UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA RIO DE OPORTUNIDADES Um estudo sobre as oportunidades geradas para a cidade do Rio de Janeiro após a confirmação da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olimpicos em 2016, seus impactos e seu legado para a população. Por: Daniel Barreto Ferreira Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2012

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA RIO DE OPORTUNIDADES Um estudo sobre as oportunidades geradas para a cidade do Rio de Janeiro após a confirmação da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, seus impactos e seu legado para a população. Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Daniel Barreto Ferreira

3 AGRADECIMENTOS Aos professores Antonio Medina, Tufic Derzi, Rosane Masiero, Ana Cláudia Morrisy, Maria Lucia, Mario Manhas, Marcelo Maciel, Vinicius Calegare e Sérgio Majerowicz, e aos inesquecíveis colegas de turma, por seus valiosos conhecimentos e suas incríveis experiências profissionais que contribuíram de maneira decisiva para meu amadurecimento profissional e acadêmico ao longo destes doze meses.

4 DEDICATÓRIA Este trabalho é dedicado a minha mãe, Sandra, que com total dedicação e amor me ensinou os verdadeiros valores da vida e sempre me incentivou a estudar e crescer profissionalmente.

5 RESUMO Após a confirmação da Copa do Mundo 2014 no Brasil e das Olimpíadas em 2016, a cidade do Rio de Janeiro vive uma transformação inédita em sua historia. A situação da economia mundial é favorável ao país e estes mega-eventos esportivos trouxeram para o Rio um potencial de crescimento excelente. Em menos de dez anos a cidade será sede dos eventos esportivos do mundo, aliado às descobertas como o petróleo do pré-sal, o crescimento da economia dos países emergentes, e a situações especificas, a cidade possivelmente dará em dez anos resultados superiores a períodos três vezes maiores. A entrada de cada vez mais capital estrangeiro, o aumento do turismo e o aquecimento da economia local muda a vida da população e conseqüências destas mudanças já podem ser notadas. Toda ação provoca uma reação. Mudanças em escalas como essas provocam impactos positivos e negativos e põem em duvida o maior retorno, garantido pelos organizadores dos eventos e promovidos pelos políticos envolvidos, o legado deixado para a cidade, para o país e para a população local. O objetivo deste estudo é identificar estas oportunidades, analisar os impactos e o legado que estes mega-eventos trarão para as sedes brasileiras e, especialmente, para a cidade do Rio de janeiro

6 METODOLOGIA Este trabalho foi desenvolvido através de um estudo teórico com pesquisa bibliográfica e consulta a jornais (O globo, Folha), revistas (Isto é dinheiro, Você S.A), pesquisa de campo, seminários (5º Seminário de Empreendedorismo, Sistema Firjan). Teve como característica a pesquisa descritiva, onde o objetivo foi identificar as principais oportunidades geradas pelos grandes eventos esportivos na cidade e no país e seus impactos e o legado para a população local.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Os grandes eventos 10 CAPÍTULO II - As oportunidades 16 CAPÍTULO III Impactos e legados para a cidade 21 CONCLUSÃO 30 INDICE DE FIGURAS 32 ANEXO I - Reportagem 34 ANEXO II Entrevista 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40 ÍNDICE 41

8 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, muitos países vêm buscando promover megaeventos esportivos como estratégia para captar investimentos e ganhar visibilidade global. Os retornos que estes eventos trazem para a economia do país são a justificativa para o empenho e os elevados gastos públicos para sediar tais eventos. Em 2009, a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede dos jogos olímpicos de 2016. Um estudo sobre o impacto econômico destes eventos foi divulgado pelo Comitê Organizador da candidatura brasileira, e as estatísticas demonstram um impacto de aproximadamente 22 bilhões sobre o PIB do Brasil (dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Republica, 2009) A Copa do Mundo de Futebol, em 2014, é também outro megaevento esportivo programado para o país. No período de preparação, reformas, obras de infra-estrutura e construção de estádios serão realizados. As 12 cidades sedes escolhidas são Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Porto Alegre- RS, Brasília-DF, Cuiabá- MT, Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Manaus-AM, Natal-RN, Recife-PE e Salvador-BA. Muito provavelmente o Brasil terá uma grande visibilidade com a promoção destes grandes eventos esportivos, porem os benefícios econômicos que estes eventos trazem para o país são complicados de serem mensurados, visto que envolvem reformas, construção de estádios, obras de infra-estrutura urbana, investimentos privados, fluxos turísticos e visibilidade internacional. Os organizadores costumam defender que estes eventos estimulam negócios domésticos e por este motivo os benefícios econômicos superam os custos.

9 Os mega eventos esportivos podem vir a representar um fator de aceleração no processo de investimentos em áreas muito importantes que já deveriam ter se desenvolvido há algum tempo. Neste caso estamos falando especificamente em investimentos de infra-estrutura urbana. Além de investirem em construção de arenas, Barcelona em 92 e Seul em 88 utilizaram-se dos jogos para revitalizarem totalmente suas infra-estruturas urbanas. Uma infra-estrutura enfraquecida, que constantemente atrapalha o desenvolvimento econômico de uma região, quando beneficiada pela Copa do Mundo ou pelos Jogos Olímpicos, pode produzir uma redução de custo e impulsionar a produtividade e a própria economia.

10 CAPÍTULO I OS GRANDES EVENTOS COPA-2014 E OLIMPÍADAS-2016 Foram divulgados, em fevereiro de 2010 pelo Ministério do Esporte, os investimentos em infra-estruturar para a Copa de 2014 referentes à mobilidade urbana e reforma/construção de estádios. Os dados demonstram que grande parte do investimento que chega a 10,1 bilhões de reais, serão financiados por órgãos públicos, o que indica a falta de recursos provenientes da iniciativa privada ou de parceiros público-privados (PPP). O governo alega que o BNDES realizará parte dos recursos em operações de credito feitos de acordo com as condições e operações de mercado, o que se subentende como um financiamento privado. O cronograma de preparação da Copa informa que as construções e reformas dos estádios são sua primeira preocupação. Dos estádios-sedes da Copa, somente três são privados (Beira-Rio, Curitiba e Morumbi), estes, juntos, correspondem a aproximadamente 6% do total de investimento previsto. Conforme a tabela 1, o BNDES será o financiador principal das reformas e obras nos estádios, em torno de três bilhões de reais. O Clube Atlético Paranaense terá 25 milhões concedidos em credito e o São Paulo Futebol Clube terá 150 milhões. Deste modo o governo visa o financiamento em infraestrutura urbana e o BNDES fomentará os investimentos nos estádios. Em ambos os casos existem condições regionais especificas como o mecanismo de incentivo ao financiamento ou o subsídio do poder publico.

11 Na maioria das cidades-sede, as obras de infra-estrutura são as necessidades mais urgentes e por essa razão são responsáveis pelo maior valor dos investimentos previstos no orçamento para a Copa do Mundo de 2014. Porem, mesmo tendo a maior quantidade de recursos, essa obras estão previstas para ser entregues um ano antes da Copa das Confederações de 2013, evento teste que acontece um ano antes da Copa do Mundo, e assim se torna o maior desafio em todo o processo de preparação Todo este cronograma nos mostra que o desafio do país para sediar estes eventos não esta apenas em dar conta de todas as obras, reformas e determinações da FIFA, mas realizá-los a tempo e, principalmente, através de um desenvolvimento dos setores da economia do país e dos serviços públicos e não de medidas provisórias, paliativas, apenas para suportar o período dos eventos. Os resultados acima se referem aos impactos dos investimentos em infra-estrutura urbana em estádios, programados para a Copa de 2014, alem de outros impactos provenientes de eventos esportivos (aumento do numero de turistas no evento e pós evento, desenvolvimento dos setores de serviços e hotelaria e maior exposição internacional para o país, o que também implica em um aumento na captação de investimento externo. Mesmo sendo difícil mensurar estes impactos, alguns especialistas em economia do turismo consideram que um evento como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos apenas substituem turistas usuais por turistas-copa / turistas-olimpíadas. Desta forma os eventos não teriam um retorno significativo para a economia do país tendo em vista que os investimentos realizados seriam superiores aos retornos obtidos para os setores da economia e para o país. O principal retorno da Copa para as cidades-sedes definitivamente não esta no retorno financeiro que o período do evento trará, nem na exposição internacional do país, e sim na melhoria da infra-estrutura urbana e no legado que estas melhorias trarão para a qualidade de vida da população á longo prazo.

12 Outro grande desafio para a realização dos eventos e para o sucesso dos mesmos está nas opções de financiamento, visto que o impacto econômico pode ser mascarado com o financiamento publico ou com o crescimento da divida publica. Mesmo o futebol sendo a paixão nacional, não se sabe ao certo como avaliar o beneficio que as reformas e as construções de estádios, públicos ou privados, trarão para a população local. Esta cada vez mais disputado a concorrência entre países candidatos a sediarem grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, porém, a viabilidade e o custo x benefício de realizar tais eventos ainda não é unanimidade entre os especialistas. Os estudos disponibilizados até o momento divergem quanto ao retorno que estes eventos trazem para o país e para a população, principalmente pela dificuldade de mensurar estes aspectos. O valor do investimento está diretamente relacionado ao nível de infra-estrutura do país e das cidades-sede, dos objetivos para o evento e dos critérios tomados na contabilidade. Como parâmetro, o valor do investimento em infra-estrutura para os jogos de Pequim em 2008 varia entre vinte e dois e quarenta milhões de dólares. A partir dos anos setenta, a FIFA passou a adotar normas e a aumentar os requisitos para a realização da Copa, o que fez com que os países concorrentes tivessem que aportar recursos cada vez maiores. Conseqüentemente os espaços urbanos revitalizados demonstraram uma valorização positiva, o que propiciou também uma melhora para a imagem do país. Ao contrario de Barcelona em 1992, que revitalizou toda sua região portuária, Atlanta em 1996 é um exemplo negativo em relação a elevados custos, subutilização das instalações esportivas e a ausência de um legado significativa para a população. Planejar o legado para o país e para a população é uma tarefa que cabe muito mais aos governantes e à sociedade civil do que a FIFA ou ao COI. É notório também que os interesses dos países desenvolvidos com o evento possui diferenças aos interesses dos países emergentes.

13 Para os países desenvolvidos, além da necessidade de um investimento menor, visto que os problemas de infra-estrutura são muito inferiores aos dos países emergentes, pode ser que o objetivo do evento para o país seja apenas que ele dê certo e que transmita uma boa imagem do país. Já nos países emergentes, além de um orçamento muito superior, os investidores tem que dar conta de gastos com infra-estrutura urbana que não teriam em países desenvolvidos. Neste caso, para os países emergentes, o ponto positivo do evento também vem através da afirmação do país no contexto mundial. TABELA 1: Investimentos previstos em obras para a Copa-2014 (R$ milhões). Obras Fonte de recursos Infraestrutura Total Part. (%) Part. (%) Estádio Part. (%) urbana BNDES 1499,0 14,8 3427,6 64,8 4926,6 32,0 Financiamento Caixa 6422,3 63,5 0,0 0,0 6422,3 41,7 Governo Distrital 0,0 0,0 340,0 6,4 340,0 2,2 Governo Estadual 1740,6 17,2 1156,4 21,9 2897,0 18,8 Governo Municipal 452,0 4,5 34,1 0,6 486,1 3,2 Clube Atlético Paranaense 0,0 0,0 113,0 2,1 113,0 0,7 Esporte Clube Internacional 0,0 0,0 130,0 2,5 130,0 0,8 São Paulo Futebol Clube 0,0 0,0 85,0 1,6 85,0 0,6 Total 10113,9 100,0 5286,1 100,0 15400,0 100,0 Fonte: Ministério do Esporte Outro tipo de investimentos, de natureza mais transformadora, é representado pelo empenho do no que podemos chamar de recuperação do atraso, envolvendo investimentos que já deveriam ter sido executados, ocasionando uma diminuição do déficit de infra-estrutura, e implicando um legado fundamental para as perspectivas posteriores de crescimento do país ou da cidade. São construções ou melhoria de aeroportos, investimentos em transporte urbanos de massas e, em alguns casos, sistemas de inteligência ligada à segurança pública ou contra atentados terroristas.

14 As vantagens de se aproveitar um mega-evento para recuperar o atraso são óbvias. No caso do Brasil, a necessidade em investimentos em infraestrutura urbana é muito superior à de países desenvolvidos, porém as necessidades da cidade ou do país podem não estar necessariamente entre as maiores prioridades dos organizadores. O que se deve (e pode) fazer agora é alinhar os requerimentos de infra-estrutura estabelecidos pela FIFA e pelo COI aos interesses de longo prazo do país e da cidade do Rio de Janeiro. Os investimentos necessários em sistemas de transporte, estádios, acomodações, infra-estrutura de tecnologia de informação e telecomunicações e toda a sorte de estruturas e edificações devem se inserir em um planejamento de longo prazo, que otimize o legado que restaria para a sociedade brasileira após a realização dos eventos. TABELA 2: Investimentos previstos por Cidades-Sede para a Copa-2014. Cidades-Sede Valor (R$ milhões) Part. (%) % PIB Mun. % PIB Estadual Manaus (AM) 1837,80 11,93 5,34 4,37 Fortaleza (CE) 1031,60 6,70 4,22 2,05 Natal (RN) 695,00 4,51 8,66 3,03 Recife (PE) 1168,00 7,58 5,64 1,88 Salvador (BA) 1131,30 7,35 4,23 1,03 Belo Horizonte (MG) 1431,60 9,30 3,75 0,59 Rio de Janeiro (RJ) 1910,00 12,40 1,37 0,64 São Paulo (SP) 3096,50 20,11 0,97 0,34 Curitiba (PR) 603,90 3,92 1,60 0,37 Porto Alegre (RS) 498,60 3,24 1,49 0,28 Cuiabá (MT) 894,70 5,81 11,32 2,10 Brasília (DF) 1101,00 7,15 1,10 1,10 Total 15400,00 100,00 1,95 0,70 Fonte: Ministério do Esporte (2010) e IBGE (PIB de 2007). De fato, a escolha que beneficiou o país para a realização das atividades de 2014 e de 2016 deve ser encarada como uma grande janela de oportunidade para realizar intervenções que contribuam mudando o perfil do país e, principalmente, da cidade, uma vez que o impacto dos jogos para o Rio será proporcionalmente maior que o da Copa para o Brasil como um todo. Isto porque, ao contrario da disseminação dos investimentos em diversos espaços geográficos; com alterações urbanas estritamente pontuais e o caráter

15 imensurável da melhora de imagem do país associados a uma Copa do Mundo, as Olimpíadas implicam realizar investimentos basicamente concentrados em uma única cidade, um potencial de transformação urbana estruturante e a criação de uma cidade-âncora para o turismo internacional, com benefícios explícitos em caso de sucesso do evento. FIGURA 1: Impactos municipais da Copa-2014 (a) Var % PIB municipal (b) Var PIB municipal em R$ milhões Em relação à Copa do Mundo 2014 no Brasil, é importante ressaltar cada um dos principais itens de investimento que são determinantes para a realização do evento: aeroportos, arenas e mobilidade urbana. Investimentos na rede hoteleira, infra-estrutura de telecomunicações, energia e portos apresentam problemas em determinadas cidade, mas com soluções já em andamento. Dos requisitos de investimentos solicitados para Copa, a construção e reforma de estádios é entendido como o único rigorosamente determinante para a realização do evento. Pode haver soluções que resolvam as dificuldades na realização dos outros investimentos, mas com toda a certeza, sem estádios, o evento não será realizado

16 CAPÍTULO II AS OPORTUNIDADES Desde a confirmação dos maiores eventos esportivos, o Brasil corre contra o tempo para preparar toda estrutura necessária e já percebe uma movimentação significante em vários setores da economia. Os eventos vão mudar a vida e a rotina de muita gente, segundo dados do IBOPE, 25 % dos brasileiros afirmam não ter muito interesse na Copa de 2014, 27% afirmam ter interesse, mas não muito, e 26% afirmaram não ter nenhum interesse. Mesmo estes que grupo que dizem não ter muito, ou nenhum interesse conseguirão fugir dos efeitos destes mega-eventos. Especialmente os moradores locais e os que moram nas regiões próximas às arenas onde se realizarão os jogos. Para estes moradores, a rotina não será a mesma e, efeitos como a valorização imobiliária, a alteração do transito, principalmente em locais próximos às arenas, já podem ser notados. Figura 1

17 Fonte: Firjan O Rio de Janeiro será uma das cidades-sede da Copa de 2014, e será no Maracanã, tradicional palco carioca e brasileiro, a grande final da competição. Esta valorização já é percebida nos bairros próximos, como Maracanã, Tijuca, Rio Comprido e Vila Izabel. O Engenhao, estádio que foi construído para os jogos Panamericanos de 2007 e hoje pertence ao Botafogo de Futebol e Regatas, é usado como parâmetro para justificar o otimismo dos especialistas. O Méier, bairro onde se localiza o estádio, sofreu uma valorização próxima de 40%, segundo dados oficiais do Comitê Organizador do evento. A Barra também é um bairro que já sofre uma significativa valorização por conta dos mega-eventos esportivos. É onde se encontra o Velódromo, a Arena HSBC, o parque aquático Maria Lenk, todos legado dos Pan-americanos. A proximidade com o Rio Centro, que receberá também competições é mais uma influencia na valorização do bairro. Nos últimos cinco anos a região valorizou cerca de 70% e a tendência é valorizar ainda mais. Figura 2

18 Fonte: Firjan Enquanto que a valorização imobiliária não traz problemas para bairros nobres como a Barra, não se pode dizer o mesmo para bairros mais populares como Tijuca, Vila Izabel e São Cristóvão. Isso acontece porque a população da Barra, onde o metro quadrado custa R$ 6 mil, possui renda familiar média de R$ 10 mil e no bairro de Vila Izabel, onde o metro quadrado custa R$ 3 mil, a renda media familiar não supera os mesmos R$ 3 mil. As previsões dos especialistas demonstram que os imóveis tendem a valorizar cerca de 70% ate o final dos eventos, se isso acontecer, bairros como Santa Teresa passarão de R$ 2 mil para R$ 3,5 o metro quadrado, em contrapartida, a renda da população não deve aumentar. Esta situação indica que o perfil dos moradores locais tende a mudar. As pessoas buscam imóveis dentro de suas realidades financeiras, através de corretores ou imobiliárias. Quem tinha interesse em comprar um imóvel em santa Teresa desiste, pois não terá condições para pagar. Quem decidir vender um imóvel nestes locais também pode encontrar dificuldades. Ao investir novecentos milhões de reais em um estádio, este investimento não se restringe apenas à arena, mas também a toda a comunidade ao redor. O planejamento da Copa e das Olimpíadas prevê uma

19 serie de estruturações a ser erguidas, o que contribui significativamente para a valorização dos imóveis da região. Figura 3 A construção da passarela ligando os bairros de São Cristóvão e Tijuca é um desses investimentos que beneficia toda a população ao redor do estádio. O percurso reduz o tempo da viagem pela metade. Além disso, serão construídos estacionamentos, e as ruas serão ampliadas, melhorando muito o transito local. Estudar a historia das copas e olimpíadas passadas é um cuidado que pode prevenir o desperdício dos investimentos realizados. Faz-se necessário avaliar se, após a realização dos eventos, a estrutura será aproveitada ou não. Exemplos negativos como o Stade de France, criado para a Copa de 98, representa um destes desperdícios. Localizado no subúrbio de Paris, ele ficou totalmente abandonado, pois todos os times da cidade já possuem suas arenas. Particularmente na copa brasileira, o risco maior está nas cidades sede sem equipes na primeira serie do campeonato nacional, como Manaus e Cuiabá. Nas cidades como São Paulo e Rio, este risco não existe. Ambas possuem equipes na primeira e na segunda serie da competição nacional. O risco maior para estas cidades estão nas lojas, hotéis, restaurantes e outros, que serão construídos preenchendo as exigências para os eventos. Dentre as

20 exigências da FIFA que podem contribuir para este tipo de problema destacase a construção de hotéis de padrões elevados nas proximidades das arenas. Pode se tornar um problema visto que a população do bairro possui um poder aquisitivo bem inferior ao perfil dos hospedes destes tipos de hotéis, e a região possui poucos atrativos que contribuam para a procura por estes tipos de hotéis na região. A historia também nos mostra que um fenômeno ocorrido em outros países que estiveram em situação semelhante pode vir a acontecer. Trata-se da abrupta valorização imobiliária que, antes dos eventos não param de subir e, após os eventos, caem bruscamente, visto que a população local não possui poder aquisitivo suficiente para comprá-los ou se hospedar em hotéis de luxo. Abaixo, segue a proporção do preço do metro quadrado de alguns bairros e a renda familiar das famílias que residem:

21 Figura4 CAPÍTULO III

22 OS IMPACTOS E O LEGADO PARA A POPULAÇAO As organizações da Copa e das Olimpíadas já causaram a expulsão de milhares de cidadãos e, na maioria das vezes, se tornou um impacto negativo no que diz respeito à moradia da população. Isso acontece muito por conta das diversas construções em terrenos invadidos, do governo ou não, em morros, favelas baixas, todas construídas de forma irregular, mas muitas vezes habitadas há alguns anos. No caso do Rio, o risco da expulsão de moradores em regiões próximas as utilizadas para as olimpíadas de 2016 é grande e já começou a acontecer. A ONU, através de sua relatora Raquel Rolnick, tentou tratar sobre o assunto com a FIFA, porém não obteve sucesso. A preocupação da relatora é que estes projetos de reurbanização adotados para a organização do evento ocasione violações extensivas aos direitos humanos, especialmente o direito a moradia. Essas expulsões e a valorização imobiliária contribuem para que a população destes locais migre para regiões cada vez mais distantes. A maneira inadequada com que são distribuídos os benefícios econômicos faz com que o legado deixado pelos eventos fique aquém do esperado. A ONU cita vários exemplos, ocorridos em Copas e Olimpíadas passadas, para justificar esta preocupação. Em Seul 88, mais de quarenta edifícios foram destruídos e 15% da população tiveram que procurar outros imóveis para morar. Em Barcelona 92, centenas de famílias foram removidas de suas casas para dar lugar às novas rodovias. Em Pequim 2008, mais de um milhão de pessoas foram expulsas de suas casas, quem se recusasse a sair era preso. A valorização imobiliária também é um efeito significativo sobre as cidades que sediam estes eventos. Em Barcelona, os preços dos imóveis tiveram alta de 130% nos últimos anos antecedentes aos Jogos Olímpicos. Sydney 2000, com 50% de alta, Seul com 20% e a mais recente Londres 2012, com 35% são outras que também tiveram o mesmo impacto.

23 Para os jogos Olímpicos na cidade carioca, a ONU já pede atenção aos prováveis desrespeitos e violações dos direitos. A Vila do Autódromo, a favela do Metrô, entre outras, já sofrem preocupados com a falta de informação sobre as compensações às famílias desabrigadas. Para podermos prever os efeitos que estes eventos esportivos trazem aos países e cidades que as sediam, faz-se de suma importância o estudo sobre os impactos habitacionais ocorridos nos últimos eventos realizados. OS IMPACTOS HABITACIONAIS Olimpíada de Seul-1988 Em Seul, de cada cem famílias, quinze foi expulsa de forma violenta. Mais de quarenta mil edificações foram destruídas durante a preparação das Olimpíadas. A especulação imobiliária subiu em mais de 20% o preço dos imóveis e em mais de 30% o de terrenos. Olimpíada de Barcelona-1992 Dezenas de famílias foram expulsas para darem lugar à construção de novas vias urbanas antes das Olimpíadas de 1992. A especulação imobiliária por conta dos Jogos ocasionou uma valorização de 130% no preço valor dos imóveis. Copa do Mundo dos Estados Unidos-1994 Trezentas pessoas foram removidas de suas casas durante a preparação para a Copa. Olimpíada de Atlanta-1996 A população de classe baixa foi a que mais sofreu em Atlanta. Milhares de moradores de baixa renda foram removidos da cidade por causa das

24 Olimpíadas. Mil e duzentas habitações para os pobres foram colocadas abaixo em nome das Olimpíadas. Olimpíada de Sydney-2000 A valorização imobiliária aumentou o valor dos imóveis em 50%. Milhares de pessoas foram removidas de suas casas durante a preparação das Olimpíadas Olimpíada de Pequim-2008 O projeto para a cidade previa a migração de boa parte da população para outras localidades. Denunciaram despejos em massa, algumas ocasiões realizadas por pessoas não identificadas. Um milhão e meio de pessoas foram realocadas. Copa da África do Sul-2010 O ministério da habitação informou que o planejamento de construção de imóveis de baixo custo seria afetado por alterações nas demandas do orçamento para a preparação do evento. Milhares de pessoas foram expulsas e realocadas em áreas pobres da cidade. Olimpíada de Londres-2012 Em Londres a especulação imobiliária não chega a ser tão significativa. O valor da valorização imobiliária não passou dos 3% nas regiões próximas ao circulo olímpico enquanto que nas outras regiões da cidade os preços tiveram queda inferior a 1%.

25 Para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, vários assentamentos informais estão sob ameaça de despejo, e devem dar lugar a instalações esportivas necessárias para a realização das Olimpíadas de 2016. A Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 prometem gerar mais de 40 mil empregos para a população do Rio de Janeiro. Figura 5 Com a proximidade da Copa e das Olimpíadas, já é possível observar os efeitos positivos da geração de novos empregos. Na cidade do Rio de Janeiro, serão construídos dezessete novos hotéis até 2014. Bom para o setor de construção civil e bom para o setor de hotelaria, que se beneficia com a geração de novos empregos e com o aumento do numero de turistas na cidade. A visibilidade internacional que a realização desses mega-eventos traz para o país e para a cidade é grandiosa. O Rio nunca viveu um momento melhor para o turismo, e a probabilidade de que estes benefícios permaneçam após o termino dos eventos é certa. Com toda publicidade recebida através da cobertura dos jogos, as probabilidades da manutenção da alta no turismo local é grande. Até o momento, a previsão é que durante o período dos mega-eventos sejam

26 disponibilizadas mais de quarenta mil novas vagas no setor hoteleiro e turístico. As promessas de legado deixadas após os eventos despertam expectativas positivas para a população da cidade e do estado, porém há também muita preocupação com os compromissos a serem cumpridos, uma vez que vários compromissos para Pan-2007 não foram cumpridos. Conforme o Dossiê das Olimpíadas do Rio em 2016, segue um resumo dos diversos compromissos registrados para o evento: Legado dos Jogos Rio 2016 1. Transformação da cidade do Rio de Janeiro Melhoria da qualidade do ar pelo controle mais estrito das emissões de indústrias e transportes públicos. Melhoria dos transportes públicos com a criação do Anel de Transporte de Alta Capacidade. Importantes melhorias na segurança com novos sistemas e competências. Preservação da maior floresta urbana do mundo. Plantio de 24 milhões de árvores até 2016. Transformação da zona portuária em grande bairro residencial, de entretenimento e turismo, que renovará o elo entre o porto e o centro.

27 Novos centros residenciais e de entretenimento nas Zonas Maracanã e Deodoro. Importante renovação de infra-estrutura na Barra da Tijuca (instalações esportivas e de lazer, transporte). Criação do Parque Radical de Deodoro com ampla variedade de instalações esportivas e de lazer. 2. Inserção social: habitação, treinamento e emprego Novas habitações (mais de 24.000 quartos), resultado das quatro vilas construídas para os Jogos. Programa de treinamento de 48.000 adultos e jovens financiado pelo Comitê Organizador Rio 2016, visando formar profissionais e voluntários em setores de importância estratégica para os Jogos. Criação de 50.000 empregos temporários e 15.000 permanentes nas áreas de grandes eventos, gestão de esporte, turismo, operações das instalações e no comércio. Número considerável de empregos na construção civil,

28 resultado dos investimentos em infra-estrutura. Aquisição de bens e de serviços para os Jogos nas comunidades locais. 3. Esporte, juventude e educação Ampliação do Programa Segundo Tempo (PST), que dá acesso ao esporte nas escolas públicas, dos atuais um milhão de atendidos para três milhões em 2016. Investimento superior a US$ 400 milhões (2009 2016), no Programa Mais Educação, que financia instalações esportivas nas escolas públicas. Melhoria dos métodos de ensino de educação física e esportiva, reforçando-se o objetivo de popularizar essa disciplina nos estabelecimentos de ensino. Ampliação dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) e Universitários Brasileiros (JUBs) dos atuais 2,5 milhões de estudantes participantes para cinco milhões de estudantes, estimulando a participação nos esportes Olímpicos. 4. Promoção e desenvolvimento do

29 Esporte Oferta de até 11.000 Bolsas-Atleta até 2018. Oferecimento de Bolsas do Centro Olímpico de Treinamento para atletas e treinadores de todo mundo. Investimentos federais superiores a US$ 210 milhões na preparação das equipes brasileiras. Instalações de treinamento, sendo 14 instalações fora do Rio de Janeiro e 29 na cidade, todas localizadas em comunidades e próximas a escolas públicas. Formação de oficiais técnicos brasileiros e sul-americanos qualificados e experientes, em especial dos esportes menos desenvolvidos em nosso país. 5. Contribuição para o movimento Olímpico Elaboração de conceitos eficazes de entretenimento esportivo, preservando a tradição de cada esporte e mobilizando a energia dos espectadores brasileiros.