TP TP FPT COMPACTAÇÃO DO SOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO NA REGIÃO DE MACHADINHO D OESTE - RONDÔNIA 1 Rafael de Souza MacedoTPF FPT Marília LocatelliTPF RESUMO: A presente pesquisa objetivou analisar a compactação do solo em áreas de plantio de castanha-do-brasil consorciada e solteira, comparadas à área de floresta e capoeira dezesseis anos após plantio. O experimento foi instalado em Machadinho d Oeste, Rondônia. O solo pode ser classificado como latossolo amarelo, textura argilosa. Foram efetuadas determinações do grau de compactação do solo, usando penetrômetro de impacto. Com base nos resultados é possível inferir que castanha-do-brasil consorciada e solteira, tem valores de compactação homogêneos entre os horizontes, enquanto que os de mata e capoeira apresentam diferenças. PALAVRAS-CHAVE: compactação do solo; castanha-do-brasil, latossolo 1- INTRODUÇÃO Compactação do solo é, ao mesmo tempo, a diminuição da macroporosidade ou porosidade de aeração e o aumento da microporosidade, da densidade do solo e da resistência à penetração das raízes de plantas no solo, e deriva de atividades do homem. Depende, dentre outros fatores, da quantidade de água, da pressão aplicada e do tipo de manejo do solo (Holtz & Kovacs, 1981) e tem sido examinada por métodos que usam estes fatores (Holtz & Kovacs, 1981; Camargo & Alleoni, 1997; Costa & Abrão, 1996). 1 PTBolsista PIBIC/CNPq/EMBRAPA Rondônia projeto:sistemas agroflorestais em Machadinho d Oeste/Rondônia-avaliação de parâmetros biofísicos e econômicos. PTPesquisadora, Ph.D. EMBRAPA Rondônia (Orientadora) marilia@cpafro.embrapa.br
Em nosso país, hoje em dia, existe uma tendência de analisar a susceptibilidade do solo à degradação conjuntamente com a compactação e com o momento certo para efetuar as operações mecanizadas no campo, por julgar racional a utilização de medidas preditivas e preventivas da compactação, o que diminuiria os problemas de deterioração dos solos agrícolas (Kondo & Dias Junior, 1999; Silva et al., 000). Tem-se a estimativa que por volta de 68 milhões de hectares das terras agrícolas do planeta se encontram em processo de degradação, causado pela compactação (Flowers & Lal, 1998). O presente trabalho tem como objetivo determinar o nível de compactação e analisar o efeito da compactação do solo em áreas com plantio de castanha- do-brasil consorciada e solteira, comparadas à área de floresta e capoeira. - MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo localiza-se no campo experimental da Embrapa Rondônia situado no município de Machadinho d Oeste, Rondônia. O local está situado sob as coordenadas 9º 30 latitude sul e 6º 10 longitude oeste Gr., e distancia 350 km de Porto Velho. O clima da região é do tipo Am, segundo classificação de Koppen, com temperatura e precipitação média anual de 5,5º C e.400 mm, respectivamente, o relevo da região é plano e a altitude é de 130 m.s.n.m. O solo da área experimental pode ser classificado como latossolo amarelo textura argilosa, sob floresta equatorial primária, o relevo considerado similar ao da região, ou seja, plano. As espécies componentes do experimento são: castanhado-brasil (Bertholletia excelsa), freijó-louro (Cordia alliodora), pupunha (Bactris gasipaes), cupuaçú (Theobroma grandiflorum) e pimenta-do-reino (Piper nigrum). Estas espécies estão dispostas em blocos ao acaso combinadas entre si com quatro repetições, os tratamentos estudados são os seguintes:1) Castanheira (1 m x 1 m)/ cupuaçu (6 m x 6 m)/ pimenta-do-reino (6 m x m), ) Freijó-louro (6m x 6m)/
P através P de P cupuaçu (6m x 6m)/ pimenta-do-reino (6m x 6m), 3) Pupunha (6m x 6m)/ cupuaçu (6m x 6m)/ pimenta-do-reino (6m x 6m), os outros tratamentos 4) Castanha-do-Brasil (1 m x 1 m), 5) Freijó-louro (6 m x 6 m), 6) Pupunha (6 m x 6 m), consistem de plantios solteiros das espécies arbóreas. O experimento foi implantado em fevereiro de 1987. Quando da implantação da área experimental, foram deixadas duas áreas para efeito comparativo ao longo dos anos: área de floresta original e área que foi cultivada por dois anos com cultivos anuais e após deixada em pousio ou capoeira. Foi determinado índice de compactação do solo, aos dezesseis anos após plantio, nas áreas de mata e capoeira e em parcelas de castanha-do-brasil consorciada e solteira (6 pontos diferentes para cada sistema de uso do solo). Para determinação da compactação do solo foi utilizado o penetrômetro de impacto modelo modificado de IAA PLANALSULCAR-, sendo os valores obtidos (resistência mecânica) transformados em kgf/cmp da fórmula holandesa, de acordo com Stolf (1991). 3- RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme os dados da Tabela 1, é possível observar que os valores da área de floresta foram menores na profundidade de 0-10 cm (6,6 kgf/cmp P) aumentando entre 10-30 cm, o que provavelmente é devido a quantidade de raízes existente nesta área. Já para a área que está em pousio há 14 anos, os valores variaram de 7 kgf/cmp 0-0 cm aumentando para 9 na profundidade de 0-40 cm. Quando compara-se os cultivos de castanha consorciada e solteira, não encontrou-se valores diferentes, o que demonstra não existir diferença de grau de compactação do solo (Tabela 1). Tabela 1 Valores de resistência mecânica do solo em kgf/cmp em diferentes sistemas de uso do solo em Machadinho d Oeste, Rondônia. 003. Resistência á penetração (Kgf/cmP P) 3
Sistemas de uso da terra Prof.(cm) Castanha consorciada Castanha solteira Floresta Capoeira 0-10 8.1 8.1 6.6 7.9 11-0 8.4 8.6 31. 7.4 1-30 8.1 8.8 30.3 9. 31-40 7.7 8.9 7.1 9,0 4- CONCLUSÕES Tendo em vista os resultados acima apresentados conclui-se que: Os valores de compactação dos plantios de castanha (em sistemas agroflorestais e solteiros) são homogêneos entre os horizontes. Os valores de mata e área de pousio apresentam diferenças entre os horizontes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO, O.A. & ALLEONI, L.R.F. Compactação do solo e o desenvolvimento das plantas. Piracicaba, Escola Superior Luiz de Queiroz, 1997. 13p. COSTA, L.M. & ABRÃO, W.A. P. Compactação e adensamento de solos relacionados às propriedades químicas, físicas e sedimentológicas. In: ALVARES, V.H. ; FONTES, L.E. F. & FONTES, M.P.F. eds. O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1996. p. 49-443. FLOWERS, M.D. & LAL, R. Axle load and tillage effects on soil physical properties and soybean grain yield on a Mollic Ochraqualf in northwest Ohio. Soil Tillage Research, 48: 1-35, 1998. 4
HOLTZ, R.D. & KOVACS, W.D. An introduction to geotechnical engineering. Englewood, Cliffs, Prentice-Hall,, 1981. 733p. KONDO, M.K. & DIAS JUNIOR, M.S. Compressibilidade de três latossolos em função da umidade e de uso. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 3: p. 11-18, 1999. SILVA, V.R. ; REINERT, D.J. & REICHERT, J.M. Susceptibilidade à compactação de um Latossolo Vermelho- Escuro e de um Podzólico Vermelho-Amarelo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 4, p. 39-49, 000. STOLF, R. Teoria e teste experimental de fórmulas de transformação dos dados de penetrômetro de impacto em resistência do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.15, p. 0-35, 1991. 5