DESENVOLVIMENTO DE ESTACAS DE PITAIA SOB DIFERENTES SUBSTRATOS



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Transcrição:

DESENVOLVIMENTO DE ESTACAS DE PITAIA SOB DIFERENTES SUBSTRATOS José Renato Leite Barbosa, Felipe Augusto Rigon, Ana Maria Conte, Osvaldo Sato, Raquel Zanholo da Silva, e-mail: felipe_rigon@hotmail.com Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus Luiz Meneghel. Área e sub-área do conhecimento: Ciências Agrárias/Agronomia Palavras-chave: resíduo orgânicos, Hylocereus undatus Haw., atributos físicos de substratos. Resumo: Como a produção de mudas, quer seja de plantas florestais, frutíferas ou ornamentais é realizada geralmente em recipientes ou canteiros, o substrato assume importante papel na otimização dos resultados, portanto objetivando a produção de mudas de pitaia em diferentes substratos foi elaborado este experimento, sob cultivo protegido na Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Luiz Meneghel/UENP. O delineamento experimental em blocos casualizados com 10 tratamentos e sete repetições foram : T1: solo (S), T2: areia fina (A), T3: substrato comercial (SC) Bioplant, e sete misturas na proporção de 1:1, sendo: T4: solo + areia (SA), T5: solo + húmus (SH), T6: solo + cama de aviário (SCA), T7: solo + torta de filtro (ST), T8: areia + húmus-ah, T9: areia + cama de aviário (ACA) e T10: areia + torta de filtro (AT), onde em vasos com capacidade de 1,3 L foram plantadas 2 estacas de pitaya e após 90 dias foram avaliados o número e comprimento das brotações e comprimento e a massa seca radicular. Os resultados permitiram concluir que o substrato onde se utilizou o solo (Latossolo Vermelho eutroférrico) + húmus é o recomendável para a produção de mudas de pitaia. Introdução A pitaia (Hylocereus undatus) é uma cactácea epífita, perene, suculenta, que apresenta caule do tipo cladódio, de onde partem numerosas raízes adventícias que permitem o crescimento da planta em árvores e pedras situadas em ambientes sombreados de florestas tropicais da América, encontra-se distribuída na Costa Rica, Venezuela, Panamá, Uruguai, Brasil, Colômbia e México, sendo os dois últimos países, os principais produtores, em nível mundial (ORTIZ-HERNÁNDEZ; CARRILLO-SALAZAR, 2012). Segundo Moreira et al. (2012) sua produtividade média anual pode chegar há 14 toneladas por hectare, no Brasil essa fruta vem sendo procurada, não só pelo exotismo da aparência e sabor, como também por suas características organolépticas. A propagação pode ser realizada via seminífera ou vegetativa, destacando-se a estaquia, enxertia e micropropagação. Apesar das sementes apresentarem rápidas e elevadas taxas de germinação as plantas propagadas por esse método apresentam variabilidade genética, crescimento inicial lento e requerem maior período de tempo para início de produção (HERNÁNDEZ, 2000). Sendo assim, com fins econômicos, a estaquia destaca-se por apresentar elevado percentual de estacas enraizadas e de sobrevivência (LÓPEZ-GÓMES et al., 2000; ANDRADE et al., 2007). Segundo Hernandez (2000), para o sucesso da produção comercial da pitaia é fundamental a utilização de mudas com qualidade, o que é comumente realizado através da estaquia, por ser simples e preferível, devido ao fato de promover reprodução fiel da genética da variedade, além de propiciar uma frutificação mais precoce.

A utilização de vermiculita, como substrato para a produção de pitaia, permitiu obter mudas com maior quantidade de brotos, massa de raízes e pegamento. O substrato com pedrisco possibilita a obtenção de mudas com brotos de maior diâmetro médio e massa de matéria fresca e seca, segundo LIMA et al.( 2012). Material e métodos O experimento foi conduzido em ambiente protegido na Fazenda Escola no Campus Luiz Meneghel da Universidade Estadual do Norte do Paraná/UENP, no município de Bandeirantes PR, foram utilizadas estacas de pitaya vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus Haw.), provenientes de uma planta matriz, do município de Botucatu/SP, retiradas em diferentes idades. As estacas com comprimento médio de 18 cm, que após tratamento com hipoclorito de sódio a 10% por 3 minutos foram colocadas para secar na sombra por 72 horas. As estacas foram plantadas em vasos plásticos com volume de 1,3 L, sendo colocadas 2 estacas por vaso à profundidade de 3cm. O delineamento estatístico a ser utilizado foi em blocos casualizados com 10 tratamentos e 7 repetições, sendo T1: solo (S) Latossolo Vermelho eutroférrico, T2: areia fina (A), T3: substrato comercial (SC) Bioplant, T4: solo + areia-sa (1:1), T5: solo+húmus-sh ( 1:1), T6: solo +cama de aviário-sca (1:1), T7: solo+ torta de filtro- ST (1:1), T8: areia+húmus (AH) ( 1:1), T9: areia +cama de aviário-aca (1:1), T10: areia+ torta de filtro- AT (1:1). Os materiais utilizados no experimento foram secos ao ar, peneirados em peneira oblonga de malha 4x 25 mm e antes do plantio os vasos foram saturados, para que houvesse homozeneização de umidade entre os substratos. Amostras dos diferentes substratos foram analisadas segundo seus atributos físicos de densidade seca ao ar, densidade úmida e densidade seca em estufa, porosidade (macro e microporosidade) através da metodologia da mesa de tensão e a granulometria através de tamizamento em aparelho de oscilação vertical, em peneiras de abertura 4, 2, 1, 0,5 e fundo (<0,5mm), segundo Embrapa (2011), e os resultados apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3. Tabela 1- Análise granulométrica (%), densidade seca ao ar (D ar), densidade seca estufa (D estufa), macroporosidade (Ma), microporosidade (Mi), porosidade total (Pt) e capacidade de retenção de água (CRA), para a cama de aviário, torta de filtro e húmus. Bandeirantes/PR 2015 Substratos (%) >4mm 4-2mm 2-1 mm 1-0,5mm <0,5mm Húmus 6,82 33,44 25,29 21,73 12,72 Cama de aviário 2,57 12,39 29,98 34,03 21,03 Torta de filtro 2,36 30,18 32,46 24,32 10,68 Ma Mi Pt D (ar) D (estufa) CRA (%) g cm -3 (%) Húmus 14,80 54,52 69,32 0,64 0,36 56 Cama de aviário 20,00 67,57 87,57 0,43 0,30 75 Torta de filtro 19,66 47,11 66,77 0,72 0,50 42 Tabela 2- Granulometria (%) dos substratos utilizados no experimento. Bandeirantes/PR 2015 Substratos (%) >4mm 4-2mm 2-1 mm 1-0,5mm <0,5mm Solo 1,78 18,17 16,27 22,05 41,73 Areia 0,47 1,34 2,75 19,11 76,33 Substrato comercial* 3,15 18,99 19,07 25,39 33,40 Solo+Areia 0,73 5,86 6,55 20,31 66,55 Solo+húmus 1,81 13,27 15,23 25,47 44,22

Solo+cama de aviário 1,92 14,46 17,18 23,91 42,53 Solo+torta de filtro 1,70 20,08 21,47 25,68 31,07 Areia+húmus 1,05 4,90 7,15 24,37 62,53 Areia+cama de aviário 0,98 2,72 6,74 23,59 65,97 Areia+torta de filtro 1,16 10,82 12,62 27,49 47,91 *Substrato comercial : composição ( vermiculita + palha de arroz carbonizada) Tabela 3- Densidade seca ao ar (D ar), densidade seca estufa (D estufa), macroporosidade (Ma), microporosidade (Mi), porosidade total (Pt) e capacidade de retenção de água (CRA). Bandeirantes/PR 2015 Substratos Ma Mi Pt D ar D estufa CRA (%) m m -1 g cm -3 (%) Solo 2,76 52,00 54,76 1,10 0,90 34 Areia 1,30 33,60 34,90 1,65 1,63 15 Substrato comercial 7,95 60,73 68,68 0,45 0,28 67 Solo+Areia 2,44 43,79 46,23 1,37 1,29 23 Solo+húmus 6,53 62,25 68,78 0,96 0,76 45 Solo+cama de aviário 8,76 63,23 71,99 0,78 0,64 50 Solo+torta de filtro 4,64 57,76 62,40 0,90 0,76 42 Areia+húmus 5,90 51,69 57,59 1,20 1,05 31 Areia+cama de aviário 8,82 56,97 65,79 1,03 0,94 36 Areia+torta de filtro 2,41 44,29 46,70 1,18 1,08 27 Após 90 dias após plantio (DAP), as estacas foram avaliadas quanto ao enraizamento, sendo avaliado: comprimento e massa seca radicular, número e comprimento das brotações (Figura1). Os dados foram avaliados pelo programa Sasm-agr e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Figura 1 - Aspecto geral do experimento na colheita

Resultados e Discussão Na Tabela 4 são apresentados os resultados de número e comprimento de brotações e massa seca da parte radicular de cladódios de pitaia em diferentes substratos, onde se pode observar que para todos os parâmetro avaliados houve diferenças estatísticas significativas e que quando o substrato utilizado foi o substrato comercial observou-se o maior número e comprimento de brotações. Para o comprimento radicular o substrato solo+ húmus promoveu o maior valor (26,83 cm). Os menores parâmetros de planta foram observados quando se utilizou a combinação de resíduos orgânicos e a areia. A discussão sobre o comportamento da cultura de pitaia em relação ao meio de propagação (substrato) provavelmente está ligado a caracterização física dos mesmo, onde se observa que o substrato comercial (Tabela3) foi responsável pela maior retenção de água e elevada porosidade, que confere ao meio um suprimento de água e ar necessários ao desenvolvimento do sistema radicular com reflexos na parte aérea, e isso foi encontrado no trabalho de Lima et al.( 2012), que utilizaram a vermiculita como substrato para a produção de pitaia e obtiveram mudas com maior quantidade de brotos, massa de raízes e pegamento. A utilização de areia+ cama de aviário se mostro de modo geral negativa pra o desenvolvimento das mudas de pitaia, principalmente para o parâmetro comprimento, seja da parte aérea ou mesmo radicular. Ressalta-se que alguns dados contraditórios entre os parâmetros avaliados podem ser atribuídos à heterogeneidade da própria estaca, já que as mesmas foram obtidas de diferentes idades da planta, já que não foi possível uma homogeneidade em termos idade e estádio de desenvolvimento (estaca de ponteiro/mediana/basal) Como estatisticamente alguns substratos tiveram comportamentos semelhantes, pode-se considerar quatro substratos numa ordem decrescente de recomendação de substratos para a produção de mudas de pitaia, sendo a sequência SC>S+H>S=A+H. Ressalta-se que o húmus é uma material orgânico que deverá compor substratos para produção de pitaia, pois além da qualidade física é reconhecidamente de potencial nutricional ao meio. Considerando-se que o substrato comercial tem um custo médio de R$ 18,00* o saco de 20 kg e que o húmus tem custo médio de R$15,00**, e levando em consideração a importância nutricional do húmus, a utilização do substrato composto pelo solo utilizado experimentalmente adicionado ao húmus deverá ser recomendada. Fonte* -Cooperativa Agrícola de Botucatu/SP (2015) ** Viveiro da UENP/CLM Tabela 4- Número e comprimento (cm) de brotações, comprimento (cm) e massa seca (g) radicular, de pitaia em diferentes substratos. Tratamentos Número de brotações Compr. brotações (cm) Compr. radicular (cm) Massa seca raiz (g) Solo 1,33 ab 6,57 c 20,62 ab 0,65 ab Areia 1,17 ab 7,79 bc 11,72 bc 0,46 ab Substrato comercial 2,33 a 16,69 a 15,10 ab 0,70 ab Solo+Areia 1,00 b 6,44 c 21,00 ab 1,15 a Solo+húmus 1,83 ab 14,37 ab 26,83 a 0,87 ab

Solo+cama de aviário 1,00 b 3,53 c 0,38 c 0,02 b Solo+torta de filtro 1,00 b 5,53 c 16,43 ab 0,67 ab Areia+húmus 1,67 ab 6,63 c 17,13 ab 0,60 ab Areia+cama de aviário 0,83 b 3,57 c 0,00 c 0,00 b Areia+torta de filtro 0,67 b 5,83 c 12,52 abc 0,39 ab CV(%) 51,62 45,13 53,25 86,06 DMS 1,27 6,67 14,51 0,91 F% 3,63** 9,50** 7,76** 3,34 ** Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%. Conclusão Sugere-se que o substrato composto por Latossolo Vermelho eutroférrico com adição de húmus (S+H) deve ser utilizado na produção de mudas de pitaia. Referências ANDRADE, R.A.; MARTINS, A.B.G.; SILVA, M.T.H. Influência da fonte de material e do tempo de cura na propagação vegetativa da pitaya vermelha (Hylocereus undatus Haw). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.29, n.1, p.183-186, 2007. HERNANDEZ, Y. D. O. Haciaelconocimiento y laconservación de La pitahaya.oaxaca: Ipn-Sibej- Conacyt-Fmcn, 2000. 124 p. LIMA, C.A.; et al. Taxa de enraizamento e brotação de pitaya utilizando diferentes tamanhos de cladódios e substratos. Anais... XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, BENTO GONÇAVES, 2012 LOPES, L.C. O cultivo do crisântemo. Viçosa: UFV, 1975. 13p. (Boletim de Extensão, 7) MOREIRA A. R.; et al. Cultivo da pitaia: Implantação.Boletim técnico - n.º 92 - p. 1-16 ano 2012. Lavras/MG. ORTIZ-HERNÁNDEZ, Y. D.; CARRILLO-SALAZA R, J. A. Pitahaya (Hylocereus spp.): a shortreview. Comunicata Scientiae, Bom Jesus, v. 3, p.220 237. 2012.