Influência da Aplicação de Uréia no Teor de Clorofila das Folhas de Milho



Documentos relacionados
Resposta do Nitrato, Amônio e Nitrogênio Total em Folhas de Milho Exposto a Diferentes Níveis de Adubação Nitrogenada

Comprimento, Diâmetro e Matéria Seca da Espiga em Milho sob Influência de Vários Níveis de Nitrogênio

ESTRATÉGIAS DE ADUBAÇÃO PARA RENDIMENTO DE GRÃOS DE MILHO E SOJA NO PLANALTO SUL CATARINENSE 1 INTRODUÇÃO

09 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

III SIGRA Simpósio sobre Gramados 21 a 23 de Março de 2006

TEOR DE CLOROFILA E NITROGÊNIO EM FOLHAS DE MILHO SOB DIFERENTES DOSES DE SULFATO DE AMÔNIO EM COBERTURA

EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR RELACIONADA AOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO E AS ÉPOCAS DE COLHEITAS

Fases de Desenvolvimento da Cultura do Milho

Acumulação de Compostos Nitrogenados na Folha de Milho Durante o Período Vegetativo

GERMINAÇÃO E COMPRIMENTO DE PLÂNTULAS DE SORGO SUBMETIDAS AO TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIOESTIMULANTE

Produtividade de cafeeiros adultos e na primeira colheita pós-recepa adubados com materiais orgânicos em propriedades de base familiar

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE UVAS TINTAS PARA VINIFICAÇÃO SOB COBERTURA PLÁSTICA, 3 CICLO PRODUTIVO

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

RESPOSTA DO FEIJÃO-CAUPI À ADUBAÇÃO FOSFATADA E POTÁSSICA EM LATOSSOLO AMARELO DISTROCOESO NO CERRADO DO LESTE MARANHENSE

Soja: manejo para alta produtividade de grãos. André Luís Thomas, José Antonio Costa (organizadores). Porto Alegre: Evangraf, p. : il.

DESENVOLVIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE MILHO EM FUNÇÃO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM FUNGICIDAS E BIOESTIMULANTES

DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DO ARROZ IRRIGADO EM FUNÇÃO DA FONTE E PARCELAMENTO DE NITROGÊNIO

Resultado da Intensidade luminosa no desenvolvimento de plantas de agrião (Nasturtium officinale)

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

ADUBAÇÃO POTÁSSICA DA SOJA EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO NO SUDOESTE DE GOIÁS

PRODUÇÃO DE MASSA SECA DE FORRAGENS DE INVERNO CULTIVADAS EM CONSÓRCIO NA REGIÃO DE GUARAPAUAVA - PR

Efeito da Cama de Aves e Nitrogênio em Cobertura no Índice de Clorofila e Produtividade na Cultura do Milho na Região Sudoeste de Goiás

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

ESPAÇAMENTO, DENSIDADE POPULACIONAL E ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO (1)

Resposta a Gesso pela Cultura do Algodão Cultivado em Sistema de Plantio Direto em um Latossolo de Cerrado

Manejo de Solos. Curso de Zootecnia Prof. Etiane Skrebsky Quadros

Relação da Leitura do Clorofilômetro com Teores de Nitrogênio na Folha de Milho em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária

I SEMINÁRIO DE BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS

Inoculação e Coinoculação na Cultura da Soja

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

RENDIMENTO EM ÓLEO DAS VARIEDADES DE GIRASSOL CULTIVADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA O PROJETO RIOBIODIESEL

AMOSTRAGEM DO SOLO PARA AVALIAÇÃO DE SUA FERTILIDADE

ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUTIVIDADE, LEITURA SPAD E TEOR DE NITROGÊNIO EM FOLHAS DE FEIJOEIRO 1

Resposta de Cultivares de Milho à Adubação Nitrogenada em Cobertura

PESQUISA EM ANDAMENTO

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Adubação Foliar da Cultura do Milho Utilizando Produtos Multinutrientes. Antônio M. Coelho 1/ e Amélio C. Filho 2/

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

ARQUITETURA E VALOR DE CULTIVO DE LINHAGENS DE FEIJÃO- CAUPI DE PORTE PROSTRADO E SEMI-PROSTRADO, NO NORTE DE MINAS GERAIS.

ESTRATÉGIAS PARA O APROVEITAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NO MILHO EM PLANTIO DIRETO.

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

INOCULAÇÃO VIA FOLIAR NA CULTURA DE MILHO COM Azospirillum brasiliense ASSOCIADO A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA

DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE PIMENTA E PRODUÇÃO DE FRUTOS EM FUNÇÃO DA CONSORCIAÇÃO COM ADUBOS VERDES

TELAS DE SOMBREAMENTO NO CULTIVO DE HORTALIÇAS FOLHOSAS

ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO E FONTES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DA SOJA 1

AVALIAÇÃO DO MILHO SAFRINHA SOB DOIS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO EM SETE LAGOAS MG

Resposta das culturas à adubação potássica:

MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIAS EM ESPAÇAMENTO NORMAL E REDUZIDO

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS COMO SUBSTRATO PARA A PRODUÇÃO HIDROPÔNICA DE MUDAS DE ALFACE

IMPACTO DA APLICAÇÃO DO LODO DE INDÚSTRIA DE GELATINA NA PERCOLAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIO EM COLUNAS DE SOLO CULTIVADAS COM MILHO

Função de resposta do milho verde a adubação nitrogenada para as condições edafoclimáticas de Teresina-PI

Graduandos Eng. Florestal UTFPR Campus Dois Vizinhos- PR

AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA BRUSONE NO CULTIVO DE TRIGO DE SEQUEIRO NO SUDOESTE GOIANO*

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

RENDIMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM SUCESSÃO AVEIA PRETA SOB DIVERSOS MANEJOS

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

Enraizamento de estacas de oliveira (Olea europaea L.) utilizando diferentes substratos e ácido indolbutírico

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

IMPORTÂNCIA DA CALAGEM PARA OS SOLOS DO CERRADO

Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto: Descrição do Estudo

ANÁLISE ECONÔMICA DA APLICAÇÃO DE DOSES CRESCENTES DE N EM COBERTURA EM DIFERENTES POPULAÇÕES NA CULTURA DO MILHO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

Feijão. 9.3 Calagem e Adubação

MODELO LOGÍSTICO DE CRESCIMENTO EM MILHO CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

3 Simpósio Internacional de Agricultura de Precisão

USO DA TORTA DE MAMONA COMO ALTERNATIVA À ADUBAÇÃO QUÍMICA NA PRODUÇÃO DE MORANGUEIRO EM SEGUNDA SAFRA 1. INTRODUÇÃO

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Departamento de Produção Vegetal

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

A INFLUÊNCIA DA AGUA E DO NITROGENIO NA CULTURA DO MARACUJA (Passiflora edulis)

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Efeitos da utilização de carvão vegetal e pó de serragem na correção e biodisponibilidade de fósforo no milho (Zea mays.).

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Competição inicial entre plantas de soja e Chloris polydactyla.

COMPETITIVIDADE ECONÔMICA ENTRE AS CULTURAS DE MILHO SAFRINHA E DE SORGO NO ESTADO DE GOIÁS

Eficiência agronômica de inoculante líquido composto de bactérias do gênero AzospirÜ!um

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

LEANDRO ZANCANARO LUIS CARLOS TESSARO JOEL HILLESHEIM LEONARDO VILELA

RELATÓRIO TÉCNICO DE PRATICABILIDADE E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA

NÍVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DO MILHO POR MILHETO NA DIETA DE NOVILHOS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS TERMINADOS EM CONFINAMENTO

Maira Cistina Pedrotti 1, Luiz Carlos Ferreira de Souza 2 Mirianny Elena de Freitas 3, Leonardo Torres Darbelo e Katiuça Sueko Tanaka 4

RESPOSTA DO MILHO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO*

4. Crescimento e Desenvolvimento

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DOSES CRESCENTES DE NITROGÊNIO APLICADO NA SEMEADURA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

LÂMINA ÓTIMA FÍSICA E DOSES DE CÁLCIO PARA A CULTURA DO MILHO IRRIGADO

Fontes e doses de nitrogênio para mamoneira de porte baixo no sistema plantio direto

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

Elaboração e Análise de Projetos

Transcrição:

Influência da Aplicação de Uréia no Teor de Clorofila das Folhas de Milho 2 Cândido F. Oliveira Neto, 2 Gustavo A. R. Alves, 2 Nazila N. S. Oliveira, 2 Jackeline A. M, 1 Davi G. C. Santos, 1 Ricardo S. Okumura e 1, 2 Allan K. S. Lobato, 2 Wilson J. M. e S. Maia. 1 Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil. 2 Laboratório de Fisiologia Vegetal Avançada, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, Brasil (Candido.neto@ufra.edu.br). Palavras-chave: Zea mays, uréia, clorofila. INTRODUÇÃO A cultura do milho tem por característica a elevada extração de nutrientes do solo, conseqüentemente para que ela alcance todo o seu potencial produtivo é necessário que suas exigência nutricionais sejam totalmente supridas, especialmente pelo nitrogênio, pois ele é o nutriente requerido em maior quantidade por esta cultura, haja vista que ela influencia positivamente nos componentes de rendimento tais como na produtividade de grãos, altura de plantas, rendimento de biomassa, índice de colheita (BÜLL, 1993) e também eleva o índice de área foliar e, por conseguinte a taxa fotossintética das plantas, isto se deve ao fato do N participar da síntese da clorofila (MALAVOLTA et al., 1997). Sabendo da importância do N para a clorofila, pode-se avaliar o estado nutricional desse elemento na planta através do teor de clorofila, já que a concentração dela é diretamente correlacionada com a de nitrogênio na folha. Essa relação é atribuída, porque 50-70% do N total das folhas estão associados aos cloroplastos na forma de enzimas como a redutase do nitrato (CHAPMAN e BARRETO, 1997). A importância da avaliação do teor de clorofila é de não ser influenciada pelo consumo de luxo de N na forma de nitrato (BLACKMER e SCHEPERS, 1995), essa baixa sensibilidade é atribuída ao fato de ser acumulado na forma de nitrato pelas folhas (Argenta et al., 2001), e com isso ela não se associa à molécula de clorofila e, portanto, não pode ser detectado pelo medidor de clorofila. Por essa característica a medição da clorofila está sendo considerada um método melhor para avaliar o nível de nitrogênio na planta do que seu próprio teor no tecido vegetal (BLACKMER e SCHEPERS, 1995). O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso do escaneamento das folhas do milho como instrumento indicador da resposta a diferentes doses e fontes de nitrogênio, em sistema de semeadura direta (SPD). MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido à campo em lavoura comercial, na safra de milho de 2007/2008, no município de Mauá da Serra - Pr. O clima é do tipo subtropical Cfb (segundo classificação de Köeppen), as coordenadas geográficas são 23 58' S e 51 19' W e a altitude média é de 847m, e o solo é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico (EMBRAPA, 1999), cultivado por 30 anos sob SPD, cujas características químicas, na instalação do experimento, na camada de 0-20cm são apresentados na Tabela 1. 1972

Tabela 1. Resultado da análise química de solo da área experimental, camada 0-20cm, antes da implantação do experimento, no município de Mauá da Serra PR, 2007, realizada no laboratório de solos da Universidade Estadual de Londrina. ph** Ca +2 Mg +2 K + Al +3 CTC MOS*** V P**** ----------------- cmol c dm -3 ----------- g kg -1 % mg dm -3 4,6 3,3 1,3 0,4 0,5 11,9 40,7 41,4 30,5 * Bloco ** CaCl 2 ***Matéria orgânica do solo **** extrator Mehlich Os dados de precipitação pluviométrica, ocorridos durante a condução do experimento encontram-se na Figura 1. Figura 1. Precipitação pluviométrica durante o desenvolvimento da cultura do milho no município de Mauá da Serra/PR. As parcelas constituíram-se de 6 linhas de 0,70m de espaçamento e 8,0m de comprimento, considerando como área útil as 4 linhas centrais, desprezando 1,5m em cada extremidade. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com 6 tratamentos sendo eles constituídos pelas 6 doses de N em cobertura (0, 40, 80, 120, 160 e 200kg ha -1 de N) e 5 repetições. O milho híbrido simples da Pioneer 30F53 foi semeado em 03/10/2007, no espaçamento de 0,70m entre linhas e 70.000 plantas ha -1. A adubação de sulco foi com 40, 90 e 60kg ha -1 de N, P 2 O 5 e K 2 O, respectivamente. A emergência das plântulas ocorreu 7 dias após a semeadura, e o controle de plantas daninhas e insetos foram realizados conforme recomendação para a cultura. A aplicação em cobertura com uréia foi realizada manualmente 25 dias após emergência (DAE), no estádio fenológico V 4 (4 folhas desdobradas) da escala de Ritchie et al. (2003). 1973

As amostragens do tecido vegetal da planta foram realizadas em dois períodos, a primeira em 18/11/2007, coletando a folha V 6, quando o milho se encontrava com 9 folhas completamente abertas. Já a segunda amostragem foi feita no dia 18/12/2007, período em que a cultura se encontrava em pleno florescimento, coletando a folha abaixo e oposta à espiga principal. Estes materiais depois de coletados do campo foi encaminhado ao laboratório de imagem, onde se realizou o escaneamento das folhas para posterior análise no programa Photoshop, a fim de quantificar o total de pixels que cada folha possuía, sendo que os pixels variam de 0 à 255 e quanto menor os pixels mais escuro se encontra a imagem, conseqüentemente a folha apresenta maior quantidade de clorofila. Os dados obtidos foram submetidos à correlação simples entre a quantidade de pixels com o teor de N-total. RESULTADOS E DISCUSSÃO As leituras realizadas no scanner para evidenciar os teores de clorofila nas folhas estão apresentados na Figura 2, constatando pela análise de correlação simples que nos dois estádios avaliados, as leituras correlacionaram-se negativamente com os teores de N-total na planta, mostrando que o aumento dos teores de N-total no tecido proporciona uma diminuição nos valores de pixels, ou seja, conforme aumenta os teores de N-total no tecido aumenta-se à quantidade de verde na folha. O que é justificado pelo fato do N fazer parte da molécula de clorofila (MALAVOLTA, 2006), havendo assim correlação significativa entre a intensidade do verde e o teor de clorofila com a concentração de N-total na folha (GIL et al., 2002). Esses mesmos resultados foram obtidos por Argenta et al. (2001) utilizando o método do clorofilômetro, que observaram correlação positiva e significativa nos estádios de 6-7 folhas, 10-11 folhas e no espigamento. Comparando as duas épocas de amostragem da folha para determinação do teor de clorofila no milho, verifica-se que a folha F.6 apresentou uma correlação entre o teor de N-total e a quantidade de pixel de r = -0,62, já a folha Índice o seu valor foi de r = -0,46, valor inferior ao obtido pela folha F.6, sugerindo que a melhor época para realizar esse procedimento foi na 1 amostragem. Essa informação é importante, pois a constatação de que o melhor tecido para realizar a análise nutricional da planta é a folha F.6, no período de 38DAE. Esse resultado é o oposto do observado por Argenta et al. (2001) que constatou que apesar do medidor portátil de clorofila SPAD correlacionar positivamente com o teor de N nas folhas, essa correlação foi menor no estádio de 6-7 folhas em relação aos outros dois estádios (10-11 folhas e espigamento), indicando que boa parte do N absorvido no estádio de 6-7 folhas é utilizado para produção de outras estruturas na planta e não para formação de clorofila. Segundo esses mesmos autores, as leituras efetuadas com medidor portátil de clorofila, com objetivo de verificar o nível de N na planta, não são muito precisas nos estádios iniciais de desenvolvimento do milho. A alta correlação entre o teor de N-total e de clorofila nas folhas do milho evidencia a possibilidade da utilização dessa metodologia para medição do teor relativo de clorofila, por meio do escaneamento das folhas com utilização de scanner, que é um equipamento muito barato. No entanto, na literatura, não foram encontrados trabalhos que tenham utilizado essa metodologia para predizer o estado nutricional quanto ao N na planta, havendo a necessidade de condução de mais trabalhos para a obtenção de parâmetro de valores críticos do teor relativo de clorofila e de um índice de suficiência do N, com intuito de aumentar a credibilidade da metodologia de escaneamento das folhas. 1974

45 40 Teor de N-Total (g kg -1 ) 35 30 25 20 15 10 1 amostragem 2 amostragem r = - 0,62 r = - 0,46 2 amostragem 1 amostragem 5 0 104 106 108 110 112 114 116 118 120 122 Leitura Scanner (Pixells) Figura 2. Relação entre o teor de N-total (g kg -1 ) e leitura realizada pelo scanner (pixels) na folha 6 (1 amostragem) e da folha índice (2 amostragem) do milho. CONCLUSÕES Os teores de clorofila nas folhas medidos pelo escaneamento das folhas mostram que os teores de N-Total nas folhas inteiras F.6 tem valores de correlação negativa maiores que os da folha Índice, indicando que a melhor época para realizar esse procedimento foi na F.6. Os valores de correlação entre os teores de N-Total e de clorofila nas folhas são de r = - 0,46 e r = -0,62 para a folha Índice e F.6, respectivamente, e essa alta correlação suporta a hipótese da possibilidade da utilização dessa metodologia para medição do teor relativo de clorofila, por meio do escaneamento das folhas com utilização de scanner. LITERATURA CITADA ARGENTA, G.; SILVA, P.R.F. da; BORTOLINI, C.G.; FORSTHOFER, E.L.; STRIEDER, M.L. Relação da leitura do clorofilômetro com os teores de clorofila extraível e de nitrogênio na folha de milho. R. Bras. Fisiol. Veg., v. 13, n. 2, p. 158-167, 2001. BLACKMER, T.M.; SCHEPERS, J.S. Use of chorophyll meter to monitor nitrogen status and schedule fertigation for corn. Journal of Production Agriculture, v. 8, p. 56-60, 1995. BÜLL, L.T. Nutrição mineral do milho. In: BÜLL, L.T. & CANTARELLA, H., eds, Cultura do milho: fatores que afetam a produtividade. Piracicaba, POTAFOS, 1993. p. 63-145. 1975

CHAPMAN, S. C.; BARRETO, H. J. Using a chlorophyll meter to estimate specific leaf nitrogen of tropical maize during vegetative growth. Agronomy Journal, Madison, v. 89, n. 4, p. 557-562, 1997. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília, EMBRAPA, 1999. 412p. GIL, P.T.; FONTES, P.C.R.; CECON, P.R.; FERREIRA, F.A. Índice SPAD para o diagnóstico do estado de nitrogênio e para o prognóstico da produtividade da batata. Horticultura Brasileira, v. 20, p. 611-615, 2002. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. de. Avaliação do estado nutricional de plantas: princípios e aplicações. 2ª ed., ver. e atual. Piracicaba, Associação Brasileira para pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1997. 319p. MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. Piracicaba: Editora Ceres, 2006. 631p. 1976