NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 1



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Transcrição:

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 1 DISCIPLINA: NORMAS PROFISSIONAIS DE PERÍCIA Carga Horária: XX HORAS Docente: Professor JOÃO HENRIQUE COSTA Titulação: MBA GER. CONTÁBIL, AUDITORIA, PERÍCIA E CONTROLADORIAS Graduação: Ciências Contábeis SUMÁRIO Introdução...... Conceito geral... Qualidade do Perito... Perfil do Perito... Qualidade do trabalho do perito... Opinião do Perito... Informações pela Perícia... Resolução 857 e 985 Da Perícia Contábil.... Conceito... Planejamento e execução... Procedimentos... Laudo Pericial... Competência Técnica... Independência... Impedimento.... Recusa... Honorários... Sigilo... Responsabilidade e Zelo... Utilização do Trabalho de Especialistas... ELEMENTOS MATERIAIS NA PERÍCIA Erros Fraudes Indícios... Perícia e uso de trabalho de terceiros... Eventualidade da Perícia... Perícia e Auditoria... Perícia contábil e Devassa... Riscos da Perícia... Plano de trabalho pericial... -Conceito e etapas... -Descritivo... -Conhecimento das etapas... -Conhecimento da questão... -Conhecimento dos fatos... -Levantamento prévio dos recursos... -Prazo de execução...

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 2 -Acessibilidade aos dados... -Pleno conhecimento dos sistemas contábeis... Conteúdo dos Planos periciais... Conceitos e requisitos de Laudo Pericial...... Estrutura dos Laudos... Requisitos de um Laudo... Perícia Judicial... Ciclo da Perícia,... Exemplo de mandado... Exemplo de petição de honorários........ Fase operacional da perícia........ Fase Final da perícia....... Exemplo de petição de entrega do Laudo......... Objetos da perícia......... Responsabilidade do perito......... Outros modelos de petições......... Modelos de Laudos periciais......... Exemplos de quesitos........ Exercícios de fixação parte teórica........ Glossário jurídico... Estudo de casos

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 3 Introdução: Este treinamento foi desenvolvido para auxiliar aqueles interessados em ingressar ou aprimorar seu conhecimento na pesquisa científica e na busca da razão. O papel e o trabalho da perícia são de extrema importância, pois através dele, muitas decisões importantes serão tomadas, tanto na esfera contábil e principalmente na esfera judicial. 1 - CONCEITO DE PERÍCIA CONTÁBIL Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. (Antonio Lopes Sá) A expressão perícia advém do Latim: Peritia, que em sentido próprio significa conhecimento e experiência. Onde e o que se discute: Varas criminais: Fraude e vícios contábeis, adulterações de lançamentos e registros, desfalques, apropriação indébita, inquérito judicial, crimes contra a ordem econômica e tributária, entre outras. Na justiça do trabalho: Indenização de diversas modalidades, litígio entre empregadores e empregados. Nas varas Cíveis Estaduais: Ordinária, apuração de haveres, avaliação patrimonial, busca e apreensão, consignação em pagamento, comissão de pena pecuniária, cambiais, compensação de créditos, consignação e depósito para pagamento, desapropriação de bens, dissolução de sociedade, exclusão de sócio, embargos de impedimento de consumação de alienação, estimativa de bens penhorados, exibição de livros e documentos, extravio e dissipação de bens, falta de entrega de mercadorias, fundo de comércio, indenização por danos, inventários na sucessão hereditária, liquidação de empresas, lucros

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 4 cessantes, medidas cautelares, prestação de contas, revisão de contratos de financiamento e de crédito. Nas Varas de Falências e Concordatas: Perícias falimentares em geral e concordatas preventivas, suspensivas. Nas Varas da Fazenda Pública e Execuções Fiscais: ICMs ISS, IPTU. Nas Varas de Família: Avaliações de pensões alimentícias, avaliações patrimoniais e outras. 1.1 QUALIDADE DO PERITO Legal Profissional Ética Moral 1.2 Perfil do Perito. Formação na área Inscrito no conselho de classe ao qual pertence. Conhecimento Conduta ilibada Caráter Índole criativa e intuitiva Perseverança Ética profissional Independência Compromisso com a verdade 1.3 Qualidade do trabalho do Perito. A qualidade do profissional quase sempre dita a qualidade do trabalho que executa. Um bom trabalho pericial deve ter: Objetividade Precisão Clareza

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 5 Fidelidade Confiabilidade Plena satisfação da finalidade. -A objetividade caracteriza-se pela ação do perito em não desviar da matéria que motivou a questão. -A precisão consiste em oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões formuladas. -Clareza esta em usar em sua opinião uma linguagem acessível a quem vai se utilizar dela. -A fidelidade é não se deixar influenciar por terceiros. -A confiabilidade consiste fazer a perícia, apoiada em documentos legais e válidos. O TRABALHO DEVE SATISFAZER O OBJETIVO OU O MOTIVO A QUE FOI PROPOSTO. 1.4 A opinião do perito deve estar: Justificada e lastreada em elementos sólidos ao alcance de quem dela vai se utilizar. 1.5 Informação pela perícia laudos periciais O perito informa pelo laudo que produz. O laudo é sua opinião, onde produz seu ponto de vista e o justifica, oferecendo também as bases ou elementos de que se utilizou para poder chegar a opinar. Os laudos podem ser isolados, de um só perito, ou de uma junta ou colegiado de peritos (médica). Existem casos em que é exigida a participação de mais de um perito - na perícia judicial são 3 (três). Em relação ao laudo pericial, este pode obedecer a critérios diferentes, de acordo com cada caso. O perito deve expor à metodologia que foi seguida, a justificativa da escolha, a divisão por itens ou quesitos formulados. Nas perícias administrativas, onde se busca determinar ou encontrar fraudes, os laudos passam a ter outra conotação, pois o importante não são os quesitos, mas sim a apuração

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 6 dos fatos. Neste caso o perito dá a seu relato uma conotação diferente e passa a expor seu trabalho, a matéria verificada, as regularidades detectadas. 2 As resoluções mais importantes que norteiam os trabalhos de um perito são elaboradas publicadas e controladas pelo Conselho Federal de Contabilidade. a) RESOLUÇÕES DO CFC CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE RESOLUÇÃO CFC Nº. 857/ 1999 e 985/2003 Aprova a NBC T 13 Da Perícia Contábil. NORMAS CONTÁBEIS SOBRE PERÍCIAS RESOLUÇÃO CFC N.º 857/99, DE 21 DE OUTUBRO DE 1999 Reformula a NBC P 2, denominando-a Normas Profissionais do Perito O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE CFC, no exercício de suas atribuições legais e regimentais. CONSIDERANDO a necessidade de reformulação da NBC P 2 Normas Profissionais de Perito Contábil, frente aos aspectos técnicos da norma aprovada pela Resolução CFC n.º 733 de 22 de Outubro de 1992; CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil recebeu inúmeras colaborações coletadas dos Contabilistas que participaram das Audiências Públicas realizadas em diversos Estados e Capitais do País; CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil obteve do Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade a aprovação de sua proposta de reformulação da NBC P 2 Normas Profissionais de Perito Contábil; CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório n 061/99, de 20 de Outubro de 1999, aprovado pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade. RESOLVE: Art. 1º Reformular o teor da NBC P 2 Normas Profissionais de Perito Contábil, conforme anexo a esta Resolução. Art. 2 Denominar a referida norma de NBC P 2 Normas Profissionais do Perito. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 21 de Outubro de 1999. NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 7 Contador José Serafim Abrantes Presidente NBC P 2 NORMAS PROFISSIONAIS DO PERITO 2.1. CONCEITO 2.1 Perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria periciada. 2.2.1.COMPETÊNCIA TÉCNICO PROFISSIONAL O contador na função de perito contador ou perito-contador assistente deve manter adequado nível de competência profissional, pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, da legislação relativa à profissão contábil e das normas jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com a observância de equidade. 2.2.1. O espírito de solidariedade do perito contador e do perito-contador assistente não induz nem justifica a participação ou a convivência com erros ou atos infringentes das normas profissionais e éticas que regem o exercício da profissão. 2.2.2. O perito contador e o perito-contador assistente devem comprovar sua habilitação mediante a apresentação de certidão específica, emitida pelo Conselho Regional de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. 2.2.3.A nomeação ou a escolha para o exercício do encargo de perito contador deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do profissional, devendo este escusar-se dos serviços, por motivo legítimo ou foro íntimo, ou sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização do serviço de especialista de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim o requer. 2.2.4.A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição do perito-contador assistente deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 8 honorabilidade do profissional, devendo este recusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacitando desenvolvê-los, contemplada a utilização de serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto do seu trabalho assim o requerer. 2.3. INDEPENDÊNCIA 2.3.1. O perito-contador e o perito contador assistente devem evitar e denunciar qualquer interferência que possa constrangê-los em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possam comprometer sua independência. 2.4. IMPEDIMENTO 2.41. O perito - contador estará impedindo de executar perícia contábil, devendo assim declarar-se, ao ser escolhido para o encargo quando: a) for parte do processo; b) houve atuado como perito-contador assistente ou prestado o depoimento como testemunha; c) o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até o segundo grau, estiver postulando no processo; d) tiver interesse, direto ou indireto, imediato ou mediato, por si ou qualquer de seus parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou na linha colaterais até o segundo grau, no resultado de seu trabalho pericial; e) exercer função ou cargo incompatível com a atividade de perito-contador; f) a matéria em litígio não for de sua especialidade; 2.4.2. Quando nomeado em juízo, deverá dirigi-lhe petição, no prazo legal, justificando a escusa. 2.4.3. Quando indicado pela parte, não aceitando o encargo, deverá comunicar ao juízo, a recusa, devidamente justificada. 2.4.4. O perito-contador e o perito-contador assistente não devem aceitar o encargo quando: 2.41.41. Constatarem que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo, sem prejuízo do cumprimento dos prazos dos trabalhos nomeados, indicados ou contratados;

2.4.4.2. Ocorrer motivo de força maior. NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 9 2.5. HONORÁRIOS 2.5.1. O perito-contador e o perito-contador assistente devem se estabelecer previamente seus honorários, mediante avaliação dos serviços, considerados os seguintes fatores: a) a relevância, vulto e a complexidade dos serviços a executar; b) as horas estimadas para a realização de cada fase do trabalho; c) a qualificação do pessoal técnico que irá participar da execução dos serviços; d) o prazo fixado, quando indicado ou escolhido, e o prazo médio habitual de liquidação, se nomeado pelo juiz; e) a forma de reajuste e de parcelamento se houver; f) os laudos interprofissionais, de empresas especializadas e outros inerentes à elaboração do trabalho; e g) no caso do perito-contador assistente, o resultado que, para o contratante, advirá com o serviço prestado, se houver. 2.5.2. Quando se tratar de nomeação deverá o perito-contador: 2.5.2.1. elaborar orçamento fundamentado nos fatores constantes do item 2.1 desta Norma. 2.5.2.2. requer por escrito o depósito dos honorários, conforme o orçamento ou pedido de arbitramento. 2.5.2.3. requer a complementação dos honorários, se a importância previamente depositada for insuficiente para garanti-los; 2.5.2.4. requer, após a entrega do laudo, que o deposito seja liberado com acréscimos legais. 2.5.3. O perito-contador requererá a liberação parcial dos honorários depositada em juízo, sempre que houver a necessidade, devidamente justificada. 2.54. O perito-contador poderá requer o custeio das despesas referentes ao deslocamento para a realização do trabalho fora da comarca que foi nomeado. 2.5.5. Quando se tratar de indicação pelas partes ou escolha extrajudicial, deve o peritocontador e o perito-contador assistente formular carta-proposta ou contrato antes do início da execução do trabalho, considerado os fatores constantes no item 2.4.1 desta Norma e o prazo para realização dos serviços.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 10 2.6. SIGILO 2.6.1. O perito-contador e o perito-contador assistente, em obediência ao Código de Ética do Contabilista, devem respeitar a assegurar o sigilo que apurarem durante a execução de seu trabalho, não divulgado em nenhuma circunstância, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo. Este dever perdura depois de entregue o laudo pericial contábil ou o parecer técnico-contábil. 2.6.1.1. O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de concluído. 2.7. RESPONSABILIDADE E ZELO 2.7.1. O perito-contador e o perito-contador assistente devem cumprir os prazos estabelecidos no processo ou contrato e zelar por suas prerrogativas profissionais, nos limites de suas funções, fazendo-se respeitar e agindo sempre com seriedade e discrição. 2.7.2. O perito-contador e o perito-contador assistente, no exercício de suas atribuições, respeitar-se-ão mutuamente, vedados elogios e críticas de cunho pessoal ou profissional, atendendo-se somente aos aspectos técnicos do trabalho executado. 2.8. UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTA 2.8.1. O perito-contador e o perito-contador assistente podem valer-se de especialistas de outras áreas na realização do trabalho, desde que parte da matéria objetivo da perícia assim requeira. 2.8.2. O perito-contador pode requerer ao juiz a indicação de especialistas de outras áreas que se fizerem necessários para a execução de trabalhos específicos. 2.9. EDUCAÇÃO CONTINUADA 2.9.1. O perito-contador e o perito assistente, no exercício de suas atividades, devem comprovar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 11 RESOLUÇÃO CFC N.º 858/99, DE 21 DE OUTUBRO DE 1999 Reformula a NBC T 13 Da Perícia Contábil O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE CFC, no exercício de suas atribuições legais e regimentais. CONSIDERANDO a necessidade de reformulação da NBC T 13 Da Perícia Contábil, frente aos aspectos técnicos da norma aprovada pela Resolução CFC N.º 731 de 22 de Outubro de 1992; CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil recebeu inúmeras colaborações coletadas dos Contabilistas que participaram das Audiências Públicas realizadas em diversos Estados e Capitais do País; CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo de Perícia Contábil obteve do Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade a aprovação de sua proposta de reformulação da NBC T 13 Da Perícia Contábil; CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório n 062/99, de 20 de Outubro de 1999, aprovado pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade. RESOLVE: Art. 1º Reformular o teor da NBC T 13 Da Perícia Contábil,, conforme anexo a esta Resolução. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura. Brasília, 21 de Outubro de 1999. Contador José Serafim Abrantes Presidente NBC T 13 DA PERÍCIA CONTÁBIL 13.1 CONCEITUAÇÃO DE E OBJETIVOS 13.1.1 A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a trazer a instância decisória os meios de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 12 13.1.1.1 O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil têm por limite os próprios objetivos da perícia deferida ou contratada. 13.1.2 A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de competência exclusiva de contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade. 13.1.3 Nos casos que a legislação admite a perícia extrajudicial elaborada por empresas especializadas, bem como na perícia interprofissional, aplica-se o item anterior exclusivamente às questões contábeis. 13.1.4 A presente Norma aplica-se ao perito contador nomeado em juízo, ao peritocontador assistente indicado pelas partes, bem como aos escolhidos e aos contratados pelas partes para perícia extrajudicial. 13.2 PLANEJAMENTO 13.2.1 Disposições Gerais 13.2.1.1 O planejamento Pressupõe adequado nível de conhecimento específico do objeto da perícia contábil deferida ou contratada. 13.2.1.2 A perícia deve ser planejada cuidadosamente, com vista ao cumprimento do prazo, inclusive o da legislação relativa ao laudo ou parecer. 13.2.1.2.1 Na impossibilidade do cumprimento do prazo, deve o profissional, antes de vencido aquele, requerer prazo suplementar, sempre por escrito. 13.2.1.3 O planejamento deve considerar, ainda, os seguintes fatores, relevantes na execução dos trabalhos: a) o conhecimento detalhado dos fatores concernentes à demanda; b) as diligências a serem realizadas; c) os livros e documentos a serem compulsados; d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de perícia a serem aplicados; e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho; f) a contratação de serviços especializados, necessários para a execução do trabalho ; e g) os quesitos formulados. 13.2.1.4 O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos exigirem ou recomendarem.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 13 13.2.1.5 O valor dos honorários deve ser estabelecido, com base no planejamento, de forma fundamentada, considerados o custo do trabalho e a remuneração do profissional. 13.2.2 Na Perícia Judicial 13.2.2.1 Nos casos em que não houver publicação oficial da concessão do prazo suplementar, deverá o perito-contador comunicá-la, aos peritos-contadores assistentes. 13.2.3 Na perícia extrajudicial e na Perícia Arbitral 13.2.3.1 O contrato de honorários deve ser elaborado de forma fundamentada, com base no planejamento realizado. 13.3 EXECUÇÃO 13.3.1 O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento do início da execução da perícia, manter contato com o perito-contador, pondo-se a disposição para o planejamento e execução conjunta da perícia. Uma vez aceita a participação, o peritocontador deve facultar o acesso aos trabalhos, fixando, sempre que possível de um acordo, dia, hora e local para o início efetivo das diligências de sua execução. 13.3.2 O perito-contador e o perito-contador assistente, enquanto estiverem de posse do processo ou dos documentos, devem zelar pela guarda e segurança. 13.3.2 Para a execução da perícia contábil, o perito-contador e o perito-contador assistente devem ater-se ao objeto do trabalho realizado. 13.3.4 Nas diligências, o perito-contador e o perito-contador assistente devem relacionar os livros, os documentos e os dados de que necessitem, solicitando-os, por escrito, em termo de diligência. 13.3.5 A eventual recusa no atendimento de diligência solicitada, ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial devem ser comunicadas com a devida comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratando de perícia judicial, ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial. 13.3.6 O perito-contador e o perito-contador assistente utilizar-se-ão dois meios que lhe são facultados pela legislação e das normas concernentes ao exercício de sua função com vista a instruírem o laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil com as peças que julgarem necessárias. 13.3.7 O perito-contador e o perito-contador assistente manterão registros dos locais e das diligências, nomes das pessoas que atenderem livros e documentos examinados ou

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 14 arrecadados, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário. 13.3.8 A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob orientação e supervisão do perito-contador e do perito-contador assistente que assumiram a total responsabilidade pelos trabalhos. 13.3.9 Quando da utilização de equipe, o perito-contador e o perito-contador assistente devem assegurar-se de que o trabalho venha ser executado por pessoas com a devida capacitação profissional. 13.3.10 O perito-contador e perito-contador assistente devem documentar, mediante papéis de trabalho, todos os elementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada pelo laudo pericial contábil ou no parecer técnico-contábil. 13.3.11 O perito-contador assistente que assessorar o contratante na elaboração das estratégias a serem adotadas na proposição de solução por acordo ou demanda atenderá aos quesitos desta Norma. 13.4 PROCEDIMENTOS 13.4.1 Os procedimentos de perícia contábil visam a fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer técnico-contabil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação, certificação e mensuração. 13.4.1.1 O exame é a análise de livros, registros das transações de documentos. 13.4.1.2 A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. 13.4.1.3 A indagação é a busca de informações mediante entrevistas com conhecedores do objeto da perícia. 13.4.1.4 A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou ao parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. 13.4.1.5 O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico. 13.4.1.6 A mensuração é o ato de quantificação de coisas, bens, direitos e obrigações. 13.4.1.7 A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas receitas.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 15 13.4.1.8 A certificação e o ato de atestar a informação trazida ao laudo contábil pelo peritocontador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional. 13.4.2 Concluídas as diligências, o perito-contador apresentará o laudo pericial contábil, e os peritos-contadores assistentes, seus pareceres periciais contábeis, obedecendo aos respectivos prazos. 13.4.2.1 Ocorrendo diligências em conjunto com o perito-contador assistente, o peritocontador o informará por escrito quando do término do laudo pericial contábil, comunicando-lhe a data da entrega do documento. 13.4.2.2 O perito-contador assistente não poderá firmar em laudo ou emitir parecer sobre este, quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, neste caso, apresentar em separado um parecer técnico da perícia, nos moldes do item 13.5 Laudo Pericial Contábil. 13.4.2.3 O perito-contador assistente, ao colocar a assinatura, em conjunto com o peritocontador, em laudo pericial contábil, não deve emitir parecer técnico-contábil contrário a este laudo. LAUDO PERICIAL CONTÁBIL O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador expõe, de forma circunstanciada, clara e objetiva, os estudos as observações que realizou, bem como as sínteses do objeto da perícia, das diligências, dos critérios adotados e dos resultados fundamentados e suas conclusões. 13.5.1.1 Havendo quesitos, estes serão transcritos e respondidos, primeiro os oficiais e na seqüência os das partes, na ordem em que forem juntados aos autos. 13.5.2.1 As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo aceitas aquelas como "sim ou não", ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta. 13.5.1.3 Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da matéria, se assim entender quem determinou ou requereu a perícia. 13.5.1.4 Sendo necessária a juntada dos documentos, quadros demonstrativos em outros anexos, eles devem ser identificados e numerados, bem como mencionada a sua existência no corpo do laudo pericial contábil.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 16 13.5.2 A preparação e a redação do laudo pericial contábil são de exclusiva responsabilidade do perito-contador. 13.5.3 O laudo pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador, que nele fará constar sua categoria profissional de contador e seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. 13.5.4 O laudo pericial contábil deverá ser sempre encaminhado por petição protocolada, quando judicial ou arbitral. Quando extrajudicial, por qualquer meio que comprove sua entrega. 13.6 PARECER TÉCNICO-CONTÁBIL 13.6.1 O parecer técnico-contábil é a peça escrita na qual o perito-contador assistente expressa de forma circunstanciada, clara e objetiva, os estudos. As observações e as diligências que realizou e as conclusões fundamentadas do laudo pericial contábil, com a sua concordância ou discordância. 13.6.1.1 O parecer técnico-contábil, na esfera judicial, e arbitral serve para subsidiar asa partes nas suas tomadas de decisões. 13.6.2 A preparação e a redação do parecer técnico-contábil são de exclusiva responsabilidade do perito contador assistente. 13.6.3 Havendo concordância com o laudo pericial contábil, deve ser expressa no parecer técnico contábil. 13.6.4 Havendo divergências do parecer técnico-contábil, o perito-contador assistente transcreverá o quesito objeto de discordância, a resposta do laudo, sua resposta e finalmente sua resposta devidamente fundamentada. 13.6.5 Havendo quesito não respondido pelo perito-contador, o perito-contador assistente a eles responderá de forma circunstanciada, não sendo aceitas respostas com "sim," ou "não", ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta. 13.6.6 Não havendo quesitos o parecer será orientado pelo conteúdo do laudo pericial contábil. 13.6.7 Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos ou outros anexos, estes serão identificados e numerados, bem como mencionada sua existência no corpo parecer técnico-contábil.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 17 13.6.8 O parecer técnico-contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador assistente, que nele fará constar a sua categoria profissional de contador e o seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. 13.6.9 O parecer Técnico-contábil deverá ser encaminhado por petição protocolada, quando judicial e arbitral, e por qualquer meio que comprove sua entrega, quando extrajudicial. RESOLUÇÃO 985/2003 - APROVA A NBC T 13.7 PARECER PERICIAL CONTÁBIL CONCEITO - ESTRUTURA - ELABORAÇÃO NORMAS APROVAÇÃO O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que os Princípios Fundamentais de Contabilidade, estabelecidos mediante as Resoluções CFC nº 750/93, nº 774/94 e nº 900/01, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentos técnicos a serem observadas por ocasião da realização de trabalhos; CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importância da perícia exigem atualização e aprimoramento das normas endereçadas à sua regência para manter permanente justaposição e ajustamento entre o trabalho a ser realizado e o modo ou processo dessa realização; CONSIDERANDO que a forma adotada para fazer uso de trabalhos de instituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações regulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações; CONSIDERANDO que o Grupo de Estudo sobre Perícia Contábil e o Grupo de Trabalho instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade em conjunto com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), atendendo ao disposto no art. 3º da Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, que recebeu nova redação pela Resolução CFC nº 980, de 24 de outubro de 2003, elaborou a NBC T 13.7. Parecer Pericial Contábil; CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para adequado desempenho, deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidade em regime de franca, real e

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 18 aberta cooperação com o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria Federal de Controle, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Superintendência de Seguros Privados; CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 53/03, de 20 de novembro de 2003, aprovada pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade, em 21 de novembro de 2003, resolve: Art. 1º Aprovar a Interpretação Técnica NBC T 13.7. Parecer Pericial Contábil. Art. 2º Para a execução de Parecer Pericial Contábil até 31 de dezembro de 2003, devem ser aplicadas as regras sobre Parecer Pericial Contábil, definidas no item 13.6 da NBC T. 13. Da Perícia contábil; Art. 3º Esta resolução produzirá seus efeitos a partir de 1º de janeiro de 2004, data em que ficará revogado o item 13.6 da NBC T 13. Da Perícia Contábil. Ata CFC nº 850 Procs. CFC nºs 40/03 e 42/03. NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE - NBCT 13.7 PARECER CONTÁBIL Esta norma objetiva estabelecer o conceito, a estrutura e os procedimentos para elaboração e apresentação do Parecer Pericial Contábil. 13.7.1.CONSIDERAÇÕES GERAIS 13.7.1.1. O Decreto-Lei nº 9.295/46 determina que Parecer em matéria contábil somente seja elaborado por contador habilitado e devidamente registrado em Conselho de Contabilidade. 13.7.1.2. O Parecer Pericial Contábil deve ser uma peça escrita, na qual o perito-contador assistente deve visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam a demanda. 13.7.1.3. Essa Norma obriga que o perito-contador assistente, deve registrar no Parecer Pericial Contábil os estudos, as pesquisas, as diligências ou as buscas de elementos de provas necessárias para a conclusão dos seus trabalhos.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 19 13.7.1.4. A Norma obriga que o perito-contador assistente, no encerramento do Parecer Pericial Contábil, apresente suas conclusões de forma clara e precisa. 13.7.1.5. O Parecer Pericial Contábil deve ser uma peça técnica elaborada de forma seqüencial e lógica, para que o trabalho do perito-contador assistente seja reconhecido também pela padronização estrutural. 13.7.2. APRESENTAÇÃO DO PARECER PERICIAL CONTÁBIL 13.7.2.1. O Parecer Pericial Contábil deve ser uma peça técnica, escrita de forma objetiva, clara, precisa, concisa e completa, devendo sua escrita ser sempre conduzida pelo peritocontador assistente, que adotará um padrão próprio, como o descrito no item 13.7.3. 13.7.2.2. Não deve o perito-contador assistente utilizar-se dos espaços marginais ou interlineares para lançar quaisquer escritos no Parecer Pericial Contábil. 13.7.2.3. Não deve o perito-contador assistente no corpo do Parecer Pericial Contábil utilizar entrelinhas, emendas ou rasuras, pois não será aceita a figura da ressalva. 13.7.2.4. Linhas Marginais - é proibido ao perito-contador assistente utilizar-se das linhas marginais ou interlineares para lançar quaisquer escritos no Parecer Pericial Contábil. 13.7.2.5. Espaço - não pode o perito-contador assistente deixar nenhum espaço em branco no corpo do Parecer Pericial Contábil, bem como adotar entrelinhas, emendas ou rasuras, pois não será aceita a figura da ressalva, especialmente quando se tratar de respostas aos quesitos. 13.7.2.6. A linguagem adotada pelo perito-contador assistente deve ser acessível aos interlocutores, possibilitando aos julgadores e às partes da demanda, conhecimento e interpretação dos resultados dos trabalhos periciais contábeis. Devem ser utilizados termos técnicos, devendo o texto trazer suas informações de forma clara. Os termos técnicos devem ser contemplados na redação do Parecer Pericial Contábil, de modo a se obter uma redação técnica que qualifica o trabalho, respeitada a Norma Brasileira de Contabilidade e o Decreto-Lei nº 9.295/46. Em se tratando de termos técnicos, devem os mesmos, caso necessário, ser acrescidos de esclarecimentos adicionais, sendo recomendados à utilização daqueles de maior domínio popular. 13.7.2.7. O Parecer Pericial Contábil deve ser escrito de forma direta, devendo atender às necessidades dos julgadores e ao objeto da discussão, sempre com conteúdo claro e

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 20 dirigido ao assunto da demanda. Sempre que o parecer contábil for contrário às posições do laudo o perito-contador assistente deve fundamentar suas manifestações. 13.7.2.8. O perito-contador assistente deve elaborar o Parecer Pericial Contábil, utilizandose do vernáculo, sendo admitidas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas, de uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais. 13.7.2.9. O Parecer Pericial Contábil deve expressar o resultado final de todo e qualquer trabalho de busca de prova que o perito-contador assistente tenha efetuado por intermédio de peças contábeis e outros documentos, sob quaisquer tipos e formas documentais. 13.7.3. ESTRUTURA DO PARECER PERICIAL CONTÁBIL 13.7.3.1. Omissão de Fatos - o perito-contador assistente, ao efetuar suas manifestações no Parecer Pericial Contábil, não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou diligências. 13.7.3.2. Emissão de Opinião - ao concluir o Parecer Pericial Contábil, não deve o peritocontador assistente emitir qualquer opinião pessoal a respeito das respostas oferecidas aos questionamentos, bem como na conclusão dos trabalhos, que contrarie o Código de Ética do Contabilista. 13.7.4. TERMINOLOGIA 13.7.4.1. Forma Circunstanciada - Entende-se a redação pormenorizada e minuciosa, efetuada com cautela e detalhamento em relação aos procedimentos e resultados do Parecer Pericial Contábil. 13.7.4.2. Síntese do Objeto da Perícia - Entende-se o relato sucinto sobre as questões básicas que resultaram na indicação ou na contratação do perito-contador assistente. 13.7.4.3- Diligências - Entende-se todos os procedimentos e atitudes adotadas pelo peritocontador assistente na busca de informações e subsídios necessários à elaboração do Parecer Pericial Contábil. 13.7.4.4. Critérios do Parecer É o procedimento e a metodologia utilizada pelo peritocontador assistente na elaboração do trabalho pericial. 13.7.4.5. Resultados Fundamentados - É a explicitação da forma técnica pela qual o peritocontador assistente chegou às conclusões da perícia.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 21 13.7.4.6. Conclusão - É a quantificação, quando possível, do valor da demanda, podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do Parecer Pericial Contábil ou em documentos auxiliares. 13.7.5. ESTRUTURA 13.7.5.1. O Parecer Pericial Contábil deve conter, no mínimo, os seguintes itens: a) identificação do processo e das partes; b) síntese do objeto da perícia; c) metodologia adotada para os trabalhos periciais; d) identificação das diligências realizadas; e) transcrição dos quesitos em todo ou naqueles que há divergência; f) respostas aos quesitos; g) conclusão; h) identificação do perito-contador assistente nos termos do item 13.5.3 dessa Norma; i) outras informações, a critério do perito-contador assistente, entendida como importantes para melhor esclarecer ou apresentar o Parecer Pericial Contábil. 13.7.6. ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS 13.7.6.1. Conclusão - o Perito-contador assistente deve, na conclusão do Parecer Pericial Contábil, considerar as formas explicitadas nos itens abaixo: a) a conclusão com quantificação de valores é viável em casos de: apuração de haveres, liquidação de sentença, inclusive em processos trabalhistas, dissolução societária, avaliação patrimonial entre outros. b) a conclusão pode, ainda, reportar-se às respostas apresentadas nos quesitos. c) a conclusão pode ser, simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, não envolvendo, necessariamente, quantificação de valores. CONTADOR Alcedino Gomes Barbosa Presidente do Conselho

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 22 3 - ERROS FRAUDES outros indícios e elementos materiais Tem sido tendência natural, nas normalizações contábeis, classificar erros em erros de essência e erros de forma. Nestas condições, têm as normas feitas prevalecer e essência sobre a forma. Podemos classificar em erros de essência e erros de forma O erro é um vício involuntário, de escrituração e / ou de demonstrações contábeis. Diferencia-se, pois, da fraude. Existem erros de inversões de números, de repetição de registros, de transposição de saldos de contas, de classificação de contas de somas, de omissão de registro etc. Detectado o erro, o perito precisa procurar a origem do mesmo e as suas causas. Sendo erro relevante, muitas vezes nem menção merece, se, todavia influi de substancial nas conclusões, este precisa ser evidenciado e declarado a influência que provocou. Erros de essência tendem a ser os mais graves. Erros de forma nem sempre altera a situação. 3.1 - Tipos de erros de forma: Pagamento de contas da empresa feito pelo sócio, de valores iguais aos depositados na sua conta com dinheiro da empresa, não lesando a empresa nesse ponto. O que ocorreu foi um erro de forma. O perito, ao detectar erros, deve relatá-los, mas advertir sobre a conseqüência deles. Fraudes A questão da fraude é sempre grave. Fraude é a lesão, o erro premeditado, feito de forma proposital para prejudicar alguém. Muitos são os casos de fraudes e cabe ao perito relatar sempre que detectada a fraude. Quer nas perícias administrativas, quer nas judiciais, especiais, a fraude é sempre algo que motiva muitos trabalhos de verificação. As perícias, quando voltadas para a localização de fraudes devem ter planos específicos, com cautela e cuidados especiais. - Funcionários fantasmas - Compra de notas frias - Compra de notas calçadas

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 23 - Duplo pagamento e/ou lançamento em livro caixa - Recibos emitidos com valor menor - Guias falsificadas de recolhimento - Juros a fornecedores - Comissões pagas sobre vendas não efetuadas - Saída de caixa com documentos internos - Venda de bens da empresa por valores inferiores ao do mercado. - Retorno de prêmio de seguros não contabilizados. - Subfaturamento de produtos e as diferenças desviadas. - Compra de mercadorias superfaturadas. - Aplicação falsa de materiais. - Aquisição fictícia de bens. - Empréstimo de bens da empresa sem retorno - Alienação de bens sem a respectiva baixa, entre outras. Indícios Indícios é diferente de prova. Como a perícia se baseia em elementos materiais, não pode oferecer suas conclusões apenas com base em indícios. Indício é um caminho, jamais uma prova, não se esqueçam disso. Exemplo: Há indícios de roubo no depósito, porém não há Provas. INDÍCIO NÃO PODE ENSEJAR CONCLUSÃO DE LAUDO PERICIAL: Elementos materiais Servem de base para laudos periciais, e tenham capacidade legal de prova. O que o perito não pode dispensar é o instrumento confiável e competente, adequado para cada caso. Ex: Contratos assinados. Notas fiscais devidamente reconhecidas. Extratos bancários; Despesas comprovadas e dentro de uma normalidade e pertinentes às operações da empresa. > Não basta possuir elementos que não tenham força legal e de comprovação.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 24 4. FUNDAMENTOS EXTERNOS 4 1- Perícia e o uso de trabalho de terceiros. O perito não transfere sua responsabilidade porque delegou sua tarefa a auxiliares ou a outros especialistas. Se estiver comprometido na perícia, e emitir opinião, responderá por ela integralmente. Por conseguinte, se precisar de trabalhos de terceiros, especialistas ou não (engenheiro, corretor, médico,..) deve certificar-se da capacidade desses. É um risco muito grande A DELEGAÇÃO DE TAREFAS. O perito não só deve exercer rigorosa seleção, mas também procurar ele mesmo testar a validade das informações. 4.2- Eventualidade e Perícia contábil A Perícia contábil é uma tarefa requerida, destinada a suprir uma eventualidade, com objetivo determinado, para colher opinião como prova para decisão. Todos esses elementos compõem a natureza da perícia, mas quanto a seu desempenho ela é sempre algo eventual. A seguir algumas características funcionais da perícia. a) Quanto à causa - necessidade de decisão b) Quanto ao efeito produção de opinião como prova c) Quanto ao espaço serve a determinada causa ou objetivo d) Quanto ao tempo tem caráter de eventualidade Essas características distinguem a perícia de outras tecnologias contábeis, como auditoria. 4.3 - Perícia e Auditoria Perícia contábil não é o mesmo que auditoria contábil. Variam quanto à natureza das causas e efeitos, de espaço e de tempo. A perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessidade e a auditoria tende a ser a necessidade constante. Atingindo um número muito maior de interessados, sem rigores metodológicos tão severos, basta dizer que, a auditoria consagra a amostragem e a perícia a repele como critério. A auditoria tem como objetivos normais a maior abrangência, a gestão como algo em continuidade, enquanto a perícia se prende a: Especificidade (específico)

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 25 Eventualidade (só quando necessária) Universo completo (não é por amostragem) Prova (materialidade individual) para emitir opinião. A auditoria permite maior delegação. A auditoria é mais revisão de procedimentos A perícia é produção de provas. 4.4 - Perícia contábil e devassa A perícia contábil pode transformar-se devassa, mas não se confunde com tal tarefa. A devassa é um exame integral, sem nada excluir, com maior tempo de execução, interessada em conhecer todas as irregularidades que um evento tenha provocado. A devassa envolve maior aceitação dos indícios, apela para maior quantidade de métodos extra-contábeis e tudo abrange até que estejam esgotados todos os detalhes de ponto a ponto. 4.5 - Riscos na Perícia O perito não pode errar, tem para isto tomar todos os cuidados e atingir todos os meios a seu alcance, para não levar a opinar de forma errada, produzindo com isto uma falsa prova, atingindo terceiros envolvidos. As precauções devem ser tomadas atendendo os seguintes fatores: > Tempo atribuído - Não aceitar perícia com pouco tempo de execução. Se o tempo for incompatível solicitar maior prazo para a execução e se este for negado, declinar da perícia. > Plano de trabalho - elaborar plano de trabalho procurando escolher sempre os melhores critérios de desempenho. > Desempenho exigente - O perito deve usar de sua autoridade para que tudo lhe seja oferecido a tempo e de forma satisfatória. >Apoio exigente - quando se tratar de sistemas de informações de dados (caixa eletrônico) exigir rigoroso apoio de programadores. > Resguardo de informações - Toda informação colhida como conhecimento de serviço deve ser obtido por escrito e com testemunhas (desde que relevantes)

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 26 > Prova emprestada - onde e quando couber pode o perito apelar para as informações de pessoas alheias ao processo, mas ligadas por transações com a empresa ou instituição envolvida (pedido de confirmação de saldo). > Declarações - O perito pode pedir declaração à empresa que esta sendo examinada, uma declaração de existência de elementos exibidos e que nenhum outro foi produzido ou que existe em outro local. > Preço - compatível com a qualidade do trabalho. 5 - Plano de trabalho em Perícia Contábil Conceito: O plano de trabalho em perícia contábil é a previsão racionalmente organizada, para a execução das tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços, pela redução dos riscos sobre a opinião traduzida em laudo. 5.1 - Etapas: Para a redução dos riscos numa perícia é preciso seguir etapas de um plano e este plano depende de: a) Pleno conhecimento da questão (se for judicial, pleno conhecimento do processo); b) Pleno conhecimento de todos os fatos que motivam a tarefa; c) Levantamentos prévios dos recursos disponíveis para exame; d) Prazo ou tempo para a execução dos trabalhos e para entrega do laudo ou parecer; e) Acessibilidade às informações (deslocamentos burocracia etc); f)pleno conhecimento dos sistemas contábeis adotados e confiabilidade de documentação. 5.1.1 Descritivo a) Conhecimento da questão Toda perícia envolve um pedido de opinião ou informação de quem é competente para dar. A perícia contábil emerge de dúvidas de natureza patrimonial. Se a questão está em litígio, em juízo, existem partes conflitantes, de um lado o autor reclama seus direitos e o réu defende-se. Se perito do juiz, sua responsabilidade é total, pois a tendência é que seu laudo seja o de maior confiabilidade. Se perito das partes (réu ou autor) o profissional precisa aprofundarse nas razões de seu cliente e procurar todos os meios lícitos e éticos, buscando sempre a

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 27 realidade dos fatos. Se a perícia não é judicial, mas administrativa também é necessário conhecer e inteirar-se de todas as informações, para a emissão do seu laudo. b) Conhecimentos dos fatos: Os fatos que envolvem um trabalho pericial são muitos e não podemos confundir com o conhecimento da questão. A questão nos dá razão para a metodologia e os fatos informam o que aconteceu e o que pode acontecer. Ex: Um sócio reclama da distribuição de lucros (questão) Lucro foi calculado ou distribuído de forma errada (fato) Caberá então ao perito chegar à conclusão se os lucros foram ou não apurados de forma errada e emitir seu laudo/opinião. c) Levantamento prévio dos recursos Para planejar é preciso conhecer os recursos disponíveis, quer humano, quer materiais e financeiros para produzir um laudo com qualidade. Muitas vezes o perito encontra dificuldade para seu trabalho, pois se uma empresa requer um exame de custos e não tem uma escrita contábil adequada, isso irá interferir nos trabalhos da perícia. Por isto, antes de planejar é preciso fazer levantamentos iniciais do que existe. d) Prazo de execução É comum, nas perícias interessados fixarem prazo para a realização do trabalho. Nos casos judiciais, os prazos são fatais. A lei fixa limites de prazos (Lei nº. 8455). O melhor critério é de realizar um cronograma. O primeiro cronograma pode ser uma medida entre os fatores e o tempo. Os cronogramas são peças simples, onde de um lado se coloca a atividade (exames feitos) e de outro o tempo previsto. Podem-se calcular as atividades em nº. de horas de serviço. Atividade tempo quesito nº. observações. Exame de assinaturas 1 hora 02 Exame dos contratos 3 horas 03 Diligências 8 horas 07 Horas previstas totais 50 horas...

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 28 O perito deve sempre trabalhar com horas de segurança, pois em algum imprevisto, terá tempo de ajustar. e) Acessibilidade aos dados Poderá ocorrer de que as informações nem sempre estejam nos mesmos lugares, precisando então o perito se deslocar para outras regiões. Este tipo de situação poderá ser bem planejada desde que o perito proceda suas verificações de forma antecipada, as quais deverão fazer parte do cronograma de horas atividade. f) Pleno conhecimento dos sistemas contábeis Como existem muitos tipos de sistemas de registros contábeis e de arquivamento, cabe ao perito conhecer a fundo o seu funcionamento. O perito precisa testar a confiabilidade do sistema e dos arquivos de documentos, de discos etc. Um plano pericial precisa conhecer como chegar aos dados e como comproválos para poder saber que recursos tecnológicos vão ser empregados. Não havendo confiabilidade, é preciso encontrar o caminho que conduza a certeza dos elementos para produção da opinião. g) Conteúdos dos Planos Periciais Os planos periciais possuem o conteúdo suficiente para a que a opinião seja transmitida pelo perito, de tal forma que venha a satisfazer a quem a requereu. Não há como padronizar, pois muitos são os fatores que vão determinar e fundamentar a opinião do perito. O importante é que os planos sigam os itens que compõem o objetivo da perícia. Assim, por exemplo, admitamos uma perícia administrativa em que se examina o almoxarifado e o encarregado do mesmo. -O objetivo principal é o de verificar a ocorrência ou não de desvio de mercadorias. Há uma acusação de venda sem nota de mercadorias do almoxarifado e, portanto o perito deve se ater à movimentação de entradas e saídas pelo período em julgar necessário e que suporte para a sua afirmação.

NORMAS E CÁLCULOS PERICIAIS 29 Deve a mencionar o período de verificação das notas de entradas e saídas e também as requisições da área de produção O conteúdo e o plano de trabalho do perito girarão em torno dessas ocorrências. Exemplificando. Inquérito administrativo nº. Empresa: Data Perito Local da Perícia: Responsável Senhor Sistema de registro de estoque Registro contábil Data do último inventário. I) Notas de compras do artigo Nome do fornecedor Forma de pagamento (normal) Ou, 1ª compra do período Última compra do período II) Ordem de Produção Nº. inicial das requisições de produção Nº. final das requisições de produção (listar demais componentes de produção se necessário for) Em se tratando de perícia judicial, os programas seguem os quesitos, pré-determinados em cada caso e em relação ao que se vai periciar: Quesitos 1 Solicitar registros Verificar termos