Financiamento da indústria audiovisual. 24 de setembro de 2010



Documentos relacionados
DIAGNÓSTICO, AVALIAÇÃO E PERSPECTIVAS DO FSA

Sumário. Capítulo 1 Breve histórico do setor cinematográfico e audiovisual brasileiro e. mundial Introdução...1

Atuação do BNDES no Audiovisual. Nordeste Lab 2016

Pré-Conferência Setorial do Audiovisual Propostas Aprovadas nos GTs - COMPLEMENTARES

POLÍTICA PÚBLICA AUDIOVISUAL

Atuação do BNDES no desenvolvimento da Economia da Cultura

FINANCIAMENTO A PROJETOS DE TV

PODER EXECUTIVO DECRETO Nº DE 15 DE ABRIL DE 2013.

! " # $ % & ' ( ) &*+ #

Indústria Audiovisual Como investir? 28/05/2013

bservatório dos Editais

OPORTUNIDADES DE FOMENTO À INOVAÇÃO PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS. Agnaldo Dantas Unidade de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade

28/04/2011. Cláudia Sousa Leitão NO MUNDO

DESAFIOS PARA EXPANSÃO E DIVERSIFICAÇÃO DO PARQUE EXIBIDOR BRASILEIRO. Roberto Lima - Diretor

Estratégia mercadológica e comunicação

APRESENTAÇÃO APL AUDIOVISUAL

FONTES DE FINANCIAMENTO CULTURAIS NOVEMBRO 2008

INOVAR E INVESTIR PARA SUSTENTAR O CRESCIMENTO

Panorama Recente da Inovação no Brasil

MANUAL DE HABILITAÇÃO CHAMADA PÚBLICA BRDE/FSA COPRODUÇÃO INTERNACIONAL MUNDO

PLANO SETORIAL DE TEATRO. DOCUMENTO BASE: Secretaria de Políticas Culturais - SPC Fundação Nacional de Artes FUNARTE Câmaras Setoriais de Teatro

Palavras-chave: indústria audiovisual Brasil; políticas culturais; fomento; financiamento; profissionalização.

A DISTRIBUIÇÃO DE FILMES NACIONAIS NO BRASIL: uma análise do período

MANUAL DO PATROCINADOR Conselho Regional de Contabilidade - SC 31/08/2016

FUNDO SETORIAL DO AUDIOVISUAL FSA INTRODUÇÃO

ECONOMIA CRIATIVA E DESENVOLVIMENTO. Cláudia Leitão Rio de Janeiro, 10 de junho de 2011

Desafios da Comunicação na nova Era Digital. Debora Ivanov Diretora-Presidente da ANCINE ABRATEL Setembro/2017

A Nova Agenda Carlos Américo Pacheco São Paulo, 08 de novembro de 2006

Oportunidades e desafios no setor audiovisual. Debora Ivanov SEBRAE Paraná Seminário Desafios para Empreender

PAINEL 10 FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA FAUSTO MOREY SECRETARIA TRANSPORTES METROPOLITANOS - STM

FIESP Workshop de Telecomunicações LEI GERAL DAS TELECOMUNICAÇÕES: 20 ANOS (LGT +20) Oscar Petersen

TERCEIRO SETOR, CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Mecanismos de Financiamento para a Indústria de P&G. Helena Tenório. Chefe do Departamento de Programas e Políticas do BNDES. 2 de julho de 2008

LOCALIZAÇÃO. Posição ESTRATÉGICA na América do Sul Fácil acesso para o Mercosul e para os maiores mercados no Brasil

Apoio à Inovação Nov/2015

O Complexo Industrial da Saúde na Inovação. "Políticas Públicas e Desenvolvimento Industrial do Setor Saúde BRITCHAM

Economia criativa UERJ 2016

O andamento das ações adotadas pelo Governo Federal no âmbito do PNBL

Sobre a ABPITV. Fundada em 1999! Quatro Pilares! Projetos! Capacitação Desenvolvimento Política Setorial Divulgação DOCTV/CPLP

INSERÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO MERCADO INTERNACIONAL

A Digitalização do Parque Exibidor Brasileiro: Análise a partir de Indicadores 1. Gabriela ANDRIETTA 2 EACH - USP Leste

Diagnóstico Territorial Noroeste Colonial

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

SISTEMA DE FOMENTO E INCENTIVO À CULTURA Visão Geral, Evolução e Perspectivas no Brasil

INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA

DESAFIOS COMPETITIVOS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO

A Spcine Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, no uso das suas atribuições, torna públicas as seguintes alterações:

Políticas Estaduais para Energia Solar Fotovoltaica

ESPECIALISTAS EM PEQUENOS NEGÓCIOS. Especialistas em pequenos negócios / / sebrae.com.br

Plano Brasil Maior 2011/2014. Inovar para competir. Competir para crescer.

Sobre Ikeda, Marcelo. Cinema brasileiro a partir da retomada aspectos econômicos e políticos, São Paulo: Summus, 2015, 268 pp, ISBN:

Desenvolvimento Local: Concepção, Avanços e Desafios

SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

manual do audiovisual 180 páginas

Incentivos Fiscais à PD&I no Brasil

Perguntas freqüentes FAQ

Goiás No BRAsiL solar PoWER

Relatórios Econômicos OCDE BRASIL 2018

1º Simpósio de Inovação Tecnológica - UNESP

Banda Larga O que o Brasil precisa?

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA PARA AS ELEIÇÕES 2014

A1. TAXA DE JUROS COMPETITIVA, FACE AOS PRINCIPAIS CONCORRENTES INTERNACIONAIS, PARA FINANCIAMENTO DE BKM - BENS DE CAPITAL MECÂNICOS BRASILEIROS;

Cesar Prata Presidente Conselho do Óleo e Gás

CONDECINE E AS INOVAÇÕES NO AUDIOVISUAL. Ana Paula Bialer

ESPECIALISTAS EM PEQUENOS NEGÓCIOS

CEADEC 16 anos de história e de luta

Indicador População

O que é economia criativa?

Formalização da economia e a redução do uso do papel moeda. Rogério Panca

ESPECIALISTAS EM PEQUENOS NEGÓCIOS

NOSSOS RECURSOS CONCENTRADOS NAS MÃOS DE TÃO POUCOS

Mecanismos Municipais de Fomento à Inovação

O Sistema de CT&I: Restrições ao funcionamento. 1º ENCONTRO INTERNACIONAL DO PROFNIT 2017 SALVADOR BAHIA Fernando Peregrino Presidente do CONFIES

ENCTI. Reunião do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp. Ministro Marco Antonio Raupp. 19 de abril de 2013

São Paulo, 30 de setembro de 2016

4ª CNCTI Seminário Temático

Políticas territoriais e desenvolvimento econômico local

Desafios, Necessidades e Perspectivas na Formação e Capacitação de Recursos Humanos para Exportação, Refino e Distribuição de Produtos Existentes nas

BRASIL SOLAR POWER 2016

Cinema, Soft Power e os BRICS

INVISTA VIA LEI ROUANET NA TV CULTURA

EIXO 5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) VERSÃO PRELIMINAR

Finep Inovação e Pesquisa. Abifina, RJ, 19/07/2017

O maior programa de desenvolvimento da história de Salvador

BANDA LARGA 12ª RIO WIRELESS INTERNATIONAL CONFERENCE EDUARDO LEVY RIO DE JANEIRO, 21 DE MAIO DE 2012

Apoie a Orquestra Criança Cidadã por meio da Lei Rouanet.

Regulamento de Pontuação: Cinema e TV. Regras de apuração de notas nos processos seletivos do FSA Fundo Setorial do Audiovisual

ABPM Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral

Fórum de Políticas Culturais de Minas Gerais

Apuração das metas do contrato de gestão 1º semestre 2010

Plano de Ação Financiamento a Pesquisa e Inovação. Fórum Permanente de Associações Científicas Afiliadas à SBPC

Os Novos Desafios do Pré-Sal Estadão São Paulo 16 de agosto de Eloi Fernández y Fernández Diretor Geral da ONIP

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Sebrae, parceiro dos pequenos negócios

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Cidadãos Inteligentes

Sistema Nacional de Fomento

Programa Ciência sem Fronteiras e Cooperação Internacional

SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

A IDEIA TERRITÓRIO 05/05/2016. Evolução de empresas e instituições 192. II Colóquio sobre Gestão Pública / UFRN

Transcrição:

Financiamento da indústria audiovisual 24 de setembro de 2010

Econômicos Cinema brasileiro > Desafios Crescer Ser mais competitivo (+ receita, + prêmios, + vendas internacionais) Atrair mais investimento privado (interno/externo) Vencer no mercado interno Globalizar-se Sociais Gerar mais renda Gerar mais emprego Ampliar base de consumo Impactar mais outros setores Impactar mais o PIB

Cinema brasileiro > Características estruturais Setor de ciclos não-estruturantes de sucesso Cinédia Atlântida Vera Cruz Embrafilme Lei do Audiovisual (desafio: transformar este ciclo em processo contínuo de êxito) Setor ainda dependente 2/3 do investimento é estatal (dependência, ausência de sustentabilidade) 2/3 do investimento estatal é a fundo perdido (geração de valor baixa) 2/3 do investimento estatal é em produção (desequilíbrio na cadeia de valor) 2/3 dos recursos de produção vão para filmes com pouco público e poucos prêmios Crescimento do mercado não acompanha o crescimento do país Mercado tem um tamanho aquém do possível Fomento é para projetos, não para empresas

Mecanismos de financiamento > Produção Mecanismos geradores de dependência (fundo perdido/sem foco em resultados) Artigos 1 e 1A Lei Rouanet Leis municipais e estaduais (ISS, ICMS) Editais regionais (Paulínia, SP, MG, PE, DF, RS) Editais da SAV PAQ (Ancine) Mecanismos indutores de desenvolvimento (reembolsáveis/com foco em resultados) Artigos 3 e 3A Fundo Setorial do Audiovisual Funcines Art. 39 da MP 2.228/01 RioFilme Prêmio Adicional de Renda (Ancine) BNDES / Procult

Fonte: Ancine / Filmes nacionais lançados 2007 2009 (232 filmes) / Recursos fundo perdido = Art. 1 e 1ª + Lei Rouanet / Recursos mercado = Art 3 + Art. 3 A+ Funcine + Art. 39 Efeito multiplicador > Impacto na atividade O investimento a fundo perdido via leis de incentivo possui um efeito multiplicador limitado. R$ 48,4 R$ 70,7 R$ 107,9 Renda em cinemas gerada a cada R$ 100 investidos via: recursos a fundo perdido todos os tipos de renuncia fiscal federal mecanismos de mercado

Evolução da captação > Incentivos federais 153,7 151,4 A captação via leis de incentivo fiscal federais caiu em 18% em 2009... 124,4 2007 2008 2009 Captação de recursos via leis de incentivo fiscal federais R$ Mi Fone: Ancine / Art. 1 e 1ª + Lei Rouanet + Art. 39 + Art 3 + Art. 3A

Evolução da captação > Incentivos federais...e a queda impactou principalmente os mecanismos de mercado (-31,3%). 60,5 57,8 39,7 2007 2008 2009 Captação de recursos de mercado via leis de incentivo fiscal federais R$ Mi Fone: Ancine / Art 3 + Art. 3 A + Art 39 + Funcines

Evolução da captação > Incentivos federais Hoje, 2/3 dos investimentos via leis de incentivo federais são a fundo perdido e a proporção cresce. 60,6% 61,8% 68,1% 39,4% 38,2% 31,9% 2007 2008 2009 % recursos a fundo perdido na captação % recursos de mercado na captação Fonte: Ancine / Recursos fundo perdido = Art. 1 e 1ª + Lei Rouanet / Recursos mercado = Art 3 + Art. 3 A+ Funcine + Art. 39

Mecanismos de financiamento > Distribuição Mecanismos geradores de dependência (fundo perdido/sem foco em resultados) Artigos 1 e 1A da Lei do Audiovisual Petrobrás Cultural Mecanismos indutores de desenvolvimento (reembolsáveis/com foco em resultados) Artigo 3A Fundo Setorial do Audiovisual Funcines RioFilme Prêmio Adicional de Renda BNDES / Procult

Mecanismos de financiamento > Distribuição Os mecanismos existentes favoreceram durante muitos anos as majors vs. as distribuidoras independentes nacionais O artigo 3 tem méritos, mas a ausência de um mecanismo compensatório para as distribuidoras nacionais gera um desequilíbrio competitivo PAR/Distribuição = R$3,3Mi > < Art. 3 = R$23,5Mi (2009) Linha C do FSA reduz esta distorção / Mas é um dinheiro mais caro Funcine é over-regulamentado / Artigo 3 tem regulamentação mínima Proposta: Elevar dotação do PAR/Distribuição e simplificar Funcines Proposta: Elevar dotação da Linha C do PAR Fonte: Ancine

Mecanismos de financiamento > Exibição Mecanismos geradores de dependência (fundo perdido/sem foco em resultados) Artigos 1 e 1A da Lei do Audiovisual / Pouco usados Mecanismos indutores de desenvolvimento (reembolsáveis/com foco em resultados) BNDES / Procult Fundo Setorial do Audiovisual Funcines / Pouco usados Prêmio Adicional de Renda / Para cinemas culturais (paradoxo) RioFilme Isenções tributárias

Para transformar o cinema brasileiro em indústria sustentável e competitiva... + Recursos em mecanismos indutores de desenvolvimento (reembolsáveis/com foco em resultados) + Equilíbrio entre os elos da cadeia de valor + Isenções, reduções de alíquotas e racionalidade tributária (são os mecanismos mais eficazes de estímulo econômico) + Fomento e crédito para empresas (em vez de projetos) + Incentivo ao investimento privado + Combate à pirataria + Estímulo à atração de produções estrangeiras + Estímulo à qualidade das produções e à qualificação profissional + Incentivo às distribuidoras nacionais + Incentivo ao segmento de distribuição ( Cinema Perto de Você )

O audiovisual é uma vocação do Rio 54,8% dos filmes nacionais lançados (2009) 2/3 dos lançamentos que passaram de 100.000 ingressos (2009) 89,1% do público e 90,4% da renda do cinema brasileiro (2009) 2 das 3 maiores distribuidoras brasileiras em renda e público (2009) 30 mil empregos diretos (IBGE/2007) Sede do maior festival de cinema da América Latina (Festival do Rio) Sede da maior empresa nacional de exibição (Severiano Ribeiro) Centro de produção para TV (Globo, Record e Band) Centro de infraestrutura (Teleimage, Mega, Link, Quanta, Polo etc.) Centro de formação (PUC, Estácio, UFF, Escola Darcy Ribeiro etc.)

O Rio voltou a liderar em captação (2009) 68,4 73,2 66,0 44,1 9,8 14,3 2008 2009 Recursos captados via leis de incentivo: Rio de Janeiro São Paulo Outros Fonte: Ancine

E se consolidou em produções estrangeiras 56,5% 47,0% 40,7% 28,7% 12,3% 14,8% 2008 2009 % de produções internacionais por UF da empresa brasileira responsável Rio de Janeiro São Paulo Outros Fonte: Ancine

Porém... Podemos (e devemos) avançar Consolidar o Rio como principal polo de audiovisual do país Elevar a participação de empresas do Rio na captação de recursos federais Estimular o segmento de animação Aproximar produção independente de TV e emissoras Estimular o segmento de jogos eletrônicos Estimular projetos em múltiplas plataformas Estimular a articulação entre produção e difusão Melhorar a qualidade dos projetos e dos produtos Apoiar a formação e a capacitação de profissionais Atrair novos investimentos privados

RioFilme e SEC estão trabalhando para isso Articulação Estado + Prefeitura / Programa Rio Audiovisual Investimentos da SEC (PAR/RJ e PEEC/RJ - R$ 1,6 milhão) Investimentos da RioFilme (R$ 17 milhões) Rio Film Commission / Edital (R$ 1 milhão) Isenção de ICMS para importação de equipamentos Isenção de IPTU para empresas do setor Incubadoras Rio Criativo (R$ 5,5 milhões) Funcine Rio 1 (R$ 18,25 milhões) Programa de Chamadas Públicas de Audiovisual RioFilme /SEC (R$ 8,3 milhões) Acordo de Cooperação Técnica / Cursos no SENAI