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Transcrição:

1 - ADVOGADO COREN/GO 2010 (UFG) A obrigação de pagar tributo decorre de uma relação jurídica que dá origem ao crédito tributário. A respeito da obrigação tributária, conclui-se que (A) a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas de interesse do contribuinte. (B) a obrigação tributária surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. (C) o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta, e após constituído, modifica-se ou extingue-se mediante pagamento. (D) as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou que excluem sua exigibilidade, afetam diretamente a obrigação tributária que lhe deu origem. Letra A: incorreta. Cobrou entendimento do art. 113, 2º, do CTN: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Obviamente, as prestações relacionadas às obrigações acessórias são elaboradas no interesse da arrecadação/fiscalização, e não no interesse do contribuinte. Letra B: correta. Transcrição literal do art. 113, 1º, do CTN. Letra C: incorreta. A questão buscou seu fundamento nos artigos 139 e 140 do CTN. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 1

O examinador considerou a questão errada, pois na verdade o crédito tributário modifica-se ou extingue-se nos casos previstos no CTN. Pagamento é uma das causas de extinção do crédito tributário (CTN, art. 156, I). Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; Letra D: incorreta. Contraria o art. 140 do CTN: Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Gabarito: B 2 PROCURADOR PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 (UFG) Leia o fragmento a seguir. A lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém e o Estado. Ocorrido o fato, que em Direito Tributário denomina-se fato gerador ou fato imponível, nasce a relação tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito passivo da obrigação tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo da obrigação tributária). MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 30 ed. Ver. Atual. Ampl. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 121 Nesta relação jurídica tributária, (A) A hipótese de incidência, sinônimo do fato gerador, enseja o início da obrigação tributária. (B) a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, não pode converter-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. (C) para a definição legal do fato gerador é irrelevante, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 2

(D) os entes tributantes União, Estados, Municípios e Distrito Federal, detentores de competência tributária, são os únicos que poderão ser os sujeitos ativos de obrigação tributária. Letra A: incorreta. Hipótese de incidência é a situação prevista em lei que quando ocorre no mundo fático enseja o início da obrigação tributária. Dito de outra forma: hipótese de incidência é a abstração legal; fato gerador é a concretização da hipótese de incidência. Esse entendimento é doutrinário. O próprio CTN trata, algumas vezes, os dois conceitos como sendo a mesma coisa. Veja, por exemplo, o art. 114: Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Letra B: incorreta. Contraria o art. 113, 3º, do CTN: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Letra C: correta, nos termos do art. 118, I, do CTN: Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; Letra D: incorreta. Sujeito ativo é o detentor da capacidade tributária ativa (poder para cobrar, exigir e fiscalizar o tributo). Embora a competência tributária seja indelegável, a capacidade ativa pode ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito público (CTN, art. 7º): Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do 3º do artigo 18 da Constituição. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 3

É o que acontecia com as contribuições previdenciárias num passado recente. A detentora da competência tributária é a União, mas esta delegava a capacidade ativa para o INSS, autarquia federal que cobrava, exigia e fiscalizava esses tributos, sendo o então o sujeito ativo da respectiva obrigação tributária. Gabarito: C 3 FISCAL DE TRIBUTOS PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2012 (UFG) A Constituição Federal de 1988 reservou à lei complementar o estabelecimento de normas gerais de legislação tributária aí inseridas aquelas relativas ao instituto da obrigação tributária. No que concerne à obrigação tributária principal e acessória: (A) a inobservância da obrigação acessória acarreta uma obrigação principal relativamente à sanção pecuniária. (B) as prestações positivas ou negativas, objeto da legislação, são classificadas como obrigação tributária principal. (C) as obrigações tributárias, de conteúdo patrimonial, são classificadas como obrigações tributárias acessórias. (D) a obrigação tributária, de conteúdo formal, é classificadas como obrigação tributária principal. Letra A: correta, nos termos do art. 113, 3º, do CTN: 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Letra B: incorreta. Obrigação tributária principal é obrigação positiva de pagar tributo ou penalidade pecuniária (CTN, art. 113, 1º): 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Logo, uma prestação negativa (deixar de fazer alguma coisa, abster-se de determinada conduta), não pode ser considerada obrigação principal. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 4

Letra C: incorreta. Obrigação tributária de conteúdo patrimonial é aquela que se subtrai do patrimônio do contribuinte, sendo classificada, por conseguinte, como obrigação principal (e não acessória). Letra D: incorreta. Como mencionado na letra B, obrigação de pagar tributo ou penalidade pecuniária é considerada obrigação principal. Já as obrigações de conteúdo meramente formal (entregar declaração, manter registro de estoques, etc.) são entendidas como acessórias. Gabarito: A 4 ADVOGADO COREN/GO 2010 (UFG) Sobre o instituto da capacidade tributária ativa, que implica no poder de ser sujeito ativo na relação jurídico-obrigacional de natureza tributária, nos termos do Código Tributário Nacional, (A) a ausência do exercício da competência tributária pelo ente público permite a transferência da competência a outro ente político com interesse na relação tributária. (B) a delegação de capacidade tributária ativa confere ao arrecadante todos os privilégios processuais inerentes à pessoa jurídica titular da competência tributária. (C) o cometimento, a pessoas jurídicas de direito privado, da atribuição de arrecadar tributos implica na delegação de capacidade tributária ativa. (D) a revogação da capacidade tributária ativa depende de deliberação da pessoa jurídica a quem foi delegada a atribuição. Letra A: incorreta. Contraria o art. 8º do CTN: Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. Letra B: correta, nos termos do art. 7º, 1º, do CTN: Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do 3º do artigo 18 da Constituição. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 5

1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. Letra C: incorreta. Quando uma pessoa política, detentora de competência tributária, atribui a pessoa jurídica de direito privado a função ou encargo de arrecadar tributos, não está ocorrendo delegação de capacidade tributária ativa. Capacidade tributária ativa é o poder de fiscalizar, cobrar e arrecadar tributos. Essa transferência de encargo implica somente no poder de arrecadar, geralmente direcionado ao sistema bancário. Em outras palavras, o banco pode até receber o seu IPVA, por exemplo, mas isso não quer dizer que ele possa fiscalizar ou cobrar de você o pagamento do imposto. O examinador parece ter criado essa questão com base no artigo 7º, 3º, do CTN, misturando os conceitos de delegação de competência e delegação de capacidade tributária ativa. 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Letra D: incorreta. Contraria o art. 7º, 2º, do CTN: 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. Em outras palavras, quem delegou a capacidade tributária ativa pode revogar a delegação a qualquer tempo, sem necessidade de anuência de quem recebeu a recebeu. Gabarito: B Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 6

5 ADVOGADO PREF. GOIÂNIA 2007 (UFG) Nas obrigações tributárias, declaradas pelo lançamento, (A) o sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. (B) as convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos podem, por si só, ser opostas à Fazenda Pública para fins de benefício de ordem em execução fiscal. (C) a capacidade tributária passiva depende da capacidade civil das pessoas naturais. (D) a capacidade tributária passiva depende da regular constituição da pessoa jurídica. Letra A: correta, nos exatos termos do artigo 122 do CTN. Letra B: incorreta. Contraria o comando do artigo 123 do CTN: Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Letra C: incorreta. Contraria o artigo 126, I, do CTN: Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais; Letra D: incorreta. Contraria o artigo 126, III, do CTN: Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. Gabarito: A 6 PROCURADOR PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 (UFG) A responsabilidade solidária (A) é atribuída, pela lei, a terceira pessoa desvinculada da situação que constitua o fato gerador da respectiva obrigação principal. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 7

(B) pode ser atribuída, pela legislação, a diversas pessoas, não comportando por parte dessas a invocação do benefício de ordem. (C) é atribuída, pela lei, às pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. (D) pode ser atribuída, pela legislação, a pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. A questão se resolve com o conhecimento do artigo 124 do CTN: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. Letra A: incorreta. As pessoas solidariamente obrigadas devem ter interesse comum na situação ensejadora do fato gerador. Letra B: incorreta. A responsabilidade solidária deve ser atribuída por lei, e não pela legislação, que é um conceito mais abrangente e inclui toda a sorte de normas tributárias infralegais. Letra C: correta, conforme se depreende dos incisos I e II acima. Letra D: incorreta. A responsabilidade deve ser atribuída por lei. Gabarito: C 7 - PROCURADOR PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 (UFG) Um imóvel foi levado a hasta pública em razão de execução movida pela Fazenda Pública Municipal de Aparecida de Goiânia. O arrematante, adquirente desse bem, (A) é responsável integralmente por eventuais créditos tributários (impostos, taxas de serviço, contribuição de melhoria) relativos ao bem arrematado, independentemente da data da constituição desses. (B) é responsável solidariamente com o antigo proprietário por eventuais créditos tributários (impostos, taxas de serviço, contribuição de melhoria) relativos ao bem arrematado. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 8

(C) é eximido de responsabilidade por eventuais créditos tributários (impostos, taxas de serviço, contribuição de melhoria) relativos ao bem arrematado, já que esses se sub-rogam sobre o respectivo preço. (D) é responsável integralmente por todos os créditos tributários (impostos, taxas de serviço, contribuição de melhoria) relativos ao bem arrematado, constituídos até a data da aquisição em hasta púbica. A situação descrita na questão é regulada pelo parágrafo único do artigo 130 do CTN: Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. Em outras palavras, o arrematante fica eximido de qualquer responsabilidade pelo pagamento de tributos, já que, em tese, o valor pago na arrematação deve ser utilizado para quitar ou reduzir o saldo de eventuais dívidas tributárias que recaiam sobre o bem. Gabarito: C 8 ADVOGADO COREN/GO 2010 (UFG) De acordo com os princípios e imunidades, estatuídos na Constituição de 1988 na seção das Limitações ao poder de tributar e, especificamente, com relação às contribuições criadas no interesse de categorias profissionais ou econômicas, (A) os benefícios fiscais lícitos serão concedidos mediante lei específica federal e que regule exclusivamente esta matéria ou esta contribuição. (B) a redução ou restabelecimento de suas alíquotas pode ocorrer por ato infralegal, não se lhe aplicando o princípio da reserva legal. (C) a norma veiculadora de aumento do tributo observará o princípio da noventena, dispensando observância ao princípio da anterioridade de exercício. (D) o seu prazo de recolhimento pode ser reduzido por instrumento infralegal, não se lhe aplicando o princípio da reserva legal. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 9

Letra A: incorreta, segundo a UFG. Acredito que o examinador tenha tomado como base o artigo 150, 6º, da CF/88: 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, 2.º, XII, g. E deve ter considerado a alternativa incorreta porque fala apenas em lei federal, quando o dispositivo constitucional fala também em lei estadual ou municipal. Acontece que o caput da questão trata especificamente de contribuições criadas no interesse de categorias profissionais ou econômicas, e a competência tributária para instituir esse tributo e, consequentemente, conceder benefícios fiscais, é da União (CF/88, art. 149, caput). Logo, é correto afirmar que os benefícios fiscais lícitos relativos a contribuições criadas no interesse de categorias profissionais ou econômicas serão concedidos mediante lei específica federal que regule exclusivamente o benefício ou o tributo. Letra B: incorreta, por absoluta falta de previsão constitucional. Não confunda com a CIDE-combustíveis ou com o ICMS-monofásico combustíveis, que podem ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas por ato infralegal (CF/88, arts. 155, 4º, IV, e 177, 4º, I, b). Letra C: incorreta. As contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas devem observar tanto a anterioridade do exercício como a nonagesimal (CF/88, art. 149, caput). Letra D: incorreta. A jurisprudência do STF é no sentido de que a antecipação do prazo de vencimento para pagar tributo não deve obediência ao princípio da legalidade estrita (veja o RE 182.971-1, por exemplo). Num primeiro momento, dei essa questão como correta. Mas após ler um post muito bem fundamentado do colega Luizleal no Fórum Concurseiros, vejo uma possibilidade de a questão estar incorreta. O ilustre colega, em resumo, levantou que existe lei vigente regulando o prazo de vencimento das anuidades devidas aos órgãos de fiscalização de profissões regulamentadas (Lei nº 6.994/82). Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 10

Tais anuidades são consideradas contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. Nessa toada, o prazo para recolhimento não poderia ser alterado por ato infralegal simplesmente por já haver lei regulando a matéria. Há controvérsias, pois a questão fala de maneira genérica em contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas, enquanto a Lei nº 6.994/82 regula o vencimento de um determinado tipo de contribuição. Questãozinha complicada Gabarito oficial: C (pelo menos era o gabarito preliminar). Gabarito do blog: ANULADA (duas corretas: A e D). 9 ANALISTA DE GESTÃO/ADVOGADO CELG/GT 2014 (UFG) De acordo com o que disciplina a Constituição Federal, em relação ao Sistema Tributário Nacional, no tocante aos seus princípios gerais e às limitações ao poder de tributar, (A) a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência. (B) o disciplinamento sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, cabe à lei complementar, resguardando-se à lei ordinária a regulação sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar. (C) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir impostos, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos especí ficos e divisíveis. (D) os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, sendo proibida a cobrança da contribuição na fatura de consumo de energia elétrica. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 11

(E) a exigência ou o aumento de tributo sem lei que o estabeleça e a cobrança de tributos antes de decorridos sessenta dias da data da publicação da lei que os instituiu ou aumentou são condutas vedadas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Letra A: correta; Literalidade do art. 148, I, da CF/88. Letra B: incorreta. Tanto a disciplina sobre conflitos de competência em matéria tributária como a regulação das limitações ao poder de tributar são matérias reservadas à lei complementar (CF/88, art. 146, I e II): Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; Letra C: embora tenha sido dada como gabarito, está nitidamente incorreta. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (CF/88, art. 145, II). Letra D: incorreta. A assertiva traz a inteligência do art. 149-A, da CF/88, mas contraria o parágrafo único desse mesmo artigo ao estatuir que a cobrança da contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública não pode ser cobrada na fatura de consumo de energia elétrica. Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. Letra E: incorreta. A assertiva explora os princípios da legalidade e da noventena (CF/88, art. 150, I e III, c): Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 12

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b. A questão erra ao afirmar que os tributos não podem ser cobrados ou majorados antes de decorridos 60 dias da publicação da lei que os instituiu ou aumentou. Gabarito preliminar: C Gabarito do blog: A 10 ADVOGADO PREF. GOIÂNIA 2007 (UFG) O Sistema Tributário Nacional, estabelecido na Constituição da República de 1988, (A) proíbe a cobrança de impostos sobre igrejas, excetuando-se os templos e demais locais de cultos religiosos. (B) proíbe a cobrança de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, excetuando-se as fundações instituídas por eles. (C) proíbe a cobrança de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços por parte de um ente federativo em relação às autarquias pertencentes aos demais entes federativos. (D) permite aos Municípios estabelecerem diferença tributária entre bens e serviços em razão da origem destes, desde que sejam de Estado-Membro diverso do qual se encontra o Município tributante. Letra A: incorreta. A imunidade religiosa do art. 150, VI, b, da CF/88 abrange templos de qualquer culto. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 13

b) templos de qualquer culto; tributarioparaconcursos.wordpress.com Letra B: incorreta. A imunidade assegurada ao patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos estende-se a suas fundações (CF/88, art. 150, VI, c). Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Letra C: correta. A imunidade recíproca do art. 150, VI, a, da CF/88 estende-se às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, conforme se depreende do 2º do mesmo artigo. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Letra D: incorreta. Contraria o art. 152, da CF/88. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Gabarito: C Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 14

11 FISCAL DE TRIBUTOS PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2012 (UFG) A competência tributária é atribuída pela Constituição à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. No entanto, tendo em vista a consagração da República Federativa do Brasil como Estado Democrático de Direito, o poder de tributar não é ilimitado. Por isso, com relação aos temas competência tributária e imunidade, a CF/1988, ao tratar das limitações ao poder de tributar, dispõe que (A) o patrimônio dos templos de qualquer culto, está imune de cobrança de IPTU, entretanto, haverá incidência da taxa de coleta de lixo, caso determinado em lei. (B) o tráfego intermunicipal é isento de tributação ante o princípio que veda a limitação do tráfego de pessoas e bens. (C) o município é impedido de tributar a prestação de serviços de iluminação pública, por se tratar de competência privativa da União. (D) o imóvel das entidades sindicais, das instituições de educação e dos partidos políticos, quando alugados a terceiros, sofre a incidência do IPTU. Letra A: correta. Em virtude da imunidade de impostos do art. 150, VI, b, não pode ser cobrado IPTU de imóveis de entidades religiosas (desde que o imóvel ou a renda dele proveniente estejam relacionados com as atividades religiosas). Mas essa imunidade é relativa a impostos, sendo lícita a cobrança de eventual taxa de coleta de lixo. Letra B: incorreta. O art. 150, V, da CF/88 proíbe a limitação ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; Entretanto, a circulação intermunicipal de mercadorias e o transporte intermunicipal de passageiros é fato gerador de ICMS, com previsão na própria Constituição. É, portanto, exceção à vedação constitucional acima. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 15

Ainda que fosse constitucionalmente proibido qualquer tipo de tributação ao tráfego intermunicipal, tratar-se-ia de imunidade, e não de isenção. Letra C: incorreta. A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência dos Municípios e do Distrito Federal (CF/88, art. 149-A). Letra D: incorreta, nos termos da Súmula Vinculante nº 52 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Gabarito: A 12 PROCURADOR JURÍDICO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO 2015 (UFG) Considerando o princípio constitucional da segurança jurídica na tributação, (A) a legalidade tributária corresponde ao princípio da reserva legal, dado que toda imposição tributária, em cada um dos aspectos do fato gerador, deve necessariamente estar prevista em lei no sentido estrito. (B) a atualização monetária do valor venal dos veículos automotores para fins do lançamento tributário do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) não dispensa a edição de lei em sentido estrito. (C) a cobrança de taxas administrativas pelo Poder Executivo estadual prescinde da observância do princípio da legalidade tributária, na medida em que decorrentes de atividade pública típicas do exercício do poder de polícia em prol da ordem pública. (D) o princípio da anterioridade nonagesimal não se aplica em matéria de taxas de serviços públicos, considerando que vige o princípio da continuidade do serviço público, não sendo crível a interrupção do serviço em prol da não surpresa do contribuinte que já usufruía daquele mesmo serviço. Letra A: correta. O princípio da legalidade tributária está insculpido no art. 150, I, da CF/88. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 16

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; A necessidade de lei para exigir ou aumentar tributo implica, necessariamente, que cada um dos aspectos do fato gerador do tributo seja previsto em lei no sentido estrito. Letra B: incorreta. A mera atualização monetária da base de cálculo não representa majoração do tributo e, portanto, não é alcançada pela vedação do art. 150, I, da CF/88. Inteligência do art. 97, 2º, do CTN: 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Letra C: incorreta. Taxa é espécie de tributo e, como tal, deve obediência ao princípio da legalidade tributária do art. 150, I, da CF/88. Letra D: incorreta. Taxas não são excetuadas do princípio da anterioridade nonagesimal (CF/88, art. 150, III, c). Gabarito: A 13 - PROCURADOR JURÍDICO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO 2015 (UFG) As imunidades tributárias consistem em limitações constitucionais ao poder de tributar, estabelecidas pela Constituição Federal com vistas a prestigiar princípios e direitos fundamentais. Tendo em vista as regras de imunidades tributárias, (A) o projeto de lei que estabelece a cobrança de IPVA de veículos automotores de propriedade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) é constitucional, considerando tratar-se de pessoa jurídica de direito privado. (B) a imunidade tributária aos templos de qualquer culto está limitada ao recinto no qual é praticado o culto, de modo que são contribuintes de IPVA quando titulares de veículos automotores. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 17

(C) a proposta de Emenda à Constituição estadual que restrinja imunidades tributárias previstas na Constituição Federal é inconstitucional, na medida em que as imunidades tributárias representam cláusulas pétreas. (D) o projeto de lei que estabelece adicional de alíquota de 1% (um por cento) ao ICMS nas operações de exportação é inconstitucional, considerando que é vedada a tributação de mercadorias destinadas ao exterior. Letra A: incorreta. A jurisprudência do STF vem se consolidando no sentido de que a imunidade recíproca do art. 150, VI, a, da CF/88, aplica-se à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Nesse sentido, os julgados RE 407.099/RS e RE 601.392/PR. Letra B: incorreta. A imunidade religiosa do artigo 150, VI, b, da CF/88 é extensiva ao patrimônio e a renda dos templos de qualquer culto, desde que os bens e rendas envolvidos sejam afetos à atividade religiosa desempenhada. Logo, veículo automotor utilizado nesse mister é imune ao IPVA. Letra C: incorreta. A alternativa acerta ao afirmar que proposta de emenda à Constituição estadual tendente a restringir imunidades tributárias é inconstitucional. A Constituição Federal é a Lei Maior da República, sendo defeso aos entes federativos restringir o alcance de quaisquer de seus dispositivos. Mas a assertiva erra ao afirmar, de modo genérico, que as imunidades tributárias são cláusulas pétreas. Apenas as imunidades que traduzem alguma garantia individual do contribuinte ou que decorram do pacto federativo é que podem ser consideradas cláusulas pétreas. Assim é que a imunidade religiosa, a imunidade dos livros e a imunidade recíproca, por exemplo, podem ser consideradas cláusulas pétreas. Outras limitações ao poder de tributar têm status de imunidade apenas por aparecerem no texto constitucional, sem se revestir de alguma garantia individual ou de algum reforço ao pacto federativo. É o caso, por exemplo, do ouro definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, que é imune a todos os tributos, exceto ao IOF (CF/88, art. 153, 5º). Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 18

Letra D: incorreta. O projeto de lei é inconstitucional porque fere a regra do artigo 155, 2º, X, a, da CF/88, que imuniza do ICMS as operações que destinem mercadorias ao exterior. Mas a assertiva erra ao afirmar, de modo genérico, que é vedada a tributação de mercadorias destinadas ao exterior. Para citar apenas um caso, o imposto de exportação é exemplo de tributo que pode incidir sobre mercadorias destinadas ao exterior. Gabarito: anulada 14 - PROCURADOR JURÍDICO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO 2015 (UFG) Proposta legislativa de alteração da legislação tributária em matéria do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deve observar a seguinte norma constitucional: (A) a iniciativa é privativa do Chefe do Poder Executivo estadual, na medida em que poderá representar decréscimo na arrecadação tributária estadual e, por conseguinte, desequilíbrio fiscal. (B) a veiculação de incentivo de ICMS prescinde de autorização do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) quando concedido com vistas ao desenvolvimento regional, objetivo da República Federativa do Brasil. (C) a fixação da data de pagamento do ICMS deve constar necessariamente do projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa, na medida em que vinculada ao aspecto temporal do fato gerador do tributo. (D) a mera alteração da base de cálculo do ICMS está sujeita à observância dos princípios constitucionais tributários da legalidade e da anterioridade ânua e nonagesimal. Letra A: incorreta. Não há impedimento para que a Assembleia Legislativa disponha sobre matéria tributária. O STF já teve oportunidade de se posicionar a respeito do assunto quando dos julgamentos das ADIs 2.447 e 2.464: Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 19

"A reserva de lei de iniciativa do chefe do Executivo, prevista no art. 61, 1º, II, b, da Constituição, somente se aplica aos Territórios federais." ADI 2.447 "Não ofende o art. 61, 1º, II, b, da CF, lei oriunda de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas do chefe do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais." ADI 2.464 Letra B: incorreta. O art. 155, 2º, XII, g, da CF/88 remete à lei complementar a regulação da forma com que os estados e o DF deliberarão acerca de isenções, incentivos e benefícios fiscais relativos ao ICMS. Essa lei complementar é a LC nº 24/1975, que em seu art. 1º define que tais favores fiscais serão concedidos ou revogados nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos estados e pelo DF. Tais convênios são celebrados no âmbito do CONFAZ. Letra C: incorreta. A fixação do prazo para pagamento de tributo prescinde de lei em sentido estrito, uma vez que o assunto não se encontra no rol taxativo de matérias sujeitas à legalidade estrita do art. 97 do CTN. Letra D: correta, de acordo com a UFG. Entretanto, a alternativa padece de imprecisão, vez que somente as alterações de base de cálculo que impliquem majoração do tributo é que devem obedecer ao princípio da anterioridade do exercício e nonagesimal. Gabarito: D 15 PROCURADOR PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 (UFG) O parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional estabelece: A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. A atividade de lançamento é: (A) ato administrativo que não admite declaração feita pelo sujeito passivo. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 20

(B) ato constitutivo do crédito tributário e reporta-se à lei vigente na data do efetivo lançamento. (C) ato que, quando feito de ofício pela autoridade administrativa, pode propor aplicação de penalidade na forma de Auto de Infração. (D) ato administrativo revestido de presunção jure et jure de legitimidade. Letra A: incorreta. Contraria o art. 147, caput, do CTN: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Letra B: incorreta. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador (CTN, art. 144, caput). Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Letra C: correta. É o que se depreende da própria definição de lançamento do artigo 142 do CTN: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Letra D: incorreta. Presunção jure et jure é presunção absoluta, que não admite prova em contrário. Os atos administrativos em geral, incluindo-se aqui o lançamento tributário, gozam de presunção relativa de legitimidade (juris tantum), de forma que ao sujeito passivo é dada a possibilidade de impugnar o lançamento regularmente notificado. Gabarito: C 16 ADVOGADO PREF. GOIÂNIA 2007 (UFG) Os créditos tributários, constituídos pelo lançamento, (A) podem ter sua prescrição decretada de ofício pelo Juiz, segundo a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de Justiça. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 21

(B) podem ser cobrados, mediante ajuizamento de execução fiscal, em até 5 (cinco) anos, contados da sua constituição definitiva, segundo o Superior Tribunal de Justiça. (C) decorrem da obrigação principal, e a exclusão de sua exigibilidade afeta a obrigação principal que lhe deu origem, segundo o Superior Tribunal de Justiça. (D) têm seu lançamento reportado à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, salvo nos casos do lançamento por homologação, segundo a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de Justiça. Letra A: incorreta, pelo gabarito preliminar. Entretanto, mesmo à época da prova, já era firme a jurisprudência do STJ no sentido de que a prescrição intercorrente (ou seja, a perda do direito da ação no curso do processo de execução em razão da inércia do autor da ação, quando este não pratica os atos necessários para seu prosseguimento) pode ser decretada de ofício pelo juiz (REsp 735.220/RS). Pode-se argumentar que a alternativa não se refere à prescrição intercorrente, mas à prescrição comum. Nessa caso, a questão estaria incorreta à época da prova. Todavia, com a edição da Súmula 409 do STJ em 2009, a assertiva passa a ser verdadeira: Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, 5.º, do CPC). Letra B: correta. O STJ disse isso? É bem provável, já que se trata de comando incontroverso do artigo 174, caput, do CTN: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Letra C: incorreta. Contraria o artigo 140 do CTN: Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Letra D: incorreta. Nos termos do art. 144 do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador. Isso vale, inclusive, para lançamentos sujeitos a homologação, de forma que inexiste a citada jurisprudência do STJ. Gabarito: B Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 22

17 FISCAL DE TRIBUTOS PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2012 (UFG) Após sua constituição, o crédito tributário pode ser suspenso, extinto ou excluído. São modalidades de exclusão do crédito tributário (A) a moratória e a remissão. (B) a transação e a compensação. (C) a imunidade e a transação. (D) a isenção e a anistia. As causas de exclusão do crédito tributário são aquelas descritas no artigo 175, I e II, do CTN. Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. Gabarito: D 18 - FISCAL DE TRIBUTOS PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2012 (UFG) A concessão de benefícios fiscais está condicionada à edição de lei específica e exclusiva. No caso da publicação de três leis: a primeira dispensando o pagamento de tributo; a segunda perdoando infração; a terceira perdoando crédito tributário relativamente à multa. As três normas, tratam, respectivamente, dos seguintes benefícios: (A) remissão total, decadência, prescrição. (B) transação, isenção, moratória. (C) decadência, isenção, remissão. (D) isenção, anistia, remissão parcial. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 23

Dispensa legal do pagamento do tributo: isenção (CTN, art. 176). Impede que o crédito tributário seja constituído relativamente ao tributo. Perdão legal da infração: anistia (CTN, art. 180). Impede que o crédito tributário seja constituído relativamente à penalidade pecuniária. Perdão do crédito tributário relativamente à multa: remissão parcial (CTN, art. 172). Nesse caso, o crédito tributário já se encontra constituído e há o perdão parcial da dívida, somente no que diz respeito à multa. Gabarito: D 19 - FISCAL DE TRIBUTOS PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2012 (UFG) A Empresa X promoveu, em 20/01/2009, nos termos de lei municipal, parcelamento de ISSQN, antecipando-se a qualquer procedimento fiscal relativo ao crédito tributário parcelado e vem cumprindo rigorosamente o pagamento das prestações. Diante da situação hipotética e com base nas normas que regulam a matéria, o parcelamento (A) exclui a imposição de multa para a Empresa X, em razão da denúncia espontânea, mas inclui os juros moratórios e a correção monetária. (B) dispensa a Empresa X do cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal. (C) suspende a exigibilidade do crédito, se regularmente cumprido, garantindo à Empresa X certidão positiva com efeito negativo. (D) tem interpretação extensiva e pode ser concedido a outras pessoas jurídicas sem contemplação por lei municipal. Letra A: incorreta. Parcelamento não é causa de exclusão do crédito tributário, mas sim de suspensão (CTN, art. 151, VI). Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: VI o parcelamento. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 24

Letra B: incorreta. As causas de suspensão de exigibilidade não dispensam o cumprimento de obrigações acessórias (CTN, art. 151, parágrafo único). Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. Letra C: correta. Nos termos do art. 151, VI, do CTN, transcrito acima, combinado com o art. 206, também do CTN. Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. Letra D: incorreta. Nos termos do art. 155-A do CTN, o parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. Além disso, a legislação que dispõe sobre causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser interpretada literalmente (e não extensivamente), nos termos do art. 111, I, do CTN. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; Gabarito: C 20 PROCURADOR PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 (UFG) No caso de existir, simultaneamente, dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com o Município, sendo relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de multas ou juros de mora, a autoridade administrativa competente determinará (A) a respectiva imputação discricionariamente, recebendo o pagamento independentemente da espécie de tributo a que se refere ou da natureza do sujeito passivo. (B) a respectiva imputação, obedecida a ordem enumerada na norma geral, recebendo, em primeiro lugar, os débitos por obrigação própria e, em segundo, os decorrentes de responsabilidade tributária. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 25

(C) a respectiva imputação, obedecida à ordem enumerada na norma geral, recebendo os débitos em ordem crescente, em razão dos montantes. (D) a respectiva imputação, obedecida à ordem enumerada na norma geral, recebendo, em primeiro lugar, os débitos relativos aos impostos, depois as taxas, e por último as contribuições de melhoria. A questão se resolve com o conhecimento do art. 163 do CTN. Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. Letra A: incorreta. A imputação não é discricionária, devendo obedecer à ordem determinada no art. 163. Letra B: correta, nos termos do art. 163, I, do CTN. Letra C: incorreta. A imputação será na ordem decrescente dos montantes (CTN, art. 163, IV). Letra D: incorreta. A imputação será para contribuição de melhoria, taxas e impostos, nessa ordem (CTN, art. 163, II). Gabarito: B Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 26

21 PROCURADOR JURÍDICO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO 2015 (UFG) A propósito do tributo taxa cobrado mediante o exercício de atividade administrativa plenamente vinculada, deve ser observado o seguinte: (A) a cobrança de Taxa de Fiscalização Estadual requer lei estadual que a institua independentemente da organização de estrutura administrativa de fiscalização. (B) as taxas de poder de polícia, espécies tributárias diversas dos impostos, inobservam ao princípio constitucional da capacidade contributiva. (C) o projeto de lei estadual que estabeleça a cobrança de taxa de fiscalização de posturas e bons costumes de bares e estabelecimentos congêneres é inconstitucional, na medida em que está ausente competência administrativa do Estado. (D) a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal indica que taxa de fiscalização fixada de acordo com o faturamento da empresa é inconstitucional. Letra A: incorreta. De acordo com a jurisprudência do STF, a existência de órgão administrativo de fiscalização é um dos elementos utilizados para se aferir a constitucionalidade da taxa cobrada em função do regular exercício do poder de polícia. Nesse sentido, veja trecho do julgamento do RE 588.322/RO: "O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz da jurisprudência deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. (...) É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO (...)." Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 27

Letra B: incorreta. Mais jurisprudência do STF. O Egrégio Tribunal entende que o princípio da capacidade contributiva aplica-se também às taxas (RE 216.259-AgR/CE). A taxa de fiscalização da CVM, instituída pela Lei 7.940/1989, qualifica-se como espécie tributária cujo fato gerador reside no exercício do poder de polícia legalmente atribuído à Comissão de Valores Mobiliários. A base de cálculo dessa típica taxa de polícia não se identifica com o patrimônio líquido das empresas, inocorrendo, em conseqüência, qualquer situação de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 145, 2º, da CF. O critério adotado pelo legislador para a cobrança dessa taxa de polícia busca realizar o princípio constitucional da capacidade contributiva, também aplicável a essa modalidade de tributo, notadamente quando a taxa tem, como fato gerador, o exercício do poder de polícia. Letra C: correta. As taxas, sejam elas instituídas em razão do exercício regular do poder de polícia ou da prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, devem guardar relação com a atividade estatal que motivou a sua instituição. A fiscalização de posturas e costumes é atividade tipicamente local, da competência administrativa dos municípios. Logo, inconstitucional o projeto de lei estadual que institui taxa de fiscalização de posturas e costumes em bares e estabelecimentos congêneres. Letra D: incorreta. O STF já se pronunciou pela constitucionalidade da taxa de controle e fiscalização ambiental cobrada pelo IBAMA (RE 416.601/DF). Essa taxa, conforme se depreende do art. 17-D e anexo IX da Lei nº 6.938/81, é cobrada de acordo com o porte da empresa (micro-empresa, empresa de pequeno porte, empresa de médio porte e empresa de grande porte), classificação essa que tem como base o faturamento das empresas. Gabarito: C 22 FISCAL DE TRIBUTOS PREF. APARECIDA DE GOIÂNIA 2012 (UFG) Na conformidade das normas constitucionais e do Código Tributário Nacional, o tributo e seu adequado fato gerador são, respectivamente: (A) taxa de fiscalização: o exercício efetivo ou potencial do poder de polícia, mesmo quando desempenhado pelo órgão incompetente. Questões de Direito Tributário Resolvidas Centro de Seleção UFG 28