Palavras-chave: Direito Processual Civil. Cumprimento Provisório. Multa. Aplicação. Lei n de 2015.



Documentos relacionados
AULA ) Competência de 1 Grau para exame da Tutela Provisória. 12.8) Natureza Jurídica da Decisão da Tutela Provisória

Direito Processual Civil

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Cumprimento de sentença. Prof. Luiz Dellore

03/11/2018. Professor Hugo Penna

Aula 144. Os requisitos para atribuição de efeito suspensivo por decisão judicial são:

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO ESPÉCIES DOS MEIOS DE EXECUTIVOS E CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTIVAS

Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Cumprimento de sentença II. Prof. Luiz Dellore

Jaldemiro Rodrigues de Ataíde Jr. Doutorando pela PUC-SP e Mestre em Direito Processual Civil pela Universidade Católica de Pernambuco UNICAP

Aula 03. Execução. Título executivo judicial (art. 475-N, CPC) e título executivo extrajudicial (art. 585, CPC)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Execução II defesa do executado. Prof. Luiz Dellore

Olá, pessoal! Chegamos ao nosso décimo primeiro módulo. No módulo 10, tratamos dos recursos. Agora veremos algumas questões sobre a fase executiva.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Junior. Recursos.

Perspectivas da execução trabalhista com o NCPC

Teoria geral dos recursos e apelação. 1. Normais fundamentais 2. Classificação 3. Princípios 4. Efeitos dos recursos 5. Apelação

- ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (cont.) -

Da Aplicabilidade da Multa Prevista no Art.475-J do CPC Necessidade de Intimação Para Cumprimento da Condenação

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Direito Processual Civil. Dos Recursos: Apelação e Agravo Interno

É preciso diferenciar a natureza jurídica da antecipação de tutela da decisão de antecipação de tutela, não sendo expressões sinônimas.

PÓS - GRADUAÇÃO LEGALE

FASE DE LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO DO NCPC. Prof. Samantha Marques

Aula de Exercícios. Data: 29/11/2013. Aula 3. Professor: Rodrigo Chindelar. Banca FCC

Aula 20. CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA (obrigação de pagar quantia certa)

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. ALIMENTOS

Curso de férias: Atualidades em Processo do Trabalho

RECURSOS CIVIS 18/02/2018 A- OBJETO DE ESTUDO DO CURSO. Aula 1 Temas: I) Apresentação II) Teoria Geral dos Recursos Civis Parte 1

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Escola de Ciências Jurídicas-ECJ

Direito Processual Civil

O agravo de instrumento no novo CPC

02/04/2019. Professor Hugo Penna Sentença. Decisão interlocutória. Despacho

1. CONTINUAÇÃO TUTELA ANTECIPADA. Responsabilidade civil pela concessão de efeitos antecipatórios:

Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento

Superior Tribunal de Justiça


Sistema Recursal no Novo Código de Processo Civil

Contextualização Necessária

Curso Preparatório para o Concurso Público do TRT 12. Noções de Direito Processual Civil Aula 5 Prof. Esp Daniel Teske Corrêa

CUMPRIMENTO DE PROVISÓRIO DE SENTENÇA 1

Professor Rogerio Licastro Torres de Mello

ASSOCIAÇÃO DOS DEFENSORES PÚBLICOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS ADEP MG ANÁLISE PRELIMINAR DO ANTEPROJETO DE REFORMA DO CPC

Aula 101. Julgamento conforme o estado do processo (Parte II):

CPC 2015 X PLC Nº 168/2015

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Direito Processual Penal

Prof. Anselmo Prieto Alvarez

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 26/06/2018).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PROCESSO DE EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE. Artigos 824 e seguintes do Código de Processo Civil

PROCESSO DE EXECUÇÃO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Prof. Luis Fernando

AGRAVO DE INSTRUMENTO: Um Novo Modelo

LEI Nº , DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.

CPC/73 A

Tutelas Provisórias - de urgência e de evidência no CPC.

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

A Lei 9.099/95 e a multa prevista pelo caput do artigo 475-J do CPC.

PROCESSO COLETIVO DIAGNOSE DA DEMANDA MASSIVA SEGUNDO O CNJ E A PROPOSTA DA AMB. João Ricardo dos Santos Costa

Direito Processual Civil. Dos Embargos à Execução

Processo Civil. Tutela Executiva, Tutelas de Urgência e Procedimentos Especiais. ProcessoCivil_vol_8.indb 3 28/10/ :00:15

TEORIA GERAL DOS RECURSOS

PROCESSO CIVIL V 12/05/2019 AULA 9. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Introdução. Denis Domingues Hermida I- INTRODUÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSO CIVIL. O Tribunal Superior pode reconhecer de ofício ou por meio de

Processo de Execução no Direito Previdenciário

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

A Nova Etapa da Reforma do Código de Processo Civil. Comentários sistemáticos às Leis n , de , e , de

A IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA EX OFFICIO

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES PROCEDIMENTAIS TRAZIDAS. Prof. Juliano Colombo

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 02

Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Advogado... OAB...

Aula 139 CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS. 2. Classificação quanto ao momento da interposição (continuação da aula anterior):

TUTELA PROVISÓRIA. Comentários aos artigos 294 a 299

Sumário. Capítulo 1. Considerações Iniciais Capítulo 2. Conceito de Fazenda Pública Capítulo 3

Direito Processual Civil

Sumário. Introdução. Parte Geral. 1 Normas fundamentais do processo civil. 2 Aplicação das normas processuais

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª Câmara de Direito Público

Execução. Provisória

Impugnação ao Cumprimento de Sentença. André Pagani de Souza

Foi instituída no ordenamento jurídico brasileiro a partir da Lei. 9079/95, que incluiu os arts A, 1102-B e 1102-C no CPC/73.

Recurso de APELAÇÃO ART A 1014

Juizados Especiais. Aula 11 ( ) Vinicius Pedrosa Santos (magistrado e professor)

3 Institutos fundamentais do direito processual Processo Jurisdição Ação... 36

PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

ANDRÉ LUIZ M. BITTENCOURT.

PROCESSO CIVIL IV EXECUÇÃO introdução

O protesto como forma de desafogo do poder judiciário à luz do novo código de processo civil SERGIO LUIZ JOSÉ BUENO

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Art Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE O PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO DECORRENTE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO NO ESTADO DE SÃO PAULO 6ª PARTE

Aula 17. II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;

08/03/2015 APELAÇÃO. Direito Processual Civil II NOÇÃO. Recurso cabível contra as sentenças.

Sumário PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Transcrição:

O CUMPRIMENTO PROVISÓRIO E A APLICABILIDADE DA MULTA DE 10% À LUZ DA LEI N. 13.105 DE 2015 Vitória Varaschin Blank 1 RESUMO Este trabalho trata da aplicação da multa no cumprimento provisório, segundo o artigo 520, 2º do novo Código de Processo Civil de 2015, e tem como objetivo, em linhas gerais, analisar a importância deste instituto inovador, que foi adotado pela Lei n. 13.105 de 2015. Para tanto, se examina o próprio instituto da execução provisória, realizando a comparação entre as Leis n. 5.869 de 1973 e n. 13.105 de 2015. Assim, busca-se, inicialmente, introduzir o tema proposto por meio da distinção entre execução provisória e definitiva, bem como a finalidade do cumprimento provisório e da multa, via pesquisa comparativa entre o CPC/73 e o CPC/15. Procura-se, ainda, abordar o procedimento e peculiaridades existentes na execução provisória, com o estudo dos artigos que a inserem no ordenamento jurídico. Além de verificar a posição adotada pelo legislador que contraria a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, com relação ao tema em discussão. Palavras-chave: Direito Processual Civil. Cumprimento Provisório. Multa. Aplicação. Lei n. 13.105 de 2015. ABSTRACT This paper deals with the application of the penalty in the provisional compliance under article 520, 2 of the new Brazilian Civil Procedure Code 2015 and aims, in general, analyze the importance of this innovative institute, which was adopted by Law no. 13.105, year 2015. Therefore, it examines the institute of provisional execution itself, making the comparison between the Law n. 5.869, 1973 and the Law n. 13.105, 2015. Thus, this paper initially introduces the topic proposed by distinguishing between provisional and final implementation, and the purpose of the provisional compliance and penalty, through comparative research between the CPC/73 and CPC/15. It also address the existing procedure and peculiarities in provisional execution, by studying the articles that insert on the legal system. In addition, this paper verifies the position adopted by the legislature that is contrary to the jurisprudence of the Supreme Court. Keywords: Brazilian Civil Procedure Code. Provisional compliance. Penalty. Application. Law no. 13.105, year 2015 1 INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é analisar o procedimento da multa de dez por cento dentro do mecanismo do cumprimento provisório. Para tanto, serão abordados conceitos e finalidades que possibilitem atingir o resultado pretendido, por meio da comparação do novo Código de Processo Civil de 2015 (CPC/15) com o Código de Processo Civil de 1973 (CPC/73) e o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com relação à aplicabilidade da multa já na execução provisória. O trabalho parte do seguinte problema: saber o porquê e como é realizada a aplicação da multa de dez por cento no cumprimento provisório, segundo a Lei número 1 Artigo extraído do trabalho A aplicabilidade da multa no cumprimento provisório à luz da Lei n. 13.105 de 2015 aprovado para obtenção do título de Bacharel em Direito Uniritter em 2015/1. 57

(n.) 13.105 de 2015. Ocorre que, para conseguir alcançar a resposta a esta questão, devem ser respondidas outras perguntas secundárias, quais sejam: como distinguir o cumprimento provisório e definitivo, de acordo com o CPC/73 e o novo CPC/15, e entender a finalidade da execução provisória e a aplicação da multa. Tanto o problema abordado no trabalho, quanto as questões secundárias são respondidas pela doutrina, jurisprudência do STJ e a própria legislação. Dessa forma, para distinguir o cumprimento provisório e definitivo, deve-se compreender os dois mecanismos da execução para, assim, diferenciá-los. Já a finalidade do cumprimento provisório e da multa, por terem sido originários da mesma lei, possuem os objetivos semelhantes para a sua criação, que é a celeridade processual. É via compreensão destes elementos que podemos entender o procedimento do cumprimento provisório e, consequentemente, a respectiva multa de dez por cento. De forma específica, o trabalho busca a verificação do conceito e diferença doutrinários e legais da execução provisória e definitiva. Ainda, será analisada a finalidade do cumprimento provisório e da multa instituída pelo artigo (art.) 520, 2º do CPC/15. Este trabalho possui contribuição teórica e relevância não apenas do ponto de vista acadêmico, como também de todo e qualquer operador do direito, uma vez que aborda de forma clara e específica uma das novidades que o legislador trouxe com o novo CPC/15, que é a incidência da multa de dez por cento já no cumprimento provisório. Outrossim, a atualidade do tema é sentida não apenas com a alteração legislativa, que ocorreu com a publicação da Lei n. 13.105, mas porque o cumprimento provisório consiste em um dos principais mecanismos inerentes à efetividade do processo, sendo esta medida um dos institutos que sofreu alteração, introduzindo novas disposições a respeito no sistema processual. 2 DIFERENÇA ENTRE CUMPRIMENTO PROVISÓRIO E DEFINITIVO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O CÓDIGO REFORMADO DE 1973 E O NOVO CPC O CPC/73, em seus artigos (arts.) 475-I, 1º 2 e 587 3, abordavam o conceito de execução provisória e a diferença desta em relação à execução definitiva. Dessa forma, em se tratando de execução fundada em título executivo judicial, o trânsito em julgado é que diferenciará se a execução a ser interposta é a definitiva ou a provisória. (HOFFMANN, 2004, p. 84). O critério é a estabilidade do título executivo em que se funda a execução, ou seja, quando se referir à decisão acobertada pela coisa julgada material, estaremos diante da execução definitiva. Entretanto, se a decisão judicial ainda for passível de alteração, em razão da pendência de recurso sem efeito suspensivo, contra ela interposto, estaremos 2 Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste Capítulo. 1 o É definitiva a execução da sentença transitada em julgado e provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. (BRASIL, Lei n. 5.869, 2015). 3 Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739). (BRASIL, Lei n. 5.869, 2015). 58

perante a execução provisória. (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA, 2013. p. 40). Assim, segundo Alvaro de Oliveira (2007, p. 11; 2006, p. 90) será definitiva a execução fundada em título executivo extrajudicial e em sentença transitada em julgado. Já a execução provisória é toda a execução que não é definitiva, ou seja, não tem por fundamento sentença irrecorrível. (LIEBMAN, 2003, p. 98). Será provisória, também, a execução das decisões de antecipação de tutela e outras interlocutórias, visto que o título executivo judicial ainda não se formou em caráter irreversível. De acordo com Gonçalves (2012, p. 23), provido o recurso pendente, o título se desconstitui, e as partes são restituídas ao status quo ante. Ocorre que tais artigos não possuem correspondências com o novo CPC/15, sendo necessário entender os dois meios de execução, para, assim, diferenciá-los. Nesse sentido, os arts. 520, caput, 4 e 523, caput, 5 ambos do CPC/15, trazem o conceito, respectivamente, de cumprimento provisório e definitivo. Inicialmente, deve-se consignar que, conforme menciona Neves (2015, p. 331), o legislador entendeu por bem passar a chamar a tradicional execução provisória de cumprimento provisório, porém a expressão execução provisória ainda é utilizada como sinônimo, conforme se verifica em diversas doutrinas 6. De acordo com os dispositivos supramencionados, caberá o cumprimento provisório da sentença devendo esta expressão ser compreendida de forma ampla, ou seja, a execução provisória é possível em qualquer decisão pendente de recurso, impugnada por recurso sem efeito suspensivo. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1007). Já a execução definitiva será cabível quando se estiver diante de uma condenação por quantia certa, em que não houve recurso, ou já fixada em liquidação, e nos casos de decisão sobre parcela incontroversa, bem como nos casos de título executivo extrajudicial. Segundo Alcides de Mendonça Lima (1979, p. 469), a execução definitiva é aquela em que o credor tem sua situação reconhecida de modo imutável, decorrente da própria natureza do título em que se funda a execução. Assim, será definitiva a execução fundada em sentença que não se sujeita a qualquer recurso, ordinário ou extraordinário. (ASSIS, 2013, p. 107). Por outro lado, menciona Ricardo Hoffmann (2004, p. 88), que será provisória a execução quando a sentença for impugnada mediante recurso, recebido só no efeito devolutivo. Neste mesmo sentido refere Pontes de Miranda (1976, p. 413) que, apenas se adianta execução, porque houve cognição completa, mas pende recurso, e esse recurso não tem efeito suspensivo. A execução provisória só pode ocorrer, segundo as novas diretrizes do CPC/15, em casos de títulos executivos judiciais e em caráter excepcional. É o que se passa nas 4 Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 5 Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 6 MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015. NEVES, 2015. BUENO, 2015. AMARAL, 2015. 59

execuções previstas em lei, quando a situação do credor é passível de ulteriores modificações, pela razão de que a sentença que reconheceu seu crédito não se tornou ainda definitiva. (THEODORO JÚNIOR, 2014, p. 93). O chamado cumprimento provisório nada mais é do que a autorização para que se iniciem os atos executivos voltados à satisfação do exequente, mesmo que exista recurso pendente, que discuta o próprio título executivo ou dos atos executivos praticados com base nele, perante as instâncias superiores. (BUENO, 2013, p. 155). De acordo com Theodoro Júnior (2014, p. 93), a diferença entre as duas espécies de execução refere-se apenas aos títulos judiciais. Ocorre que, com relação aos títulos extrajudiciais, o novo CPC/15, ao não adotar em seu texto o disposto no art. 587 do CPC/73, trouxe a possibilidade da volta do entendimento da Súmula 317 do STJ 7 (que foi revogada pela lei n. 11.382/06), em que menciona que a execução de título extrajudicial será sempre definitiva, do início ao seu final. (NEVES, 2015, p. 331). Ou seja, o novo CPC/15 veio cessar o disposto no art. 587 do CPC/73, restabelecendo o entendimento de que quando se tratar de título extrajudicial, independentemente que esteja pendente apelação contra a sentença que julgue improcedente os embargos (BRASIL, Lei n. 5.869, 2015), mesmo que recebido com efeito suspensivo, estaremos diante do cumprimento definitivo. (NEVES, 2015, p. 331). Dessa forma, a diferença das duas execuções é o título em que se funda a execução, bem como a exigência de requisitos para o exequente. Ou seja, a execução definitiva trata-se de uma execução completa, que vai até a fase final, sem nenhuma exigência adicional para o exequente. Diferente da execução provisória, que embora possa ir até o final, exige alguns requisitos extras ao credor, tendo em vista que fundada em título provisório. (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA, 2013, p. 39). É importante, ainda, que se atente para o fato de que provisório é o título que poderá ser substituído ou anulado, não a execução que não será substituída por outra. (CÂMARA, 2006. p.109; BUENO, 2015, p. 348). Ou seja, segundo Silveira (Janeiro de 2008, v.155, p. 208-222), o que é provisório é tão-somente o título, na medida em que fora impugnado por recurso desprovido de efeito suspensivo, o que demonstra a possibilidade de eventual alteração daquele no caso de provimento, mesmo que parcial, do recurso interposto. 3. FINALIDADE 3.1 FINALIDADE DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO O propósito da execução provisória surge por meio da proibição do Estado ao exercício da autotutela privada, assumindo para si o monopólio da jurisdição. (MARINONI; ARENHART, 2014, p. 354). Quer dizer, no começo da civilização, não existiam regras escritas impostas pelo Estado a fim de regular as condutas da sociedade, possibilitando, assim, que os conflitos individuais fossem resolvidos pelos próprios particulares, via autotutela. Ocorre que, com o surgimento da noção de Estado, este passou a ter maior independência e um poder mais forte de controle social, acolhendo 7 Súmula n. 317: É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedente os embargos. (BRASIL. Supremo Tribunal de Justiça, 2015). 60

para si a tarefa de solucionar os conflitos. (HOFFMANN, 2004, p. 20-21). Verifica-se que para atingir esta finalidade, necessitaria de tempo para investigar a existência do direito firmado pelo autor. (MARINONI; ARENHART, 2014, p. 354). O problema que surge é com relação ao tempo do processo, uma vez que o credor era prejudicado, pois tinha que aguardar o exaurimento das vias processuais, para então poder ter o seu direito executado. Mencionam Marinoni, Arenhart e Mitidieiro que, esta questão, (2015, p. 998-999), sofreu sensível impacto quando o Estado, em virtude de receios próprios da época do liberalismo do final do século XIX embora totalmente justificável, construiu um processo destinado precipuamente a garantir a segurança e a liberdade do réu diante da possibilidade de arbítrio do juiz, esquecendo-se da posição do autor. Acontece que é necessário tratar o autor e o réu de acordo com o princípio da isonomia, uma vez que o tempo do processo (TUCCI, 1997, p. 149) é um ônus que deve ser distribuído entre as partes. (MARINONI; ARENHART, 2014, p. 354). É neste sentido que se vê no inciso (inc.) LXXVIII do art. 5º da CF, quando aborda a duração razoável do processo, uma razão mais célere e com resultados concretos e úteis para aquele que consegue se mostrar merecedor da tutela jurisdicional, sendo a execução provisória um mecanismo utilizado para atingir esta finalidade. (BUENO; In: LOPES; CUNHA (Coord.), 2005, p. 40). Ocorre que o réu tem a seu favor a possibilidade de impugnar, mediante recurso, a decisão, meio que permite postergar os efeitos da execução, após o término do procedimento em primeiro grau, proporcionando, assim, que o réu mantenha em sua esfera jurídica o valor em discussão. Dessa forma, segundo Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2015, p. 999), o recurso, neste sentido, é uma excelente desculpa para o réu sem razão beneficiar-se ainda mais do processo em detrimento do autor. Em outras palavras, caso não haja o cumprimento provisório, estaremos diante, conforme as palavras de Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2015, p. 999), de um processo que desconhece a tutela antecipatória e sujeita a sua sentença, no que tange à possibilidade de produção de efeitos concretos, incondicionadamente à confirmação de um segundo juízo, beneficia o réu. O que se deve entender é que a sentença, até que haja alguma manifestação divergente, é um ato legítimo e justo, motivado através da cognição do julgador (ZAVASCKI, 2004, p. 433) e que não necessita ser confirmada pelo tribunal para que sejam produzidos os seus efeitos. Isto é, a sentença recorrida não fica vinculada pela confirmação do tribunal, uma vez que o juiz não exerce o papel de instrutor do processo, mas sim, o de julgador. (MARINONI, 2014, p. 355-356). Na visão de Teori Albino Zavascki (2004, p. 433-434): esse adiantamento da execução, que não deixa de ser medida de cunho antecipatório, visa a conciliar interesses contrapostos: de um lado, os do credor, que já dispõe de um provimento jurisdicional favorável, embora ainda sujeito a confirmação, e que busca vê-lo cumprido imediatamente; de outro, os do devedor, que, diante da real possibilidade de ver revertida a situação jurídica, tem interesse em que se protele, até o julgamento do seu recurso, o desencadeamento dos atos de agressão ao seu patrimônio. 61

A execução provisória surge com o objetivo de distribuir igualmente entre as partes o tempo do processo, de acordo com o princípio da isonomia. Isto ocorre quando o réu se favorece com o recurso e o autor que em princípio tem razão, diante da decisão favorável, é lesionado em virtude do tempo que é necessário para a definição do litígio. (MARINONI; ARENHART, 2014, p. 353 e 355-356). De acordo com Zavascki (2004, p. 433), a execução provisória possui como característica permitir o acesso à tutela jurisdicional executiva, nos casos em que a sentença que definiu a norma jurídica individualizada ainda se encontra pendente de confirmação pelo tribunal. Dessa forma, se a sentença for julgada procedente, o recurso do réu servirá para tentar demonstrar sua divergência com relação à decisão impugnada. Assim, a fim de se respeitar o princípio da isonomia, deve ser o réu, e não o autor, aquele que deve suportar o tempo do processo. Apesar disso, é preciso resguardar a esfera jurídica do réu por meio de cuidados e garantias inerentes à execução provisória (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1000), como caução; iniciativa e responsabilidade do credor em reparar os danos nas hipóteses de reforma da decisão; entre outras providências. (AMARAL, 2015, p. 627). 3.2 FINALIDADE DA MULTA A multa de dez por cento, nas palavras da ministra Nancy Andrighi (BRASIL, Superior Tribunal de Justiça, 2007), foi introduzida no sistema processual com a intenção de conferir celeridade à realização do direito da parte. Ou seja, o direito processual para de encarar apenas as garantias do devedor e passa a observar, também, as necessidades e direitos do credor, quando este é possuidor de um título executivo judicial. O legislador, ao criar a multa instituída no CPC/73 pela Lei n. 11.232/05, e hoje prevista no art. 523, 1º do CPC/15, tinha como objetivo estimular, pressionar o devedor a cumprir a sentença, evitando, assim, a prática de atos de execução propriamente. (GONÇALVES, 2012, p.195; AMARAL, 2008, p. 198). Nesse mesmo sentido, refere o ministro Humberto Martins (BRASIL, Superior Tribunal de Justiça, 2009), que a multa de dez por cento surge com o objetivo de estimular o devedor a realizar o pagamento da dívida objeto de sua condenação, evitando, assim, a incidência da multa pelo inadimplemento da obrigação constante no título executivo. Isto posto, é necessário realizar a análise da natureza da multa disposta no art. 523, 1º do CPC/15. A doutrina é controversa. Neste sentido, existem doutrinadores que entendem que se trata de uma multa coercitiva pois obriga o devedor a cumprir a obrigação dentro do prazo, mas não substitui a sua vontade, (CARDOSO, setembro de 2009, n.78, p. 82) tese defendida por Rizzo Amaral (2008, p. 198) quando menciona que é possível afirmar que o cumprimento, quando ocorre, é voluntário, não sendo, no entanto, espontâneo, pois já sofria o devedor a ameaça da multa. Entretanto há uma corrente que defende que a multa tem caráter punitivo assemelhando-se às cláusulas penais dos contratos, com a diferença de ser imposta pela lei e não pela vontade das partes, (CARDOSO, setembro de 2009, n.78, p. 82-83) o que é o caso de Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2014, p. 265-266), quando referem que a multa do 1º do art. 523 trata-se de uma multa legal, cuja incidência não depende de 62

deliberação judicial, ou seja, é um efeito legal da sentença condenatória, não podendo ser estipulada pelo juiz, tendo em vista que a lei já pré-estabelece em seu texto o valor e o momento da incidência da multa. E ainda existe uma terceira corrente que acredita que a natureza da multa é mista, ou seja, tanto coercitiva quanto punitiva servindo esta não somente para constranger o devedor a cumprir a obrigação no prazo, mas também punir o inadimplemento. (CARDOSO, setembro de 2009, n.78, p. 83). Esse posicionamento é defendido por Didier, Cunha, Braga e Oliveira, quando sustentam que (2013, p. 532-533): o legislador constituiu uma multa legal com o objetivo de forçar o cumprimento voluntário da obrigação pecuniária. Trata-se de medida de coerção indireta prevista em lei, que dispensa manifestação judicial: é hipótese de sanção legal pelo inadimplemento da obrigação. A multa tem, assim, dupla finalidade: servir como contramotivo para o inadimplemento (coerção) e punir o inadimplemento (sanção). Ademais, expõem os autores que essa multa não tem origem de decisão judicial, assim, é desnecessário que haja pedido da parte ou mesmo imposição expressa na decisão. A multa incorporar-se-á ao montante devido ao credor. (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA, 2013, p. 533). Logo, a lei é que fixará o prazo para o cumprimento voluntário da obrigação, com a finalidade de determinar o início do prazo para pagamento, bem como o momento em que o devedor será considerado inadimplente. Dessa forma, caso o devedor realize o pagamento da condenação, ficará isento de multa. Do contrário, se deixa transcorrer o prazo in albis (em branco), o valor a ser pago pelo devedor será acrescido com a multa de dez por cento. (GONÇALVES, 2012, p. 195). 4 PECULIARIDADES PROCEDIMENTAIS DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO O cumprimento provisório da sentença encontra-se disciplinado no novo CPC/15 (Lei n. 13.105 de 2015), no Capítulo II, do Título II, do Livro I, da Parte Especial, que trata Do Cumprimento Provisório da Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa. (NEVES, 2015 p. 331). Consequentemente, passase ao exame das peculiaridades do procedimento da execução provisória, por meio da análise dos artigos desta medida. De acordo com Didier, Cunha, Braga e Oliveira (2013, p. 202), a execução provisória desenvolve-se da mesma forma que a execução definitiva, mas em virtude da provisoriedade do título em que se funda, exige algumas precauções não impostas àquela. Assim, dispõe o art. 520, caput, do CPC/15 que: Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: (BRASIL, Lei n. 13.105/15, 2015). Neste sentido, conforme afirmam Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2015, p. 1001), o direito brasileiro admite que a sentença seja executada na pendência do recurso de apelação apenas em hipóteses excepcionais. 63

O art. 1.012 do CPC/15 cita que a apelação em regra terá efeito suspensivo. Porém, o seu 1º, 8 nos traz algumas hipóteses em que o recurso de apelação só será recebido no efeito devolutivo. Logo, mesmo pendente o recurso de apelação, ou de qualquer recurso que não seja atribuído o efeito suspensivo, conforme disciplina o 2º do art. 1.012, 9 poderá o apelado promover o pedido de cumprimento provisório 10 de sentença. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1001). Ademais, importante referir que a legislação extravagante prevê hipóteses em que a apelação será recebida apenas no efeito devolutivo. Segundo Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2014. p. 358): assim, por exemplo, dispõe o parágrafo único do artigo 12 da Lei do Mandado de Segurança Lei 1.533/1951 [sic] 11 que a sentença que conceder o mandado fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, podendo, entretanto, ser executada provisoriamente. Do mesmo modo, a apelação será recebida apenas no efeito devolutivo: I) na ação coletiva (artigo 14 da Lei da Ação Civil Pública Lei 7.347/85), podendo o juiz conferir efeito suspensivo ao recurso para evitar dano irreparável à parte; II) quando interposta, pelo expropriado, da sentença que fixar o preço na ação de desapropriação (artigo 28 do Dec.- lei 3.365/1941). Além disso, estabelece o art. 58, V, da Lei 8.245/1991, que (ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º desta lei), nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessórios da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, os recursos interpostos contra as sentenças, terão efeito somente devolutivo. Ressalva-se que, a expressão sentença, disposta no caput do art. 520 do CPC/15, deve ser compreendida de forma ampla, ou seja, a execução provisória é possível em qualquer decisão pendente de recurso. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1007). Para que haja a execução provisória, a decisão recorrida não pode ter sido influenciada pela concessão de efeito suspensivo recursal, assim, conforme menciona Bueno (2015, p. 638), o caput do art. 995 do CPC/15 estabelece que a interposição do recurso não impede, como regra, a eficácia da decisão recorrida, salvo disposição legal ou decisão judicial em contrário. Dessa forma, os recursos passíveis de cumprimento provisório encontram-se disciplinados no art. 994 do CPC/15, quais sejam: apelação 8 Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 1 o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 9 2º Nos casos do 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 10 Segundo Bueno, o direito brasileiro admite duas hipóteses de execução provisória, a ope legis que ocorre nos casos do 1º do art. 1012 em que a própria legislação concede o efeito suspensivo ao recurso, e a ope judicis que é quando o próprio magistrado tem a possibilidade de retirar o efeito suspensivo do recurso. (BUENO, 2013. p. 157-158). 11 Na verdade, trata-se do artigo 14, 1º e 3º da Lei n. 12.016/09, que revogou a Lei n. 1.533/51, do Mandado de Segurança. 64

(desde que se enquadre em alguma das hipóteses previstas no 1º do art. 1.012 do CPC/15, tendo em vista que, em regra, a apelação possui efeito suspensivo), agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração (art. 1.026 do CPC/15), Recurso Ordinário, Recurso Especial (REsp) e Recurso Extraordinário (RE), agravo em REsp e RE (trata-se de uma das hipóteses de dispensa de caução) e embargos de divergência. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). Os arts. 513, 1º 12 e 520, inc. I (1ª parte), 13 ambos do CPC/15, referem que, para se dar início ao procedimento da medida, é necessário ter a iniciativa do exequente, ou seja, cabe ao vitorioso requerer a execução provisória. Dessa forma, não existe execução ex officio no processo civil, de maneira que, seja provisória ou definitiva, a execução forçada sempre dependerá de provocação do credor por meio de petição inicial, conforme dispõe o art. 580 do CPC/73 correspondente ao art. 786 do CPC/15 14, que há de observar os requisitos normais das postulações iniciais de qualquer processo, sendo obrigatoriamente instruída com o título executivo. (THODORO JUNIOR, 2014, p. 96). Assim, a execução provisória, por ser fundada em título precário, corre por conta e risco do credor (art. 520, inc. I 2º parte do CPC/15), devendo este responder de forma objetiva pelos prejuízos causados ao executado, se porventura o título for cassado ou alterado. (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA, 2013. p. 207). O cumprimento provisório se desenvolve de forma válida e regular na pendência do recurso, só surgindo o dever de indenizar no caso de anulação ou modificação do título. 15 Logo, seria impossível considerar a execução provisória injusta, retroativamente, e acudir a noção de culpa ao credor. (ASSIS, 2015, p. 385) Nesse caso, a responsabilidade mencionada no inc. I do art. 520 do CPC/15, será objetiva, pela prática de ato lícito, bastando apenas ao executado provar a efetiva ocorrência de danos em razão da execução provisória. (NEVES, 2011, p. 910). Por se tratar de responsabilidade objetiva e decorrente diretamente da lei, é desnecessária a análise dos motivos que levaram o credor a propor esta medida. (PIRES, Março de 2009, v.169, p. 212-249). Significa dizer que a execução provisória é uma opção benéfica ao exequente, uma vez que permite, senão a sua satisfação, ao menos o adiantamento da prática de atos executivos. (NEVES, 2011, p. 910). Portanto, caso haja a reforma da decisão executada provisoriamente, o exequente fica obrigado a reparar os danos que o executado tenha 12 Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. 1 o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-seá a requerimento do exequente. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 13 Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 14 Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 15 Assim, se o recurso for provido, reconhecendo a nulidade do título que sustenta a execução provisória, necessário será que se restitua o executado tanto pelo valor da condenação, quanto pelo acréscimo da multa. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015. p. 1006). 65

sofrido, independentemente de dolo ou culpa. (MARIONONI; MITIDIEIRO, 2013, p. 492). Essa reparação dos prejuízos causados ao executado, em razão da execução provisória, ocorrerá nos mesmos autos em que foi processada a execução, conforme disposto no inc. II do art. 520 16. (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA, 2013. p. 206). Ademais, é possível se extrair do 4º do art. 520 do CPC/15 17 que, caso haja a expropriação do bem penhorado, não cabe o desfazimento da arrematação. (MARINONI, ARENHART; MITIDIEIRO, 2013, p. 1016). Ou seja, tal dispositivo evidencia o correto entendimento de que no caso de haver o provimento do apelo do executado, ficará ressalvado o seu direito, mas será preservada a alienação de domínio, devendo o executado pleitear a indenização. (BUENO, 2015, p. 348). O referido preceito encontra-se de acordo com o contido no art. 903 do CPC/15 18, que reafirma a estabilidade da arrematação, sendo esta perfeita, acabada e irretratável, não importando eventual procedência aos embargos do executado. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1016). Além disso, o CPC/15 nos traz a possibilidade de o cumprimento provisório ser modificado ou anulado apenas em parte, ficando a execução, nesta parte, sem efeito, conforme determinado no inc. III, do art. 520, (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA, 2013. p. 207), ou seja, se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). Nestes casos, a execução prosseguirá na parte em que não foi atingida pela manifestação da decisão. (ASSIS, 2015, p. 390). Com relação à provisoriedade do título, o Código adota algumas precauções. Admitindo-se, atualmente, a exigência da prestação de uma caução pelo credor (art.520, inc. IV), a título de contracautela, para que possa: (DIDIER JÚNIOR, CUNHA, BRAGA, OLIVEIRA, 2013. p. 207): (a) levantar depósito em dinheiro, (b) praticar atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de direito real, ou (c) que possam resultar grave dano ao executado. (BRASIL, Lei n. 13.105/15, 2015). Em verdade, a caução é necessária em todas as hipóteses em que ocorrer alteração no patrimônio do executado e risco de grave dano, independentemente de que, na sentença que se esteja executando provisoriamente, tenha sido reconhecida a obrigação de pagar quantia certa, ou mesmo obrigação de fazer ou não fazer, ou de entregar. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1013) Nesse mesmo sentido, a disposição legal visa a evitar a hipótese de irreversibilidade, no caso de reforma da decisão, 16 II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 17 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 18 Art. 903. qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 66

principalmente, quando há valores representativos. (ARMELIN; CIANCI; BONICIO; QUARTIERI, 2009. p. 127) A caução deverá ser sempre suficiente e idônea e ser arbitrada pelo juiz, e prestada pelo credor nos próprios autos da execução provisória, devendo esta ser exigida antes da prática do ato que possa acarretar modificação no patrimônio do executado e não simplesmente em razão do início da execução da decisão provisória. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1013). Porém, os incisos do art. 521 do CPC/15 19 trazem as hipóteses em que a caução pode ser dispensada pelo juiz. Os inc. I e II decorrem de situação em que a caução, a ser prestada, agiria de forma incompatível com a natureza da prestação de que se deseja tutelar. Isto ocorre, uma vez que a pretensão buscada pelo exequente visa a sua subsistência quer por natureza alimentar (destaca-se que o CPC/73, abordava a possibilidade de dispensa de caução nos casos de créditos de natureza alimentar e decorrente de ato ilícito, limitando o valor em até sessenta vezes o salário mínimo, (ALVARO DE OLIVEIRA, 2006, p. 204-205), posicionamento este diferente do adotado no novo CPC/15, em que não se restringe o valor do crédito de natureza alimentar, bem como não faz menção ao crédito decorrente de ato ilícito), quer por conta de sua situação de necessidade, ficando, assim, evidente que a exigência de caução, na maioria das vezes, inviabilizaria a tutela buscada, tornando esta cobrança incompatível com a própria exequibilidade imediata que se pretende dar à decisão. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1013). Os outros casos, dispostos nos inc. III e IV, fundamentam-se na baixa possibilidade de sucesso do recurso interposto. Isto ocorre, uma vez que, quando a decisão pende apenas de agravo de decisão que não reconheceu o REsp ou RE ou porque o acórdão recorrido coincide com a orientação do Tribunal Superior, ou porque o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida (art. 1.042, inciso I e II do CPC/15), é certamente raro que se consiga alterar a decisão impugnada na instância superior. Outrossim, a novidade trazida com o CPC/15 é que, se a decisão recorrida estiver em consonância com súmulas da jurisprudência de tribunal superior, são mínimas as chances de prevalecer a tese do recorrente e, por isso, não justifica o ônus da caução imposta ao exequente. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1013). Em todos os casos de dispensa de caução, por sua vez, é possível que o juiz a depender do exame de cada caso concreto, possa exigir essa garantia sempre que perceber o risco de grave dano e de difícil ou incerta reparação, de acordo com o parágrafo único do art. 521 do CPC/15. Logicamente, poderá haver situações em que o juiz deverá exercer o juízo de ponderação sobre qual valor deve ser protegido com maior ênfase: se o do credor ou o do devedor, nos casos em que houver risco tanto na realização do cumprimento, quanto na sua não realização. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1013-1014). 19 I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 67

Por fim, as hipóteses trazidas pelo art. 521 do CPC/15 não são cumulativas, isto é, cada uma delas tem a capacidade de, por si só, justificar a dispensa de caução. (BUENO, 2015, p. 351). De todo o modo, ressalvadas as peculiaridades da execução provisória, esta ocorrerá segundo o mesmo procedimento da execução definitiva (art. 520, caput do CPC/15), conforme já analisado. (THEODORO JÚNIOR, 2014, p. 98). Dessa forma, o credor deverá formular seu requerimento, devidamente instruído com cópias autenticadas 20 dos autos principais que sejam necessárias para o desenvolvimento da atividade executiva. (DIDIER JÚNIOR; CUNHA; BRAGA; OLIVEIRA; 2013. p. 203). A autenticação dos documentos pode ser realizada pelo agente público, como de hábito, ou pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1014). Em relação ao CPC/73, a única mudança no referido dispositivo é com relação à correta ressalva que abre o parágrafo único, o qual menciona: quando se tratar de processo eletrônico não haverá a necessidade de apresentar cópias instrutórias do requerimento de cumprimento provisório de sentença. (BUENO, 2015, p. 352). No mais, cabe salientar que a execução provisória, sendo completa, deve admitir a defesa pelo executado, que se dará por meio de impugnação, art. 520, 1º do CPC/15 21. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015. p. 1016). Segundo o art. 525 do CPC/15 22, a impugnação deve ser apresentada pelo executado no prazo de 15 (quinze) dias contados do escoamento para pagamento voluntário da prestação (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015. p. 1016), ou seja, a partir dos 15 (quinze) dias, que o executado teve para o pagamento voluntário do art. 523, caput do CPC/15. Esta antecipação do prazo se justifica, em razão de que não há a necessidade de se garantir o juízo, conforme mencionado no próprio diploma legal, 20 O art. 522 do CPC/15 indica os documentos necessários: Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - decisão exequenda; II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 21 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 22 Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 68

diferente do que dispunha o art. 475-J, 1º do CPC/73 23. 24 (BUENO, 2015. p. 356). Apesar de o dispositivo indicado fazer referência ao tratamento da impugnação ao regime geral do cumprimento da sentença, é essencial que se façam duas ressalvas, conforme afirmam Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2015, p. 1016). A primeira diz respeito à impossibilidade de se fundamentar a impugnação em qualquer questão que esteja sendo debatida no recurso interposto da decisão objeto da execução. Assim, não pode a parte executada impugnar, discutindo a mesma alegação que utilizou no seu recurso, haja vista a pena de duplicação das instâncias a examinarem a questão e risco de decisões conflitantes. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1016). Já a segunda observação refere-se à possibilidade de concessão do efeito suspensivo da impugnação, art. 525, 6º do CPC/15 25. Dessa forma, refere Marinoni, Arenhart e Mitidieiro que (2015, p. 1017): ainda que seja viável a concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida em cumprimento de decisão provisória, esta só pode fundar-se em questões submetidas ao juiz da execução, e nunca a matéria que estão ou podem ser debatidos nas instâncias recursais a que está sujeita a decisão exequenda. Portanto, pode o executado requerer ao juiz a suspensão do cumprimento provisório, alegando, por exemplo, a penhora incorreta ou avaliação errônea, mas não poderá, todavia, ser requerida a suspensão se a razão da impugnação for matéria que poderia ou deveria ter sido apresentada no recurso a que se sujeita a decisão objeto da execução. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1017). 5 APLICABILIDADE DA MULTA NO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO 23 Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. 1º Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias. (BRASIL, Lei n. 5.869/73, 2015). 24 Isto é, o CPC/73 abordava a ideia de que, caso não houvesse o pagamento espontâneo do débito pelo exequente, e lembrando que não cabe a multa no percentual de dez por cento na execução provisória, seria realizada a penhora, e intimado o executado, de acordo com o dispositivo supracitado, fluiria assim, o prazo de 15 (quinze) dias para a impugnação. 24 (ASSIS, 2015. p. 397). Ocorre que, de acordo com a redação do CPC/15, não havendo a necessidade de garantir o juízo com a penhora e tendo sido adotada a incidência da multa já na execução provisória, transcorrido o prazo, sem o pagamento da multa, já começa a fluir o prazo de 15 (quinze) dias para impugnar, conforme dispõe o 1º do art. 520 do CPC/15. (BUENO, 2015. p. 356). 25 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 69

A grande novidade com relação ao cumprimento provisório, que já vinha sendo discutida por diversos doutrinadores, é com relação à possibilidade de aplicação da multa de dez por cento já na execução provisória. (BUENO, 2015, p. 349). O novo CPC/15 aborda o tema em sentido diverso daquele que acabou por prevalecer na jurisprudência do STJ, em que se entendia que havia uma incompatibilidade da multa prevista no art. 475-J do CPC/73 com a execução provisória. (AMARAL, 2015, p. 627; BRASIL, Superior Tribunal de Justiça, 2009). O STJ fundamentava seu entendimento no sentido de que muito embora a execução provisória se realize da mesma forma que a definitiva, art. 475-O do CPC/73, não seria possível a aplicação da multa do art. 475-J do CPC/73, isto porque há necessidade de existência do trânsito em julgado do pronunciamento condenatório para que ocorra a incidência da multa, o que só acontece na execução definitiva. (BRASIL, Superior Tribunal de Justiça, 2010). Ou seja, conforme Marinoni e Arenhart (2014, p. 366), o STJ defende que antes do trânsito em julgado, ainda não exista uma verdadeira obrigação de o devedor cumprir, espontaneamente, o comando judicial, o que inibiria a incidência da multa. Ocorre que o posicionamento adotado pelo STJ já vinha sendo discutido e rechaçado por poucos doutrinadores, 26 que entendiam que a multa deveria ser aplicada na execução provisória. Ademais, conforme já defendiam Marinoni e Arenhart (2014, p. 366), e hoje disposto de forma expressa no 1º do art. 1.012 do CPC/15, o entendimento do STJ era equivocado, uma vez que os efeitos da sentença incidem desde o momento em que o recurso contra ela admitido não seja dotado de efeito suspensivo. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). O 2º do art. 520 do CPC/15 27 surge para alterar esta sistemática, abordando em seu texto a possibilidade de aplicação da multa de dez por cento. (AMARAL, 2015, p. 627). Quando o recurso for recebido sem o efeito suspensivo, previsão disposta nos parágrafos 1º e 2º do art. 1.012 do CPC/15, a sentença produzirá efeitos imediatos após a sua publicação. (BUENO, 2015, p. 649). A parte final do caput do art. 523 do CPC/15 28, dispõe que deverá o executado ser intimado para pagar o débito no prazo de 15 (quinze) dias. Os parágrafos 2º e 3º do art. 513 do CPC/15 29 apontam os meios de intimação ao executado. Dessa forma, de regra, a 26 MARINONI; ARENHART, 2014; CARNEIRO, 2007; AMARAL, 2008. 27 2º A multa e os honorários a que se refere o 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 28 Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 29 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do 1º do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos. IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. 70

intimação do devedor se dará na pessoa de seu advogado, realizado por meio do Diário de Justiça Eletrônico (art. 513, 2º, inc. I do CPC/15), entendimento este originado pelo STJ. Porém, o CPC/15 aborda outras possibilidades de intimação do executado, podendo ser realizada por carta com aviso de recebimento endereçada ao próprio devedor nos casos em que o devedor não possuir procurador constituído nos autos ou for representado pela Defensoria Pública 30 (art. 513, 2º, inc. II e III do CPC/15), ou ainda, por meio eletrônico quando o devedor for empresa pública e privada e não tiver advogado constituído nos autos (art. 513, 2º, inc. IV). Ademais, caso o executado tenha sido revel na fase de conhecimento, sua intimação será realizada por edital. (BUENO, 2015, p. 342). Devidamente intimado o executado para cumprir a execução provisória, começa a contar (art. 523 do CPC/15) 31 o prazo de 15 (quinze) dias para o pagamento do débito, período em que o devedor tem duas opções: a de pagar e a de não pagar, ficando sujeito às determinações impostas pela sua decisão. Assim, caso o executado opte em realizar o depósito, não haverá a incidência de multa, conforme dispõe o art. 520 3º do CPC/15 32. Neste caso, o devedor tem que se atentar apenas ao prazo estipulado em lei para depositar o valor da condenação, a fim de se eximir do pagamento da multa. (MEDINA, 2012, p. 489). Ocorre que o depósito deste valor não se trata de ato incompatível com o recurso interposto pelo devedor, podendo ser este julgado, mesmo que haja o pagamento do débito, e também não será visto como a aceitação tácita da decisão impugnada, (ALVARO DE OLIVEIRA, 2006. p. 97), mas sim a simples possibilidade de se isentar da multa que poderá ser cobrada com o descumprimento. (AMARAL, 2015, p. 627). Isto ocorre, uma vez que o devedor, ao cumprir a intimação sob ameaça de multa, age com reserva, pois ainda tem a possibilidade de haver o provimento de seu recurso, cumprindo a sentença apenas para evitar a incidência da multa. (AMARAL, 2015, p. 628). Em contrapartida, caso o executado opte por não realizar o pagamento do valor previsto na condenação no prazo de 15 (quinze) dias, se sujeita ao acréscimo da imposição da multa e honorários de sucumbência de dez por cento, 2º do art. 520 33 cumulado com o 1º do art. 523 34 do CPC/15. (BUENO, 2015, p. 348-349). Em verdade, não haveria sentido em não admitir a incidência da multa na execução provisória, conforme afirma Marinoni, Arenhart e Mitidieiro (2015, p. 1006), 3º Na hipótese do 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 30 A Fazenda Pública será intimada, segundo o art. 535, caput, do CPC/15, na pessoa de seu representante judicial (Procurador da Fazenda) mediante carga, remessa ou meio eletrônico, abrindo-se prazo de 30 (trinta) dias, querendo, apresente impugnação nos próprios autos. (NEVES, 2015. p. 348). 31 Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 32 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 33 2º A multa e os honorários a que se refere o 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 34 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 71

na pendência do recurso, quando se está ciente de que o seu objetivo é dar efetividade à condenação e de que já passou a época em que se cometia o equívoco de subordinar o efeito sentencial à coisa julgada material. Nesse sentido é que a execução provisória está autorizada. Pode o exequente, no cumprimento provisório, requerer a condenação acrescida do valor da multa, se não cumprido o prazo para pagamento pelo executado. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1006). Do mesmo modo, o diploma legal referido é expresso quanto à incidência dos honorários advocatícios no cumprimento provisório, sem que haja qualquer prejuízo da multa. A disposição expressa com relação aos honorários no CPC/15 se deu em virtude da pressão realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), doutrina e jurisprudência. O STJ após decisões reiteradas sumulou seu entendimento 35 sobre a aplicação dos honorários no cumprimento de sentença, sendo estes arbitrados mediante apreciação equitativa do juiz (art. 20, 4º do CPC/73), ao passo que o CPC/15, estipula o percentual fixo de 10%. No mais, o legislador traz a possibilidade de defesa do executado que não efetuou o pagamento de forma voluntária, sendo esta defesa realizada por meio de impugnação, art. 520, 1º do CPC/15 36. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1016). A data para a apresentação da impugnação é de 15 (quinze) dias, após os 15 (quinze) dias que o devedor teve para realizar o pagamento voluntário, independentemente de nova intimação, de acordo com o art. 525, caput do CPC/15 37. (BUENO, 2015. p. 356). Nestes termos, pode o devedor impugnar o ato executório, devendo apenas analisar o prazo para apresentar a medida e o que pode ser por ele alegado. Necessário referir que descabe a oposição ao cumprimento provisório sobre a argumentação de os autos não se encontrarem na origem para a realização do pagamento, tendo em vista que diversas são as possibilidades de pagamento pelo executado. Caso tenha interesse de realizar o pagamento, pode o devedor realizar diretamente ao credor mediante recibo, e acostando-o nos autos, outra hipótese é requerer a expedição de guia para o depósito judicial na origem, procedimento este autorizado pela Corregedoria Geral de Justiça no Rio Grande do Sul (CGJ/RS), no Provimento n. 20 de 2006, art. 2 caput e parágrafo único. (AMARAL, 2015. p. 628). Ademais, caso o devedor encontre dificuldade em calcular o valor devido sem a presença dos autos, dispõe Rizzo Amaral (2015, p. 628) que deverá ser cabalmente demonstrada, não podendo a sua desídia em manter cópias do processo servir de escusa para a não aplicação da multa. Por fim, o 5º do art. 520, trata-se de outra novidade do novo CPC/15, de acordo com Bueno (2015, p. 350), coloca o dispositivo a serviço do cumprimento provisório 35 Súmula 517 do STJ: São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada. (BRASIL. Superior Tribunal de Justiça, 2015). 36 1º - No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 37 Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 72

das demais modalidades obrigacionais (fazer, não fazer e dar coisa), valendo-se da expressão vaga no que couber. Porém as formas de efetivação dessas modalidades variam de acordo com o tipo de eficácia predominante em cada uma delas. Dessa forma, possível analisar que um provimento condenatório que, em regra, se liga às prestações pecuniárias estará sujeito aos limites impostos pelos arts. 520 a 522 do CPC/15. Diferente é o caso dos provimentos mandamentais e executivos, que geralmente estão ligados às prestações de fazer, não fazer e entregar coisa, como também no caso em que a sentença determina prestação pecuniária, na forma do art. 139, inc. IV do CPC/15 38. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1004). Nestes casos, deverão ser empregados os critérios previstos nos arts. 536, 537 e 538, apenas aplicando as limitações dos arts. 520 a 522 do CPC/15, quando cabível for a sua utilização. (MARINONI; ARENHART; MITIDIEIRO, 2015, p. 1004). Por fim, ressalva-se que o cumprimento provisório desenvolve-se com as mesmas ferramentas e mecanismos à disposição do definitivo, mas com precauções e cuidados inerentes àquela, conforme já analisados. (AMARAL, 2015, p. 627). 6 CONCLUSÃO No tocante ao tema desenvolvido no decorrer do presente trabalho, apontam-se as principais conclusões a respeito dos assuntos que conduziram o estudo. A diferença entre cumprimento provisório e definitivo, dispostos no CPC/15, sofreu mudanças em comparação com o CPC/73, diante da não correspondência dos artigos, que antes eram utilizados como forma de distinguir os dois mecanismos. No entanto, suas ideias centrais não sofreram grandes alterações, sendo utilizada a execução provisória quando a decisão se funda em título judicial pendente de recurso, não dotado de efeito suspensivo e definitivo, quando se tratar de título executivo extrajudicial ou judicial, se já houver a liquidação, ou se a decisão não for mais passível de qualquer tipo de recurso. Diante desta análise, é possível entender a finalidade do cumprimento provisório e o problema existente para que houvesse a sua criação. Nota-se que o legislador, quando do surgimento deste mecanismo, buscou resguardar o direito do credor a um processo mais célere, passando a não olhar apenas para as garantias do devedor. É a partir do surgimento do cumprimento provisório que se têm resguardadas as garantias do credor e do devedor, conforme se pode notar pelo procedimento que esta medida possui. Embora o Código priorize o direito do exequente de executar provisoriamente a decisão favorável a ele, o legislador manteve resguardadas as garantias ao executado, quando dispõe em seu texto a possibilidade de ressarcimento a este último, no caso de a decisão ser reformada ou anulada, em todo ou em parte. Esta restituição será garantida através de caução a ser prestada pelo exequente nos autos, podendo a mesma ser dispensada nas hipóteses previstas nos incisos do art. 521 do CPC/15. 38 Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária. (BRASIL. Lei n. 13.105/15, 2015). 73

Ocorre que o novo CPC/15 trouxe novidades em seu texto, que trata de um dos temas centrais do trabalho. A grande inovação diz respeito à incidência da multa já na execução provisória, como forma de instigar o cumprimento da obrigação. Porém, para que se compreenda a aplicabilidade deste instrumento, é necessário entender a finalidade da multa no ordenamento jurídico, expondo o seu objetivo, que é o de estimular o devedor a cumprir a decisão e, também, a discussão existente entre os doutrinadores com relação à natureza da multa, entendendo ser possível o caráter coercitivo, punitivo, ou ainda, coercitivo e punitivo. A partir destas compreensões torna-se viável entender o porquê da incidência e da aplicação da multa, disposta no art. 520, 2º do CPC/15. Assim, observamos que este tema foi abordado em sentido diverso daquele que acabou prevalecendo na jurisprudência do STJ e de diversos doutrinadores, sendo adotado pelo legislador o entendimento da minoria da doutrina. Conforme verificado, entendeu-se, por certo, que a sentença, quando destituída de efeito suspensivo, começa a produzir seus efeitos de forma imediata, cabendo assim a possibilidade de incidir a multa já no cumprimento provisório. Conclui-se, portanto, que o cumprimento provisório trata-se de um importante mecanismo para os órgãos jurisdicionais, a fim de evitar a demora no trâmite processual, e conferindo à sociedade uma justiça mais célere. Dado o exposto, a aplicação da multa na execução provisória trata-se de ganho para o ordenamento jurídico. REFERÊNCIAS ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto (Coord.). A nova execução: comentários à Lei nº 11.232, de 22 de dezembro de 2005. Rio de Janeiro: Forense, 2006. ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto (Coord.). A nova execução de Títulos Extrajudiciais: comentários à Lei nº 11.382, de 6 de dezembro de 2006. Rio de Janeiro: Forense, 2007. AMARAL, Guilherme Rizzo. Cumprimento e execução da sentença: sob a ótica do formalismo-valorativo. Porto Alegre: Liv. do Advogado, 2008. AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentário às alterações do novo CPC. São Paulo: R. dos Tribunais, 2015. ARMELIN, Donaldo; CIANCI, Mirna; BONICIO, Marcelo J. M.; QUARTIERI, Rita. Comentários à execução civil: título judicial e extrajudicial (artigo por artigo). 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. ASSIS, Araken de. Cumprimento da Sentença. 4.ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2013. ASSIS, Araken de. Manual de Execução. 17.ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2015. BRASIL. Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869.htm>. Acesso em: 6 de abril de 2015. BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 6 de abril de 2015. 74

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula n. 317. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas- 2011_26_capSumula317.pdf>. Acesso em: 7 de maio de 2015. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula n. 517. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/sites/stj/default/pt_br/noticias/noticias/stj-edita-maistr%c3%aas-s%c3%bamulas>. Acesso em: 9 de junho de 2015. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Medida Cautelar n. 12.743/SP. Recorrente: Globo comunicação e participação S/A. Recorrido: André Anhaia Mello de Magalhães e outros. Relator: Ministra Nancy Andrighi. Brasília, 03 de maio de 2007. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=mon&sequ encial=3066537&num_registro=200700930991&data=20070503&formato=pdf>. Acesso em: 11 de maio de 2015. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 1100658/SP. Recorrente: Silvio Roberto Cavalcanti. Recorrido: Ministério Público do Estado de São Paulo. Relator: Ministro Humberto Martins. Brasília, 7 de maio de 2009. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?tipopesquisa=tipopesquisanumeroregistro& termo=200802366053&totalregistrosporpagina=40&aplicacao=processos.ea>. Acesso em: 30 de abril de 2015. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg no Ag 993.399/RS. Agravante: Banco Santander Banespa S/A. Agravado: Perácio Platt. Relator: Ministro Aldir Passarinha Júnior. Brasília, 20 de abril de 2010. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=mon&sequ encial=5893321&num_registro=200703070143&data=20090911&formato=pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2015. BUENO, Cassio Scarpinella. Execução provisória. In: LOPES, João Baptista; CUNHA, Leonardo José Carneiro da (Coord.). Execução civil: (aspectos polêmicos). São Paulo: Oliveira Rocha Comércio e Serviços Ltda - CAN, 2005. BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: Tutela jurisdicional executiva. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil: Anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. CÂMARA, Alexandre Freitas. A nova execução de sentença. 2.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. CARDOSO, Oscar Valente. Aspectos Polêmicos da Multa do art. 475-J do CPC: Natureza Jurídica, Termo Inicial e Execução Provisória. Revista Dialética de Direito Processual, São Pulo, n.78, setembro de 2009. p.81-96. CARNEIRO, Athos Gusmão. Comprimento de Sentença Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2007. DIDIER JÚNIOR, Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito processual civil: Execuções. 5ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2013. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil: Execução e Processo Cautelar. 5.ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012. 75

HOFFMANN, Ricardo. Execução Provisória. São Paulo: Saraiva S/A Livreiros Editores, 2004. LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de execução. São Paulo: Bestbook, 2003. LIMA, Alcides de Mendonça. Comentários ao Código de Processo Civil: VI Vol. Tomo II. 3.ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1979. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Curso de Processo Civil: Execução. 6.ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2014. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIEIRO, Daniel. Novo Curso de Processo Civil: Tutela dos direitos mediante procedimento comum. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2015. MEDINA, José Miguel Garcia. CPC: Código de processo civil comentado: com remissões e notas comparativas ao projeto do novo CPC. 2. ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 2012. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil: volume único. 3.ed. São Paulo: Método, 2011. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil: Lei n. 13.105 Comentário. São Paulo: Método, 2015. PIRES, Jorge Antônio Cheim. Breves considerações acerca da nova execução provisória da sentença no Código de Processo Civil. Revista de Processo, v.169, DTR/2009/202, Março de 2009. p.212-249. PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Comentários ao código de processo civil: tomo 9: arts. 566 a 611. Rio de Janeiro: Forense, 1976. SILVEIRA, Bernardo Bastos. A multa do art. 475-J do CPC na execução provisória: Possibilidade de aplicação?. Revista de Processo, v.155, DTR/2008/99, Janeiro de 2008. p.208-222. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Processo de execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela de urgência. 49.ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2014. TUCCI, José Rogério Cruz e. Tempo e processo: uma analise empírica das repercussões do tempo na fenomenologia processual (civil e penal). São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. ZAVASCKI, Teori Albino. Processo de execução: parte geral. 3. ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 2004. 76