Sensorial. I - Mecanorreceptores

Documentos relacionados
Fisiologia Sensorial

SENSIBILIDADE SOMÁTICA

Sensibilidade. Profa. Daniela Carrogi Vianna

SISTEMA NERVOSO MOTOR

Sistema nervoso: estrutura e função

Sistema sensorial. Sistema motor

Organização e Estrutura do Sistema Nervoso. Dr. Flávio Aimbire

Desenho das fibras musculares 3

Sentidos Humanos. Revisão

Órgão de revestimento externo do corpo. Responsável pela proteção do organismo. Protege contra a radiação. Metabólicas, como a produção da vitamina D.

Aula 7: Sistema nervoso

Sensibilidade 1. Organização geral, receptores, padrões de inervação Vias ascendentes e córtex somatossensorial. Luiza da Silva Lopes

Material de Aperfeiçoamento de Estudos MAE 7ª série 1º Bimestre. Os sentidos. Tato. Professora. MaristelA Borges

Sistema Somestésico. Submodalidades: Tato. Subsistema epicrítico. Propriocepção. Termocepção. Subsistema protopático. Dor

Para compreender tudo isso melhor é importante determinar alguns conceitos:

Neurofisiologia. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP

TECIDO NERVOSO. Profa. Daniela Carrogi Vianna

INTRODUÇÃO AO SISTEMA SENSORIAL

8ª série / 9º ano U. E. 15. O sistema nervoso e os órgãos dos sentidos

INTRODUÇÃO AO SISTEMA SENSORIAL

FISIOLOGIA NERVOSA. 03. Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta após realizar as associações entre as colunas:

Potencial de Membrana e Potencial de Ação. Células Neurais e Morfologia do Neurônio. Sinapse Excitatória e Inibitória

Prof. Dr. Paulo Evora Ft. Luciana Garros Ferreira DISCIPLINA: PNEUMOLOGIA CLÍNICA E CIRÚRGICA

SISTEMA EPICRÍTICO X SISTEMA PROTOPÁTICO CARACTERÍSTICAS GERAIS

SISTEMA NERVOSO SENSORIAL

Regulação nervosa. Todos os seres vivos são sistemas abertos que estabelecem constantes interações com o seu ambiente.

INTRODUÇÃO AO SISTEMA SENSORIAL

Ana Maria da Silva Curado Lins, M.Sc.

Introdução aos Sistemas Sensoriais

BIOLOGIA IV - Cap. 25 Profa. Marcela Matteuzzo. Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Periférico. Anatomofisiologia do Sistema Nervoso Central. Sistema Nervoso Central. Medula espinhal.

MAPAS SOMATOTÓPICOS NOS DIFERENTES NÍVEIS SOMESTÉSICOS HOMÚNCULO SOMATOTÓPICO. Tato- muito preciso Dor- pouco preciso

FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

SOMESTESIA. Professor Alfred Sholl Programa de Neurobiologia IBCCF

Divisões do Sistema Nervoso

Lição 01 O CORPO HUMANO

Tecido Nervoso. Sistema nervoso central (SNC): Vesículas Primordiais 04/11/2014

RECEPTORES SENSORIAIS

Estrutura e Função dos Nervos Periféricos

SOMESTESIA. Ed. Física

02)(FATEC) O gráfico a seguir mostra a variação do potencial da membrana do neurônio quando estimulado.

BIOLOGIA. Identidade do Seres Vivos. Sistema Nervoso Humano Parte 1. Prof. ª Daniele Duó

Fisiologia do Sistema Motor Somático

SISTEMA NERVOSO INTRODUCÃO. dela recebem as diversas sensações que, com percurso inverso, são conduzidas ao sistema nervoso central.

Células da Glia Funções das células da Glia

4. Sistema Nervoso Autonômico

A Aventura Cerebral do Sam

Módulo interação com o Ambiente - Sentidos I: sentidos somáticos: dor, temperatura, tato

SISTEMA TEGUMENTAR. Pele e anexos. Pele e anexos 14/04/2015

SOM PRODUÇÃO E PROPAGAÇÃO DE UM SINAL SONORO

Neurofisiologia Básica. Dr. Fábio Agertt

Mecanismos Fisiológicos de Controle da Pressão Arterial. Fernanda Burle de Aguiar - Profª de Fisiologia Humana DFP - CCS - UFPB

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA HORMÔNIOS E REGULAÇÃO METABÓLICA

Objetivo: Como o fluxo de informação sensorial e a hierarquia do controle motor controlam os diversos tipos de movimento?

Proprioceptores. Proprioceptores

ANATOMIA DO OUVIDO HUMANO. O ouvido possui três partes principais: o ouvido externo, o ouvido médio e o ouvido interno.

Estrutura dos músculos e tecidos anexos. Prof. Sandra R. S. T. de Carvalho Departamento de Zootecnia - UFSC

ANATOMIA DOS. Sistema Nervoso Periférico. Nervos Espinhais PROF. MUSSE JEREISSATI

Neuroanatomia. UBM 4 Anatomia Dentária 15 de Dezembro de 2009 Octávio Ribeiro

O encéfalo é o centro da razão e da inteligência: cognição, percepção, atenção, memória e emoção. Também é responsável pelo.

Fisiologia do Sistema Respiratório. Prof. Camila Aragão Almeida

Metabolismo do Exercício -1ª parte

Encéfalo. Cerebelo Tronco encefálico Istmo. Medula Espinhal TECIDO E SISTEMA NERVOSO. Telencéfalo

O que ele faz? Responsável pela captação de odores. Qual órgão é responsável pelo olfato? O nariz.

RECEPTORES SENSORIAIS DA PELE

Introdução ao estudo de neurofisiologia

Sistema Somatossensorial

FÍSICA RADIOLOGICA. Prof. Emerson Siraqui

Sistema Nervoso PROFESSOR ÉDER

3. Fisiologia do Sistema Nervoso: sinapse e transmissão sináptica

Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Ondas Sonoras. Prof. Luis Gomez

Como sentimos o mundo?

Grandes Vias Aferentes

Relatório das aulas práticas de fisiologia Temas: Sensações somáticas e dor

BIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 16 HISTOLOGIA ANIMAL: TECIDO NERVOSO

relatam sentir somente a dor irradiada, não percebendo que sua origem está na coluna. Portanto, todo indivíduo com queixa de dor irradiada

Pressão INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE. Unidades usuais de pressão. Conversão de Unidades de Pressão. Tipos de pressão. Quanto a referência utilizada

Sensações Somáticas e Nocicepção

COORDENAÇÃO MOTORA. 13% dos idosos têm dificuldade com várias tarefas que exigem coordenação óculo-manual (ex. inserir uma chave na fechadura).

Trabalhar em pé dá dor nas pernas?

FLEXIBILIDADE É A AMPLITUDE DE MOVIMENTO DISPONÍVEL AO REDOR DE UMA ARTICULAÇÃO OU DE UMA SÉRIE DE ARTICULAÇÕES. A FLEXIBILIDADE É IMPORTANTE NÃO

Sistema Respiratório

TECIDO NERVOSO (parte 2)

Sistema Nervoso Central Quem é o nosso SNC?

Universidade Federal do Maranhão Medicina 1 Período Cadeira: Fisiologia Acadêmicos: Carla Virginia Vieira Rollemberg Luiz Antônio Feitosa Bueno

Sistema Tegumentar Humano. Sistema tegumentar. Funções da pele. Pele. 0h1sNwY-s (2-6:30 min.)

SISTEMA NEUROMUSCULAR. Prof.ª Ana Laura A. Dias

COMPONENTES DA MASSAGEM

DIVISÕES DA FISIOLOGIA

SPI A Score sheet. APENDICE 1: Critérios de Pontuação por ordem de relevância.

Fibrosa - escamosa. Sindesmose. Sínfise Púbica

FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA CARDÍACA. Prof. Ms. Clayton Silva

7ª série Ciências Naturais

Sistema Nervoso Parte V. e sensações térmicas. Prof. Jéssica V. S. M.

CAPÍTULO IV SISTEMA DE PROTEÇÃO

dropropizina Medley Indústria Farmacêutica Ltda. Xarope 7,5 mg/5 ml e 15 mg/5 ml

Sistema Nervoso Central Cerebelo Núcleos da Base Córtex Cerebral

Avaliação da Visão Funcional em Baixa Visão. Autores: Carla Costa, Manuel Oliveira e Emília Mouga.

Coordenação do organismo

Transcrição:

Sensorial 35 Tipos de receptores: 1. mecanorreceptores compressão, estiramento 2. termorreceptores frio ou calor 3. nociceptores dor (lesão tecidual, física ou química) 4. eletromagnéticos luz 5. quimiorreceptores sabor, odor, nível de O 2, de CO 2 I - Mecanorreceptores Sensibilidade da epiderme e derme 1. terminações nervosas livres 2. receptore de extremidade expandidas 3. disco de Merckel 4. terminações em inflorescência 5. terminações de ruffini 6. terminações encapsuladas 7. corpúsculos de Meissner 8. corpúsculo de Krause 9. órgãos terminais dos pelos Tecidos profundos 1. terminações nervosas livres 2. terminações de extremidade expandida 3. terminações em influrescência 4. terminações de Ruffini 5. terminações encapsuladas 6. corpúsculos de Pacini 7. terminações musculares 8. fuso neuromuscular 9. receptor tendinoso de Golgi Audição receptores de som da cóclea Equilíbrio receptores vestibulares Pressão arterial barorreceptores dos seios carotídeos e aórticos II - Termorreceptores receptores de frio e de calor III - Nociceptores terminações nervosas livres IV - Receptores eletromagnéticos visão (bastonetes)

36 V - Quimiorreceptores Gustação receptores dos corpúsculos gustativos Olfação receptores do epitélio olfatório O 2 arterial receptores dos corpúsculos aórticos e carotídeos Osmolalidade neurônios próximos ou no interior dos núcleos supraópticos CO 2 sangüíneo dentro ou na superfície do bulbo e nos corpúsculos aórticos e carotídeos Receptores hipotalâmicos glicose e ácidos graxos Sensibilidades diferenciais cada receptor é sensível a um tipo de estímulo e praticamente não responde a outro estímulo. Modalidade da sensação tipo: dor, tato, frio etc. Cada feixe termina em um ponto específico do SNC e é esse ponto que determina a sensação. Se a fibra for de dor, sentirá dor; se for de tato sentirá tato, essa especificidade é chamada "princípio da linha rotulada". Transdução dos estímulos sensoriais em impulsos nervosos alteração do potencial elétrico da membrana do receptor Potenciais do receptor podem ser excitados por: deformação mecânica, substância química, alteração na temperatura ou radiação eletromagnética e ocorrerá abertura dos canis iônicos. Potencial do receptor X Potencial de ação Quando o potencial do receptor ultrapassa o limiar para o potencial na fibra ocorre o potencial de ação na fibra nervosa. Quanto mais o potencial do receptor subir acima do limiar, maior será a freqüência dos disparos.

37 Intensidade do Estímulo X Potencial do receptor A freqüência de disparos dos potenciais de ação repetitivos aumenta com o aumento do potencial do receptor. Porém se esse aumento no potencial do receptor for muito intenso haverá progressivamente um menor aumento no número de potenciais de ação. Isso permite que o receptor seja sensível a estímulos fracos e que não dispare uma freqüência muito alta se o estímulo for muito forte. Adaptação Ocorre adaptação parcial ou total dos receptores se o estímulo for constante. Corpúsculo de Pacini adaptação muito rápida, até parar. Receptores articulares e fusos musculares demoram para adaptar-se Existem receptores que podem levar horas ou dias para se adaptarem não adaptáveis, os quimiorreceptores e os nociceptores nunca se adaptam. Mecanismo de adaptação depende do receptor Bastonetes alteram as concentrações de substâncias sensíveis a luz. Pacini estrutura viscoelástica Acomodação dos receptores inativação dos canais de sódio Receptores tônicos ou de adaptação lenta continuam a transmitir impulsos para o SNC (fuso neuromuscular) Receptores fásicos ou de adaptação rápida detectam alterações na força do estímulo e não transmitem continuamente, são transmissores de movimento ou velocidade. Eles são muito importantes porque auxiliam a prever uma mudança. Ex: receptores dos canais semicirculares do aparelho vestibular. Eles detectam a velocidade do giro da cabeça e podem prever quanto irá girar nos próximos segundos, assim haverá um ajuste dos membros para que não ocorra queda. Receptores articulares Detectam a velocidade de movimento do corpo. Assim podemos prever a posição dos pés durante uma corrida e os músculos serão acionados antecipadamente para não haver queda.

38 Tipos de fibras Tipo A grandes mielínicas, alta velocidade Tipo C pequenas, amielínicas, baixa velocidade Grupo IA fuso neuromuscular Aα diâmetro de 17µm Grupo IB órgão tendinoso de golgi Aα diâmetro de 16 µm Grupo II receptores táteis cutâneos Aβ e γ diâmetro de 8 µm Grupo III temperatura, tato grosseiro, dor em picada A γ e δ diâmetro de 3 µm Grupo IV amielínicas, dor coceira, temperatura e tato grosseiro C 0,5 a 2 µm Somação Espacial Campo receptivo conjunto de terminações de uma fibra. O número de fibras é maior no centro que na periferia e podem se sobrepor. Estímulo fraco uma só fibra estimulada fortemente as adjacentes são estimuladas fracamente. Estímulo moderado e forte um número progressivamente amior de fibras é fortemente estimulada. Somação temporal Ocorre um aumento na freqüência de impulsos. Vias de transmissão somato-sensorial As informações sensoriais chegam à medula espinhal pelas raízes dorsais dos nervos espinhais e depois são conduzidas para o cérebro por uma das duas vias: sistema das colunas dorsais-lemnisco medial ou sistema ântero-lateral. Na via das colunas dorsais-lemnisco medial as fibras são grandes mielinizadas, com v= 30 a 110 m/s e dão maior grau de orientação. O sistema antero-lateral as fibras são mielinizadas pequenas v= 40m/s dão pouca orientação espacial quanto a origem dos estímulos, transmitem dor, calor, frio e tato grosseiro.

39 Córtex somato - sensorial A metade anterior do córtex cerebral recebe sinais somato-sensoriais e a metade posterior recebe com níveis superiores de interpretação. Sinais viscerais lobo occipital Sinais auditivos lobo temporal Metade posterior do lobo frontal contração muscular e movimento corporal. A área somato- sensorial I tem grande grau de localização das diferentes partes do corpo.

Orientação espacial 40 O tamanho da área é diretamente proporcional ao número de receptores epecializados na área periférica. Funções da área somato-sensorial I localização das diferentes sensações de partes diferentes do corpo avaliação do grau de pressão avaliação do peso dos objetos avaliação da forma dos objetos (astereognosia) avaliação da textura com a perda bilateral dessa área não serão perdidas as sensações de dor e temperatura, apenas serão mal localizadas. Áreas somato-sensoriais de associação Recebe neurônios provenientes de vários pontos da área somato-sensorial I, dos núcleos ventro basais do tálamo, de outras áreas do tálamo, do córtex visual e auditivo. Assim poderá reconhecer a forma de objetos complexos, reconhece o próprio corpo ou parte dele se esquecer amorfossíntese.