A PLATAFORMA MULTIMÍDIA COMO ESTRATÉGIA DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL: O PROJETO GPSNET.TV DA GPSNET



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Transcrição:

A PLATAFORMA MULTIMÍDIA COMO ESTRATÉGIA DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL: O PROJETO GPSNET.TV DA GPSNET Orientando: Jorge Ezequiel Benites Campos Junior Orientador: Dr. Profº Joel Filipe Guindani

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA JORGE EZEQUIEL BENITES CAMPOS JUNIOR A PLATAFORMA MULTIMÍDIA COMO ESTRATÉGIA DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL: O PROJETO GPSNET.TV DA GPSNET São Borja 2015 2

JORGE EZEQUIEL BENITES CAMPOS JUNIOR A PLATAFORMA MULTIMÍDIA COMO ESTRATÉGIA DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL: O PROJETO GPSNET.TV DA GPSNET Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Relações Públicas Ênfase em produção cultural da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Relações Públicas Ênfase em Produção Cultural. Orientador: Prof. Dr. Joel Felipe Guindani. Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 21 de janeiro de 2015. 3

AGRADECIMENTOS Foram muitos os percalços, experiências mal sucedidas, tombos e dificuldades adversas até chegar aqui, e não foram poucos os motivos para desistir. Em certa altura, o desanimo apareceu, perdi a direção e lá fiquei perdido e sem ter aonde ir. Foi então que quase sem esperança e desacreditado, apareceram os meus amigos, a família que não é de sangue, mas que não impediu de agir fraternalmente como um irmão, primo, mãe ou pai. Encontrei a luz, achei o caminho e segui até o final. E então percebi, através do apoio deles, que todas as coisas que aconteceram negativamente na minha vida, foram para me melhorar, lapidar, transformar em alguém maior, como pessoa e como profissional. Ao longo dessa caminhada tortuosa, mas ao mesmo tempo enriquecedora, tive este imenso apoio, e não há como mensurar em apenas com palavras o quanto me ajudou. O meu muitíssimo obrigado, aos meus amigos Douglas Vieira, Marlon Oliveira, Antonio Marcos, Martiele Prestes, Leonardo Campos, que de forma indireta ou direta me direcionaram a concluir esta etapa. Agradeço a minha família, por me dar todo o suporte que necessitei para superar estas barreiras e aos professores do curso de Relações Públicas, em especial aos professores e Joel Felipe Guindani, Valmor Rhoden, Carmen Abreu e Cristovão Almeida que em todos os momentos da minha vida acadêmica construíram em mim o profissional que eu sou hoje. 4

RESUMO O presente trabalho objetivou compreender a plataforma multimídiatica como uma ação de comunicação institucional. Como objeto empírico, escolhemos o projeto de construção de um canal Multimídia GPSNet TV da empresa GPSNet - Provedor de Acesso a Rede de Comunicações LTDA que é referencial em tecnologia, situada na cidade de São Borja, fronteira oeste do estado do Rio Grande do Sul. Como metodologia utilizamos a entrevista semiestruturada com profissionais da empresa do setor de comunicação, bem como pesquisa em documentos que nos evidenciaram a construção deste projeto multimídia. Como objetivos específicos buscamos identificar os aspectos que definem a ação institucional da plataforma multimídia da GPSNet; descrever o processo de construção da GPSNet.TV e analisar se o GPSNet.TV se efetiva como projeto de comunicação institucional multimídia. Iniciamos a construção deste trabalho questionando se o projeto GPSNet TV se efetiva como uma ação de comunicação institucional, ou seja, se os objetivos estratégicos foram concebidos com o viés de promoção da imagem da empresa bem como a motivação para a criação desta plataforma multimídia. Como resultado geral, percebemos que o GPSNet.TV é um projeto em andamento, que ainda não atingiu o seu objetivo principal, o de oferecer a comunidade uma plataforma para produção multimídia e ao mesmo tempo ser um potencial meio de comunicação institucional Palavras-chave: Plataforma multimídia; imagem institucional; comunicação institucional; GPSNet TV; estratégias de comunicação; 5

ABSTRACT This study aimed to understand the multimedia platform as an institutional communication action. As empirical object, choose the construction project of a Multimedia GPSNet TV channel GPSNet Company - Access Provider to LTDA Communications Network that is referential in technology, in the city of São Borja, western border of the state of Rio Grande do Sul. the methodology we used semistructured interviews with communications industry business professionals as well as research on documents that showed in the construction of this multimedia project. The specific objectives we seek to identify the aspects that define the institutional action of the multimedia platform GPSNet; describe the process of building GPSNet.TV and analyze the GPSNet.TV be effective as a project of multimedia corporate communication. Started the construction of this work questioning whether GPSNet TV project is effective as an institutional communication action, that is, if the strategic objectives are designed with the bias of the company's image promotion and the motivation for the creation of this multimedia platform. As a result, we realize that GPSNet.TV is an ongoing project that has not yet reached its main goal was to offer the community a platform for multimedia production and at the same time be a potential means of corporate communication. Keywords: multimedia platform; institutional image; institutional communication; TV GPSNet; communication strategies; 6

LISTA DE ANEXOS Anexo I Termos de uso e direitos autorais - GPSNet.TV Anexo II Organograma da GPSNet 7

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 9 2.1 As plataformas de produção e veiculação multimídia... 13 2.2 A produção audiovisual em tempos multimídia... 15 2.3 Um olhar histórico sobre a TV... 17 3 AS ESTRATÉGIAS DE AÇÕES DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL... 21 3.1 A produção de estratégias de ações comunicacionais com a finalidade institucional... 22 3.2 A percepção positiva do público e os ganhos com imagem institucional... 23 4 METODOLOGIA... 26 4.1 Estudo de caso... 26 5 OBJETO DE PESQUISA: GPSNET... 28 5.1 História da empresa... 28 5.2 A equipe de comunicação da GPSNet... 30 5.3 Os projetos sociais da empresa... 31 5.3.1 Arte no muro... 32 5.3.2 Kombi da Conectividade... 32 5.3.4 TI Verde... 33 6 GPSNET TV: A PLATAFORMA MULTIMIDIA COLABORATIVA DA GPSNET... 34 6.1 Objetivo Geral e objetivos específicos do projeto... 35 6.2 Seções do GPSNet TV... 35 7 A ESTRATÉGIA DE AÇÃO POR TRÁS DA CRIAÇÃO DO GPSNET TV... 36 7.1 As possíveis contribuições de uma plataforma multimídia para a comunicação institucional da empresa... 38 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 40 REFERÊNCIAS... 42 ANEXOS... 44 8

1 INTRODUÇÃO A realização deste trabalho motivou-se a partir das diferentes ferramentas de comunicação aprendidas e praticadas em sala de aula e, dentre esta variedade, a que mais se destacou com a sua forma intrínseca e peculiar de planejar, quanto seu potencial engajador foi a produção áudio e visual de conteúdos voltados para a promoção institucional. Em primeiro momento é preciso analisar a questão audiovisual dentro de uma ferramenta de comunicação institucional, diante do cenário atual, é inegável que a produção audiovisual, definitivamente, popularizou e hoje representa massivamente uma grande fatia de consumo através dos meios de comunicação como a TV, o cinema e a internet, existindo uma enorme diversidade de formatos e gêneros como de entretenimento, educação, esporte, política, propaganda, etc. Diante deste cenário os indivíduos estão cada vez mais acostumados com a linguagem audiovisual, pela forte cultura de consumo televisivo, programas de TV sejam eles de entretenimento como o Big Brother Brasil, The Voice Brasil e Domingão do Faustão, quanto de estilo jornalístico: Jornal Nacional, Fantástico e Jornal Hoje, além das coberturas esportivas, como o campeonato Brasileiro, Copa do mundo de Futebol e Olimpíadas, são programas com picos altos de audiência, resultando em excelentes vitrines para a publicidade, seja ela informativa, comercial ou institucional. A Produção audiovisual de conteúdo publicitário é algo recorrente no planejamento comunicacional da maioria das empresas, presente no contexto micro: pequenas empresa, até as médias e grandes corporações. Porém há o fato de que o público absorve e descarta em sua mente diversas propagandas da qual não é de seu interesse ou não o chama atenção. Ser um diferencial neste mar de propagandas é tarefa para poucos, e estes poucos, devem investir alto em uma produção de qualidade, quanto para contratar os horários comerciais nas TV s. A internet é outro meio de divulgar a propaganda audiovisual, mas só produzir e reproduzir em diferente meio não é garantia o suficiente para atingir o público, pois na internet há diferentes níveis e tipos de usuários e não há garantia do perfil do público consumirá a sua produção. Esses fatores podem e já desmotivam diversas empresas, que buscam outras soluções para atingir seu objetivo comunicacional. 9

Dentro de um contexto mercadológico, são inúmeras as ações de comunicação que visam persuadir o público, com o objetivo de buscar uma maior aceitação destes com os seus produtos e serviços. A produção audiovisual no que remete a uma comunicação com fins institucionais se insere neste cenário como uma ferramenta se bem explorada de reforço positivo da imagem. Um plano de ação que seja eficaz e atinja os objetivos pré-estabelecidos no início do processo é o que toda empresa idealiza, porém os por menores da produção, execução e veiculação são vários. Neste contexto teórico situamos nosso objeto de investigação: GPSNet.TV. Este é um projeto da empresa GPSNet - provedor de Acesso a Rede de Comunicações LTDA, situada no município de São Borja, fronteira oeste do Estado do RS. Após delimitarmos o objeto, elaboramos a seguinte questão: A GPSNet.tv se efetiva como um canal institucional multimídia? Como objetivo geral, buscamos compreender se a plataforma Multimídia se efetiva como instrumento de propaganda institucional, a partir de um estudo de caso da GPSNet.TV. Os objetivos específicos visam: identificar os aspectos que definem a ação institucional da plataforma multimídia da GPSNet; descrever o processo de construção da GPSNet.TV; analisar se o GPSNet.tv se efetiva como um canal institucional multimídia. Como justificativa, percebemos que ao longo dos anos, a produção de ações de comunicação que tem por objetivo, ser institucional tem tomado uma fatia importante dos investimentos em comunicação de uma empresa. Por definição, o termo institucional não há um conceito claro, mas tem relação intrínseca com a instituição/empresa. A produção da comunicação institucional está ligada às ferramentas de relações públicas com o objetivo de estabelecer uma aceitação da instituição perante a sociedade. Há vários motivos que levam uma empresa a optar por este tipo de comunicação, dentre estes estão as constantes transformações sociais, a opinião pública cada vez mais hostil perante as empresas privadas e o aumento dos movimentos sociais. Todos estes fatores contribuem para que a empresa sinta a necessidade de justificar seu significado social e o seu valor para a sociedade na qual está inserida. São diversas a gama ações de comunicação que uma empresa pode criar, com finalidade de aproximar público e empresa que se destacam pela sua qualidade e eficiência na transmissão da mensagem, dentre esta variedade, o estudo analisará a plataforma Multimídia GPSNet TV, com o enfoque em que estratégia comunicacional da qual foi concebida. 10

Na fundamentação teórica seguimos a seguinte estruturação: inicialmente abordamos sobre a comunicação multimídia e produção audiovisual para que em seguida, conectar o conceito de comunicação institucional, pois cremos que a eficiência desta ação não pode prescindir de um olhar em relação com as outras ações e estratégias de comunicações. Busca-se encontrar elementos que reforcem a imagem da instituição dentro dos objetivos intrínsecos na ação. 11

2 DA COMUNICAÇÃO DE MASSA AS TECNOLOGIAS MULTIMÍDIAS A comunicação na forma que conhecemos hoje, interativa, interligada e incisiva, não foi sempre assim. Foi limitada, grotesca e simplória para a complexidade da sociedade. Ela foi se desenvolvendo e passando por diversos processos, à medida que a sociedade se moldava e passava por transformações sociais, culturais e éticas. Antes de abordamos questões referentes as tecnologias multimidiáticas devemos partir de um olhar histórico, desde a comunicação realizada de modo mais simples, a partir de tecnologia segmentadas que não tinham por objetivos atuação em rede ou ser multimídia. Ou seja, o fenômeno contemporâneo que denominamos multimídia não está isolado ou é simplesmente de fácil compreensão. Por isso é necessário um olhar para a própria história da comunicação de massa, a qual consideramos parte das novas configurações midiáticas contemporâneas (RAMOS, 2005). Ao falar de comunicação de massa, inevitavelmente estaremos falando em teoria hipodérmica, teoria crítica, Escola de Frankfurt, indústria cultural, espiral do silêncio e agenda setting, difundida por diversos autores ao longo dos últimos séculos e difundida até os dias atuais. Citamos aqui algumas das principais abordagens que estabeleceram paradigmas importantes no campo analítico da comunicação. A comunicação de massa ou o mass media, teoricamente, é descrita nas seguintes teorias e hipóteses: Teoria hipodérmica, teoria crítica, espiral do silêncio e agenda setting, abordaremos sucintamente cada uma destas. A teoria hipodérmica, também conhecida como teoria da seringa compara o público como um tecido que recebe a substância, (no caso a informação), o indivíduo é descrito como estimulo-resposta, (FERREIRA, 2001, p. 108), os estímulos que não produzem respostas não são considerados estímulos. Os indivíduos neste paradigma, são condicionados a reagir aos estímulos, coagidos a seguir um comportamento, ditada pelos meios de comunicação. A partir desta teoria, percebemos um contexto de comunicação direcionada, a partir de mídias específicas, dotadas de uma força particular e pouco articulada. Já na teoria crítica, o cenário comunicacional se molda em torno da razão, ela constata que os indivíduos se caracterizam através da indústria cultural, estes por sua vez, constituídos pelo rádio, cinema, televisão e publicidade, e é percebida como um sistema, pelo qual seu funcionamento operativo (enredo, imagens, sons.) e também pela sua diversidade de meios e gêneros. Assim, a comunicação também se apresenta de modo 12

especializado, ou seja, cada mídia operando de um modo e atingindo públicos massivos (RAMOS, 1995). Os grandes conglomerados de comunicação, podemos dizer, agiam de modo massivo, com vários meios, no entanto a comunicação não era pensada ou possível desde um único suporte - ou como iremos enfatizar adiante -, em formato multimídia. O agenda setting e a espiral do silêncio, em sua concepção são parecidos e diferentes ao mesmo tempo, conforme trabalham com a perspectiva massificante sob à égide da imposição do mass media sobre os indivíduos. A definição da informação segundo a agenda setting é de que os temas mediáticos são ditados pelos próprios grupos de indivíduos. Ao contrário dessa teoria, a espiral do silêncio pauta-se pelo silenciamento dos indivíduos em objeção a opinião das massas. Esta modalidade percebia nas tecnologias a possibilidade de condução da opinião pública, através de uma variada e intensa veiculação de conteúdo. Como enfatizamos a partir da teoria crítica, a sociedade ainda atuava como receptora e as formas de produção de conteúdo não dispunham de canais de retorno ou de interação com os grandes meios de comunicação. (FERREIRA, 2001, p. 108). Do mesmo modo, as empresas não dispunham de uma comunicação independente dos grandes meios de comunicação. A produção de conteúdo, como a propaganda institucional, era realizada diretamente pelas empresas de comunicação. Assim, as empresas não dispunham de tecnologias de comunicação, permanecendo dependentes, unicamente, desses grandes meios de comunicação. No entanto, o cenário comunicacional contemporâneo vem alterando as possibilidades de produção e veiculação. As mídias digitais, através das plataformas de produção multimídia, têm alargado as probabilidades das empresas veicularem seus conteúdos, bem como desenvolver projetos de comunicação que visem a propaganda institucional. 2.1 As plataformas de produção e veiculação multimídia Há várias definições e sentidos da palavra multimídia. Segundo Carvalho (2002, p. 245) A primeira referência ao termo multimídia surgiu em 1959, no livro Instructional Media and Methods de Brown, Lewis e Harcleroad... Desde então, o termo tem aparecido em expressões variadas, como apresentação 13

multimídia, espectáculo multimídia, software educativo multimídia, pacote multimídia, sistemas multimídia, computador multimídia, entre outros. Um exemplo melhor detalhado sobre o termo é o do autor francês Pierre Lévy (2000), que utiliza a expressão estratégia multimídia para descrever a utilização de diferentes meios de comunicação que têm uma função de complementaridade na promoção e venda de produtos. (Lévy, 2000, p. 68). A definição que mais se aproxima do cenário em que o nosso objeto empírico se encontra, é a convergência multimidiatica. Segundo Vidigal (2008, p. 27), vivenciamos agora o que chamamos de cultura de convergência, em que os meios de comunicação estão interligados através das plataformas multimídias, e realiza uma reflexão abrangente sobre o termo da qual resume: é o fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, a cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e o comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, este que procuram formar diferentes para experimentar. E dentro deste cenário estão as plataformas multimídias da qual semelhantemente definido como o termo história multimídia: uma combinação de texto, imagens fotográficas, ilustrações, videoclipes, áudio e interatividade aplicados na construção de sites na internet, a partir de uma narrativa não-linear, de modo que a informação em cada mídia seja complementar e não redundante. (VIDIGAL, 2011, p. 5). O processo de construção dessas plataformas, é semelhante a qualquer outro produto comunicacional, para que o objetivo seja atingido com sucesso, devem ser construídas através um planejamento minucioso e detalhado, pois a mal elaboração desta, pode ocasionar um efeito contrário, desmotivando o público que irá consumir a ferramenta, conforme afirma Vidigal: Mesmo com a evolução da tecnologia e um aumento considerável das ferramentas e dos recursos digitais, se não for bem planejado, o material multimídia pode dispersar a atenção do usuário e, até mesmo, desmotivá-lo a navegar pelo conteúdo do site. (VIDIGAL, 2011, p.06) Há também sub formatos que se constituem basicamente de uma mistura entre um elemento midiático e outro, e que possuem características parecidas, mas que tem como objetivo complementar a mídia tradicional, e não substitui-la, exemplos são: hipertexto, hipervídeo; infográficos, slideshow; podcast; vídeocast; vídeo 360º, fotos 14

360º. Segundo Nora Paul (2007) pode-se dizer que a internet possui diferentes exemplos de convergência destes elementos que se caracterizaram como uma narrativa multimídia. Com as ferramentas tecnológicas cada vez mais acessíveis, e presente nos dias atuais, a linha entre produtor e consumidor de mídia é frequentemente tênue, como afirma Jenkins: O surgimento de novas tecnologias sustenta um impulso democrático para permitir que mais pessoas criem e circulem mídia. Às vezes a mídia é planejada para responder aos conteúdos dos meios de massa positiva ou negativamente e às vezes a criatividade alternativa chega a lugares que ninguém na indústria da mídia poderia imaginar. (JENKINS, 2008, p. 326). É frequente a reprodução de conteúdo feito por pessoas comuns no dia-a-dia, nos canais de mídia tradicional, como TV, Rádio, jornal e revista, a mídia está cada vez mais colaborativa, aonde a sociedade cada vez mais participa, interage, cria conteúdos, se manifesta a favor, ou contrário. Enfim, os moldes atuais, configuram-se com um público crítico e exigente, não mais sendo apenas influenciando pelas mídias, mas sim influenciando e transformando estas. Nos primórdios midiáticos, eles estavam no fim da cadeia produtiva, eram coadjuvantes passivos do processo de comunicação e facilmente se tornavam objeto de manipulação. Aos poucos, os consumidores passaram a adquirir caráter crítico, ativo, criativo, produtivo e sociabilizado. No entanto, foi a partir do surgimento da internet que eles começaram a dar fim às hierarquias e fronteiras, que antes eram estabelecidas entre produtores e consumidores de conteúdos e linguagens de comunicação. (MAGNONI, VIEIRA, 2013, p.103) A mídia ciente deste novo paradigma, reconhece a atuação e influência do público em seu próprio produtos midiáticos, e promove ações de incentivo como: enquete, votação, reprodução de opiniões do público, apoiando a interatividade que a instantaneidade que o mecanismo das tecnologias com acesso à internet proporciona. 2.2 A produção audiovisual em tempos multimídia A necessidade de evidenciar o audiovisual, através deste capitulo, está nos desafios da produção de conteúdo para uma plataforma multimídia, seja ela produzido por um meio de comunicação tradicional, ou realizado pelo próprio indivíduo comum, 15

exemplo disto, são os constantes vídeos enviados para as TV s, contendo o registro de algum fato curioso do cotidiano, de algum evento fora do comum, ou até mesmo compartilhando sua opinião a respeito do assunto proposto pelo meio. O ponto em comum desta participação constante do público, é que o conteúdo seja bastante relevante para ser evidenciado nestes canais de comunicação. Abordaremos então, de forma sucinta a importância do audiovisual a partir dos desafios impostos pelas novas linguagens e plataformas multimídia. Atualmente, o audiovisual tem se tornado não apenas uma tecnologia de registro ou de exibição de alguma realidade, mas, sobretudo, um novo jeito de construir e de compreender essa própria realidade. O ditado uma imagem vale mais que mil palavras nos comprova que o audiovisual ocupa um lugar de destaque no mundo tecnológico contemporâneo. Desde o cinema e a televisão, o audiovisual se firmou como um instrumento capaz de assegurar as empresas, pessoas e instituições, não apenas a comunicação e a informação, mas a construção de uma imagem positiva, de uma identidade e até mesmo de uma memória. Pelo mesmo caminho, registrar audiovisualmente é acompanhar não apenas a evolução tecnológica, mas, sobretudo, estar no tempo cultural contemporâneo, que, segundo Rovida (2009), é o tempo da cultura da imagem e do visual. A tendência de expormos em imagem tudo o que existe reforçou uma cultura dependente do audiovisual que, como nos mostra a história, avançou do campo das grandes corporações comerciais e midiáticas para o campo da produção individual alternativa e coletiva, com baixo custo de produção e de exibição. Neste cenário multimídia, outro aspecto importante é a da popularização de bens tecnológicos, como câmeras, filmadoras, celulares. Ficou, em tese, mais fácil de produzir conteúdo de cunho audiovisual e, em consequência deste fenômeno, a produção deste conteúdo ficou mais barata e acessível. Em paralelo, outro meio de comunicação que se popularizou nos últimos anos é a internet, com características de livre acesso e uma fácil penetração ao público. Logo, a divulgação também é feita com mais facilidade e em diversas plataformas. A produção de um audiovisual seja ela qual for a sua finalidade, atualmente, possui meios eficazes para posterior divulgação multimídia. As redes sociais estão cada vez mais presentes e devem representar uma grande fatia do consumo de conteúdo digital. Por exemplo, na era da comunicação de massa, um vídeo era realizado por uma produtora e distribuído massificamente em forma de conteúdo televisivo ou então através dos 16

"vídeos-cassetes". Neste tempo multimídia, a produção já é realizada por diversos sujeitos. As próprias empresas já incentivam que seus funcionários postem vídeos com discursos favoráveis à instituição. A grande oferta de conteúdos audiovisuais tem reconfigurado o seu próprio valor. Anteriormente, pouco se investia, pois as formas de veiculação eram limitadas e de custo elevado. Com a chegada da internet e as novas possibilidades de veiculação multimídia, o audiovisual se tornou um grande aliado das empresas, sobretudo quando o assunto é a qualificação da imagem através da propaganda institucional. Neste tempo multimídia, identificamos que a produção audiovisual alargou seus gêneros e formatos, e a mensagem está ligada ao público cada vez mais distinto e segmentado. Assim, novas incertezas surgiram quando o objetivo é a escolha dos públicos receptores. Mesmo assim, o vídeo quando bem produzido exerce um excelente papel de sedução e fixação ao telespectador, sobretudo, a mensagem transmitida através das imagens deve conter - desde o seus processos de pré-produção - uma singularidade em que o receptor possa não só absorver, mas gravar em sua mente. A medida que o telespectador interpreta uma mensagem, há uma comparação através de significados da imagem com os seus próprios conhecimentos sobre a mensagem. Com isso, percebemos que a produção audiovisual em tempos multimídia requer atenção especial ao públicos receptor, que cada vez mais interage e, portanto, está mais crítico com relação aos conteúdos que lhes chega. Desta inevitável relação entre o audiovisual e as plataformas multimídia, surgiram várias possibilidades de produção de conteúdo. A seguir, evidenciamos uma delas. 2.3 Um olhar histórico sobre a TV A configuração dos meios de comunicação de massa dos dias atuais passa por constante mudança, em especial, as mídias tradicionais, que estão cada vez mais se reinventando para atingir o público. Os novos sistemas de comunicação que estão emergindo não são mais analógicos, e sim digitais, e as formas familiares dos meios de comunicação de massa, como o rádio e a televisão, estão evoluindo para novas formas, como o videotexto, a TV de Alta Resolução (HDTV), a World Wide Web da Internet e a WebTV. (RIBEIRO, COSTA, pag 3. 2010) 17

No entanto, se olharmos para trás e observarmos a história da televisão, identificamos não uma complexidade, mas uma certa regularidade de formatos no que tange a produção e veiculação de conteúdo, conforme já referenciamos no capítulo que abordou a comunicação de massa. Ou seja, o modo tradicional de produzir conteúdo televisivos se limitava à junção de áudio e imagem. O princípio da junção áudio-imagem é cinematográfico. Foi ele a fonte ou a matriz de resgate histórico e de educação política e cultural do século XIX. Derivado da arte circense e da poesia, o primeiro cinema teve uma base de produção mais aberta e livre de padrões. Da mesma forma, o consumo cinematográfico foi liderado pelo público popular. Já no século seguinte, com a industrialização emergente, a produção cinematográfica ganhou uma forma ligeira e linear, com textos elaborados e cenários construídos, passando a ser narrativo e não apenas imagético (RAMOS, 1995).. Para Valter Bonásio (2002), a história desse meio não possui o mesmo registro que o primeiro cinema. A gênese da televisão ainda é um espaço pouco demarcado por detalhes históricos, sobre o processo de produção e seus primeiros produtos. A préhistória da televisão não foi totalmente gravada por vários fatores, dentre eles: a impossibilidade de gravação e, posteriormente, o uso reaproveitável do filme ou dos suportes de registros, o descarte de roteiros em papel, que foram utilizados com frequência apenas na da década de 50. Desde os primeiros experimentos televisivos realizados na Inglaterra, no ano de 1926, o desenvolvimento da televisão passou por algumas estruturações institucionais, como uma indústria moldada pela política governamental e pelos investimentos de sociedades científicas e grupos econômicos. Nesse aspecto, a tendência histórica da televisão foi construída sob dois eixos: o controle e cerceamento do Estado e o investimento do capital privado. Essa tendência irá se acentuar, sobretudo, a partir da primeira guerra mundial (BONÁSIO, 2002). No Brasil, um fato desse período é a primeira exposição de Televisão realizada no ano de 1939. Na oportunidade, o presidente Getúlio Vargas proferiu o primeiro discurso televisionado. Emocionado, Vargas saudou o novo invento e agradeceu à empresa norteamericana Telefunken pelo patrocínio e pela sua chegada ao país. 18

A história da televisão, de acordo com Freire (2003) também pode ser identificada como realização, ou seja, com foco na cultura e na prática profissional. Esse é o período social das produções televisivas, que fortifica a expansão técnica e o sentido cultural da nova tecnologia. A televisão também se apresenta, historicamente, como representação e forma, quer dizer, como um enquadramento estético, que toma emprestado o vocabulário da literatura, as gestualidades do teatro e os enquadramentos do cinema. Este período histórico é considerado, no Brasil, após o estabelecimento do meio, em meados de 1950, especialmente após o estabelecimento da TV Tupi, de Assis Chateaubriand. Nessa perspectiva histórica o professor Laurindo Leal, no seu livro A melhor TV do mundo (1997), afirma que a televisão também pode ser vista como um fenômeno sociocultural, interligado, também, à política e à economia. Realça-se, por conseguinte, o caráter cultural de massa, como os demais imbricamentos com a cultura popular e com a esfera pública. Em 1956, o Brasil contava com 1,5 milhão de aparelhos e as transmissões eram todas ao vivo, distribuídas em horários específicos. Adaptando programas radiofônicos, sobretudo as radionovelas, o fazer televisivo reforça sua identidade na dramaturgia e no entretenimento, ampliando, a partir dos anos 70, a produção de conteúdos jornalísticos, como o Jornal Nacional, como a locação de produtos cinematográficos para o espaço doméstico. Assim, consolidada por uma produção de conteúdo aberta, a Televisão se legitima como uma tecnologia doméstica; como uma técnica que transforma e produz uma nova estética, que incide rapidamente sobre os modos de sociabilidade. Presa a moral e aos bons costumes da elite brasileira, a produção televisa não se arriscou em mostrar mulheres grávidas; a cena do primeiro beijo não foi registrada nem em fotos e nem em roteiro. Importante reforçar, que essa base histórica é multifacetada por diversos aspectos sociais, culturais, econômicos, estéticos, discursivos, editoriais e políticos, que se aliam, contemporaneamente, com os tipos de concessões públicas - comercial, aberto, a cabo, pública, estatal, comunitária e educativa - e com a variedade de gêneros, como o jornalístico, educativo, cultural, prestação de serviços, entretenimento e esportivo. Contemporaneamente, quando a possibilidade de transmissão digital entra em cena, a televisão, figura como o meio audiovisual de grande representatividade. 19

Recentemente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) 1 lançou o Panorama da Comunicação e das Telecomunicações no Brasil. A publicação revela que a televisão constitui o principal elo entre os cidadãos e o mundo, atingindo quase 96% dos domicílios. Seu impacto sobre a sociedade nacional é incomensurável. Dela se apoderam os vendedores de bens e serviços, bem como os mercadores da fé e da política. É compreensível, assim, que tenha abocanhado, em 2010, a maior parcela da verba publicitária (62,9%). Assim, identificamos que a TV ao longo dos anos, se transforma, a medida que a tecnologia avança, e o perfil dos telespectadores vai se renovando, muda-se também a forma de conteúdo produzido e a maneira de como ele será percebido pelo público. O levantamento histórico, chegando até os dias atuais da qual possui elementos distinto de todos os demais períodos onde a televisão até então figurou: as possibilidades de transmissão e consumo em plataformas multimídias. 1 http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/pdfs/livros/livros/livro_panoramadacomunicacao201 0_vol3.pdf 20