Ambiental. Cá entre nós. Expediente. Sustentabilidade. Agenda. Bate-papo. Tecnologias Sustentáveis. Holofote. Economia. Tecnologia premiada.



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Transcrição:

Capa

JULHO DE 2012 EDIÇÃO Nº 1 Cá entre nós Expediente Agenda Bate-papo Neire Colman Holofote Economia Os gargalos do setor sucroenergético Havendo rentabilidade o setor volta a investir A falta de estímulos inibe os investimentos Política Setorial Parceria e Comunicação Legislação Código Florestal Ambiental Lucrar com o ambiental não é pecado Sustentabilidade Do social à sustentabilidade Mulher, água e alimento Tecnologias Sustentáveis Lubrificação Inteligente A luz da palha da cana Mais Plene nos canaviais Tecnologia premiada Distribuidor de vinhaça concentrada ganha Prêmio Gerdau Campo As mulheres desbravam o campo Transformers chegam ao campo Quando é bom o tempo voa Máquina parada por pouco tempo Para alimentar o mundo Indústria Mulheres conquistam espaço na área industrial

Matéria de capa Os 25 anos da luz que vem da cana Gestão de Pessoas Mulheres no mercado de trabalho O mercado de trabalho para as mulheres no setor sucroenergético Profissões O caminho para sair da crise Artigo Qualidade de vida e sustentabilidade Nordeste Um refresco para o Nordeste O nordeste investe para garantir vaga no futuro do setor Especial A cana no Rio + 20 Os Bastidores do setor Por trás das cortinas Caderno Relax Consumo As asiáticas se rendem ao flex Espaço Gourmet A premiada mandioca amarelinha Batendo Perna Os sabores da Serra Gaúcha Cantinho da Cultura A China desperta paixões Expediente - Cana substantivo feminino Editora: Editor gráfico: Luciana Paiva Fernando Almeida luciana@paivaebaldin.com.br Entre em contato: Marketing: Opiniões, dúvidas e sugestões sobre a revista Cana substantivo Regina Baldin feminino serão muito bem-vindas: regina@paivaebaldin.com.br Redação: Rua João Pasqualin, 248, cj 22 Cep 14090-420 Comercial: Ribeirão Preto, SP - Telefones: (16) 36274602 34219074 Marcos Renato Silva E-mail: contato@paivaebaldin.com.br marcosrenato@paivaebaldin.com.br Jornalismo: Cana substantivo feminino é uma Jaqueline Stamato publicação digital da Paiva& Baldin jaqueline@paivaebaldin.com.br Editora

O jeito feminino de fazer jornalismo De 27 de julho a 12 de agosto acontecem os XXX Jogos Olímpicos, que serão sediados na cidade de Londres. Esta edição das Olimpíadas reunirá 10,5 mil atletas, de 192 países e 13 territórios. O Brasil levará mais de 230 esportistas que participarão de 30 modalidades. Já estamos às portas das Olimpíadas, no entanto, as coberturas esportivas da Rede Globo nem citam este importante evento. O motivo: os direitos de transmissão das Olimpíadas 2012 para a TV aberta pertencem à Record. Para a Globo não importa a notícia e os telespectadores, mas sim queimar o concorrente. Esta é uma forma masculina de fazer jornalismo, é o jeito mais comum adotado por veículos de comunicação e também por outros segmentos, que se preocupam mais com a concorrência do que com seu público-alvo. Este não é o perfil editorial da revista Cana substantivo feminino. Focamos a notícia, o leitor, o que é bom para o setor sucroenergético, por isso, as ações que os demais veículos de comunicação fizerem em prol do setor também terão espaço em nossa publicação. Viemos para somar, engrossar o coro de vozes em favor do setor e, aproveitando a democratização da internet vamos abrir as porteiras e levar o dia a dia da agroindústria sucroenergética não só para o habitante do mundo da cana. Afinal, conquistar a opinião pública, a sociedade, os consumidores é essencial para a continuidade do negócio. Entre as características femininas estão a preservação, a harmonia e a comunicação. Dizem que as mulheres falam demais, então vamos aproveitar esse aspecto feminino para nos comunicar com o mundo, de forma interativa, charmosa, moderna e gerando menos impacto ambiental, já que a revista é digital e não impressa, podendo ser vista nas telonas dos PCs e nas telinhas dos tablets nos quatro cantos do planeta. Vamos botar a boca no mundo, compartilhar e curtir a canade-açúcar nas redes sociais, nos grupos de notícias e de profissionais. Esse jeito feminino não só de fazer jornalismo, mas de conduzir o mundo, é a forma mais inteligente para conquistarmos o almejado e necessário desenvolvimento sustentável. Então, convido vocês, homens e mulheres, para compartilharem esse movimento. Vamos? Luciana Paiva Editora luciana@paivaebaldin.com.br

MACEIÓ SEDIA A 9ª FERSUCRO De 11 a 13 de julho no Centro de Convenções de Maceió, AL, acontece a 9ª edição da Fersucro. Durante os três dias do evento serão montados mais de 50 estandes e cerca de 60 empresas expositoras. A Fersucro acontece em parceria com o XXIX Simpósio da Agroindústria da Cana-de- Açúcar de Alagoas, que será realizado de 10 a 13 de julho. Os eventos são realizados pela Stab Leste. Mais informações no site: www.fersucro. com.br INSCRIÇÕES PARA O MASTERCANA SOCIAL VÃO ATÉ 20 DE JULHO o Prêmio Mastercana Social promovido pelo Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria -, em parceria com a ProCana Brasil, está com inscrições abertas até 20 de julho. O Prêmio tem por objetivo incentivar, reconhecer e premiar práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental das usinas sucroenergéticas do Brasil, como também das entidades representativas e das empresas fornecedoras de produtos e serviços ao setor, que contribuam para a promoção do bem-estar social e do desenvolvimento sustentável. Mais informações e inscrições no site: www.gerhai.org.br 8º INSECTSHOW De 25 a 26 de julho, no Centro de Convenções de Ribeirão Preto,SP, acontece o 8º Insectshow Seminário Nacional sobe Controle de Pragas da Cana-de-Açúcar. Mais informações e inscrições no site: www.ideaonline.com.br FENASUCRO&AGROCANA De 28 a 31 de agosto, o Centro de Eventos Zanini, localizado no polo regional da cana-deaçúcar em Sertãozinho, SP, sedia a Fenasucro & Agrocana 20º Feira Internacional da Indústria Sucroenergética e 10º Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar. Considerado o mais importante evento de negócios da indústria sucroenergética do mundo. Mais informações no site: www. fenasucroagrocana.com.br GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM A Datagro e XYZ Live promovem o primeiro Global Agribusiness Forum, encontro que reunirá líderes, especialistas e representantes da cadeia produtiva agrícola para discutir o tema Agricultura Globalizada e Sustentável, o Desafio do Crescimento. O objetivo é debater estratégias e propor soluções de longo prazo para a agricultura mundial. Al Gore, ganhador do Nobel da Paz, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental será um dos palestrantes, analisando o impacto das mudanças climáticas para a agricultura em todo o mundo. Data: 25 e 26 de Setembro, 2012 Local: Hotel Grand Hyatt, São Paulo. Mais informações no site: www. globalagribusinessforum.com.br/ XI CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DATAGRO SOBRE AÇÚCAR E ETANOL Acontece nos dias 15 e 16 de outubro de 2012, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, XI Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol. Mais informações e inscrições no site: www. datagrosonferences.com Aconteceu MBF AGRIBUSINESS INAUGURA NOVA SEDE Em 24 de maio aconteceu a inauguração da nova sede da MBF Agribusiness localizada a Rua Guerino Giovanini, 255, em Sertãozinho, SP. Para marcar o evento aconteceram palestras de Luciano Rodrigues (Unica), Dr. Mairun Junqueira (Makestrat) e Dr. Décio Gazzoni (Embrapa Agroenergia). Segundo o sócio diretor da MBF, Marcos Françóia, a decisão de construir uma nova sede veio por conta do aumento da equipe, da necessidade de atender atividades mais burocráticas e de ter um espaço mais adequado para receber os clientes. O novo prédio conta com uma moderna infraestrutura e sistemas avançados que garantem a segurança da informação no nível exigido pelos clientes. Uma das principais características do projeto é a reunião de novas técnicas de prestação de serviços, treinamentos e um espaço para criação, destinado a reflexões, relaxamento e desenvolvimento de ideias. Entre os destaques do prédio está o anfiteatro, equipado com sistema áudio visual 3D e videoconferência, e que tem capacidade para 60 pessoas, e a biblioteca, com um rico acervo de livros, periódicos, vídeos e documentos relacionados ao agronegócio, especialmente o setor canavieiro. Mais informações no site: www.mbfagribusiness.com

bate papo NLuciana Paiva Nos últimos anos, uma nova personagem passou a compor o cenário do setor sucroenergético, é Neire Colman, secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Município de Dourados, MS. Em sua missão de expandir a agroindústria canavieira para a região de Dourados, Neire participa, de forma atenta e bastante simpática, de diversos eventos do setor, visita entidades, empresários e faz parcerias, enfim, muni-se de informações e experiência para colocar em prática o Projeto Polo de Serviços do Setor Sucroenergético de Dourados e Região. A cidade conta com aproximadamente 200 mil moradores, em seu entorno estão 38 municípios, com um total de 800 mil habitantes. Responsável por 60% da cana no Estado, Dourados se apresenta como a capital sucroenergética de Mato Grosso do Sul, seria como Sertãozinho no interior paulista. Mas para que esse título faça justiça, além de terra para o cultivo da cana, os administradores de Dourados querem oferecer infraestrutura e benefícios fiscais, como isenção de ICMS, para que novas unidades produtoras e também empresas fornecedoras de produtos e serviços para usinas se instalem na cidade e região. A Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) e o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CeiseBr) já são parceiros do Projeto Polo de Serviços do Setor Sucroenergético

bate papo O presidente da Copercana, Toninho Tonielo, durante a Fenasucro&Agrocana 2011 recebeu a visita de Neire e do prefeito de Dourados, Murilo Zauith de Dourados e Região. E Neire, cada vez mais, estreita laços com a prefeitura de Sertãozinho, a Secretaria quer aprender com eles os erros e acertos para o melhor desenvolvimento do Projeto, um ponto importante ela já sabe: é fundamental que haja mão de obra qualificada. Formada em Ciências Econômicas, Neire diz que não é econômica, mas sim economista, também cursou MBA em Gestão de Negócios e MBA na FGV em Gestão de Projetos. Para completar o pacote de conquista da agroindústria canavieira para a região, a Secretaria também trabalha no sentido de aumentar a troca de informações e exposição de tecnologia. Para isso, investe na realização do 6º Congresso da Cana de Açúcar de Mato Grosso do Sul, o Canasul 2012, que acontecerá em Dourados no próximo mês de outubro. Neire, que participou do Encontro Cana substantivo feminino, realizado em Ribeirão Preto, pela Paiva & Baldin Editora, é a convidada deste primeiro Bate-Papo com a nossa revista. Quais funções ocupou antes de ser Secretaria de Desenvolvimento de Dourados? Fui gestora de projetos no Sebrae em Campo Grande, onde auxiliei o desenvolvimento de um polo industrial do setor de têxtil e confecção. E nos quatro últimos anos, sou gerente da Regional Sul do Sebrae onde atendemos 38 municípios da região do sul em projetos e ações focadas no desenvolvimento das micro e pequenas empresas nos diversos setores da economia, principalmente na cadeia de madeira e móveis, têxtil e confecção, comercio varejista, metal mecânico, além do setor do agronegócios voltados para

bate papo trabalho de estruturação tanto na área agrícola como na indústria e serviços no município. Neire, no Encontro Cana substantivo feminino, em companhia de Carlos Reze, diretor da Personality Consultoria e de Cláudia Maranhão, gerente ambiental da Usina Santo Antonio, AL pequenos negócios rurais, alimentos orgânicos, leite, café e hortifrúti. Atualmente, o que representa o setor sucroenergético para Dourados e região? O governo de Mato Grosso do Sul fez um zoneamento ecológico econômico no Estado e mapeou as potencialidades vocacionadas para cada região, ou seja: região norte: potencialidade para o turismo, região oeste: potencialidade no setor minero siderúrgico, região leste: papel e celulose, e, região sul, setor: sucroenergético. Com foco nestas estratégias de desenvolvimento do Estado, focamos o setor como propulsor da economia local, podendo alavancar renda e ocupações ainda inexploradas pelo município. Como no caso do setor metal mecânico, onde constam um numero considerável de empresas representadas pela federação das indústrias do Estado, as 14 unidades sucroenergéticas instaladas na região, num raio de 100 km de Dourados, podem ser propulsoras da economia, desde que seja realizado um Qual o potencial de Dourados e região para a cultura canavieira? A região de Dourados tem um potencial climático, geográfico e boa diversificação de culturas que podem agregar a canade-açúcar com excelentes resultados, existe grande parte de áreas que ainda não são cultiváveis ou que possam haver a integração de culturas. O que estamos trabalhando nesse momento é levar até o produtor tradicional as informações relevantes do setor da cana-deaçúcar, quais as potencialidades, os ganhos da produção da cana, para que o produtor possa escolher quais as culturas e onde pode obter um lucro maior. Qual a reação da população com o crescimento da cultura canavieira na região? Entendemos que os ciclos econômicos fazem parte da historia dos municípios, e a chegada de um novo ciclo pode num primeiro momento causar alguns desconfortos, que são normais. Com o passar do tempo, com a implementação de políticas de desenvolvimento para o setor, com as parcerias realizadas, com a implantação de ações voltadas para mercado e produção, os resultados

bate papo começam a aparecer. Como é o caso da implantação do Projeto do Polo de Serviços do Setor sucroenergético de Dourados e Região que tem por objetivo a qualificação de empresas do setor metal mecânico para fornecimento às usinas da região. Como surgiu e quais as metas deste Projeto? Foi realizada uma pesquisa com as usinas da região e constatamos que 60% do que é comprado pelas grandes usinas são de fora do Estado, os serviços e produtos necessários para atender as reposições e manutenções ainda são feitas fora daqui. Vendo essa oportunidade de mercado, montamos um projeto com a finalidade de apoiar as empresas de Dourados para que possam ter qualidade e custos semelhantes as empresas de fora do Estado, e também captar novas empresas para apoiar o setor no município. A meta é qualificar 50 indústrias do setor metal mecânico de Dourados para que nos próximos meses possam ser futuros fornecedores das usinas. O grande objetivo é fomentar esse setor fazer com que nosso empresário possa obter Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Dourados, se empenha para o sucesso do Polo de Serviços do Setor Sucroenergético um lucro maior nos seus negócios, empregando mais, gerando a economia local. Quais ações vocês têm promovido para que o Projeto se concretize? E como está a receptividade do investidor? A promoção de abertura de mercado como rodadas de negócios entre os empresários de Dourados e as usinas são ações contínuas realizadas, que já movimentaram mais de 15 milhões em negócios para o setor metal mecânico. A capacitação e qualificação também estão sendo realizadas para que o empresário possa se qualificar em gestão e custos, além da qualificação de mão de obra do setor. A próxima etapa é a certificação em ISO 9001 nos processos industriais das empresas do setor metal mecânico e a realização do 6º Canasul, em outubro de 2012. O setor vive mais uma crise, isso tem atrapalhado o desenvolvimento do projeto? Essa inconstância assusta? O setor vive crise o tempo todo, conversando com alguns usineiros eles me disseram que não se lembram de ciclos sem crise, ou por falta de matéria-prima, ou por politicas públicas, ou por preços no mercado, enfim, vemos que o trabalho a ser realizado nas empresas colabora com o crescimento das mesmas, independente das crises do setor. Porque uma vez qualificadas elas podem fornecer para outros mercados, como a indústria de alimentos ou agrícola que também necessita desse tipo de serviço.

holofote

holofote A 64ª edição do banquete do Sugar Dinner, realizada em Nova York em 16 de maio, teve público recorde de 1.117 empresários e executivos do setor sucroenergético. O mais tradicional e prestigiado jantar dos executivos da cadeia açucareira contou como orador o presidente da Datagro Consultoria, o economista Plínio Nastari. Para Nastari, a honra de poder discursar e ser homenageado no principal evento do setor no mundo é de suma importância, principalmente por ter sido o quarto brasileiro a ter esta deferência, tendo sido precedido por nomes como o do ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes, o Embaixador Rubens Barbosa, e o ex-presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho. Os presentes elogiaram a homenagem a Nastari, resultado de seu grande conhecimento e dedicação ao setor. Disseram também que Plínio era o cara do Sugar Dinner Nova York de 2012, ou seja, a personagem mais importante da festa. Em seu discurso, Plínio Nastari enalteceu a história secular do açúcar no Brasil e sua relação com Nova York, que em sua visão «tem sido o centro do comércio mundial de açúcar por um longo tempo. 6ª EDIÇÃO DO ISO/DATAGRO NEW YORK SUGAR CONFERENCE Antes do jantar aconteceu no Waldorf Astoria Hotel a 6ª edição do ISO/Datagro New York Sugar Conference com o tema O desafio de atender a demanda global de açúcar e etanol. O encontro abordou os principais desafios e atualidades sobre os principais fundamentos da cadeia produtiva do açúcar, etanol e bioenergia no mundo. A Conferência reuniu 320 pessoas de 24 países, empresários, autoridades e ministros de vários países, e líderes do setor de açúcar e etanol de todo o mundo, com destaque à presença maciça de brasileiros e centro-americanos. As palestras abordaram a situação atual no Brasil, Tailândia, Índia, e Leste Europeu. O evento contou também com um painel formado por CEOs, participaram o presidente do Conselho da Copersucar, Luis Roberto Pogetti, o presidente da São Martinho, Fábio Venturelli, o presidente da ETH Bionergia, Luiz de Mendonça, e o presidente do Grupo Tereos International, Alexis Duval. E um painel formado por traders, participaram Jeff Bauml, da R.J.O Brien, Michael McDougall, da Newedge, e Patrice Bougault, da Cargill. Plínio Nastari foi o orador da 64ª edição do Sugar Dinner

holofote Foco na sustentabilidade Quando Marcos Jank deixou a presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) disse que não desejava um evento de homenagem, mas gostaria muito de ser o paraninfo de alguma turma de formandos do programa RenoVação. E foi o que ocorreu em 25 de maio na cidade de Rio Preto, no interior paulista, em uma formatura de 250 alunos das usinas do Grupo Colombo, Noble Bioenergia, Virgolino de Oliveira, Bunge e Usina São Domingos. A razão do pedido, segundo Marcos, deveu-se ao fato de que ele valoriza muito o trabalho da Unica destinado à área de qualificação profissional. Em dois anos, 4.550 profissionais foram requalificados pelo RenovAção. Marcos salientou que o programa incentivou e abriu caminho para as associadas da entidade desenvolverem seus próprios projetos de qualificação, o que eleva o número de trabalhadores qualificados em mais de 16 mil. Um exemplo citado, foi a Umoe Bioenergy que de uma turma de 400 formandos, 45 eram do programa RenoVação, os demais se formaram graças a iniciativa da própria empresa. Marcos também ressaltou as ações pioneiras desenvolvidas pela Unica como o Relatório de Sustentabilidade seguindo os critérios da Global Reporting Initiative (GRI) e o protocolo Agroambiental. O promotor do meio ambiente de Ribeirão Preto, Marcelo Goulart, pela primeira vez admitiu que o problema da queima não é mais em decorrência da cana, mas sim das queimadas urbanas. Isso representa um grande vitória, é o coroamento do protocolo Agroambiental, diz. A gestão de Jank com ações pioneiras focando a sustentabilidade chamou a atenção de vários segmentos, assim, o ex-presidente da Unica tem recebido propostas de trabalho não só de empresas e entidades ligadas ao agronegócio. Até o momento, Marcos estuda as propostas. Marcos Jank:... o promotor Marcelo Goulart admitiu que agora o problema não é mais com a queima da cana e sim com as queimadas urbanas Ele é TOP José Paulo Stupiello recebe o prêmio de Mônika Bergamaschi, secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo José Paulo Stupiello recebeu o prêmio Top Etanol como personalidade acadêmica. O evento aconteceu em Brasília, em 30 de maio, e é uma das ações do Projeto Agora, iniciativa de comunicação realizada por entidades e empresas ligadas ao setor sucroenergético. Engenheiro agrônomo e doutor em tecnologia do açúcar e do álcool pela Universidade de São Paulo (Esalq-USP), Stupiello se destaca por sua liderança à frente da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB), entidade que promove o intercâmbio científico, técnico e cultural entre as diversas regiões produtoras de cana-de-açúcar do Brasil e do exterior. Pesquisas em novas variedades, na área industrial e de fermentação de cana são algumas das atividades desenvolvidas pela STAB. Na década de 70, quando o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) dava os seus primeiros passos, foi um grande incentivador de pesquisa e desenvolvimento no setor sucroenergético

Maior histórico de base de dados do setor sucroenergético Mundial Independência total nas analises 10.000 séries históricas de dados Única fonte de dados primário do setor Since 1979 Planting data Harvesting solutions www.datagro.com

economia Os gargalos do setor sucroenergético Seminário em comemoração ao Dia da Indústria apresentou a pesquisa Gargalos da Cadeia Produtiva Sucroenergética e debateu a Conjuntura Econômica Brasileira Aproximadamente 300 empresários do setor compareceram ao seminário que teve como encerramento um almoço de confraternização Rubens Okamoto

economia DLuciana Paiva Dia 25 de maio, Dia da Indústria, sempre foi uma data festiva para o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), a comemoração era a base de jantares memoráveis, mas este ano, segundo Adézio José Marques, a situação não está para grandes festas, por isso, preferiu realizar um seminário para discutir o cenário do setor sucroenergético. A programação do evento contou com a divulgação da pesquisa inédita Gargalos da Cadeia Produtiva Sucroenergética, realizada pelo Centro de Pesquisas do Agronegócio da PwC (Pricewaterhouse Coopers), em parceria com o Ceise Br e o portal Sucrotrends. Com essa pesquisa, conseguimos traçar mais fielmente o cenário do setor, pois ela representa o sentimento dos vários elos da cadeia, salientou Adézio. Marco Antonio Conejero, gerente do Research & Knowledge Center no Centro de Serviços em Agribusiness da PwC Brasil, esclareceu que o Entre os fatores responsáveis pelo desempenho negativo das duas últimas safras, está a baixa qualificação dos trabalhadores, diz Conejero estudo foi realizado entre os meses de março a maio deste ano, foram ouvidas 120 pessoas e entre os participantes da pesquisa, 66% são tomadores de decisão, ou seja, atuam em posições de gerência. Embora pareça um número pequeno, disse Conejero, os entrevistados compõem um segmento representativo da cadeia, como empresários e dirigentes de usinas, indústrias de base e fornecedores de cana. É uma pesquisa relevante por causa do perfil das pessoas que responderam e os resultados obtidos foram divididos nos segmentos agrícola, industrial e de mercado, informou. Análise da pesquisa os itens que chamaram a atenção na parte agrícola, segundo Conejero, foram produtividade, renovação dos canaviais e capacitação de mão de obra. Entre os fatores responsáveis pelo desempenho negativo das duas últimas safras, está a baixa qualificação dos trabalhadores, desde tratoristas e operadores de colhedoras até cargos mais altos como gerente agrícola. Houve mudança no quadro de funcionários das usinas, trocou-se profissionais experientes por outros sem conhecimento da área, isso refletiu com redução de produtividade, ressaltou. Na parte industrial o que chamou a atenção foi o endividamento no setor. O Itau BBA tem um trabalho muito interessante nesse sentido, aponta que o setor tem um endividamento de R$ 42 bilhões, um valor considerado alto. Ao mesmo tempo que precisa reduzir as dividas, o setor enfrenta o desafio de precisar investir para aumentar a produção, observou Conejero.

economia Já na área de mercado, houve surpresa, as usinas mostraram preocupação em desenvolver estratégias para vender bem os seus produtos. É uma mudança de paradigma, pois o setor sempre deixou a cargo de agências comercializadoras, de tradings, agora pensa em um atendimento personalizado, em manter um relacionamento forte com os compradores, mesmo eles estando na Ásia e Europa, comentou Conejero. Ainda no tema mercado, segundo ele, na parte de açúcar o gargalo está na logística (o porto de Santos é o maior problema), outra preocupação diz respeito ao mercado mundial de açúcar que não deve crescer muito. Já em relação ao etanol, o problema é que não há isonomia tributária, que não há valorização do etanol como produto renovável. No caso da bioeletricidade, a preocupação está com os baixos preços e com a concorrência com a energia eólica. É PRECISO CUIDAR DO NEGÓCIO Conejero disse que é bastante otimista com o setor, mesmo com esse cenário. Não vejo mais problemas que soluções, porém é preciso cuidar do negócio. Um exemplo é Sertãozinho. Fala-se muito que O governo precisa pensar o setor como cadeia produtiva, não apenas como usineiros, salienta Adézio a cidade precisa diversificar suas atividades, mas também é necessário cuidar de sua vaca leiteira, que é o setor sucroenergético, observou, completando que Ceise Br vem trabalhando muito bem nesse sentido. Ser um dos interlocutores do setor junto ao governo é uma das metas do Ceise Br. Adézio Marques salienta que o que está ocorrendo é uma crise de confiança, o governo quer saber se o setor vai investir, e empresário quer saber se o investimento lhe dará retorno no médio ou longo prazo. Tenho ouvido nos bastidores que a presidente Dilma está chateada com o setor, que deu as costas para nós. Ela tem as suas razões, não a culpo. Mas acho que é o momento de deixar a emoção de lado e trabalhar de forma racional, em favor do Brasil. O setor tem de fazer a minha culpa, ver onde errou, corrigir a rota e dar segurança ao governo federal. Por outro lado, o governo precisa também reconhecer onde está errando e possibilitar ao setor mecanismos para que volte a crescer, diz o presidente do Ceise Br. Para Adézio o governo precisa pensar o setor como cadeia produtiva, não apenas como usineiros. Perceber que o setor não se resume a 450 unidades, que são quatro mil indústrias, 88 mil fornecedores de cana e 2,5 milhões de empregos. Ver o quanto o setor é grande e estratégico. O Presidente do Ceise Br observa que é preciso agir já, pois a indefinição está provocando estragos, as usinas pararam de comprar, as indústrias para cortar custos, nos últimos três meses, já demitiram centenas de funcionários em Sertãozinho e quando o corte chega aos trabalhadores a luz vermelha da crise se acende.

economia O setor deveria ter dito NÃO, à presidente Dilma Rubens Okamoto O ex-ministro, economista e professor emérito da USP, Antonio Delfim Netto encerrou o Seminário do Dia da Indústria. Delfim falou que o Brasil vive seu melhor momento econômico, que existe equilíbrio monetário e, por causa dessa base mais sólida, sentirá menos a crise mundial. Salientou a importância do papel do Estado para o bom desempenho da iniciativa privada. Disse que não pode existir mercado sem um Estado regulado e forte. O mercado precisa do Estado para garantir o direito a propriedade. Precisa do Estado para garantir o contrato que é a garantia de fazer negócio hoje e receber amanhã. O Estado pode e deve trabalhar no sentido de reduzir crises. O Estado precisa estimular o instinto animal do empresário. A competição é fundamental, cada vez que ela é reduzida, é menor a eficiência, afirmou. Em decorrência dessa atuação do Estado, é fundamental para qualquer setor Delfim defende um programa de estímulos para o setor voltar a crescer econômico contar com a simpatia dos governos para prevenir crises ou ajudálo a sair delas. Na visão do ex-ministro, o governo federal não tem agido com boa vontade para o setor sucroenergético, isso porque o próprio setor construiu os obstáculos ao gerar um clima de falta de credibilidade. Quando houve a reunião com o governo para saber se o setor teria condições de abastecer o mercado interno com etanol. O setor deveria ter dito: não dá, teremos de importar. Deveria ter passado suas as reais condições de produção para a Presidente. Mas, disseram que dariam um jeitinho. Houve uma promessa que não foi cumprida. Dilma é uma tecnocrata, quer respostas certas. Apesar da má vontade do governo para ajudar o setor a sair da crise, Delfim, acha que a situação começa a ser superada, mas o diálogo deve ser mandito de forma elegante. Além disso, na opinião do ex-ministro, o governo necessita rever algumas de suas ações, como a de segurar o preço da gasolina (já há sete anos), o que tem gerado mais inflação, pois tem aumentado o valor do diesel, do gás e de outros produtos do petróleo. O governo deverá rever sua postura em relação ao setor, afinal o Brasil precisa dele e o segmento necessita de investimentos gigantes para sua recuperação. Para isso, vai precisar de um programa de estímulos para colocar em marcha esse processo.

economia Havendo rentabilidade o setor volta a investir EMPRESÁRIOS E ENTIDADES TENTAM CONSEGUIR UM ESPAÇO NA AGENDA DO GOVERNO DILMA PARA RETOMAR AS DISCUSSÕES SOBRE O FUTURO DA CANA ALuciana Paiva A edição da revista Exame de 15 de maio trouxe como matéria de capa A nova vida do usineiro, enfatizando que Rubens Ometto, presidente do Conselho da Cosan, estava cansado da montanha-russa do setor de açúcar e álcool e após investir 7 bilhões de reais está criando um novo conglomerado em que cana não entra. A notícia assustou o setor sucroenergético, afinal, se o maior produtor do mundo de cana, açúcar e etanol pretende abandonar o barco é porque o cenário não é bom. O Rubens diz isso porque está cansado da instabilidade do setor. Ele tem razão, afirma Carmen Aparecida Ruete, diretora do Grupo Virgolino de Oliveira. Carminha lembra que nos últimos 30 anos, a agroindústria canavieira passou por três grandes crises: em 1985, o preço do petróleo baixou e derrubou o preço do etanol. Com menos investimentos, em 1989 houve quebra de safra e redução da produção de etanol, o que praticamente decretou o fim do carro a álcool. Em 2008, a crise de crédito atingiu feio o setor e ainda causa estragos. Calejado com a história de crises no setor, o empresário Cícero Junqueira Franco diz que a atual é passageira e que as usinas não acabam, podem mudar de dono. Segundo ele,as usinas que estão a venda é em função de deficiência administrativa e gerencial, não por causa do setor. Apesar da crise internacional, o empresário acredita que o Brasil dentro da economia do mundo está em melhor situação e, por isso, não sofreremos muito. E o setor sairá fortalecido, mostrando que tem muita lenha para queimar. Rubens Ometto: cansado da instabilidade do mundo da cana