EFETIVIDADE DA GINÁSTICA LABORAL E EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE OS FATORES DE RISCOS CORONARIANOS E QUALIDADE DE VIDA



Documentos relacionados
IV Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica do Cesumar 20 a 24 de outubro de 2008

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE RECREATIVA EM IDOSAS FREQUENTADORAS DE UM GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PONTA GROSSA

41 ANOS DE EXISTÊNCIA. 942 Médicos Cooperados 71 mil clientes. 1ª Sede Praça Carlos de Campos

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

AULA 2 Fatores de Risco para Crianças e Adolescentes

Acácio Lustosa Dantas Graduanda em Educação Física pelo PARFOR da Universidade Federal do Piauí

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

ESTADO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

GRUPO COPPA: ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NO PATOLOGIAS ASSOCIADAS BRIGITTE OLICHON LUMENA MOTTA REGINA BOSIO

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

I I EITIC. Encontro de Inovação, Tecnologia e Iniciação Científica do IFAL. Resumo Ciências Humanas

EPIDEMIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTUDO POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS - MS

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

CPL Tiago Joaquim Rodrigues Bernardes. Professora Doutora Patrícia Coelho. Mestre Alexandre Pereira

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

A ANÁLISE DOS OBJETIVOS E A RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

PERCENTUAL DE GORDURA E RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM FUNCIONÁRIOS FEDERAL DE SANTA MARIA DADOS PARCIAIS

Diagnóstico e Prevenção do Diabetes com os Recursos Tecnológicos da Informática

PERFIL DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM QUE TRABALHAM NO PERÍODO NOTURNO

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HIPERTENSOS E HIPERTENSO/DIABÉTICOS

Multimorbidade e medidas antropométricas em residentes de um condomínio exclusivo para idosos

COMPORTAMENTOS DE RISCO E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ADOLESCENTES UNIVERSITÁRIOS

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E SEDENTÁRIOS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36 RESUMO

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E SEDENTÁRIOS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

05/04/2017. Avaliação inicial (screening do estado de saúde) EFB Medidas e Avaliação da Atividade Motora. Objetivos da aula: Por onde começar?

PROJETO DE GINÁSTICA LABORAL PARA OS SERVIDORES DA PREFEITURA MUNICIPAL DE ALVORADA RS

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

DESEMPENHO MOTOR DE ADOLESCENTES OBESOS E NÃO OBESOS: O EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR

AULA 3 Anamnese e Perfil de Risco para Crianças e Adolescentes. Prof.ª Ma. ANA BEATRIZ M DE C MONTEIRO CREF /G 1

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

ATIVIDADES EDUCATIVAS SOBRE SAÚDE CARDIOVASCULAR PARA IDOSOS RESIDENTES NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE ANTÔNIO DIOGO.

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006.

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

PREVALÊNCIA DA HIPERTENÇÃO ARTERIAL SISTEMICA EM IDOSOS PERTENCENTES AO GRUPO DE CONVÍVIO DA UNIVERSIDADE ABERTA A MATURIDADE EM LAGOA SECA-PB.

INTERAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, COM FLEXIBILIDADE E FLEXÕES ABDOMINAIS EM ALUNOS DO CESUMAR

FACULDADE ICESP INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

II Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UniEVANGÉLICA Anais do IX Seminário de PBIC Volume Anápolis-Go

Beatriz de Oliveira Matos1 Lais Miranda de Melo2 Maria Grossi Machado3 Milene Peron Rodrigues Losilla4

TÍTULO: IMPLANTAÇÃO DE EXERCÍCIOS LABORAIS EM FUNCIONÁRIOS DOS SERVIÇOS GERAIS EM UMA IES

TÍTULO: EFEITOS DE UMA SESSÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E CINSEIOTERAPIA PARA PESSOAS COM A DOENÇA DE ALZHEIMER

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS ASSISTIDOS POR CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

TÍTULO: ÍNDICE DE CONICIDADE EM ADULTOS SEDENTÁRIOS DA CIDADE DE CAMPO GRANDE-MS

Correlação entre Índice de Massa Corporal e Circunferência de Cintura de Adolescentes do Município de Botucatu SP

OBJETIVO: Avaliar qual dos parâmetros: cintura, quadril e RCQ tem maior relação com os fatores utilizados no diagnóstico para SM.

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ALUNOS DO PROJETO ESCOLA DA BOLA COM BASE NOS TESTES DA PROESP-BR

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

NOME DO PROJETO MEDIDA LEGAL

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE ADOLESCENTES UNIVERSITÁRIOS

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

UTILIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES FÍSICAS PARA DIAGNÓSTICO DE SAÚDE DOS SERVIDORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Autoras: Enfermeiras Carla Silva, Manuela Dias e Susana Martins. Trabalho desenvolvido CSAH:

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

PNS Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Ciclos de vida, Brasil e grandes regiões Volume 3

PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS DE GUARAPUAVA

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 26. Profª. Lívia Bahia

DIMINUA O RISCO DE ATAQUE CARDÍACO E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL CONTROLE A SUA TENSÃO ARTERIAL D I A M U N D I A L DA S AÚ D E 2013

INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E O RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UM GRUPO DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

KINECT: saúde proporcional à praticidade

HIPERTENSÃO ARTERIAL E SUA RELAÇÃO COM OS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM CUIDADORES DE PACIENTES DE CLÍNICAS DE REABILITAÇÃO

Hipertensão Arterial. Educação em saúde. Profa Telma L. Souza

CNC-CENTRO DE NEFROLOGIA DE CANINDÉ

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA CIDADE DE APUCARANA- PR

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA PERSONALIZADO DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS SOBRE A COMPOSIÇÃO DE INDIVÍDUOS ADULTOS.

QUALIDADE DE VIDA E QUALIDADE DO SONO EM MULHERES HIPERTENSAS: CORRELAÇÃO COM A CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO

PECULIARIDADES DA HIPERTENSÃO NA MULHER CELSO AMODEO

Importância da Atividade Física na Redução de Gastos Publicos com o Tratamento da Diabetes Mellitus em Escolares do Ensino Fundamental

COMO MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL

Vigitel Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico

CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA ISSN:

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE DEFICIENTES FÍSICOS

SÍNDROME METABÓLICA EM HIPERTENSOS RESIDENTES NA CEILÂNDIA DF

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

Transcrição:

26 a 29 de outubro de 2010 ISBN 978-85-61091-69-9 EFETIVIDADE DA GINÁSTICA LABORAL E EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE OS FATORES DE RISCOS CORONARIANOS E QUALIDADE DE VIDA Juliana Barbosa Barroca 1 ; Elenice Gomes Ferreira 2 RESUMO: Aproveitando-se do envelhecimento natural da população as doenças crônicas degenerativas, como as doenças coronariana, ganham atenção dentro das atividades da população, principalmente daquela em atividade produtiva, tornando necessária a detecção precoce de fatores de risco e das doenças crônicas, a implantação de atenção primária e orientações à população. O objetivo, portanto, foi identificar a eficácia da prevenção primaria aplicada através da ginástica laboral e educação em saúde sobre os fatores de risco para as doenças coronarianas e sobre a qualidade de vida dos trabalhadores. Para o desenvolver do trabalho, foi coletado dados antropométricos e referentes à qualidade de vida (SF-36) de 128 trabalhadores de uma industria de costura, os quais aceitaram participar do estudo mediante a assinatura do (TCLE). O estudo obteve como resultado que os trabalhadores apresentam-se sedentários, a RCQ entre as mulheres apresentou média mais elevada que os homens e também acima dos padrões de normalidade e que a qualidade de vida é boa porem há domínios do SF-36 que podem ser melhorados como o Estado Geral de Saúde e o de Dor. Conclui-se assim, que a ginástica laboral poderia contribuir de forma positiva para a melhora dos fatores que predispõe destes trabalhadores as doenças coronarianas e ajudá-los na mudança de hábitos através da educação em saúde e consequentemente estimular uma maior produtividade a empresa. PALAVRAS-CHAVE: ginástica laboral, doença coronariana, qualidade de vida 1 INTRODUÇÃO Hábitos como sedentarismo, tabagismo, etilismo, obesidade, estresse são alguns dos fatores de risco para o surgimento de doenças crônicas como, por exemplo, as doenças das artérias coronárias (DAC), as quais geram uma influência negativa sobre a promoção da saúde e a prevenção de doenças, sendo, portanto necessário a identificação destes de forma precoce e a introdução de orientações, a fim de alcançar eficácia na melhora da qualidade de vida (SIPP et al., 2008). A partir de então, a promoção de saúde deve ser entendida como uma estratégia para melhora da qualidade de vida e reduzir as vulnerabilidades e riscos relacionados aos determinantes e condicionantes da saúde. No que diz respeito à saúde do trabalhador, a ergonomia apresenta-se como uma modalidade fisioterapeutica preocupada em conhecer o ambiente de trabalho, as condições de temperatura, iluminação, a intensidade, duração, períodos de repouso e repetitividade, entre outros fatores, a fim de mostrar que o trabalho e as condições do local estão diretamente relacionados e interferem no estado de saúde do mesmo (FERREIRA, 2008). 1 Discente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR, Maringá-PR, Programa de Bolsas de Iniciação Científica do Cesumar (PROBIC). julibarroca@hotmail.com 2 Orientadora e Docente do curso de Fisioterapia do CESUMAR, elenicegomes@cesumar.br

Sendo assim, a ginástica laboral é uma forma de intervenção primaria que promove um conhecimento corporal ao trabalhador e proporciona a ele uma melhora no desempenho de suas atividades, além de contribuir para o não aparecimento ou a diminuição dos fatores de riscos gerais a saúde (CARVALHO e MORENO, 2007). Dessa maneira, pela ginástica laboral atender uma promoção à saúde de forma geral ela também pode se relacionar de maneira plausível aos riscos coronarianos, tornando-se assim uma nova abordagem para a diminuição destes e a melhora da qualidade de vida dos trabalhadores, uma vez que esta se apresenta como agente motivador para mudanças de estilo de vida, para a diminuição das tensões do mundo do trabalho e como agente compensatório para as perdas de saúde do trabalhador, culminando assim em uma melhor produtividade e bem estar ao final do expediente (SANTOS et al., 2007). A pesquisa teria por objetivo identificar a eficácia da ginástica laboral e de promover uma possível atenuação aos fatores de riscos para a prevenção de doenças coronarianas e realizar ainda, uma conscientização da necessidade de hábitos saudáveis para prevenir as doenças do coração e do sistema circulatório. 2 MATERIAIS E METODOS O trabalho a ser desenvolvido seria de cunho observacional e longitudinal, sendo a amostra analisada em dois tempos distintos: o primeiro seria anterior a aplicação da ginástica laboral e educação em saúde e o segundo após estas intervenções. A mostra foi composta por 128 funcionários de uma fabrica de costura (KNT Confecções Ltda) sitiada na cidade de Maringá- PR, de ambos os gêneros, de qualquer faixa etária e que aceitarem participar da pesquisa de forma voluntária. Utilizou-se um formulário semi estruturado com 16 questões, sendo estas abertas e fechadas, referentes à hábitos de vida e a dados antropométricos; o questionário de qualidade de vida (SF-36) e materiais como: balança digital, fita métrica, esfigmomanômetro e estetoscópio da marca BD.Também seria utilizado o questionário referente a dor (Escala Analógica da Dor - EVA) folders, bastões entre outros. Os dados antropométricos como o índice de massa corporal (IMC), mensuração da pressão arterial e circunferência abdômen e quadril foram realizadas da seguinte maneira: A medida do IMC foi obtida segundo padronizações de Gouveia (1978). Para a determinação da pressão arterial adotou-se o método auscultatório indireto Foi registrado o primeiro ruído de Korotkoff como pressão sistólica (PAS) e o quinto ruído como pressão diastólica (PAD) segundo Polito e Farinatti (2003). A circunferência de abdômen (CA) e quadril (CQ) foi verificada com a utilização de uma fita métrica e depois calculado à relação abdômen/quadril (RAQ). Após estes procedimentos seria iniciada a prática da ginástica laboral, sendo esta realizada duas vezes por semana durante seis meses, nos próprios locais de trabalho, sendo ainda, aplicado o E.V.A antes das intervenções de ginástica laboral, a cada 15 dias a contar da primeira sessão. Porém no final do mês de abril a empresa em questão retirou seu consentimento e a pesquisa teve que ser interrompida, em sua fase inicial. Durante os dias da execução da ginástica laboral, os pesquisadores iriam fornecer ainda, orientações através de folders sobre a importância de se realizar períodos de descansos e de alongamentos na jornada de e sobre as doenças e riscos cardiovasculares.

Após a última intervenção fisioterápica os funcionários seriam reavaliados nos mesmos critérios seguidos no início da pesquisa para analise e interpretações dos dados através da estatística descritiva. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Participaram do estudo 128 funcionários sendo 25 (19,53%) homens e 103 (80,47%) mulheres, em sua maioria (61,72%) na faixa etária de 20 a 40 anos. Em relação à etnia 94 (73,4%) dos participantes era caucasiano, o que reforça os dados conseguidos pelo IBGE (2004) em suas averiguações sobre a população economicamente ativa em relação à etnia. Já 59 (46%) dos participantes relataram ter ensino médio completo e a renda familiar de 85 indivíduos (66,4%) aparece em torno de tres a 10 salários mínimos. Na variável sobre a prática de atividade física pode ser observado dados significantes para o sedentarismo, onde 93 (72,7%) dos indivíduos entraram nesta classificação. Segundo Simão e colaboradores (2002) a presença de um ou mais fatores de risco para doenças coronarianas implica em maiores chances de desenvolver tais doenças e a ausência de qualquer fator não esta correlacionado com a ausência destas. Durante a aferição da pressão arterial verificou-se média para a pressão sistólica de 120±19 mmhg e para a diastólica de 75±12 mmhg. O estudo mostra que a população analisada, em relação a média da pressão arterial encontra-se dentro da normalidade como preconizado pela Diretriz de Hipertensão Arterial de 2004, porem, a hipertensão arterial é uma das doenças mais comum entre trabalhadores e indivíduos que apresenta algum dos fatores de risco. Também foi realizadas com os funcionários da empresa medidas antropométricas e conseguido como resultado demonstrado na tabela 1. Tabela 1: Dados antropométricos dos funcionários participantes VARIÁVEIS MÉDIAS DESVIO PADRÃO Peso 66,87 14,8 Cintura (F) 87,23 13,4 Cintura (M) 87,24 13,8 Quadril (F) 102,52 8,43 Quadril (M) 102,50 9,04 RCQ (F) 0,85 0,07 RCQ (M) 0,83 0,07 RCQ (F)- relação cintura/quadril feminino; RCQ (M)- Relação cintura/quadril masculino Consideram-se altos riscos de doenças crônicas quando o resultado da relação cintura quadril para homens encontra-se acima de 0,90 e para as mulheres acima de 0,80 segundo Bertolami (1997). Dessa forma, o presente estudo demonstra que as mulheres apresentam-se com maiores médias para a RCQ, sendo esta acima do valor considerado de normalidade e portanto estão mais susceptível as doenças coronarianas. Cabrera et al (2005) encontrou um percentual elevado de mortes entre mulheres que apresentavam valores elevados de RCQ em seu estudo transversal. Assim, a obesidades ou excesso de peso esta relacionada à resistência a insulina e a intolerância a glicose, situações que acentuam as chances de um evento cardiovascular ocorrer (SIMÃO et al.,2002). Segundo Peixoto et al. (2006), o excesso de peso e o acúmulo de gordura visceral são consideráveis na prevalência de HA e também no surgimento de outras doenças

relacionadas ao sistema cardiovascular, sendo estas mensuráveis, comumente, através do índice de massa corporal (IMC) e da relação cintura - quadril (RCQ) respectivamente. Os participantes foram avaliados também quanto à qualidade de vida pelo SF-36, questionário que avalia oito domínios, demonstrados na tabela 2 e observou-se que em todos eles a população analisada, de forma geral, conseguiu valores de média de pontos próximos a 100 pontos (Tabela 2). Considera-se que quanto mais próximo de 100 pontos o valor conseguido em um domínio melhor encontra-se a qualidade de vida do indivíduo (Tabela 2). Tabela 2: Domínios e pontuações obtidas pela aplicação do SF-36 DOMÍNIOS MÉDIA DESVIO PADRÃO C.F. 89,10 13,19 L.A.F. 84,76 26,47 DOR 70,86 19,16 E.G.S. 70,67 18,40 VITALIDADE 71,01 17,03 A.S. 80,02 20,95 A.E. 78,90 33,16 S.M. 73,81 20,51 C.F.- capacidade funcional; L.A.F.- limitações por aspectos físicos; E.G.S- estado geral de saúde; A.S.- aspecto social; A.E.-aspecto emocional; S.M.- saúde mental Corroborando com o estudo no aspecto social, Santos e colaboradores (2007), verificaram um percentual também elevado de trabalhadores de serviços gerais da UNIPAR com bons aspectos sociais, demonstrado no bom relacionamento entre os funcionários deste setor. Outro estudo mostra que as empresas de forma geral, não investem e não estruturam se em relação a qualidade e vida dos funcionários como demonstrado por Julião (2001) quando verificou a qualidade de vida dos trabalhadores de uma empresa automobilística. Em relação à ginástica laboral e a escala analógica de dor (EVA), não há resultados, pois a Empresa a qual inicialmente concordou em participar do estudo retirou seu consentimento no mês de abril 2010. Desta forma, a efetividade da ginástica laboral e continuidade do trabalho não puderam ser concluídos e analisados. Mostrando que muitas empresas ainda não estão preparadas para absorver um trabalho preventivo para as doenças cardiovasculares. Segundo Logatti e Ventura (2008) esforços exaustivos e repetitivos pode gerar doenças cardiovasculares pois estes vem associados ao sedentarismo, maus hábitos alimentares e de vida, então, como forma de prevenção vem a ginástica laboral. A ginástica laboral quando empregada nas empresas pode contribuir, para diminuir impactos no ambiente de trabalho como a baixa produtividade, elevados índices de rotatividade elevados custos de assistência médica, o que proporciona a empresa benefícios de uma melhor e maior produtividade e para funcionários maior qualidade de vida e satisfação em cumprir com seus deveres e também permite uma maior integração social entre os funcionários (JULIÃO, 2001; VASCONCELOS, 2001).

4 CONCLUSÃO Com a presente pesquisa pode-se concluir que os fatores contribuintes para as doenças coronarianas estão presentes na população analisada, principalmente o sedentarismo e o acumulo de gordura na região abdominal. A relação cintura/quadril apresenta-se mais elevada entre as mulheres quando comparadas aos homens, mostrando que estas estão sobre maior risco das doenças coronarianas. Em relação a qualidade de vida observa-se que em todos os domínios ela apresentou pontuações favoráveis, porem os menores escores foram encontrados nos domínios Dor e Estado Geral de Saúde, sendo portanto necessário a implementação de atividades que elevem estes aspectos a valores mais próximos de 100 pontos. A ginástica laboral é uma maneira plausível de se melhorar a qualidade de vida de trabalhadores, promoverem educação em saúde e estimular a maior produtividade e qualidade do serviço nas empresas. Há necessidade de se realizar novos estudos que correlacionem a ginástica laboral a fatores de risco cardiovasculares, em empresas conscientes da importância da prevenção das doenças cardiovasculares e melhor da qualidade de vida de seus funcionários. REFERÊNCIAS BERTOLAMI, M. Obesidade abdominal como fator de risco para doenças coronarianas: características das populações participantes do estudo HOPE, 1997. Disponível em: http://www.arquivosonline.com.br/pesquisartigos/pdfs/tls/1997/t314.pdf. Acesso em: 20/08/2010. DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, IV. Hipertensão, 2004. site: www. Bvsms.saude.gov.br/publicacoes, acesso em: 30/01/2008. FERREIRA, M. C. A ergonomia da atividade se interessa pela qualidade de vida no trabalho? Reflexões empíricas e teóricas. Cad Psicol Soc Trab, v.11, n. 1, p. 83 99, 2008. GOUVEIA, E. L. C. Diagnostico do estado nutricional da população. In: Nutrição básica e aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.245-271, 1978. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Características da população em idade ativa segundo a cor ou raça nas seis regiões metropolitanas: Pesquisa Mensal de Emprego - Março, p 2-14, 2004. JULIÃO, P. Qualidade de vida no trabalho. Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da Universidade de São Paulo, 2001. LOGATTI, P.; VENTURA, A. F. Entrego-me ao trabalho com todo coração? 6ª Mostra acadêmica UNIMEP, 2008. MALTA, D. C. et al. A política nacional de promoção da saúde e a agenda da atividade física no contexto do SUS. Epidemiol Serv Saúde, v.18, n.1, p. 79-86, 2009.

MARTINS, G. C.; BARRETO, S. M. G. Vivência de ginástica laboral e melhoria da qualidade de vida do trabalhador: resultado apresentado por funcionários administrativo do instituto de física da Universidade de São Paulo (Campos São Carlos). Motriz, v.13, n.3, p.214-224, 2007. PEIXOTO, M,R,G et al. Circunferência da cintura e índice de massa corporal como preditores da hipertensão arterial. Arq. Brasileiro Cardiol. São Paulo, v.87, n.4, p. 462 470, 2006. POLITO, M. D.; FARINATTI, P. T. V. Considerações sobre a medida de pressão arterial em exercícios contra-resistência. Rev Bras Med Esporte, v.9, n.1, p.25-33, 2003. SIMÃO, M. et al. Doenças cardiovasculares: perfil de trabalhadores do sexo masculino de uma destilaria do interior paulista. Rev. Eletrônica de Enfermagem, v.12, n.2, p.27-35, 2002. SIPP, M. A. C.; SUZA, de, A. A.; SANTOS, dos, R. S. Doenças cardiovasculares e seus fatores de risco - uma analise sobres o tema. Online Brazilian Journal of Nursing, 2008, site: www.uff.br/objjnursing/index.php/nursing/article, acesso em 25/09/2008. VASCONCELOS, A. F. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectiva. Caderno de Pesquisa em Administração. São Paulo, v.8, n.1, p.24-35, 2001.