Espaçamento entre Fileiras no Consórcio de Forrageiras com o Sorgo para o Sistema de Integração Lavoura Pecuária



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Transcrição:

Espaçamento entre Fileiras no Consórcio de Forrageiras com o Sorgo para o Sistema de Integração Lavoura Pecuária Walcir B. Fonseca Jr; Carlos J.B.Albuquerque; karen M. de Jesus Silva; Renato M. de Oliveira; Renata da S. Brant; Nadia N. Parrela; Renato S.Faria EPAMIG. Cx. Postal 2248, 38402-019, Uberlândia, MG. e-mail: boasfonseca@yahoo.com.br; carlosjuliano@epamig.br; karen_marcelle@hotmail.com; renatoagronomo@hotmail.com; renataplantasmedicinais@yahoo.com.br; nadia@epamig.br; tecnicoctnm@epamig.br Palavras-chaves: Integração Lavoura Pecuária, consórcio, sorgo, semiárido, grãos. A região norte do estado de Minas Gerais é caracterizada pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. O clima local é caracterizado por longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano além das altas temperaturas que apresentam pequena variação interanual exercendo forte efeito sobre a evapotranspiração que, por sua vez, determinam o déficit hídrico como o maior entrave ao potencial produtivo de algumas culturas. A economia sofre grande influência da pecuária, devido o grande numero de propriedades agrícolas ligadas a esta atividade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), essa região possui um efetivo de aproximadamente três milhões de bovinos. Uma das principais causas da baixa produtividade da pecuária brasileira é o grau de degradação em que se encontra a maior parte das pastagens (Macedo et al., 2000). Devido aos grandes investimentos necessários para a formação e para a reforma de pastagens, tem-se buscado diversas técnicas que visam à diminuição desses investimentos sem gerar um decréscimo da produtividade. A rotação de culturas anuais com pastagens, também denominada como sistema de integração lavoura pecuária, torna-se a cada dia mais interessante, como uma das alternativas para a sustentabilidade, econômica e ecológica, dos sistemas de produção agropecuária. De acordo com Kluthcouski & Aidar (2003), a utilização do consórcio de culturas anuais (arroz, milho, soja ou sorgo) com forrageiras, principalmente as do gênero Brachiaria, pode ser preconizado na formação e na reforma de pastagens, na produção de forragem para alimentação animal na entressafra e também para confinamento de bovinos, bem como na obtenção de cobertura morta para plantio direto de culturas. Ao se combinar espécies anuais e perenes ocorrem um efeito sinergético na produtividade e nas condições do solo, refletindo na utilização mais eficiente dos nutrientes disponíveis, melhorias das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, reduzindo os riscos econômicos que derivam da exploração isolada das espécies. O uso do sorgo em consórcio com forrageiras pode favorecer sistemas de produção na região Norte de Minas. As condições climáticas e outros fatores naturais, não inibem as potencialidades do sorgo que pode ser empregado na alimentação dos bovinos tanto na forma de silagem ou em rações concentradas. O sorgo é uma gramínea tropical que tolera melhor as altas temperaturas e deficiências hídricas do que muitas outras culturas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho produtivo do sorgo em consorciação com forrageiras em diferentes espaçamentos entre fileiras. 1881

O experimento foi conduzido em área experimental da EPAMIG na Fazenda experimental do Gorutuba (FEGR). A FEGR localiza-se no perímetro irrigado do Gorutuba no município de Nova Porteirinha, MG, nas coordenadas 14º47 S e 43º18 W, a altitude de 516 m, onde as precipitações médias anuais são inferiores a 800 mm com temperaturas medias anuais de 26,0 ºC. Foi utilizado o híbrido de sorgo granífero DKB 599 em experimentos conduzidos com a finalidade de integrar lavoura e pecuária. O experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados dispostos em esquema fatorial 2 (espaçamentos) x 8 (7 forrageiras + 1 testemunha) com quatro repetições. A semeadura das forrageiras consorciadas foram realizadas no plantio junto o adubo na mesma data do sorgo em dezembro de 2009. Foi utilizada a densidade de 140 mil plantas ha -1 para cultura do sorgo granífero, sendo adotada a quantidade de 420 pontos de valor cultural por hectare para as sementes das forrageiras. As parcelas foram constituídas de 4 linhas de cinco metros nos respectivos espaçamentos. As adubações foram realizadas por área, sendo reguladas as distribuições dos fertilizantes em razão dos tratamentos empregados. O plantio foi convencional sendo feito preliminarmente fosfatagem corretiva com 200 kg ha -1 de fosfato reativo natural. As adubações, semeaduras das forrageiras e do sorgo foram realizadas juntas em dezembro de 2009. Utilizou-se a densidade de 140 mil plantas.ha- 1 para a cultura do sorgo granífero nos respectivos espaçamentos. Adotou-se a quantidade de 420 pontos de valor cultural por hectare para as sementes das forrageiras. Na adubação no plantio foram utilizados 350 kg.ha -1 da fórmula 4 (N):30 (P2O5):10 (K2O) mais 0,5% de Zn, com base na análise de solo. Este formulado é muito utilizado em lavouras de sorgo por suprir as exigências nutricionais da cultura. Realizou-se apenas uma adubação de cobertura com 60 kg ha -1 de K2O e 80 kg ha -1 de N. No controle de plantas daninhas foi utilizado, na pós-emergência, o herbicida Gezaprim 500 (atrazine), na dosagem de 2 l ha -1 do produto comercial. Realizaram-se pulverizações, quando necessário, com o produto Decis 25CE, na dosagem de 200 ml ha -1, por meio de pulverizador costal, para controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). Quando os grãos do sorgo estavam no ponto de maturidade fisiológica mediu-se altura das plantas e coletou-se as panículas da área útil para debulha. Mediu-se a umidade dos grãos para posterior ajuste de 13% e transformação dos resultados para hectare (t ha -1 ). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa estatístico SISVAR. As médias foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Considerando altura das plantas, não foram constatadas diferenças para o efeito dos consórcios, espaçamentos e interação consórcios x espaçamentos (tabela 1). As plantas apresentaram altura média de 1,02 m. Para a produtividade de grãos foram observadas diferenças (p<0,01) para o efeito dos consórcios, espaçamentos e interação entre consórcios x espaçamentos (tabela 1). Resultados semelhantes na cultura do milho em consórcio com a Brachiaria brizantha e Panicum maximum foram observados por Barducci et al (2009). Estes autores relataram comportamento diferenciado do milho em relação à forragem utilizada no consórcio. Neste caso o milho apresentou maiores produtividades em consórcio com o Panicum maximum. A precisão experimental avaliada pelo coeficiente de variação (C.V.) foi considerada dentro da normalidade com valores de CV inferiores a 15%. Nesse caso, as variáveis Altura das plantas apresentou CV de 12.47% e produtividade de grãos 5.25%. Resultados semelhantes de CV para estas variáveis na cultura foram reportados por Albuquerque (2009). 1882

TABELA 1 Resumo das análises de variância para altura de plantas (cm) e produtividade de grãos (t ha -1 ). Fonte de variação GL Quadrados médios Altura de plantas Produtividade de grãos Blocos 3 1014,06 0.06 Consórcios (C) 7 189,96 ns 3.13 ** Espaçamentos (E) 1 156,25 ns 0,09 ** C x E 7 167,86 ns 2,69 ** Erro 45 161,84 ns 0,01 Total 63 Média Geral 102,03 2,03 ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F ns Não significativo Os resultados de produtividade de grãos (t ha -1 ) visualizados na tabela 2 evidenciam a diferença significativa entre os tratamentos avaliados. Constatação que corrobora com resultados apresentados por Macedo & Zimmer (1990) no consórcio milho com braquiária, mostrando assim a suma importância da determinação da melhor forrageira para consórcio com o sorgo. Os mesmos autores relatam que o consórcio foi mais afetado pelas condições climáticas do que pela competição entre as plantas intercaladas. Produtividade de grãos nos tratamentos com consórcio e espaçamento de 40 cm variaram de 1,13 t ha -1 à 3,30 t ha -1. O sorgo solteiro apresentou 3,07 t ha -1. Notou-se que o buffel áridus em consórcio com o sorgo no espaçamento de 40 cm foi o tratamento que menos afetou a produtividade de grãos seguido. O consórcio braquiária decumbens / sorgo foi o tratamento que mais prejudicou o rendimento de grãos. No espaçamento 80 cm a produtividade de grãos nos tratamentos em consórcio variaram de 0,34 t ha -1 a 3,05 t ha -1. O sorgo solteiro apresentou 2,19 t ha -1. Resultados diferentes foram descritos por Albuquerque et al.(2009) em trabalho conduzido com a finalidade de consorciar sorgo com forragens. Esses autores descreveram produtividades dos tratamentos com consórcio de 3,70 t ha -1 a 6,35 t ha -1 e o sorgo solteiro com 7,34 t ha -1. As diferentes condições edafoclimáticas que os experimentos foram conduzidos, justificam essa diferença. Notou-se que o andropogon e braquiária ruzizienses em consórcio com o sorgo no espaçamento de 80cm foram os tratamento que igualmente mais influenciaram o rendimento de grãos. Os consórcios sorgo/ buffel áridus, sorgo/buffel 131 e o sorgo/tanzânia foram os que refletiram menor rendimento na produtividade de grãos. Em trabalho avaliando o consorcio do sorgo com diferentes forrageiras, Albuquerque et al. (2009) reportaram resultados semelhantes. Nota-se, que os diferentes índices de produtividade evidenciados neste trabalho são devido ao desenvolvimento fisiológico das forragens que apresenta diferentes taxas de crescimento e desenvolvimento; O crescimento mais rápido de algumas espécies prejudicam o crescimento e estabelecimento inicial do sorgo provocando menor rendimento dos grãos. É importante salientar que fatores da planta e do ambiente tais como: características fisiológicas e morfológicas da própria espécie, regime hídrico, espaçamento e fertilidade do solo afetam a capacidade competitiva da planta. 1883

TABELA 2 Resultados médios de produtividade de grãos (t ha -1 ) dos diferentes tratamentos em função do espaçamento adotado. Consórcios Produtividade de grãos (t ha -1 ) Espaçamento 40cm Espaçamento 80cm Sorgo + Andropogon 1,31 db 3,05 aa Sorgo + Buffel áridus 3,30 aa 1,65 db Sorgo + Buffel 131 2,12 ca 1,61 db Sorgo + Braquiária decumbens 1,13 eb 1,96 ca Sorgo + Braquiária brizantha 2,14 ca 1,97 cb Sorgo + Braquiária ruzizienses 2,18 cb 3,05 aa Sorgo + Tanzânia 1,30 da 0,34 eb Sorgo solteiro 3,07 ba 2,19 Bb Médias 2,08 1,99 Médias com mesma letra minúscula na vertical pertencem ao mesmo agrupamento, de acordo com o teste de Scott-Knott. Na horizontal, médias com a mesma letra maiúscula não diferem entre si, pelo teste F a 1% de probabilidade. O consórcio do sorgo com a maioria das forrageiras, semeadas na mesma época deste, sob diferentes espaçamentos influencia no rendimento de grãos. O menor espaçamento provoca maior produtividade de grãos no sorgo solteiro e consórcios sorgo / Tanzânia, sorgo / braquiária brizantha, sorgo / buffel 131, sorgo / buffel áridus. Agradecimentos: Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao Banco do Nordeste (ETENE/FUNDECI) pelo apoio financeiro. ALBUQUERQUE, C. J. B. Arranjo de plantas de sorgo para a região do semi-árido de Minas Gerais. 2009. 125 p. Tese (Doutorado em Fitotecnia)- Universidade Federal de Lavras: UFLA, Lavras, MG, 2009. ALBUQUERQUE,C.J.B; BRANT, R.S; SILVA, K.M.J; OLIVEIRA, R.M; ROCHA, G.R. Produtividade do Sorgo Granígero em Consórcio com Forrageiras em Leme Do Prado, MG. IN ANAIS do XVIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA. Lavras, MG.2009 BARDUCCI, R.S; COSTA,C; CRUSCIOL,C.A; BORGHI,E; PUTAROV,T.C; SARTI;L.M.N. Produção de Brachiaria Brizantha e Panicum Maximum com Milho e Adubação Nitrogenada. Archivos de zootecnia. vol. 58, núm. 222, 2009. p. 219. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Efetivo dos rebanhos bovinos por região. Disponível no site: http://ibge.gov.br. Acesso em: 20 de maio de 2010. 1884

KLUTHCOUSKI, J.; AIDAR, H. Uso da integração lavoura-pecuária na recuperação depastagens degradadas. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F.; AIDAR, H. (Eds.). Integração lavoura-pecuária. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2003. p. 183-225. MACEDO, M. C. M.; KICHEL, A. N.; ZIMMER, A. H. Z. Degradação e alternativas derecuperação e renovação de pastagens. Campo Grande: Embrapa CNPGC, 2000. 4 p. (Comunicado Técnico, 62). MACEDO, M.C.M., ZIMMER, A.H. Implantação de pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu em plantio simultâneo com milho em sucessão a soja em Mato Grosso do Sul. IN REUNIÃO ANUAL DA SBZ, 27., Anais. Campinas SP: SBZ, 1990. P.290. 1885