RENDIMENTO DAS VARIEDADES DE MAMONA DA EMBRAPA NORDESTINA E PARAGUAÇU CULTIVADAS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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Transcrição:

RENDIMENTO DAS VARIEDADES DE MAMONA DA EMBRAPA NORDESTINA E PARAGUAÇU CULTIVADAS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO Immer Gomes Ross Júnior 1, Rosemar Antoniassi 2, Luiz Antonio Antunes de Oliveira 3, Luiz de Moraes Rego Filho 3, Francisco Valdevino Bezerra Neto 4 1 UFRRJ, immer@ufrrj.br; 2 Embrapa Agroindústria de Alimentos, rosemar@ctaa.embrapa.br; 3PESAGRO, laoliveira@pesagro.rj.gov.br; lmorais@pesagro.rj.gov.br, 4 Universidade Estadual do Norte Fluminense UENF, fvbneto@hotmail.com RESUMO No Programa RioBiodiesel do Estado do Rio de Janeiro financiado pela FAPERJ/FINEP, algumas oleaginosas foram avaliadas quanto à produtividade em diversas regiões do Estado. A mamona foi cultivada em duas regiões nas quais foram comparadas 10 a 13 variedades comerciais. Neste trabalho, as variedades Nordestina (BRS 149) e Paraguaçu (BRS 188) desenvolvidas pela Embrapa Algodão foram comparadas em duas épocas de cultivo, na Cidade de Campos de Goytacazes, região Norte Fluminense. No delineamento experimental foram utilizadas 8 repetições para cada época de semeadura, para cada variedade. As análises foram realizadas segundo os métodos oficiais da AOCS (2004). As variáveis foram a produtividade, altura de planta, teor de óleo e umidade da semente. Quanto à produtividade, houve diferença significativa entre as variedades (p<0,05), que foi maior para a variedade Nordestina (1297 e 1454 Kg/ha para a 3 a e 4 a época, respectivamente). Quanto ao rendimento em óleo, não houve diferença significativa entre variedades e épocas, que ficou em torno de 56% (em base úmida). Palavras-chave: Ricinus communis, teor de óleo, altura de planta. INTRODUÇÃO O óleo de mamona difere da maioria dos óleos comerciais, sendo rico em ácido ricinoleico (12- hidroxi oléico). Comparado com os outros óleos, é mais viscoso, menos solúvel em hexano e mais solúvel em etanol, como conseqüência da presença da hidroxila. A mamona (Ricinus communis L.) é produzida principalmente na Índia, China e Brasil e a produção mundial está em torno de 0,5 milhão de toneladas de óleo (GUNSTONE, 2005). O Brasil já teve a segunda maior área cultivada de mamona no mundo e teve sua participação na área mundial reduzida de 26%, em 1980/1985, para 8% em 1999 mantendo, no entanto, a terceira posição entre os principais produtores (SANTOS et al., 2001). Além da vasta aplicação do óleo na indústria química, a mamoneira é importante devido à sua tolerância à seca, tornando-se uma cultura viável para a região semi-árida do Brasil, onde há poucas

alternativas agrícolas. No entanto, esta cultura não é exclusiva da região semi-árida, sendo também plantada com excelentes resultados em diversas regiões do país (EMBRAPA ALGODÃO, 2008). No Rio de Janeiro a cultura da mamona tem sido amplamente estimulada pelo programa Riobiodiesel, financiado pela FINEP/FAPERJ, que tem por objetivo estudar algumas oleaginosas cultivadas no Estado, além de estimular o domínio da tecnologia de transformação de óleo vegetal em Biodiesel, caracterização e avaliação deste novo combustível, de forma a adequá-lo aos padrões exigidos pela indústria automotiva e pela Agência Nacional do Petróleo. Entre as oleaginosas, estão em estudo, o girassol, o gergelim e a mamona, cultivadas em várias regiões do Estado (BIODIESEL, 2007). As cultivares de mamona de maior destaque desenvolvidas pela Embrapa Algodão são a Nordestina (BRS 149) e Paraguaçu (BRS 188), ambas de porte médio, possuem ciclo longo (até 250 dias se houver disponibilidade de água) e boa tolerância à seca. Estima-se que sob condições ideais, a produtividade seja de cerca de 1500 kg/ha (EMBRAPA ALGODÃO, 2008). Neste trabalho, as variedades Nordestina e Paraguaçu foram comparadas quanto a produtividade, altura e rendimento em óleo, em duas épocas de cultivo, no Município de Campos de Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro. MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliadas nesta pesquisa duas cultivares de mamona desenvolvidas pela Embrapa Algodão, Nordestina (BRS 149) e Paraguaçu (BRS 188). Neste delineamento experimental de blocos casualizados foram utilizadas oito repetições. Cada parcela experimental constou de quatro linhas de sete metros de comprimento, espaçadas em 2 m, constituindo área total de 42 m 2. O ensaio foi instalado na Estação Experimental de Campos dos Goytacazes, região Norte Fluminense, em solo classificado como Cambissolo, nas coordenadas geográficas de 21 45 latitude sul e 41 18 longitude oeste, e altitude de 11 metros. A semeadura foi realizada manualmente com densidade de plantio de três plantas cova - 1, espaçadas de 1,0 em 1,0 m com desbaste para uma planta cova - 1. A adubação utilizada no plantio foi a de 300 kg ha -1 da fórmula 04-14-08 (04% de Nitrogênio, 14% de Fósforo e 08% de Potássio), distribuídos no sulco de plantio e incorporados manualmente, antes da semeadura. As semeaduras foram realizadas manualmente nos dias 21/12/2005 e

01/02/2006, chamadas de 3 a e 4ª épocas, respectivamente. Foi também empregada irrigação por aspersão, sempre que o déficit hídrico assim o exigiu, aplicando-se uma lâmina de água de 20 milímetros por irrigação. Por ocasião da colheita foram consideradas como área útil apenas a linha central, deixando-se um metro em cada extremidade, totalizando 10 m 2. O cultivo das amostras foi realizado pela PESAGRO e as análises foram realizadas no Laboratório de Óleos Graxos da Embrapa Agroindústria de alimentos. A determinação da umidade do material foi realizada em estufa com convecção de ar a 130 2 C, durante 4 horas, segundo AOCS (2004). Antes da extração de óleo, as amostras foram acondicionadas em estufa com convecção de ar a 130 2 C, durante 40 minutos, seguida de congelamento. As amostras foram retiradas do freezer imediatamente antes da trituração em Waring Blender, sob alta rotação por 2 segundos. O óleo foi obtido em extrator Soxhlet com Hexano 95%, segundo o método oficial da AOCS (2004). Após 16 horas de extração, o farelo parcialmente desengordurado foi triturado novamente por 10 segundos em rotação média e seguiu-se nova extração por mais 8 horas. A análise de variância foi realizada em no software estatístico Statgraphics (MANUGISTICS, 1993). RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os resultados de produtividade, altura de planta, teor de óleo e de umidade da semente, após a análise de variância dos resultados. Houve diferença significativa entre a produtividade das variedades Nordestina e Paraguaçu (p<0,05), mas não houve diferença entre as épocas de cultivo. Para a altura da planta, não houve diferença entre as variedades, mas a 3ª época foi superior à quarta época, com resultados de 2,11 e 1,93 e de 1,63 e 1,33 metros, respectivamente, para as variedades Nordestina e Paraguaçu. Não houve diferença significativa para o rendimento em óleo e umidade entre variedades e épocas. O valor médio encontrado para o teor de óleo foi de 56%, estando entre os mais elevados para mamona no Brasil, enquanto que a umidade esteve em torno de 3%. As Figuras 1 e 2 apresentam a variação encontrada para as variáveis estudadas, através dos gráficos de Box and Whisker Plots. Embora tenha ocorrido uma larga de variação para as variáveis estudadas, não foram observados valores aberrantes entre os dados analisados. Os resultados de

produtividade para a variedade Paraguaçu estão abaixo do esperado, mas o rendimento em óleo obtido neste experimento foi superior ao reportado pela Embrapa Algodão para sequeiro. Enquanto que o resultado de produtividade da variedade Nordestina esteve mais próximo do reportado pela Embrapa Algodão (EMBRAPA ALGODÃO, 2008). CONCLUSÃO Os rendimentos em óleo das variedades Paraguaçu e Nordestina estão entre os mais elevados já reportados no Brasil. A cultivar Nordestina mostrou-se mais produtiva que a Paraguaçu e não houve diferença entre as épocas de cultivo. Para a altura de planta houve diferença entre as épocas de cultivo, mas não entre as variedades. Agradecimentos: à FAPERJ/FINEP pelo financiamento do projeto e a Embrapa pelas bolsas de iniciação científica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOCS. Official methods and recommended practices of the American oil chemist s society. 5 th ed. Champaign, 2004. BIODIESEL. Secretaria de Ciência e Tecnologia. Governo do Rio de Janeiro (2007). On line. Disponível em: <http://www.sectran.rj.gov.br / downloads/ riobiodiesel _ Nfurtado_2007.pdf > Acesso em: 28 abr. 2008. GUNSTONE, F. D. Vegetable Oils. In: BAILEY'S industrial oil & fat products. Edible Oil & Fat Products. Chemistry, Properties & Health Effects. 6 th ed. 2005 EMBRAPA ALGODÃO. Mamona. Disponível em: <http://www.cnpa.embrapa.br /produtos/mamona/index.html >. Acesso em: 05 jun. 2008.

SANTOS, R. F et al. Análise Econômica. Em: AZEVEDO, D. M. P. de; LIMA, E. F. (Ed.). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasilia, DF: Embrapa Informação Tecnologia, 2001. 350 p. MANUGISTICS. Statgraphics reference manual. Rockville, 1993. Paginação irregular. Tabela 1. Valores médios de produtividade, altura, teor de óleo e umidade para as variedades estudadas. Variedades Nordestina Paraguaçu 3ª época 4ª época 3ª época 4ª época Produtividade (kg ha -1 ) 1297 a 1454 a 977 b 674 b Altura (metros) 2,11 a 1,63 b 1,93 a 1,33 b Teor de óleo (%) 56,08 a 56,21 a 56,57 a 55,59 a Umidade (%) 3,31 a 2,50 a 2,60 a 2,89 a (x1000) 3 Box and Whisker Plots 2.5 Produtividade (kg/ha) 2 1.5 1 0.5 0 Nordestina Paraguaçu Variedade Figura 1. Variação da Produtividade nas variedades de mamona estudadas.

Box and Whisker Plots 60 58 Teor de oleo (%) 56 54 52 50 Nordestina Paraguaçu Variedade Figura 2. Variação do teor de óleo nas variedades de mamona estudadas.