Programa de Monitoramento de Fauna Aquática



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Transcrição:

Programa de Monitoramento de Fauna Aquática

1. APRESENTAÇÃO O Complexo Terrestre Cyclone-4 está localizado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), município de Alcântara (MA). Suas Áreas de Influência estão inseridas na ecorregião dos Manguezais do Maranhão, na bacia de São Luís, caracterizada pela presença de manguezais e igarapés. A Área de Influência Direta (AID) do empreendimento abrange quatro microbacias hidrográficas, incluindo os Igarapés Brito, Caiuana, Pirapema e Pepital, todos desaguando no Oceano Atlântico. Os manguezais e igarapés são ecossistemas fundamentais para a manutenção da fauna aquática, permeando os ambientes dulcícolas, estuarinos e marinhos, além de promoverem importantes bens e serviços ecológicos, tais como: fonte de alimento e produtos diversos; fonte de recreação e lazer; área de abrigo, reprodução, desenvolvimento e alimentação de diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos, além de organismos terrestres; fonte de nutrientes para as águas costeiras adjacentes, constituindo a base de cadeias tróficas de espécies de importância econômica e/ou ecológica; manutenção da diversidade biológica da região costeira; pontos de pouso (alimentação e repouso) para diversas espécies de aves migratórias, entre outros. Os igarapés, nome regional dado aos córregos e riachos são fontes primárias de água para sistemas aquáticos maiores, como rios e lagos. Em pequenos trechos de igarapés podem ser encontradas dezenas de espécies de peixes (Ferreira et al., 2007), sendo muitas vezes endêmicas ou ainda desconhecidas pela ciência. As cadeias alimentares desse tipo de ecossistema são fortemente dependentes do material alóctone vindo da floresta adjacente como, por exemplo: frutos, sementes, folhas e pequenos invertebrados terrestres (Goulding, 1980; Walker, 1995). Estes recursos podem ser consumidos diretamente pela fauna aquática local, além de aumentarem a quantidade de matéria orgânica particulada, que é alimento de macroinvertebrados e vários outros organismos detritívoros. Já os manguezais ocorrem desde o extremo norte (Rio Oiapoque 04 o 20 N) até Laguna, em Santa Catarina (28 o 30 S) (Schaeffer-Novelli, 1989). Esses ecossistemas são altamente produtivos e caracterizados como áreas berçários. No litoral brasileiro, principalmente no nordeste, vários recursos provenientes do manguezal são utilizados como fonte de subsistência, seja na forma direta de alimentos ou indiretamente pela comercialização do produto capturado. Considerando o diagnóstico do Meio Biótico e os impactos apresentados no EIA/RIMA, a implementação do justifica-se, no contexto do licenciamento ambiental do Complexo Terrestre Cyclone-4, I-A-1

como medida para acompanhar os possíveis impactos oriundos das obras e operação do empreendimento. Além disso, o pretende atender ao Parecer Técnico n 43/2009-COTRA/CGMTO/DILIC, referente ao Estudo de Impacto Ambiental do Complexo Terrestre Cyclone-4, para obtenção da Licença Prévia n. 352/2010, que solicita no item X. Conclusões, página 79: Com relação ao meio biótico Fauna: Quanto à fauna aquática, considerando o tipo e porte do empreendimento, as lacunas observadas na análise e indicadas neste parecer deverão ser apresentadas para a emissão de Licença de Instalação, caso este empreendimento seja considerado viável ambientalmente, objetivando determinação orientações para realização de programa de monitoramento efetivo na AID. Portanto, o apresenta-se subdividido em três Subprogramas, sendo que os dois primeiros compreendem um detalhamento do Programa de Monitoramento da Ictiofauna: a. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Dulcícola; b. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Marinha; c. Subprograma de Monitoramento da Carcinofauna e Malacofauna; 2. REQUISITOS ATENDIDOS Os seguintes requisitos legais foram considerados na elaboração deste Programa: Lei 9.605, de 12.02.98 Crimes Ambientais e Decreto 3.179, de 21/09/1999; Lei 9.111/1995 Acrescenta dispositivo à Lei 5.197/67, que dispõe sobre a proteção à fauna; Decreto 92.571, de 18.04.1986 dispõe sobre o disciplinamento das terras federais incluídas na área afetada pelo Centro de Lançamento de Alcântara; Lei 5.197/1967 Estabelece o tratamento que deve ser dispensado à fauna silvestre; alterada pela Lei 7.653/88; Despacho Nº 05/2010 COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA; Parecer Técnico Nº 43/2009 COTRA/CGMTO/DILIC; Lista Nacional de Invertebrados Aquáticos e Peixes Ameaçados de Extinção com Categorias da IUCN (BRASIL, 2004). I-A-2

3. PREMISSAS 3.1 Impactos identificados no EIA Os impactos sobre os ecossistemas aquáticos presentes nas áreas de influência do empreendimento estão associados, principalmente, as alterações dos corpos d água (igarapés, manguezais e região costeira). De acordo com os impactos para os ecossistemas aquáticos previstos no EIA/RIMA, faz-se necessário o monitoramento contínuo dos ambientes, seja na fase de implantação onde os procedimentos construtivos são invasivos; seja na fase de operação, quando a atividade poderá causar alterações ao ambiente aquático. A seguir, são listados os impactos sobre os ecossistemas aquáticos já previstos no EIA/RIMA, bem como uma descrição de como eles poderão afetar a fauna aquática: Impacto 1: Aumento da Turbidez. É um impacto sobre o Meio Físico que afetará, sobretudo, as comunidades aquáticas (Meio Biótico). Esse impacto é gerado a partir do incremento do aporte de sedimentos na coluna d água por meio, por exemplo, de alterações no regime de escoamento das águas superficiais de origem pluvial, carreando sedimentos mobilizados durante as obras de infraestrutura pela movimentação do terreno (supressão de vegetação, terraplanagem, abertura de acessos, implantação dos canteiros de obras, aterros, etc.). O incremento de aporte de sedimentos nos corpos d água internos ou limítrofes à área de implantação do empreendimento, além da região costeira, poderá ocorrer principalmente no período chuvoso. Impacto 2: Contaminação das águas superficiais, subterrâneas e dos solos. Caso venha a ocorrer, é um impacto sobre o Meio Físico que afetará as comunidades biológicas terrestres e aquáticas. Esse impacto está relacionado, principalmente, com as primeiras fases de implantação do empreendimento e abrange a possibilidade de: lançamento ou disposição de efluentes sanitários não tratados em corpos d água; lançamento ou disposição de efluentes industriais (águas de lavagem de peças, máquinas e equipamentos) não tratados em corpos d água; disposição inadequada de resíduos sólidos, classificados de acordo com a NBR 10.004; derramamento / vazamento de óleos combustíveis e/ou lubrificantes no solo e/ou nos corpos d água, durante o armazenamento destes e/ou no abastecimento / manutenção e operação de máquinas, equipamentos e veículos. Impacto 3: Decréscimo na taxa de recarga natural e diminuição da espessura saturada dos aquíferos quaternários locais. Novamente é um impacto sobre o Meio Físico que poderá afetar, sobretudo, as comunidades biológicas aquáticas. I-A-3

Esse impacto ocorre devido à impermeabilização de porções do solo, nas áreas de implantação das vias internas pavimentadas e das estruturas civis projetadas, com redução de áreas de infiltração das águas pluviais e consequente decréscimo na taxa de recarga natural e diminuição da espessura saturada dos aquíferos quaternários locais, principalmente durante a operação do empreendimento. Impacto 4: Salinização dos aquíferos locais e/ou de rebaixamento local do nível freático, perda de produtividade dos poços tubulares profundos projetados e avanço da cunha salina. É um impacto sobre o Meio Físico que afetará as comunidades biológicas terrestres e aquáticas durante a operação do empreendimento. Para o Meio Biótico, o fator mais importante relacionado a esse impacto refere-se à possibilidade de uma superexplotação do aquífero, tipicamente de ambiente costeiro, onde o bombeamento (retirada de água) excessivo poderá não só rebaixar o nível d água subterrâneo local como, também, reduzir a pressão exercida pela água doce (aquífero) sobre a água salgada de origem marinha, permitindo o avanço da cunha salina e a consequente salinização do aquífero. Essa alteração é de grande importância para a estruturação das comunidades biológicas, tendo em vista que a salinidade é uma das variáveis mais importantes na estruturação das comunidades aquáticas. Impacto 5: Contaminação das águas superficiais, subterrâneas e dos solos, decorrentes de vazamentos e/ou de acidentes com produtos perigosos, armazenados na área do empreendimento e/ou transportados. Caso ocorra, é um impacto sobre o Meio Físico que afetará as comunidades biológicas terrestres e aquáticas. Semelhante ao impacto 2, descrito anteriormente, no entanto, vinculado à operação do empreendimento, portanto envolvendo outros agentes impactantes decorrentes dos procedimentos de manutenção mecânica e elétrica dos dispositivos e equipamentos que serão utilizados no centro de lançamento (óleos lubrificantes, graxas, materiais elétricos, produtos químicos variados, tintas, entre outros). Impacto 6: Contaminação dos solos e dos recursos hídricos gerada por possíveis vazamentos no transporte, armazenamento e manuseio de contaminantes. Caso venha a ocorrer, é um impacto sobre o Meio Físico que afetará as comunidades biológicas terrestres e aquáticas, envolvendo o transporte de componentes de propelente do Porto de Itaqui para a área de Armazenamento Temporário; dos containeres de componentes de propelentes da Área de Armazenamento Temporário para o Complexo de Lançamento Vazamento dos Componentes de Propelente; e também o funcionamento do gerador de energia a diesel que poderá acarretar em vazamento de óleo. Impacto 7: Redução de riqueza e diversidade de espécies vegetais. A supressão de vegetação 129,62ha para a implementação do empreendimento deverá I-A-4

ocorrer em área de Florestas Ombrófila Aberta em Estágio Inicial e Médio de Regeneração. Neste contexto, haverá perda de indivíduos vegetais, podendo afetar de forma indireta a oferta de hábitats e alimento para a fauna aquática, sobretudo, a dulcícola. Impacto 8: Contaminação de ecossistemas por componentes de propelente decorrentes de vazamentos. Caso ocorra, é um impacto sobre o Meio Físico que afetará as comunidades biológicas terrestres e aquáticas. Semelhante ao impacto 6, descrito anteriormente. Conforme previamente citado, os componentes dos propelentes utilizados nos veículos lançadores são formados por substâncias potencialmente nocivas às espécies de animais e plantas, podendo comprometer o funcionamento dos ecossistemas e a viabilidade das comunidades biológicas. Impacto 9: Poluição dos corpos d água por efluentes doméstico, industrial ou hidrocarbonetos de veículos e maquinários. Na eventualidade de ocorrer, é um impacto sobre o Meio Físico que afetará, sobretudo, as comunidades biológicas aquáticas durante a instalação e operação do empreendimento. O problema poderá ser gerado a partir da produção de esgoto doméstico e resíduos industriais, arrastados por águas pluviais até igarapés mais próximos do Complexo Terrestre Cyclone-4, o que diminuirá a qualidade do recurso hídrico. O vazamento o e carreamento de resíduos industriais e combustíveis podem provocar contaminação aguda e ou crônicas nas comunidades limnológicas, se estendendo até os manguezais e região costeira adjacente. Impacto 10: Risco de perda de espécimes da fauna e flora aquáticos, decorrente da alteração da temperatura da água nos corpos d água naturais no entorno do centro de lançamento caso o impacto ocorra, será promovido por falhas no veículo lançador, podendo ocasionar explosão do mesmo durante processo de decolagem e início de vôo (fase de operação). A propagação do calor no ambiente poderá alterar a temperatura da água dos pequenos corpos d água no entorno do empreendimento, modificando a qualidade das águas e afetando os organismos aquáticos, podendo levá-los ao óbito. Ressalta-se que a maioria dos lançamentos será realizada para órbitas equatoriais, ou seja, para direção leste, diminuindo assim o risco de sobrevôo do equipamento nas áreas dos pequenos cursos d água, tornando a ambiente marinho mais suscetível. Impacto 11: Risco de perda de espécimes da fauna e flora aquáticos, decorrente da alteração de ph nos corpos d água naturais no entorno do centro de lançamento caso venha a ocorrer, é um impacto sobre o Meio Físico que afetará, sobretudo, as comunidades biológicas aquáticas durante a operação do empreendimento. Dependendo das condições climáticas e atmosféricas no momento de lançamento, é possível que ocorra poluição de CO 2, CO e NO acima da norma I-A-5

entre 0,6km e 13km do ponto de lançamento. Esses poluentes em contato com o vapor d água na atmosfera poderão resultar em chuva ácida com ph próximo a 3,0. A chuva ácida poderá acidificar pequenos corpos d água, como áreas alagadas e igarapés, alterando as comunidades aquáticas em números de indivíduos, riqueza, distribuição, comportamento, entre outros, acarretando em mudanças nas relações ecológicas das Áreas de Influência do empreendimento. 3.2 Interrelação com outros Programas Os programas de potencial interação com o Programa de Monitoramento da Fauna Aquática são: Programa de Monitoramento da Ictiofauna; Programa de Monitoramento das comunidades limnológicas e marinhas; Programa de Gestão Ambiental; Plano de Ação de Emergência; Programa de Controle dos Processos do Meio Físico; Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas; Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar; Programa de Gerenciamento, Monitoramento e Controle da Destinação dos Efluentes Líquidos; Programa de Gerenciamento, Monitoramento e Controle da Destinação de Resíduos Sólidos; Programa de Monitoramento da Vegetação Remanescente; Programa de Recomposição de Vegetação e Enriquecimento em Áreas Remanescentes; Programa de Educação Ambiental; Programa de Comunicação Social. I-A-6

4. OBJETIVOS DO PROGRAMA 4.1 Geral Monitorar e avaliar os possíveis efeitos nas comunidades de peixes (Dulcícola, Marinha e Estuarina), de crustáceos e moluscos, decorrentes das atividades de implantação e operação do empreendimento, na Área Diretamente Afetada (ADA), na Área de Influência Direta AID e entorno do Complexo Terrestre Cyclone-4. Além disso, a partir dos resultados gerados, fornecer aos responsáveis pela execução desse Programa, além do próprio público-alvo, informações técnicas que contenham consideração sobre os recursos pesqueiros disponíveis nas Áreas de Influência do empreendimento. 4.2 Específicos a. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Dulcícola monitorar, ao longo do tempo, as alterações na abundância e distribuição de espécies de peixes de hábito dulcícola da ADA e AID do empreendimento, com ênfase nas espécies de interesse economico e/ou ameaçadas; analisar, ao longo do tempo, as alterações na riqueza e diversidade das espécies de peixes de água doce da ADA e AID; comparar esses parâmetros entre as diferentes fases do empreendimento (cenários pré-obras, obras e operação); aprimorar as informações sobre a fauna de peixes dulcícolas na ADA e AID do empreendimento. b. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Marinha monitorar, ao longo do tempo, as alterações na abundância e distribuição de espécies de peixes de hábitos marinhos e estuarinos da ADA, AID e entorno do empreendimento, com ênfase nas espécies de interesse economico e/ou ameaçadas; analisar, ao longo do tempo, as alterações na riqueza e diversidade das espécies de peixes marinhos e estuarinos das praias e manguezais inseridos na ADA, AID e entorno; I-A-7

comparar esses parâmetros entre as diferentes fases do empreendimento (cenários pré-obras, obras e operação); aprimorar as informações sobre a fauna de peixes marinhos e estuarinos na ADA, AID e entorno do empreendimento. c. Subprograma de Monitoramento da Carcinofauna e Malacofauna monitorar, ao longo do tempo, as comunidades de crustáceos e moluscos de hábitos marinhos e estuarinos da ADA e AID do empreendimento, com ênfase nas espécies de interesse economico e/ou ameaçadas; analisar, ao longo do tempo, as alterações na riqueza, densidade e diversidade das espécies de crustáceos e moluscos marinhos e estuarinos distribuídos na ADA e AID; comparar esses parâmetros entre as diferentes fases do empreendimento (cenários pré-obras, obras e operação); aprimorar as informações sobre a fauna de crustáceos e moluscos na ADA e AID do empreendimento. I-A-8

5. PÚBLICO DE INTERESSE 5.1 Público-Alvo O público-alvo deste Programa é composto pelos órgãos licenciadores estaduais e federais, o empreendedor e as empreiteiras contratadas para a implantação do empreendimento. População local e comunidades científicas de todo o país, com destaque ao Estado do Maranhão e às universidades maranhenses. 5.2 Parcerias Potenciais O empreendedor deverá buscar parcerias com instituiçoes públicas municipais, estaduais e federais, organizaçoes não-governamentais e iniciativa privada. Essas parcerias devem ser estabelecidas buscando-se sempre como meta, o desenvolvimento técnico-científico regional. Instituições de ensino e pesquisa devem ser priorizadas. Sugere-se como possíveis parceiros: a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a Prefeitura Municipal de Alcântara, além da própria população local. I-A-9

6. ASPECTOS METODOLÓGICOS Nessa seção serão apresentados os métodos de campo propostos para os levantamentos de dados primários de cada um dos Subprogramas relacionados anteriormente, assim como a distribuição das áreas amostrais e os métodos de análise de dados. O Quadro I-A-1, a seguir, apresenta as áreas amostrais sugeridas para o monitoramento da fauna aquática (ictiofauna dulcícola, estuarina e marinha, carcinofauna e malacofauna), bem como as suas localizações geográficas. Para a execução do, deverá ser solicitada, no IBAMA, a concessão de autorização para captura, coleta e transporte de fauna, de acordo com as instruções do referido órgão licenciador. 6.1 Localização dos pontos de monitoramento a. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Dulcícola As estações amostrais para a Ictiofauna Dulcícola, sugeridas nesse Subprograma, foram previamente selecionadas de acordo com o projeto do futuro empreendimento e seus impactos identificados no EIA, sendo escolhidos sete sítios dos igarapés Caiuana, Peru, Pirapema, além de dois outros não identificados (sem nome 1 e 2), conforme ilustrado na Figura I-A-1. O critério para a seleção das estações amostrais levou em consideração a relevância dos diferentes ambientes para a Ictiofauna, assim como uma distribuição espacial dos pontos que possibilitasse uma amostragem abrangente para o monitoramento Ictiofauna Dulcícola, em relação a Área Diretamente Afetada (ADA) e a Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. Os ambientes onde estão distribuídas as estações de coleta devem ser fotografados, caracterizados e georreferenciados com maior precisão durante as campanhas previstas nesse Subprograma. Cabe ressaltar que as estações sugeridas podem ser alteradas ao longo das campanhas de campo, objetivando o cumprimento dos objetivos propostos nesse Subprograma. I-A-10

b. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Marinha Assim como para a Ictiofauna Dulcícola, as estações amostrais para a Ictiofauna Marinha foram previamente selecionadas em função do projeto do futuro empreendimento e seus impactos identificados no EIA, sendo escolhidos sete sítios distribuídos ao longo dos dois manguezais inseridos na Área Diretamente Afetada (ADA) e a Área de Influência Direta (AID), além de praias arenosas na AID e entorno, conforme mostra a Figura I-A-2. O critério para a seleção das estações amostrais levou em consideração a relevância dos diferentes ambientes para a Ictiofauna Estuarina e Marinha, assim como uma distribuição espacial dos pontos que possibilitasse uma amostragem abrangente, para o monitoramento da Ictiofauna em relação à Área Diretamente Afetada (ADA), à Área de Influência Direta (AID) e entorno do empreendimento. Os ambientes onde se distribuem as estações de coleta devem ser fotografados, caracterizados e georreferenciados com maior precisão durante todas as campanhas previstas nesse Subprograma. Cabe ressaltar que as estações sugeridas podem ser alteradas ao longo das campanhas de campo, objetivando o cumprimento dos objetivos propostos nesse Subprograma. c. Subprograma de Monitoramento da Carcinofauna e Malacofauna Assim como para a Ictiofauna, as estações amostrais da Carcinofauna e Malacofauna foram previamente selecionadas em função do projeto referente ao empreendimento e seus impactos identificados no EIA, sendo escolhidas seis estações distribuídas ao longo dos manguezais inseridos na ADA e AID, conforme mostra a Figura I-A-3. O critério para a seleção das estações amostrais levou em consideração a relevância dos diferentes ambientes para a fauna de crustáceos e moluscos, assim como uma distribuição espacial dos pontos que possibilitasse uma amostragem abrangente para o monitoramento. Os ambientes onde se distribuem as estações de coleta devem ser fotografados, caracterizados e georreferenciados com maior precisão durante todas as campanhas previstas nesse Subprograma. I-A-11

Cabe ressaltar que as estações sugeridas podem ser alteradas ao longo das campanhas de campo, objetivando o cumprimento dos objetivos propostos nesse Subprograma. I-A-12

Quadro I-A-1. Estações Amostrais sugeridas para o monitoramento da Ictiofauna Dulcícola, Estuarina e Marinha, Malacofauna e Carcinofauna, distribuídas ao longo da Área Diretamente Afetada (ADA) e da Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. As coordenadas sugeridas funcionam apenas como referencia para uma região amostral ampla, variando em função dos diversos tipos de ambientes. Grupo Estação Amostral Ictiofauna Dulcícola ID1 igarapé Caiuana ID2 igarapé sem nome 1 ID3 igarapé sem nome 1 ID4 igarapé do Peru ID5 igarapé Pirapema ID6 igarapé do Peru ID7 igarapé sem nome 2 Coordenadas Aproximadas Sugeridas (UTM / 23M) Latitude Longitude Área de Influência Observações 563.046 9.743.093 AID Localizada a montante do empreendimento. 563.563 9.746.444 AID Localizada a montante do empreendimento. Estação amostrada nas duas campanhas de campo do EIA. Afluente da margem esquerda do Igarapé Caiuana. 568.801 9.745.282 AID Localizada a montante do empreendimento. 567.331 9.744.890 ADA Localizada a montante do empreendimento. 566.707 9.742.646 AID Localizada fora a ADA do empreendiemnto. 565.202 9.742.751 ADA 560.965 9.745.993 ADA Localizada a montante do empreendimento. Estação amostrada na segunda campanha do EIA. Afluente da margem direita do igarapé Caiuana, e com presença de macrófitas. Localizada a jusante do empreendimento. I-A-13

Grupo Estação Amostral Ictiofauna Estuarina e Marinha Coordenadas Aproximadas Sugeridas (UTM / 23M) Latitude Longitude Área de Influência Observações Estação amostrada nas duas campanhas de campo do EIA. As margens apresentam substrato lamoso e o canal, areno-lamoso, com presença de 565627 9747455 IM1 mangue 1 ADA pequenos blocos areníticos. A vegetação predominante nas margens é composta por Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp. Estação amostrada nas duas campanhas de campo do EIA. Canal de IM2 mangue 1 567.753 9.748.456 ADA substrato areno-lamoso. Às margens, Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp. compõem a cobertura vegetal. IM3 mangue 1 567.769 9.747.195 ADA Localizada próxima às estruturas físicas do empreendimento. IM4 mangue 2 570.713 9.742.560 AID Localizada a montante do empreendimento. Estação amostrada na segunda campanha do EIA. Canal com substrato areno-lamoso e alguns trechos com blocos areníticos, margeada com Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp. IM5 praia arenosa IM6 praia arenosa IM7 praia arenosa 571.190 9.744.202 569.607 9.747.746 568.525 9.750.871 AID/ entorno AID/ entorno AID/ entorno Localizada a montante do empreendimento. Estação amostrada na segunda campanha de campo do EIA. Faixa de praia arenosa caracterizada por fortes correntes. Localizada a jusante do empreendimento. I-A-14

Grupo Estação Amostral Carcinofauna e Malacofauna Coordenadas Aproximadas Sugeridas (UTM / 23M) Latitude Longitude Área de Influência CM1 568.945 9.748.378 ADA CM2 568.413 9.748.515 ADA CM3 567.655 9.747.667 ADA CM4 566.643 9.747.702 ADA CM5 571.084 9.742.471 AID CM6 570.251 9.742.775 AID Observações Estação amostrada nas duas campanhas do diagnóstico do EIA. Localizada na foz do igarapé Caiuana, margeada com Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp., apresentando substrato arenolamoso com uma duna arenosa de médio porte e uma pequena área de gramíneas na parte posterior do mangue. Estação amostrada na segunda campanha do diagnóstico do EIA. Localizada entre o igarapé Caiuana e a foz do igarapé Peru Novo, margeada com Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp., apresentando substrato areno-lamoso. Estação amostrada na segunda campanha do diagnóstico do EIA. Localizada no igarapé Caiuana/Peru Velho, margeada com Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp., apresentando substrato areno-lamoso. Estação amostrada na segunda campanha do diagnóstico do EIA. Localizada mais internamente no igarapé Caiuana. Estação amostrada na segunda campanha do diagnóstico do EIA. Localizada na foz do igarapé Pirapema, margeada com vegetação de restinga, com alguns cajueiros e amendoeiras, apresentando pequenos blocos areníticos. Estação amostrada na segunda campanha do diagnóstico do EIA. Localizada na segunda curva do igarapé Pirapema, margeada com Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp., apresentando substrato areno-lamoso e gramíneas. Ocorre a formação de um banco arenoso no meio do canal durante a baixamar, onde foi realizada a coleta para o diganóstico I-A-15

Figura I-A-1. Distribuição das estações amostrais da Ictiofauna Dulcícola. Figura I-A-1. Distribuição das estações amostrais da Ictiofauna Dulcícola.. I-A-16

Figura I-A-2 Distribuição das estações amostrais da Ictiofauna Marinha. Figura I-A-1. Distribuição das estações amostrais da Ictiofauna Dulcícola. I-A-17

Figura I-A-3. Distribuição das estações amostrais da Carcinofauna e Malacofauna. I-A-18

6.2. Levantamento de Campo Toda coleta deve ser efetuada sempre de posse da Autorização para Captura, Coleta e Transporte, devidamente solicitada e emitida pelo Órgão Ambiental pertinente, nesse caso o IBAMA, assim como ter reconhecida a instituição receptora para o tombamento do material coletado. a. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Dulcícola Para amostrar a maior parte dos ambientes dulcícolas e diminuir a seletividade geral da coleta de peixes, deverão ser utilizados vários apetrechos de coleta, incluindo métodos passivos (redes de espera) e ativos (redes de arrasto e peneiras), aplicandose um esforço padronizado, quando possível e pertinente, conforme mostra a Quadro I-A-2. Os peixes deverão ser coletados em dois períodos (6h-9h e 17h-20h), utilizando-se: baterias de malhadeiras (redes de espera) com quatro redes individuais de 20m x 2m (malhas 15, 30 e 50mm entrenós adjacentes) (Foto 01); rede de arrasto de 10m x 2m com malha 5mm entrenós adjacentes (Foto 02); peneira com 1mm de entrenós opostos (Foto 03). As redes de espera devem ser vistoriadas a cada 1h de operação, a fim de minimizar a morte desnecessária de peixes emalhados. Os peixes coletados deverão anestesiados e depois fixados em solução de formol a 10%, para posterior análise em laboratório, sendo separados por localidade, apetrecho e evento de coleta; no caso das redes de espera, pela malha e período da coleta. Espécimes de identificação confiável deverão ser contados ainda em campo, biometrados (medidos e pesados) quando necessário e, em seguida, liberados ao ambiente, quando em boas condições. Complementarmente, deverão ser realizadas entrevistas com pescadores e ribeirinhos da região, com o intuito de obter informações sobre as espécies utilizadas como recursos pesqueiros, auxiliando na avaliação de possiveis alterações na dinâmica populacional da Ictiofauna Dulcícola. I-A-19

Foto 01 Colocação de rede de espera (malhadeira) em igarapé. Foto 02 Rede de arrasto em igarapé. Foto 03 Peneira para a coleta de peixes. Quadro I-A-2. Apetrechos de coleta e respectivo esforço de amostragem, sugeridos para o monitoramento da Ictiofauna Dulcícola presente na ADA e AID do empreendimento. Apetrecho de pesca Malhadeira 20m x 2m (malha 15mm entrenós adjacentes) Malhadeira 20m x 2m (malha 30mm entrenós adjacentes) Malhadeira 20m x 2m (malha 50mm entrenós adjacentes) Rede de arrasto 10m x 2m (malha 5mm entrenós adjacentes) Esforço amostral para cada uma das sete estações 2 redes x 2 períodos x 3 horas 2 redes x 2 períodos x 3 horas 2 redes x 2 períodos x 3 horas 3 lances x 2 períodos I-A-20

Apetrecho de pesca Peneira 1,5m de comprimento e 1,5m de largura (malha 1mm entrenós opostos) Esforço amostral para cada uma das sete estações 50 lances x 2 períodos Ao longo das campanhas de campo propostas, a estratégia amostral deverá ser reavaliada de acordo com os resultados obtidos, em relação aos objetivos e metas propostas pelo Subprograma. b. Subprograma de Monitoramento da Ictiofauna Marinha Para amostrar a maior parte dos ambientes estuarinos e marinhos, e diminuir a seletividade geral da coleta de peixes, deverão ser utilizados vários apetrechos de coleta, incluindo métodos passivos (redes de espera) e ativos (redes de arrastão de praia, redes de arrasto do tipo picaré e tarrafas), aplicando-se um esforço padronizado, conforme mostra a Quadro I-A-3. Os peixes deverão ser coletados em dois períodos (6h-9h e 17h-20h), utilizando-se: baterias de malhadeiras (redes de espera) com quatro redes individuais de 20m x 2m (malhas 12, 20, 35, e 50mm entrenós adjacentes) (Foto 04); tarrafas de 3m de altura com malha de 20mm entrenós adjacentes (Foto 05); rede de arrastão de praia com de 50m x 3m com malha 20mm entrenós opostos; rede de arrasto manual do tipo picaré com 15m de comprimento, 1,8m de altura e com malha 20mm de distância entrenós opostos. As redes de espera devem ser vistoriadas a cada 1h de operação, a fim de minimizar a morte desnecessária de peixes emalhados. Para a captura nas praias arenosas (Foto 06), deverão ser empregadas a redes de arrastão de praia e a rede do tipo picaré na zona de arrebentação. Para cada estação amostral nas praias arenosas deverá ser efetuado um arrastão de praia perpendicular à costa, com auxilio de uma embarcação; e outros três arrastos padronizados com a rede tipo picaré na zona de arrebentação (infralitoral), paralelos à praia e com extensão de 50m cada um. I-A-21