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Transcrição:

Análise de Sistemas de Informação Aplicados à Gestão Portuária Sampaio, Cláudio Mueller P. * e Kurosawa, Rosane S. S. * * Depto. Engenharia Naval e Oceânica, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Av. Prof. Mello Morais 2231, Butantã 05508-900 São Paulo, SP, Brasil. Tel: +55-11-3091-5350 ; Fax: +55-11-30915717 ; E-Mail: clasamp@usp.br Resumo A história mundial destaca os portos como sendo elos essenciais à cadeia de suprimentos global; integrando economias, incentivando transações comerciais e estruturando o comércio internacional. Entretanto, os portos não são mais apenas locais de movimentação, armazenamento e o transbordo de cargas, mas um componente fundamental na reestruturação da matriz de transporte. Para executar essas novas funções com eficiência, os responsáveis pelas administrações portuárias estão implementando os mais variados sistemas de gestão da informação com o objetivo de agilizar tanto o processo de documentação, quanto o processo de manuseio da carga. O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento dos principais sistemas de informação aplicados à gestão portuária em nível mundial buscando identificar os requisitos, os procedimentos, as dificuldades e as restrições para a implantação desses sistemas eletrônicos de informação. Adicionalmente, realizou-se levantamento de modernas tecnologias de informação passíveis de aplicação em futuros sistemas de informação portuária. Entre as conclusões do estudo, conclui-se que a arquitetura de sistemas de gestão portuária deve priorizar uma distribuição automática das informações, adotar uma linguagem padrão de transmissão de dados e, preferencialmente, ocorrer através da Internet. A arquitetura do sistema de informação portuário deverá ainda garantir conectividade e interoperabilidade entre os diversos integrantes do sistema portuário, contemplar a agilização e otimização nos processos de importação e exportação, permitir o rastreamento de cargas on-line e oferecer segurança e consistência à realização de transações e à distribuição automática da informação.

Introdução O desenvolvimento do comércio internacional está estreitamente ligado à questão portuária, uma vez que a quase totalidade das mercadorias que circulam pelo mundo é transportada em navios e movimentada através dos portos. As novas tecnologias introduzidas na navegação marítima e na infra-estrutura portuária provocaram profundas transformações no panorama do comércio mundial. No sistema portuário concentra-se, de certa maneira, o ciclo de exportação e importação de insumos e bens de consumo. A qualidade dos serviços prestados pelo sistema portuário influencia diretamente o custo final dos produtos e determina a competitividade no mercado globalizado. A movimentação da carga através do sistema portuário deve atender a dois requisitos básicos: transcorrer no menor tempo possível e ocorrer com segurança. Ambos requisitos podem ser alcançados através da implantação de sistemas eletrônicos de informação que possibilitariam a agilização da tomada de decisão pelos órgãos gestores do sistema. Esses sistemas constituem-se em ferramenta de gestão que permite o planejamento, a organização e o controle dos recursos humanos e materiais viabilizando a qualidade dos serviços prestados pelo sistema portuário. O primeiro aspecto a ser considerado é uma precisa conceituação do termo sistemas de informação. Segundo Laudon&Laudon (1999), esse termo pode ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando integrados para coletar, processar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e a tomada de decisão por parte das empresas e das organizações. Essa definição pode ser complementada com o acréscimo do entendimento prático de sistemas de informação computadorizados com capacidade de garantir confiabilidade e rapidez de acesso às informações. É importante ressaltar que, embora ainda persista a tendência de usar os termos dados e informações como sinônimos, os mesmos representam idéias diferentes. Enquanto que o termo dados representa fatos brutos, o termo informação está associado a dados coletados, organizados, ordenados, analisados e interpretados e, portanto, passáveis de atribuição de significado e contexto. A definição, por parte da empresa, da tecnologia de informação mais adequada às suas necessidades envolve, entretanto, diferentes alternativas. A tecnologia moderna oferece uma ampla variedade de opções cuja escolha depende dos custos envolvidos (capital, manutenção, treinamento, etc.), assim como de outras funcionalidades como, por exemplo,

capacidade de armazenamento do sistema e qualidade e precisão da informação. Outro aspecto importante nesse processo é a característica de transmissão automatizada das informações armazenadas e a capacidade de atualização das mesmas, inclusive com a transmissão via satélite. Finalmente, além de atender as necessidades atuais, é importante que o sistema escolhido tenha capacidade de adaptação ao ambiente empresarial dinâmico que poderá requerer um aumento de serviço, uma modificação das metodologias de trabalho ou uma modernização na operacionalidade dos serviços. Rede de Computadores Uma rede de computadores é uma interconexão de um ou mais computadores com o objetivo de compartilhar dados, programas, correio eletrônico e recursos como impressoras, dispositivos de armazenamento e aplicativos. A implementação de uma rede necessita de um meio físico de transmissão (cabo, fibra óptica ou wireless ) e a seleção de uma linguagem comum de entendimento da informação, isto é, de um protocolo de comunicação. Esta capacidade de compartilhar informações e recursos é que torna qualquer rede uma ferramenta tão valiosa à empresa. O aparecimento dos sistemas em rede possibilitou a imediata integração entre diferentes setores, constituindo-se hoje em uma ferramenta fundamental ao aumento da produtividade. As principais vantagens das redes são o compartilhamento de recursos, o maior controle das informações, o gerenciamento de aplicativos e a possibilidade de armazenamento ( back-up ) centralizado e, como desvantagens, apresenta a necessidade de planejamento, treinamento e manutenção. A classificação das redes pode ser realizada segundo diversos critérios; alguns dos mais comuns sendo: Dimensão ou área geográfica ocupada: Redes pessoais, redes locais, redes metropolitanas, redes de área alargada, etc; Capacidade de transferência de informação: Redes de baixo, médio e alto débito; Topologia ( forma da rede"): Redes em estrela, em "bus", em anel, etc; Meio físico de suporte ao envio de dados: Redes de cobre, de fibra óptica, de rádio, por satélite, etc; Ambiente em que se inserem: Redes industriais, corporativas, etc; Método de transferência dos dados: Redes de "broadcast", de comutação de pacotes, de comutação de circuitos, redes ponto-a-ponto, etc;

Tecnologia de transmissão: Rede "ethernet", "token-ring", ATM ( Asynchronous Transfer Mode ), etc. Um computador conectado em rede necessita componentes específicos tanto em nível de software (sistema operacional e aplicativos), como de hardware. O hardware é constituído de placa de rede local, meios de transmissão, etc, enquanto que o software de rede deve oferecer serviços ao usuário como; confiabilidade, identificação, compartilhamento de recursos, emulação de terminal, correio eletrônico, transferência de arquivos e gerência de rede. A implementação de redes requer também a escolha de um protocolo de comunicação, definido como um conjunto de regras que define procedimentos, convenções e métodos para que dois ou mais dispositivos da rede possam se entender. O procedimento básico de funcionamento do protocolo é a divisão do fluxo de dados em pequenos pacotes, que transmitidos pela rede, são re-agrupados novamente no sistema receptor. O protocolo mais usado atualmente, base da Internet, é o TCP/IP ( Transport Control Protocol / Internet Protocol ). Um dos fatores de seu sucesso é sua tecnologia aberta que permitiu interligar sistemas de diferentes fabricantes. Entre suas qualidades, este protocolo facilita a execução de tarefas como a transferência de arquivo e o acesso a sessões remotas através do método chamado de transferência de dados confiável, ou seja, o processo de transmissão assegura que os dados cheguem na mesma seqüência e estado em que foram enviados. Outra vantagem é a capacidade de verificação de erros, pois o protocolo associa a cada bloco de dados um código numérico reconhecido tanto pelo emissor como pelo receptor e que, ao ser transferido com sucesso, exige do receptor o envio de uma mensagem confirmando a transferência isenta de erros. Internet O conjunto mundial de redes denominado Internet surgiu há mais de 40 anos com o objetivo desenvolver um meio de comunicação capaz de sobreviver às condições adversas de um conflito nuclear. Em 1972 aparece o correio eletrônico, porém somente na década de 90, com a introdução dos computadores pessoais, ocorre sua disseminação. Ainda no início dessa década aparece a World Wide Web (WWW) fundamentada no conceito de hipertexto distribuído e na relação cliente/servidor e que, por estar associada a uma rede mundial, adotou o padrão TCP/IP. O aparecimento da Web colaborou definitivamente para a disseminação mundial da Internet em todas as camadas sociais. Entre os diversos aspectos relacionados à evolução da Internet, a velocidade de conexão assume uma

importância cada vez maior em razão do grande aumento da capacidade requerida de transmissão de dados. Apesar de ainda se verificar a utilização de linha discada, cada vez mais se empregam novas tecnologias como, ATM, cabo ou microondas. Tecnologias de informação O desenvolvimento tecnológico possibilitou a introdução, nos últimos anos, de uma ampla gama de novas tecnologias para o aprimoramento do desempenho dos sistemas de informação. Entre as mais novas tecnologias aplicáveis aos sistemas de informação podese citar: VoIP, cartões inteligentes ( smart cards ), etiquetas inteligentes ( smart tags ), biometria digital, código de barras, etc. A tecnologia chamada de VoIP (Fig. 1), voz através de rede sem fio, possibilitou a integração entre o universo da voz e o universo dos dados, dois ambientes bastante distintos. Em seu atual estágio de desenvolvimento, possibilita o acesso a Internet e a bancos de dados corporativos, assim como possibilita o acionamento de hardwares por comando sonoro. Figura 1 - VoIP: Integração Voz/Dados (Fonte: van Oosterhout, 2001) Outra tecnologia de larga aplicação é aquela associada aos cartões inteligentes ( chip cards ). As primeiras perspectivas surgem na década de 1970, entretanto, somente em 1984, com o projeto piloto da telefonia pública francesa é que realmente tornam-se acessíveis à Sociedade. Os cartões inteligentes possuem impressos circuitos integrados que executam uma extensa gama de funcionalidades e garantem elevado grau de segurança e portabilidade de dados. Os cartões inteligentes (Fig. 2) transformaram-se em instrumentos fundamentais para garantir o acesso à informação e a segurança do sistema. Figura 2 Cartões Inteligentes Smart Cards (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001) Qualquer sistema de informação precisa garantir um alto nível de segurança tanto para o acesso físico, como para o lógico. Para tanto necessita de processos de autenticação e

certificação confiáveis, capacidade essa somente fornecida pelos novos desenvolvimentos da biometria digital que têm a capacidade de reconhecer características físicas específicas do usuário através de uma enorme gama de métodos de identificação que incluem a leitura da íris e da face, a geometria da mão e o reconhecimento do DNA (Fig. 3). A tecnologia empregada, embora sofisticada, é bastante simples exigindo um sensor de leitura para a aquisição dos chamados pontos de minúcia a partir dos quais é gerado um arranjo geométrico que o sensor analisa. Essa tecnologia é extensamente aplicada no controle de acesso físico, bem como no acesso lógico de gestão eletrônica de documentos. Figura 3 Aplicações da Biometria Digital (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001) Finalmente, introduzida a mais de quatro décadas, a tecnologia do código de barras vem evoluindo constantemente. O código de barras é uma forma de caracterizar o produto através da representação gráfica em barras (claras/escuras) cuja disposição está associada a um código de identificação exclusivo chamado GTIN ( Global Trade Item Number ). Apesar de todos os benefícios e vantagens oferecidas, apresentam pequenos inconvenientes que conduziram o mercado, preocupado com o desempenho competitivo, a introduzir as etiquetas inteligentes. Essas apresentam grande capacidade de armazenamento de informações, rastreamento dos produtos e processos e a capacidade de transmitir informação à medida que o responsável, equipado com equipamento de radio freqüência, se desloca pelas instalações. Transferência Eletrônica de Dados ( Eletronic Data Interchange - EDI ) No mundo globalizado e extremamente competitivo, a transferência eletrônica 1 de dados, EDI, tornou-se fundamental à competitividade da empresa exigindo, entretanto, a 1 Transferência de dados estruturados através de mensagens padronizadas (normalizadas), previamente acordadas entre os parceiros comerciais, por meios eletrônicos com o mínimo de intervenção humana.

adoção por parte das empresas participantes um elevado nível de cooperação, colaboração e de partilha de informação. Entre as vantagens oferecidas e as expectativas geradas com a implementação de um projeto EDI pode-se citar: Qualidade e consistência da informação gerada; Integração entre parceiros comerciais; Acesso à informação, dentro de uma estrutura hierárquica e de sigilo; Melhoria de qualidade da informação nos níveis internos e externos; Redução de documentos e cópias em papel; Redução de custos através da minimização de erros e atrasos; Melhor controle patrimonial e financeiro; Estruturação e integração da aplicação de tecnologias de informação; Apoio à globalização do comércio; Promoção à gestão organizacional de cada um dos parceiros. A implementação de sistemas EDI apresenta, porém algumas dificuldades. Os pontos críticos de um projeto de EDI estão associados à necessidade de promover acordos entre parceiros comerciais, organizações privadas, órgãos públicos e/ou instituições financeiras; à definição bastante clara dos objetivos; à formação de capacitação técnica, à manutenção de estrutura de suporte técnico e aos altos investimentos requeridos. Para possibilitar a transferência eletrônica de dados houve a necessidade de padronização da linguagem. No início do processo, linguagens distintas eram empregadas nos Estados Unidos e na Europa o que impossibilitava a troca de mensagens entre empresas americanas e européias. Para disseminar o emprego do EDI, as Nações Unidas realizaram um esforço para desenvolver uma norma internacional, o que resultou na norma UN/ (ISO 9735) ou, simplesmente,. Essas normas caracterizam-se por apresentarem uma gramática constituída de sintaxe própria, regras de estruturação (elementos, segmentos e mensagem) e um vocabulário de termos específicos (lista de elementos de dados, lista de segmentos e lista de mensagens). Com o objetivo de fornecer uma linguagem mais flexível para armazenamento de dados, configurável para qualquer tipo de informação e de padrão aberto, foi recentemente desenvolvida (1996) a linguagem XML ( Extensible Markup Language ). A linguagem XML é uma linguagem de meta-marcação para descrever dados estruturados cuja origem

está na evolução do HTML ( Hipper Text Markup Language ) e que apresenta como principais características, a capacidade de armazenar e organizar todo tipo de informação em um formato adequado; de aceitar um grande número de símbolos; de oferecer várias maneiras para verificação da qualidade de um documento e por oferecer uma estrutura clara e simples facilitando a leitura e análise, tanto por seres humanos como por programas. É claro que, por ser de concepção mais moderna e de estrutura mais flexível, a linguagem XML vem substituindo a linguagem EDI na maioria das aplicações. Entretanto, ainda existem certas situações em que a adoção do padrão EDI é vantajosa como, por exemplo, quando houver grande volume de troca de informações ou quando os custos de implementação de sistemas dedicados forem aceitáveis. Por sua vez, o emprego do XML é recomendado para baixos volumes de troca de informações, quando do uso da Internet de baixa ou média; na existência de poucos parceiros que não queiram implementar EDI ou em pequenas empresas sem condições financeiras para suportar os altos custos de implementação dos sistemas tradicionais. Finalmente, como as duas linguagens foram criadas em épocas distintas, existem no mercado empresas que trabalham como mediadores entre os dois sistemas, bem como entre as diversas versões de sistemas XML. Sistemas eletrônicos de transferência de informação - SETI Existem diversos arranjos para a implementação de sistemas de troca eletrônica de informação cuja escolha depende das necessidades de cada empresa. Entre esses sistemas pode-se citar: SETI Integrado Esse sistema apresenta, como característica principal, a comunicação entre computadores sendo realizada sem qualquer intervenção humana e, portanto, minimizando os tradicionais erros de digitação. O sistema requer, entretanto, altos investimentos, conhecimentos técnicos específicos e o uso de sistemas de transmissão on-line e fixos sendo implementado com sucesso em organizações de grande porte com grande volume de ordens e faturas padrão. O sistema SETI Integrado pode utilizar os serviços de VANs (empresas especializadas pelo encaminhamento/recebimento e gerenciamento de mensagens/arquivos). O processo tem início com a companhia A enviando uma mensagem endereçada à companhia B (Fig. 4). A mensagem é recebida pela VAN que disponibiliza os documentos na

caixa postal da companhia destinatária. A vantagem deste processo é a segurança no recebimento dos dados, pois a VAN emite constantemente notificações de entrega e recebimento, não permitindo que uma das companhias deixe de receber qualquer correspondência endereçada a ela. Figura 4 SETI - Integrado (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001) SETI - Workstation Ao contrário do sistema anterior, a comunicação entre computadores é realizada com a intervenção humana, sendo um sistema adequado para organizações com volumes fixos e moderados de troca de informações. O aspecto positivo é o baixo custo, enquanto o negativo corresponde ao alto índice de erros. SETI Web/Internet Neste sistema o preenchimento das informações é realizado através de uma página na Internet ( Web Site ) não sendo, portanto, necessários grandes investimentos de infra-estrutura. Essa modalidade de troca de informações tem a Web como interface e um dos parceiros, geralmente a grande empresa, como responsável pelo desenvolvimento, compra e disponibilização dos formulários Web padronizados. Os outros parceiros de negócios, tipicamente as pequenas empresas, se conectam à página utilizando identificação de usuário e senha e preenchendo os formulários apropriados. O resultado é enviado para um servidor Web que valida o processo. As desvantagens desse sistema estão associadas à administração da página que geram possibilidades de erros e problemas de integridade das informações. SETI Internet O último sistema a ser descrito caracteriza-se pelo emprego exclusivo da Internet como meio de transmissão das mensagens podendo ser realizada de duas formas

distintas; Open Internet e via FTP. A utilização desse modelo somente é viável quando a tecnologia entre os parceiros comerciais é compatível, pois até versões diferentes de um mesmo aplicativo resultam em problemas de abertura e configuração de arquivos, apesar de que a próxima geração de protocolos para a Internet (NGN) estar sendo desenvolvida para garantir a entrega de mensagens e a qualidade de serviços prestados. A principal vantagem deste modelo está nos reduzidos investimentos necessários. Figura 5 SETI Web/Internet (Fonte: Fonte: van Oosterhout, 2001) Modernização dos portos através da implantação de sistemas eletrônicos de informação O sistema portuário mundial, acompanhando de perto a evolução do comércio internacional, tem se desenvolvido de forma rápida nos últimos anos. Na incessante busca por novos mercados, os serviços portuários tornaram-se importantes instrumentos de fomento à exportação, notadamente quando de baixo custo e de serviços com qualidade. Na busca de qualidade e eficiência observa-se a necessidade de cooperação entre empresas, autoridades e sindicatos objetivando soluções que aumentem a competitividade e que, portanto, possam atrair novos usuários. Essa mudança de atitude acrescentada de investimentos na modernização de equipamentos e automação através de sistemas de informação é fundamental para a criação de um novo paradigma de gestão portuária. Qualquer análise sobre o funcionamento dos grandes complexos portuários mundiais demonstra claramente que a competitividade é a alavanca do aprimoramento da qualidade e da redução dos custos dos seus serviços. Tanto nos portos da Europa, quanto na América e Ásia, o espírito de competição impera nos variados níveis em que se desenvolvem suas atividades.

O primeiro passo em qualquer estudo do sistema portuário é conhecer e compreender as atividades que são realizadas para, somente então, identificar como as tecnologias de informação poderiam contribuir para o aprimoramento do sistema. A atividade básica de movimentação pelo porto corresponde aos processos de embarque e desembarque da carga (Fig. 6). Concomitante à movimentação física existe um fluxo documental que estabelece as ações requeridas para essa movimentação de carga. É justamente nesse circuito documental que o emprego das tecnologias de informação, atuando isoladamente ou em conjunto, pode agilizar o desempenho processos portuários. Essa tendência pode ser observada na tabela 1 em que são apresentados os diversos sistemas implementados em diferentes portos mundiais. Figura 6 Ciclo de exportação e importação (Fonte: Adaptado SECEX, 2002)

País Alemanha França Holanda (Países Baixos) Bélgica Japão Cingapura Alemanha Coréia Espanha Portugal EUA Nome (Ano Ínicio) DAKOSY (1982) ADEMAR (1983) INTIS (1985) SEAGHA (1986) SHIPNET (1986) SEA (1990) TRADENET (1991) BHT (1993) KL-NET (1994) PortIC (1998) MarNet (1998) DTEDI (2001) Tabela.1 Implantação de Sistemas de Informação no Sistema Portuário Mundial (Adaptado, Fonte: Lee, 2000). Entidade/Portos envolvidos Port Community Harmburg Port Community Le Havre Port Community Rotterdam Port Community Antwerp Nippon Telegraph & Telephone Corporation, Maritime Community Singapore Bremen Harbor Telematics Maritime Community Korea Plataforma Telemática da Comunidade Portuária de Barcelona Porto de Lisboa Departamento Defesa/Portos dos EUA Principais Serviços Mail Box /XML GDCS*, DGIS** Liberação Alfândega Porto EDI Mail Box /XML GDCS, DGIS Liberação Alfândegas Mail Box /XML GDCS, DGIS Lliberação AlfândegasPorto EDI Mail Box /XML GDCS* DGIS** Liberação Alfândega Porto Virtual Mail Box /XML GDCS* DGIS** Liberação Alfândega Port-EDI Mail Box /XML GDCS DGIS Port-EDI (PORTNET) Liberação Alfândega. Mail Box GDCS Port-EDI Liberação Alfândega Mail box /XML Port-EDI Mail Box /XML Port-EDI Mail Box Port-EDI Gestão Portuária (SAP R3) Mail Box /XML Rstreamento de carga Proposta Sistema de intercâmbio de informaões para o setor de transporte. Intercâmbio de informações e documentos entre os operadores de Le Havre e a rede interna da área portuária; informações referentes às cargas/containeres e sistema conectado ao sistema SOFI. Comunicação em rede; estruturar a informação no Porto de Rotterdam. Sistema EDI para setor de transporte na Bélgica baseado no Sistema EDI do Porto de Antuérpia. Intercâmbio de informações referentes às transações de cargas utilizando as facilidades da caixa de correio. Sistema de informação e para integrar a documentação da comunidade marítima. Integrar os setores de transporte, autoridades e carregadores na via rede do sistema EDI. Sistema de comunicação para a logística de cargas e containeres da comunidade marítima. Plataforma de comércio eletrônico/ transações comerciais/intercâmbio de informação e documentação. Sistema de comunicação para a logística de cargas e containeres na comunidade marítima. Comunicação em rede; iintegração do setor de transporte e gestão da movimentação de carga nos EUA. *GDCS: Global Data Communication System sistema de comunicação de dados global **DGIS: Dangerous Goods Information System sistema de informação de cargas /bens perigosos.

Sistema eletrônico de informação DAKOSY - Porto de Hamburgo / Alemanha O sistema DAKOSY é fruto de um projeto iniciado em 1982 pela administração de transporte da cidade de Hamburgo cujo objetivo era aumentar a eficiência e a competitividade do porto. Para tanto se investiu tanto na área de infra-estrutura de equipamentos, como na automação dos procedimentos portuários. O sistema DAKOSY foi desenvolvido, inicialmente, em uma rede de dados dedicada de comunicação (recebimento e envio de arquivos/mensagens), exigindo elevados investimentos tanto por parte da administração do porto, como também de seus usuários, a maioria grandes empresas. Com o surgimento da Internet e intensificação do uso mundialmente, o sistema DAKOSY foi reestruturado passando a operar também com comunicação através da Internet, opção mais utilizada por pequenas empresas, pois é uma forma que não requer grandes investimentos. Na figura 7 visualiza-se o conjunto de subsistemas de processamento estruturado (pacotes de softwares) para os diferentes processos portuários. Ressalta-se a necessidade contínua de atualização ( up grade ) e de desenvolvimento de novas ferramentas para dar suporte e atender as necessidades de automação tanto de novos procedimentos quanto da ampliação dos já existentes. É importante mencionar que o banco de dados central do sistema DAKOSY processa a intercomunicação de todos os arquivos/mensagens recebidos ou emitidos pelos diversos subsistemas, encarrega-se da distribuição automática a todos os setores portuários envolvidos e do gerenciando através da Intranet (rede interna DAKOSY) das atividades previstas e efetivadas em cada um dos setores portuários, além de disponibilizar ao usuário o acompanhamento dos procedimentos efetuados em tempo real e gerar cópia arquivo de segurança. Por outro lado, o sistema DAKOSY processa a atividade de recebimento/envio através de rede dedicada, da Internet e, numa versão mais recente, através de redes wireless. Com relação à linguagem dos arquivos/mensagens, o recebimento/envio pode ser tanto na linguagem, adotada quando da implantação do sistema, como na forma XML. Dentre as ferramentas disponibilizadas pelo sistema DAKOSY, pode-se citar: Interligação do sistema DAKOSY ao setor bancário para acompanhamento automático dos pagamentos de taxas e tarifas efetuados pelos usuários; Sistema de comunicação de dados global, GDCS;

Sistema de informação de cargas perigosas DGIS, que adicionalmente, para assegurar ainda maior segurança, está integrado ao sistema da União Européia PROTECT de notificação e rastreamento de cargas perigosas entre portos do Norte da Europa; Sistema de simulação de movimentação de cargas, que possibilita movimentação e alocação das cargas com maior precisão, menores custos de mão-de-obra e menor tempo de embarque/desembarque. Figura 7 - Configuração do sistema de informação DAKOSY (Fonte: Port of Hamburg Marketing, 2001) Finalmente, exemplificando um subsistema especifico; o sistema SEEDOS (Seaport Documentation System) viabiliza o acesso através da Internet dos procedimentos de importação e processa o encaminhamento do arquivo/mensagem ao banco de dados central do sistema DAKOSY.

Sistema eletrônico de informação INTIS - Porto de Rotterdam / Holanda O sistema INTIS (INternational Transport Information System) foi implementado em 1987 com objetivos de disponibilizar uma infra-estrutura de comunicação entre todos os integrantes do setor de transporte (marítimo e terrestre) para a transferência eletrônica de dados e oferecer conectividade entre integrantes da cadeia de transporte de Rotterdam, da Holanda e, até mesmo, de outros países em um sistema confiável e neutro de influências externas capacitado a respeitar o sigilo da informação dos usuários. Similarmente ao sistema DAKOSY, o sistema INTIS é um sistema de macro gerenciamento interligado a subsistemas, definidos como sistemas funcionais, que processam atividades portuárias específicas. Dentre os sistemas funcionais (Fig. 8), pode-se citar: RODOS (ROtterdam DOuane System): Processo de liberação alfandegário; SAGITTA (Security Agents Information Terminal Transport Ag): Processamento e rastreamento de cargas perigosas; COCASYS (COntainer CAll Information SYStem): Integra os terminais de contêineres e os agentes de embarque. Figura 8 Arquitetura do sistema de informação INTIS (Fonte: Baalen, Port Community Rotterdam, 2002) O diferencial do sistema INTIS é a possibilidade de pagamento das taxas/tarifas através do sistema. Adicionalmente, a tecnologia wireless é aplicada para o recebimento e transmissão de informações incluindo o processamento de processos de importação e

exportação. Exemplo dessa aplicação é o Customs Container Scan que permite o recebimento wireless do conteúdo de contêineres para emissão automática do Manifesto de Embarque. O sistema foi inicialmente implementado no padrão de linguagem, entretanto, atualmente o sistema opera também na linguagem XML, sendo a tradução e conversão entre padrões realizada pelo aplicativo INTISFACE. Sistema eletrônico de informação SEAGHA - Porto de Antuérpia / Bélgica O sistema SEAGHA (Systeem voor Elektronisch Aangepaste Gegevensuitwisselingin de Haven van Antwerpen) foi implantado em 1986 sendo administrado pela empresa de mesmo nome. Com o surgimento da Internet, a empresa passou também a ser uma provedora. O sistema SEAGHA, apresentado na figura 9 foi idealizado para facilitar a troca de informações entre os setores operacionais e administrativos do porto de Antuérpia, porém o sucesso da implantação nos setores internos fez com que seu escopo fosse ampliado aos diversos grupos integrantes do sistema portuário como um todo. Enquanto o subsistema APICS tem a função específica de processar as informações referentes às Autoridades Portuárias, todos os procedimentos das áreas administrativas e operacionais incluindo os procedimentos VPC ( Virtual Port Community ) são gerenciados, processados e registrados pelo SEAGHA Clearing. Figura 9 Estrutura do sistema SEAGHA (Fonte: Antwerp Port Community, 2002) O desenvolvimento das tecnologias de informação possibilitou ao sistema SEAGHA adotar sistema de transmissão e de digitalização de imagens permitindo, assim o acompanhamento das atividades em tempo real. Por outro lado, o emprego do VPC permite aos usuários conectados à Internet realizar, através do aplicativo SEAGHA CONNECT, os

procedimentos de exportação e importação incluindo a tradução/conversão entre e XML (SEAGHA BRIDGE). Sistema eletrônico de informação SEA - Porto de Yokohama Japão Os principais objetivos da implantação do sistema SEA (Fig. 10) no porto de Yokohama, foram de permitir a troca de informação, agilizar o acesso às declarações de movimentação da carga, facilitar a liberação de cargas pela alfândega e controlar as embarcações. Adicionalmente, as Autoridades Portuárias tinham como objetivo promover a redução e providenciar a prevenção de acidentes e a preservação do meio ambiente. Figura 10 Arquitetura do sistema de informação SEA (Fonte: Portcity Yokohama) A disponibilidade das mais diversas tecnologias de informação no Japão, associadas a custos acessíveis, viabilizou a implementação no sistema SEA (1990) dos mais modernos procedimentos dentre esses, o uso em larga escala de comunicação via satélite, forma segura de transmissão/recepção de arquivos/mensagens e uma das principais formas de comunicação com embarcações. Outra aplicação da TI é o uso câmeras digitais fotoreceptoras, utilizadas para registrar em tempo real as atividades portuárias. Destaca-se

ainda que o sistema do porto de Yokohama permite que a imagem seja transmitida inclusive por satélite permitindo aos usuários acompanhar, através de imagens, as atividades que estão sendo realizadas em suas cargas inclusive com o rastreamento por imagem das embarcações em alto mar. Analogamente aos outros sistemas, a plataforma SEA opera arquivos/mensagens nas linguagens e XML. Sistema eletrônico de informação DTEDI - Estados Unidos da América O amplo e bem organizado sistema portuário, com uma estrutura de 185 portos que pertencem aos Estados e o Governo Federal constitui um dos pilares básicos da economia dos EUA. Semelhantemente aos portos europeus, a livre-iniciativa foi fator de sucesso no setor portuário. Após o término da II Guerra, a rápida expansão da economia americana forçou uma ampla reestruturação do sistema portuário gerando uma política administrativa de descentralização dos portos refletida na diminuição dos custos, agilização dos embarques e redução de poder dos sindicatos. Paralelamente houve grandes investimentos em modernos equipamentos automáticos e computadorizados (pontes e esteiras rolantes, guindastes, empilhadeiras, portêineres etc.) e o aparecimento de uma extensa rede de terminais privativos. Devido à descentralização das atividades portuárias, o desenvolvimento de um sistema unificado (DTEDI) para todo o país é bastante recente e resultado da grande preocupação com a segurança nacional. O sistema, de maior amplitude que os outros apresentados, corresponde a um sistema de informação com a padronização de procedimentos para a movimentação de carga em qualquer modal de transporte incluindo o transporte marítimo. O sistema DTEDI integra todo o setor de transporte através de uma rede on-line, permite o rastreamento de qualquer tipo de carga em circulação e possibilita a distribuição eletrônica de informação de arquivos/mensagens nas linguagens e XML. Sistema eletrônico de informação - Supervia Eletrônica de Dados - Porto de Santos O objetivo da Supervia Eletrônica de Dados (SED), cujo conceito é mostrado na figura 11, foi possibilitar a distribuição eletrônica de informações via Internet utilizando os serviços de uma VAN para a conversão do padrão de linguagem, XML e padrão próprio da CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo). Adicionalmente, a SED deve gerar maior eficiência e confiabilidade das operações de movimentação de carga e melhoria na qualidade dos serviços oferecidos. O sistema está baseado nas idéias do

SETI/WEB e oferece duas opções para o envio de documentos: Através da Internet é possível acessar gratuitamente o portal do porto de Santos e realizar os procedimentos de atracação e manifesto de carga ou através da caixa postal das VANs autorizadas utilizando um aplicativo fornecido aos usuários. Figura 11 Diagrama esquemático da supervia eletrônica de dados (Fonte: FUSP, 2002) As vantagens de implantação da transmissão eletrônica de dados estão associadas ao aumento da eficiência dos processos do Porto de Santos, ao apoio à fiscalização da movimentação das cargas pela Autoridade Portuária e a integração dos sistemas gerenciais, notadamente, aqueles relativos ao faturamento, à gestão de contratos e até, ao controle de acesso de cargas e trabalhadores portuários avulsos à zona alfandegada. Entretanto, o sistema SED não oferece uma forma de acompanhamento automático das atividades efetivas e também não dispõe de um sistema de armazenamento de dados único de cópias de segurança dos arquivos/mensagens. Conclusões A competitividade atual tem levado os portos a buscarem e implantarem novos modelos de gestão que os auxiliem na conquista de novos mercados consumidores. A tecnologia de informação é um recurso que, estando em sintonia com as necessidades e objetivos dos usuários, possibilita maior eficiência e eficácia no relacionamento interno e externo e possibilitando agilidade e qualidade no processo de tomada de decisão. O sistema portuário mundial (tabela 2 e 3) tem investido muito em tecnologia de informação uma vez

que a implementação de sistemas eletrônicos de informação tornou-se sinônimo de produtividade e competitividade. Os projetos implantados se baseiam na troca de eletrônica de informação buscando a distribuição automática da informação e a otimização dos processos portuários. Por outro lado, no levantamento realizado, é marcante a tendência de sistemas de informação associados à Internet, pois permite uma redução dos custos de implantação e um incentivo de participação de empresas de menor porte. Outro aspecto de importância corresponde à necessidade de padronização das mensagens para a efetivação da troca eletrônica de dados. Na implantação de sistemas de informação no sistema portuário mundial, verifica-se o emprego cada vez maior de tecnologias de última geração como, por exemplo, as redes wireless utilizadas nos portos de Rotterdam e Antuérpia, as etiquetas inteligentes de alta portabilidade e rastreamento por satélite de cargas perigosas no porto de Yokohama, o Container Scan do porto de Rotterdam, o visual Gate Truck utilizado no porto de Singapura e a digitalização de imagens e acompanhamento em tempo real do porto de Antuérpia. Finalmente, no cenário do sistema portuário nacional, observa-se um movimento para modernização do setor, ainda em fase embrionária no que tange à ampla estrutura portuária internacional. Esse aspecto pode, entretanto, ser uma vantagem, pois permite aos portos brasileiros optarem por sistemas e/ou tecnologias de informação mais modernas sem a necessidade passar pelo período de evolução e transição de tecnologias que os portos mundiais já passaram. Referências Baalen, Peter van Marcel van Oosterhout, Yao-Hua Tan, Eric van Heck; Dynamics in setting up an EDI-Community Experiences from the Porto of Rotterdam, EBURON, Delft, 2000. Laudon, K. C. e Laudon, J. P.; Management Information Systems: A Contemporary Perspective ; McMillan, 1991. Lee, T. W.; Park, N. K.; Joint, J. E. and Kim, W. G.; A new efficient EDI system for container cargo logistics ; Maritime Policy and Management; Vol. 27; No. 2; 2000; pp.: 133-144. van Oosterhout, M. P., Zienlinki, M.; Tan, Y. H.; Messagin State of Art EDI XML, Virtuale Haven deliverable T2.D2; 2001.