CONFORTO ACÚSTICO EM SAGUÕES DE AEROPORTOS: ESTUDO DE CASO. Thiago Morais de Castro 1. Aline Lisot 2. Thaise Moser Teixeira 3

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Transcrição:

CONFORTO ACÚSTICO EM SAGUÕES DE AEROPORTOS: ESTUDO DE CASO Thiago Morais de Castro 1 Aline Lisot 2 Thaise Moser Teixeira 3 Caroline Salgueiro da Purificação Marques 4 Paulo Fernando Soares 5 Célia Regina Granhen Tavares 6 RESUMO O presente trabalho refere-se ao estudo das condições acústicas de um saguão de um aeroporto onde foram realizadas medições do tempo de reverberação (TR) por meio do software Dirac 3.1, comparando os valores obtidos com aqueles considerados ótimos na literatura. Em ambientes fechados quando um som é emitido, como por exemplo, no caso da área de estudo, que se refere ao serviço eletrônico de informações e avisos, sofre múltiplas reflexões nas superfícies e objetos que estão presentes no recinto e este fenômeno recebe o nome de reverberação. O estudo teve como objetivo avaliar o TR em dois pontos em um saguão de um aeroporto, a fim de comparar o TR medido por meio do software Dirac 3.1 e o TR ótimo para a palavra falada. Após a obtenção dos dados, verificou-se pela comparação dos mesmos com os valores considerados ótimos, conforme a NBR 12179:1992, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é necessária a utilização de materiais absorventes nos principais pontos de aglomeração de pessoas que são a sala de espera com TV e a praça de alimentação. Adotando medidas neste sentido, o TR considerado ótimo poderá ser alcançado e assim os usuários, funcionários e clientes serão beneficiados, por ficarem menos expostos à ação do ruído. Palavras-chave: Tempo de reverberação; Absorção sonora; Conforto acústico; Saguão de aeroporto. 1 Mestrando, Universidade Estadual de Maringá UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana - PEU, thiagoeapp@yahoo.com.br 2 Prof a. MSc., Universidade Estadual de Maringá UEM, Departamento de Engenharia Civil - DEC, alinelisot@gmail.com 3 Mestranda, Universidade Estadual de Maringá UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana - PEU, thaise_teixeira@yahoo.com.br 4 Mestranda, Universidade Estadual de Maringá UEM, Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana - PEU, carolinesalgueiro@gmail.com 5 Prof. Dr., Universidade Estadual de Maringá UEM, Departamento de Engenharia Civil - DEC, paulofsoares@gmail.com 6 Prof a. Dr a., Universidade Estadual de Maringá UEM, Departamento de Engenharia Química - DEQ, celia@deq.uem.br

1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos a qualidade e adequação acústica dos espaços públicos vêm sendo muito discutidas. A importância da qualidade acústica destes espaços é relatada por todos aqueles que contribuem direta ou indiretamente para a melhoria destes ambientes. O som faz parte do cotidiano das pessoas e apresenta-se, por exemplo, como: música, canto dos pássaros, uma batida na porta, o tilintar do telefone, as ondas do mar e outros. Entretanto, na sociedade moderna, muitos sons são desagradáveis e indesejáveis, e esses são definidos como ruídos (GERGES, 1992). Com relação aos aspectos referentes ao conforto em ambientes fechados, observa-se que os projetos arquitetônicos muitas vezes consideram os aspectos térmicos, ergonômicos e de iluminação, muito mais do que os aspectos voltados ao tratamento acústico. Isto ocorre normalmente pelo desconhecimento da população em geral sobre os problemas gerados pelo ruído. É muito comum reclamar-se da temperatura elevada no verão, da pouca iluminação em um ambiente destinado à leitura ou de assentos desconfortáveis em um ônibus. Mas poucas pessoas percebem que é o tempo de reverberação muito longo que não lhes permite compreender um aviso dado no sistema de som de um aeroporto, por exemplo. Dessa forma, as interferências acústicas negativas do ambiente, nem sempre são facilmente percebidas pelo usuário. O ser humano em seu dia-a-dia frequenta diversos ambientes acusticamente poluídos e acaba por se expor constantemente à ação do ruído. Caso a exposição ao ruído seja excessiva e constante, poderá ocasionar alguns problemas ao homem, tais como distúrbios no sono e má compreensão da fala, por exemplo. Em ambientes fechados quando um som é emitido sofre múltiplas reflexões nas superfícies e objetos que estão presentes no recinto. Este fenômeno recebe o nome de reverberação. O tempo de reverberação (TR) relaciona-se ao fato de se absorver ou difundir o som em ambientes fechados e desta forma adaptar a quantidade de reflexões ao uso a que se destina o ambiente. No caso deste artigo, objetivou-se avaliar o TR em dois pontos em um saguão de um aeroporto a fim de comparar o TR medido e o TR ótimo para a palavra falada de acordo com a literatura. Os tempos de reverberação foram medidos pelo método impulsivo, utilizando o software Dirac 3.1 e comparados com o TR ótimo para palavra falada calculado nas principais frequências. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Revisão da literatura 2.1.1. O som e o ruído Conforme Henrique (2002) resumidamente, a palavra acústica tem origem na palavra grega akouein, que significa ouvir. A acústica pode ser considerada uma ciência, um ramo da física por meio do qual se investigam as vibrações mecânicas e os fenômenos ondulatórios em um meio material elástico. Assim, pode-se dizer que a acústica estuda o som desde sua geração, propagação, e até a recepção do sinal sonoro. O som é o efeito produzido por ondas mecânicas que se propagam através de um meio elástico e são capazes de sensibilizar o receptor. Segundo Bistafa (2006) o som é a sensação produzida no sistema auditivo, enquanto ruído é um som sem harmonia, geralmente de conotação negativa. Ainda segundo Bistafa, o som pode ser definido como uma variação da pressão ambiente detectável pelo sistema auditivo. Segundo Lisot (2008) existem três componentes básicos para que ocorra a sensação sonora: o Um corpo capaz de vibrar com frequência entre 20 Hz e 20.000Hz, a fonte sonora. 2

o Um meio material elástico entre a fonte sonora e o ouvido humano. o Uma pressão sonora capaz de sensibilizar o ouvido humano. Ainda segundo Lisot (2008) o ouvido humano permite ouvir e interpretar o som através de processos complexos que ainda permanecem, em parte, desconhecidos e responde a uma larga faixa de frequência sonora, desde o limiar da audição até o limiar da dor. O limite de frequência entre 20 Hz e 20.000Hz diz respeito à faixa de frequência que é capaz de sensibilizar o ouvido humano. As ondas sonoras são definidas por Maia (2002) como ondas mecânicas longitudinais, as quais podem propagar-se em meio sólido, líquido e gasoso. São mecânicas por necessitarem de um meio material para que ocorra sua propagação e, longitudinais, pois as partículas materiais responsáveis por sua transmissão oscilam paralelamente à direção de propagação. Define-se a frequência de um som da mesma forma que a frequência de qualquer movimento periódico: pelo número de ciclos por segundo. Portanto, o efeito sonoro ocorre quando uma fonte vibratória causa flutuações no ar. Frequência é a taxa de repetição dessas vibrações e é medida em Hertz (Hz), em que 1 Hz (um Hertz) equivale a um ciclo por segundo. A frequência é um fator de importância nas medições acústicas (LISOT, 2008). De acordo com Henrique (2002) o som, a exemplo de todos os fenômenos que se propagam por movimentos ondulatórios, tem comprimento de onda. Comprimento de onda, segundo Bistafa (2006), é a distância, a partir de qualquer valor de pressão sonora, na qual um ciclo se completa na curva de pressão sonora versus distância. Na Figura 1 apresenta-se uma ilustração do comprimento de onda de duas ondas de diferentes frequências. Figura 1 - Comprimento de onda de ondas de diferentes frequências Fonte: KNIRSCH (2007). O comprimento de onda é representado pela letra grega lambda (λ) e é relacionado com a frequência através da velocidade do som no meio, conforme a Equação (1). c f (1) em que: c é a velocidade do som [m], ƒ é a frequência [Hz]. Os sons, em sua maioria, chegam ao ouvido transmitidos pelo ar, o qual age como meio de transmissão. A propagação do som não é instantânea. A velocidade do som é muito menor que a velocidade da luz e depende das propriedades físicas do meio. A medida usada para calcular a intensidade dos sons é o Nível de Pressão Sonora, NPS ou SPL (sound pressure level), expresso em decibels. Esta medida retrata a quantidade de energia existente na onda sonora. 3

Uma onda sonora apresenta algumas particularidades que permitem melhor caracterizá-la. Portanto, pode-se distinguir em um som a altura, a intensidade e o timbre. Segundo Henrique (2002) essa classificação não é rigorosa, pois envolve características psicológicas (altura e timbre) com físicas (intensidade). A altura permite diferenciar um som grave de um agudo. Esta diferenciação se dá por meio da frequência com que o som se propaga. Baixas frequências permitem que se escute um som grave, enquanto altas frequências geram um som agudo. A intensidade sonora corresponde à energia da onda, ou seja, a sua potência. Associa-se a intensidade sonora à amplitude da onda: quanto maior a amplitude da onda, maior a intensidade. Timbre é a característica que permite distinguir sons de mesma altura e intensidade, porém emitidos por fontes distintas. Está diretamente associado à forma da onda, ou seja, está relacionado com a maneira de vibrar da fonte sonora. Têm-se muitas definições para o ruído, desde as puramente físicas, às da teoria da comunicação. Para Marco (1986) chama-se ruído, a todo som que não seja desejado pelo receptor. As fontes de ruídos que incidem num local podem ser classificados para seu estudo em exteriores e interiores. Os sons mais traduzidos pelo sistema auditivo são os que compõem os sons da fala. Os sons da fala são importantes porque ela é o meio pelo qual a comunicação na linguagem é transmitida. Musiek e Rintelmann (2001) relatam que a importância da relação entre os sinais de fala e a audição, foi reconhecida há mais de um século por Oscar Woolf que considerou a fala como a forma mais perfeita para testar o poder da audição, uma vez que a mesma incorpora as nuances mais delicadas de frequência, intensidade e características do som. 2.1.1. Acústica de ambientes fechados Devido à energia das ondas sonoras, as paredes e divisões como por exemplo, vidro, alvenaria ou madeira, vibram no todo ou em parte e re-irradiam a energia que nelas incide. Quando os objetos são atingidos por uma onda sonora, entram em vibração. Em ambientes fechados quando uma onda sonora atinge uma parede ou um obstáculo qualquer, parte da energia incidente (Ei), é refletida, parte é dissipada, parte é absorvida e parte é transmitida pelo referido obstáculo. Segundo Marco (1986) a existência de fechamentos num recinto dá origem aos sons refletidos, e implica no surgimento da intensidade reverberante - Ir. O fenômeno chama-se reverberação e incide de três modos na distribuição do som no recinto: a) como a absorção dos diferentes materiais é seletiva com relação à frequência, o espectro do som reverberante não coincide com o do som direto; b) uma vez que os materiais absorventes não serão distribuídos homogeneamente no recinto, a distribuição espacial do som não é homogênea; e c) o som reverberante persiste certo tempo no local, depois da fonte deixar de emitir o som. Para Marco (1986) como a absorção dos materiais depende da frequência do som, a quantidade de som reverberante e o TR também dependerão dela. Esse TR é definido como o tempo que um som demora para diminuir a sua intensidade à sua milésima parte ou reduzir em 60 db o seu nível a partir do momento em que cessa a fonte sonora. De acordo com Díaz e Pedrero (2007) um fator importante da acústica arquitetônica em ambientes fechados é calcular o tempo de reverberação em diferentes frequências com o intuito de melhor compreender os efeitos das ondas sonoras nestes ambientes, conforme ocorre a variação do comprimento de onda. Desta forma tornase possível elaborar soluções adequadas para problemas acústicos específicos de cada ambiente. O TR adequado contribui para um conforto melhor em ambientes fechados, contudo esse parâmetro do ambiente tem sido frequentemente negligenciado. Segundo Souza, Almeida e Bragança (2006) a boa difusão em ambientes, pode ser alcançada não só pela forma irregular e difusora de superfícies, mas também pela aplicação balanceada de materiais de construção. Como 4

cada material apresenta capacidade própria de absorção sonora, sua distribuição influi na reverberação de um ambiente. Quanto maior a quantidade de materiais absorventes, menor o TR ou ainda quanto menor a capacidade de absorção sonora dos materiais de um ambiente, maior o tempo de absorção do ambiente. Nos ambientes fechados a escolha de materiais das superfícies deve ser compatibilizada com as demais propriedades estabelecidas, pois influi em aspectos como a intensidade do som refletido, a porcentagem de som absorvido, a distribuição das frequências, a reverberação e o nível de ruídos do ambiente. Desse modo, os materiais são em grande parte responsáveis pela qualidade acústica do ambiente. Os materiais de construção possuem uma característica importante que é a capacidade de absorção sonora. A absorção resulta de uma alteração da energia sonora em outra forma de energia, geralmente calor. A capacidade de absorção do material é indicada pelo coeficiente de absorção. A Tabela 1 apresenta os valores de coeficientes de absorção de alguns materiais. O coeficiente de absorção representa a porcentagem de som que é absorvido, ou deixa de ser refletido, em relação ao som incidente. Tabela 1 Coeficiente de absorção de alguns materiais Materiais Frequências (Hz) 125 250 500 1.000 2.000 4.000 Reboco áspero 0,03 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07 Reboco liso 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,06 Concreto 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07 Borracha 0,04 0,04 0,08 0,12 0,03 0,10 Tapete de veludo 0,05 --- 0,10 0,24 0,42 0,60 Chapa de lã de madeira de 50mm diretamente em 0,11 --- 0,90 0,60 0,79 0,68 parede Cortina grossa 0,25 --- 0,40 --- 0,60 --- Público por pessoa 0,33 --- 0,44 --- 0,46 --- Portas de madeira fechada 0,14 --- 0,06 --- 0,10 --- Janela aberta 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Vidraça de janela --- 0,04 0,03 0,02 --- --- Fonte: NBR 12179 (NB-101), 1992 Observa-se na Tabela 1 que o coeficiente de absorção de um determinado material varia de 0 a 1, e não é o mesmo para sons graves, médios e agudos. Para Souza, Almeida e Bragança (2006) quando os materiais ou componentes de uma superfície têm a absorção sonora como uma característica predominante, eles são chamados materiais acústicos. A maneira como a energia sonora é absorvida pelos materiais ou elementos acústicos, permite a distinção das seguintes classes de material: porosos, painéis ou membranas vibratórias; e ressoadores. A quantificação da absorção é um indicador numérico de grande importância para o projetista, e determinação inevitável quando se deseja avaliar a acústica de um ambiente fechado. Como cada um dos elementos e materiais que compõem um ambiente possui faixas especificas de frequência sonora absorvida, sua aplicação de forma balanceada (adequada) contribui para a uniformidade da reverberação. Conhecido o valor do coeficiente de absorção, a determinação da absorção da superfície é decorrente da área do material. A absorção de uma superfície é calculada multiplicando a área da superfície pelo coeficiente de absorção do material que compõe a mesma superfície, e a absorção total de uma sala é calculada somando todas as absorções que compõem o ambiente. Para cada tipo de ambiente fechado existe um TR apropriado, com base no volume da sala e nas frequências sonoras das fontes. Este tempo é conhecido como tempo ótimo de reverberação. A 5

Figura 2 apresenta um gráfico, por meio do qual pode ser extraído o tempo ótimo de reverberação, para cada tipo de recinto fechado a 500 Hz, em função de seu volume. Figura 2 Gráfico do tempo de reverberação para os diferentes usos Fonte: BISTAFA (2006) Para identificar se uma sala apresenta o TR próximo àquele indicado como ótimo, ainda hoje é válida a equação de Sabine, Equação (2): 0.163xV TR ( s) A (2) em que: TR = tempo de reverberação do ambiente estudado em (s); V = volume da sala em m³; e A = Área de absorção sonora equivalente devido aos elementos construtivos do ambiente em m² (Sabine). A NBR 12719 (NB-101):1992 Norma para o tratamento acústico em ambientes fechados e a NBR 10.152:1987 Avaliação do Ruído ambiente em recintos de edificações visando o conforto do usuário, ambas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelecem as bases fundamentais para a execução de tratamentos acústicos em recintos fechados. De acordo com a Figura 2 para ambientes fechados, destinados a palavra falada com volume em torno de 200 m³ para a frequência de 500 Hz, o tempo ótimo de reverberação é aproximadamente 0,5 segundo. Existem outras equações importantes desenvolvidas para o cálculo do TR, sendo especialmente conhecidas as de Norris-Eyring (Equação (3)) e Millington & Sette (Equação (4)): TR 0.163xV ( s) SLn(1 ) (3) 6

Sendo: ixsi S Em que: = é o coeficiente de absorção médio e S a superfície total absorvente. TR 0.163xV ( s) SiLn(1 i) (4) Sendo Si e αi superfície e o coeficiente de absorção de cada material, respectivamente. No ambiente estudado, onde são realizados serviços eletrônicos de comunicação, é de extrema importância conforme estudo realizado por Tardieu (2009) que avisos sejam recebidos de forma sadia contribuindo com a percepção adequada por parte do usuário, com a identificação de diversos componentes dentro de um espaço público, assim como o tipo de atividade oferecida em um determinado local. 2.2. Metodologia Foi realizado o monitoramento de ruídos no ambiente de interesse. A coleta foi efetuada em pontos estratégicos ilustrados na Figura 3, quais sejam: a área próxima a área de espera (ponto 1) e a área próxima a Praça de alimentação (ponto 2), do saguão do Aeroporto. Em ambos os pontos utilizaram-se para a coleta de dados um Medidor de Nível Pressão Sonora, que forneceu os índices S, L, M, m, L01, L10, L50 e L90. Em que: S é toda energia do tempo de monitoramento concentrada no instante de leitura; L é o Leq medido desde o início da medição; M é o máximo valor de Leq (curto: 0,125s) medido desde o início da medição, m é o mínimo valor de Leq (curto: 0,125s) medido desde o início da medição, L01 é o valor acima do qual os demais níveis permanecem 1% do tempo total de medida e L10, L50 e L90 são os valores acima dos quais os demais níveis permanecem 10%, 50% e 90% do tempo total de medida respectivamente. O Leq corresponde ao nível constante que possui a mesma quantidade de energia que o conjunto de níveis variáveis da fonte sonora que se deseja medir. Figura 3 Área de estudo (sem escala) A coleta dos dados foi realizada em períodos de aproximadamente quinze minutos para cada ponto e para a medida do TR do ambiente utilizou-se o método impulsivo, que consiste da elevação do Nível de Pressão Sonora (NPS) por meio de um impulso sonoro e subsequente medida do tempo 7

necessário para o decaimento de 60 db. O impulso foi gerado estourando bexigas e a coleta de dados foi feita por um microfone omnidirecional de Beringher de ½, conectado ao software Dirac 3.1. Para cada ponto foram estouradas doze bexigas, sendo três bexigas para cada direção (norte, sul, leste, oeste) para onde estava voltado o microfone (vidro, fundos, lateral direita e lateral esquerda). As Figuras 4 e 5 ilustram a situação do microfone omnidirecional e dos Medidores de Nível Pressão Sonora voltados para a janela no ponto 1 e no ponto 2, respectivamente. Figura 4 Direção do microfone e dos Medidores de Nível Pressão Sonora no Ponto 1 Figura 5 Direção dos microfones e dos Medidores de Nível Pressão Sonora no Ponto 2 2.3. Resultados e discussão A área de estudo possui aproximadamente 1.190,00 m² e seu volume corresponde a aproximadamente 7.140,00 m³. As Tabelas 2 e 3 apresentam os resultados obtidos por meio das medições realizadas para os índices S, L, M, m, L01, L10, L50 e L90 nos Pontos 1 e 2, respectivamente. Tabela 2 Valores dos índices S, L, M, m, L01, L10, L50 e L90 no Ponto 1 Pavimento Superior - Ponto 1 Lmin Lmax Leq (db) L90 (db) L50 (db) L10 (db) L01 (db) (db) (db) 63,6 57,1 75,5 60,0 62,0 65,0 68,0 Tabela 3 Valores dos índices S, L, M, m, L01, L10, L50 e L90 no Ponto 2 Pavimento Superior - Ponto 2 Lmin Lmax Leq (db) L90 (db) L50 (db) L10 (db) L01 (db) (db) (db) 67,1 57,0 81,6 58,0 59,0 66,0 78,0 Comparando-se os dados das Tabelas 2 e 3 entre os pontos 1 e 2 observa-se que o Leq é maior no ponto 2, pois no momento da medição havia trânsito e conversa de pessoas e ruídos emitidos na lanchonete, fato que influenciou no valor obtido. Com relação aos valores do ruído de fundo (L90), nota-se que no ponto 1 o valor obtido foi maior que no ponto 2, a justificativa deve-se ao fato dos medidores estarem posicionados mais próximos do vidro e também mais próximos da área onde no momento havia um avião em funcionamento, e consequentemente, emitindo ruído. Para o trabalho realizado levou-se em consideração o uso do ambiente para o caso da palavra falada, uma vez que na área de estudo são realizados serviços de informação comum em 8

aeroportos. Estes serviços são feitos por sistemas eletrônicos, em que as mensagens necessárias são emitidas por um funcionário do aeroporto e as pessoas (funcionários, passageiros, clientes etc.) recebem a mensagem por meio do som emitido por caixas de som espalhas pelo saguão. Para o caso da palavra falada, o tempo ótimo de reverberação (T OR ) é calculado baseado na Equação (5) e na Figura 2 da NBR 12179:1992. T OR (s) = 0,26958 + 0,0791277 ln (5) (V[m³]) Considerando um volume da área de 7.140,00 m³, conclui-se por meio da Equação (5), que o T OR para a palavra falada na frequência de 500 Hz foi de 0,97 segundo. Como é interessante comparar o TR medido e ótimo nas principais frequências, então é necessário transformar o tempo medido para as frequências de 125, 1.000 e 4.000 Hz. Assim, os tempos ótimos de reverberação para a área de estudo estão representados na Tabela 4. Tabela 4 - Tempos ótimos de reverberação para a área de estudo Frequên cia 125(Hz) 500(Hz) 1000(Hz) 4000(Hz) T OR (s) 1,46 0,97 0,97 0,97 A Tabela 5 apresenta uma comparação entre os TR ótimos para palavra falada e os TR medidos. Tabela 5 Tempos de reverberação Frequência 125(Hz) 500(Hz) 1000(Hz) 4000(Hz) T ótimo de Reverberação 1,46 0,97 0,97 0,97 T de Reverberação medido - Ponto 1 2,71 3,79 3,51 2,81 T de Reverberação medido - Ponto 2 2,31 3,13 2,92 2,41 Para que seja atingido o TR ótimo levando-se em conta a palavra falada na frequência 500 Hz é necessário alterar a absorção total do ambiente, esta alteração pode ser realizada adicionando algum(ns) tipo(s) de material(ais) ou superfície(s) que absorva(m) a quantidade necessária de ruído. Para chegar-se ao valor ideal é necessário apenas calcular a Absorção desejada e ideal, por meio da Equação (2), então a absorção desejada é: 0.163xV TR ( s) A (2) 0.163x7140 A 0,97 Assim, a absorção total para área de estudo necessária é de 1.183 m² (Sabine). Com isso, para que o TR atinja o nível ótimo, é necessário instalar no ambiente da área de estudo superfícies que absorvam o ruído emitido e que a soma total da multiplicação das áreas das superfícies pelos seus respectivos coeficientes de absorção possua um valor próximo à absorção desejada que é de 1.183 m² (Sabine). 9

3. CONCLUSÃO O propósito do estudo foi investigar o saguão do aeroporto em questão quanto ao conforto acústico e o seu TR ótimo para a palavra falada, comparando com o TR medido por meio do software Dirac 3.1. Os TR do ponto 1, em todas as frequências analisadas, foram maiores que os TR do ponto 2. Isso acontece pelo fato do ponto 2 apresentar mais superfícies e objetos no seu entorno, o que resulta em maior absorção sonora. Foi verificado, pela comparação dos dados obtidos com os valores considerados ótimos por norma, que é necessário trabalhar no ambiente estudado com a utilização de materiais absorventes nos principais pontos de aglomeração de pessoas, que são a sala de espera com TV e a praça de alimentação. Adotando medidas neste sentido, o TR considerado ótimo poderá ser alcançado e assim os usuários e funcionários serão beneficiados, por ficarem expostos a uma menor ação do ruído. Ressalta-se ainda, que o estudo encontra-se em andamento. Objetivando tornar o ambiente estudado adequado em termos de acústica aos usuários, será feito um estudo sobre a instalação de superfícies capazes de absorver a quantidade necessária de energia sonora, com relação ao TR considerado ótimo de acordo com a literatura. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10.152 Avaliação do ruído ambiente em recintos de edificações visando o conforto dos usuários, Brasil, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 12.179 (NB-101) Norma para tratamento acústico em recintos fechados, Brasil, 1992. BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. 368p. DÍAZ, C., PEDRERO A. The reverberation time and equivalent sound absorption dwellings. NOISE & VIBRATION WORLDWIDE, v. 38, n. 6, p. 12-20(9), jun. 2007. area of rooms in Dirac Room Acoustics Software. Type 7841 Version 3.1. Brüel & Kjær. GERGES, S. N. Y. Ruído - Fundamentos e Controle, Editora da UFSC. FLORIANÓPOLIS, 1992. HENRIQUE, L. L. Acústica Musical. Fundação Caloueste Gulbenkian, Lisboa, 2002, 1130 p. LISOT, A. Ressoadores de Helmholtz em barreiras acústicas: Avaliação do desempenho na atenuação do ruído de tráfego. 2008. 186 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) - Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Maringá, Maringá. MAIA, P. A. Estimativa de exposições não contínuas a ruído. Campinas: FUNDACENTRO, 2002. MARCO, C. S. Elementos de Acústica Arquitetônica. 2ª ed. São Paulo: Nobel, 1986. MUSIEK, F. 2001. 522p. E.; RINTELMANN, W. F. Perspectivas em avaliação auditiva. São Paulo: Editora Manole, SOUZA, L. C. L. de; ALMEIDA, M. G.de; BRAGANÇA, L. Bê-a-ba da acústica arquitetônica: ouvindo a arquitetura, EdUFSCar, São Carlos, 2006. 10

TARDIEU, J.; SUSINI, P.; POISSON, F.; KAWAKAMI, H.; MCADAMS, S. The design and evaluation of an auditory way-finding system in a train station. Applied Acoustics, v. 70, ed. 9, p. 1183-1193, 2009. 11