entorno três rodovias importantes: BR-116, BR-381 e BR- 259. Ocupa uma área de 70 mil m 2, sendo 32.247 m 2 de área construída e 21.937 m 2 de área bruta locável (ABL). O shopping possui um estacionamento com 1.200 vagas e tem um fluxo médio de 350 mil clientes por mês. Supermercados O setor supermercadista está aquecido. No ano passado, o volume de vendas cresceu 6,7% em relação a 2009. As vendas reais se expandiram 7,7% no mesmo período, percentual bastante expressivo e justificado por uma série de fatores, como o acesso facilitado ao crédito e o incremento da ren- 16 NÚMEROS O PESO DAS GÔNDOLAS Em junho, as vendas do setor supermercadista apresentaram crescimento de 2,75% em relação ao mesmo mês do ano anterior e, no acumulado do semestre, as vendas apresentam crescimento de 4,25%, frente igual período de 2010 No acumulado do semestre, as vendas cresceram 10,87% Os supermercadistas concentraram esforços no crescimento orgânico de suas empresas em 2010, investindo cerca de Daniel de Cerqueira R$ 2,85 bilhões da do trabalhador, recorrente há alguns anos. O setor supermercadista não arrefeceu mesmo em épocas de crise internacional. Na verdade, ele é o último a ser atingido e o primeiro a se reerguer, analisa Hercílio Araujo Diniz Filho, sócio-proprietário dos supermercados Coelho Diniz, com nove lojas, sendo sete em Governador Valadares, uma em Manhuaçu e a outra em Caratinga. O segmento de alimentos é um ótimo termômetro para medir o poder aquisitivo e o grau de inclusão social. Desde o Plano Real temos experimentado um crescimento gradativo do setor, com um aumento constante das vendas, sinal de que o poder aquisitivo das pessoas melhorou. As bebidas (refrigerante, cerveja e sucos) e as carnes nobres são os produtos mais comprados, o que denota que está havendo melhora da qualidade de vida também. As pessoas estão mais exigentes, mudando hábitos de consumo e pagando pela qualidade, diz Hercílio. A rede Coelho Diniz vai muito bem. Três de seis irmãos administram as lojas que, juntas, empregam 1.500 pessoas e geram perto de 3.000 empregos indiretos. No primeiro semestre de 2012 serão inauguradas mais duas lojas, uma em Ipatinga e a outra em Coronel Fabriciano, que vão gerar mais 500 empregos. Tudo começou em 1992 quando meu tio avô resolveu vender a Super Mercearia Governador Valadares, localizada na rua Marechal Floriano. Nós, que já trabalhávamos no setor atacadista de alimentos, nos unimos e compramos a mercearia, que se tornou nossa primeira loja. Temos também o Armazém Diniz, duas unidades que trabalham no atacado, relembra Hercílio. VIVER Agosto 26-2011

VIVER MINAS RIO DOCE AVIAÇÃO Planos de expansão Daniel de Cerqueira ANA ELIZABETH DINIZ Localizado em uma área bem próxima ao centro, o Aeroporto Coronel Altino Machado de Oliveira, em Governador Valadares, foi inaugurado em 1966. De lá para cá, é claro, muita coisa mudou. Atualmente, uma única empresa, a Trip Linhas Aéreas, opera com oito voos diários para Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e transporta por mês 3.800 passageiros, sendo que a capacidade máxima é de 4.500 passageiros/mês. A última reforma foi feita em 2009, uma parceria entre o governo do estado e a prefeitura. A pista foi ampliada para 1.700 metros e o piso foi reforçado. Foram feitas também melhorias na drenagem, ampliação do pátio de manobras e substituição de cercas. No ano passado, foi concluída a pintura, construção de guarita com cancela, além de acesso restrito aos hangares com vigia 24 horas. O Departamento de Transporte, Trânsito e Sistema Viário de Governador Valadares está buscando a ampliação e melhora dos serviços. Atualmente são cinco hangares com capacidade para três aeronaves cada. Apesar de a pista comportar COM 45 ANOS DE FUNCIONAMENTO, AEROPORTO DE GOVERNADOR VALADARES TEM PROJETOS DE AMPLIAÇÃO aeronaves de até 100 passageiros, o Serviço Contra Incêndio da Infraero só permite o pouso e decolagem de aeronaves de até 60 passageiros. O projeto é ampliar a sala de embarque, reformar os banheiros e equipar o aeroporto com equipamentos de raio X e detector de metais, além da substituição do caminhão de bombeiros para outro com capacidade de 1.000 litros, o que possibilitará a operação de outra empresa aérea no aeroporto. Os recursos estão sendo buscados junto à Infraero e ao governo estadual. VIVER Agosto 26-2011 17

VIVER MINAS CENTRO-OESTE MINERAÇÃO Pedras preciosas SETOR REGISTRA CRESCIMENTO DE VENDAS INTERNAS, MAS ENFRENTA COMPETIÇÃO DESLEAL COM A CHINA 18 VIVER Agosto 26-2011

ANA ELIZABETH DINIZ E RODOLPHO SÉLOS Nem tudo reluz no mercado das pedras preciosas de Governador Valadares, conhecida internacionalmente pela extração e produção. Para se ter uma ideia do potencial do solo, já foram identificados mais de 100 tipos diferentes de minerais em Minas Gerais. Mas as dificuldades são persistentes. Toda essa riqueza atraiu a ganância dos forasteiros, no caso, a China. Estamos lutando para não entregar o ouro ao bandido, parar de vender pedras brutas e industrializá-las aqui. Estamos na batalha contra a invasão dos chineses, que retiram no nosso país, de forma ilegal, a matéria- prima, lesam o governo, o estado e toda a cadeia produtiva e ainda por cima, retornam à cidade para comercializar as joias industrializadas, de forma clandestina e com preços desleais, lamenta Douglas Wilians Neves, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Joalheria, Ourivesaria, Lapidação de Pedras Preciosas e Relojoaria de Minas Gerais (Sindijoias). Hoje existem cerca de 200 empresas de lapidação de joias em Valadares e pelo menos mais 100 trabalhando na informalidade. A marginalidade da atividade do setor só gera perdas. Legalizar é a maior arma que temos para lutar contra a desleal atividade da China. Falta planejamento e, sem isso, não há como ser grande, pondera Douglas. Um dos motivos para a criação desse mercado paralelo, o maior gargalo do setor, é, segundo o líder sindical, a falta de profissionalismo dos empresários que ainda desconhecem os benefícios de se trabalhar na legalidade. Temos tecnologia, financiamento e cursos que podem ajudar e orientar desde o micro ao grande empresário a trabalhar de forma planejada e consciente. A indústria de joias dispõe de tecnologia e tratamento que permitem melhorar o que já é belo. Se no passado copiávamos as joias italianas, hoje temos identidade e design. Nossas pedras coloridas são o nosso diferencial em todo o mundo, comenta Douglas. O sistema Sindijoias tem trabalhado no planejamento estratégico de ações para desenvolver o setor de gemas e joias. A concepção do polo joalheiro já vem sendo criada na entidade, com apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do sistema Fiemg. A iniciativa visa agregar valor às matérias-primas de Minas Gerais, resgatar a tradição mineira no setor e consolidar a atividade joalheira como um todo. Estamos trabalhando para resgatar a tradição do setor em Minas, que tem LAPIDAÇÃO DE AMETISTA: agregar valor Fotos: André Fossati perdido o dinamismo para outros estados por conta da falta de qualificação de pessoal. Precisamos reverter esse quadro, avisa Douglas. Problemas à parte, o setor de joias está tão aquecido que já registra falta de pedras. Hoje o mercado interno consome 15% da produção e o externo 85%. O setor gera mais de 8 mil empregos diretos incluindo a mineração, lapidários, indústria de joias, corretores e o comércio e perto de 16 mil empregos indiretos. A atividade responde por 3% do PIB de Governador Valadares. Junto com Teófilo Otoni, a cidade é responsável pela metade do valor exportado de pedras pelo Brasil, algo em torno de 100 bilhões por ano, contabiliza Douglas. No Brasil, o setor gera cerca de 500 mil empregos e em Minas o número chega a 200 mil. O estado é o maior produtor de ouro, gemas coradas e diamantes do Brasil e responde por 63% da exportação brasileira de ouro em barras, fios e chapas; 43% da exportação de gemas coradas e 72% da produção de diamante. O Brasil é uma das principais províncias gemológicas do mundo e tem sido, ao longo dos anos, um grande produtor e exportador. Estima-se que o país seja responsável pela produção de cerca de um terço do volume das gemas do mundo, excetuados o diamante, o rubi e a safira. Historicamente, o destino das gemas brasileiras tem sido preponderantemente as exportações, embora esteja ocorrendo um considerável aumento no consumo interno devido, entre outros fatores, ao aumento do preço do ouro e maior demanda interna pelas pedras. VIVER Agosto 26-2011 19

VIVER MINAS RIO DOCE PATRIMÔNIO Ruínas preservadas ANTIGA AÇUCAREIRA DE GOVERNADOR VALADARES SE TRANSFORMARÁ EM CENTRO CULTURAL O PRÉDIO que será transformado em centro cultural: obras orçadas em 3 milhões de reais 20 VIVER Agosto 26-2011