Stents farmacológicos e diabetes



Documentos relacionados
Diabetes implica risco 2 4x maior de doença coronária Cardiopatia isquémica é responsável por 75% das mortes relacionadas com a diabetes

Custo-efetividade do stent farmacológico: A busca da adequação para ampliação da sua utilização. Denizar Vianna

A Prática Cardiológica no Cenário da Alta Complexidade


Abordagem da reestenosee. Renato Sanchez Antonio

ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DAS DOENÇAS CORONÁRIA E CAROTÍDEA CONCOMITANTE

8º SIMPÓSIO DE CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA PARA O CLÍNICO

Veja nesta edição a programação completa do Simpósio. ano 2 número 3 junho - julho - agosto 2010 DIRETORIA SOHCIERJ 2010/2011 INFORMATIVO SOHCIERJ

Cardiologia Hemodinâmica

INTERVENÇÃO EM PONTES DE SAFENA

IMPACTO EPIDEMIOLÓGICO DA ESTENOSE AÓRTICA, QUAIS OS DADOS NACIONAIS?


Sumário. Data: 17/12/2012

Novas diretrizes para pacientes ambulatoriais HAS e Dislipidemia

Resumo da Tese CARACTERIZAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS, MESENQUIMAIS E ENDOTELIAIS EM PACIENTES

Boletim Científico SBCCV

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Tratamento da reestenose intrastent. J. Airton Arruda, MD, PhD, FSCAI, FEAPCI INTERCATH - Hospital Meridional HUCAM- UFES CIAS

Manejo da terapia antitrombótica em pacientes submetidos a procedimentos invasivos ou cirurgia

Intervenções percutâneas. Tratamento das obstruções da via de saída do Ventrículo Esquerdo

Insuficiência Cardíaca Aguda e Síndrome Coronária Aguda. Dois Espectros da Mesma Doença

ESCOLHA DO REGIME ANTIPLAQUETÁRIO NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

Vasos com Diâmetro de Referência < 2,5 mm

Intervenção Coronária Percutânea de Salvamento, Facilitada e Tardia (> 12 horas), no Infarto Agudo do Miocárdio.

Epidemiologia DIABETES MELLITUS

REUNIÃO TEMÁTICA ANGIOGRAFIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE PATOLOGIA ISQUÉMICA MEMBROS INFERIORES. Frederico Cavalheiro Março 2011

Colesterol O que é Isso? Trabalhamos pela vida

Avaliação da segurança e eficácia do stent coronário de cromo-cobalto recoberto com sirolimus desenvolvido no Brasil ESTUDO INSPIRON I

Há mais de uma lesão grave, como definir qual é a culpada? Devemos abordar todas ao mesmo tempo ou tentar estratificar? O papel do USIC, OCT e FFR

Lesão coronária tardia após cirurgia de switch arterial na transposição de grandes artérias

O que é O que é. colesterol?

Indicações e Resultados do Tratamento Percutâneo de Obstruções à Via de Saída do VD

Conduta no paciente com. isquêmica

PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO EM PACIENTES SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA CORONARIANA

Rev Bras Cardiol Invasiva. 2015;23(1):17-21

Hipertensão Arterial Pulmonar Protocolos Por que e para que? Ricardo Fonseca Martins

Congresso do Desporto Desporto, Saúde e Segurança

Detecção precoce de cardiotoxicidade em Oncologia

Função pulmonar na diabetes mellitus

AGENTE DE FÉ E DO CORAÇÃO PASTORAL NACIONAL DA SAÚDE 04 de outubro de Dislipidemias

Prof. Dr. José O Medina Pestana. Hospital do Rim e Hipertensão Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo

Prevalência, Conhecimento, Tratamento e Controle da Hipertensão em Adultos dos Estados Unidos, 1999 a 2004.

Sessão Televoter Diabetes

Prevenção da Angina e do Infarto do Miocárdio

CURRICULUM VITAE I - DADOS PESSOAIS NOME: DR. RICARDO WANG NOME EM CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS: WANG, R. SEXO: Masculino

Índice Remissivo do Volume

Recomendações Médicas

CRS Leste/ST Guaianases UBS Jd. Aurora

Curso Nacional de Reciclagem em Cardiologia Região Sul 20 a 24 de setembro de 2006 ACM - Florianópolis

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

PROGRAMA IV BRASIL PREVENT & II LATIN AMERICAN PREVENT DATA: 05 A 07 DEZEMBRO 2013 BAHIA OTHON PALACE HOTEL SALVADOR BAHIA

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA REABILITAÇÃO CARDIACA RAQUEL BOLAS

Boletim Científico. Preditores de disfunção ventricular esquerda, após plastia mitral: efeitos da fibrilação atrial e hipertensão pulmonar.

AVALIAÇÃO DA DISLIPIDEMIA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

DIABETES MELLITUS NO BRASIL

Doença Arterial Coronária: O Valor do Tratamento Clínico na Era da Maturidade da ICP

CONSULTA DE CLÍNICA MÉDICA NO PROGRAMA DE HIPERTENSÃO

Atualização de Angina Instável e IAM sem supra ST AHA/ACC Guideline

La Salete Martins. Hospital Santo António, CHP Porto

TEMA: USO DO RANIBIZUMABE (LUCENTIS ) NA RETINOPATIA DIABÉTICA. Sumário 1. Resumo executivo Recomendação... 2

Cardiologia - Global Consolidado 1 / 9

Cardiologia - Global Consolidado 1 / 9

TEMA: Uso de rivaroxabana (Xarelto ) em portadores de fibrilação atrial crônica

XVII Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

AS MODERNAS INSULINAS

Insuficiência Renal Crônica

Eduardo Keller Saadi, MD, PhD Prof. Cirurgia Cardiovascular/UFGRS- HCPA Chefe do Serviço de Cirurgia CV- Hospital Mãe de Deus

Sessão Cardiovascular

Sugestões para o rol. Núcleo Amil de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Suzana Alves da Silva Maria Elisa Cabanelas Pazos

Ateroembolismo renal

Curso de Revisão para Enfermagem em Intervenção Cardiovascular 2012

Após extensa revisão os autores deste trabalho dão as

Avaliação de Tecnologias em Saúde. Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências. Assunto: COROFLEX PLEASE: Stent coronariano eluído com Paclitaxel

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

CURSO NACIONAL DE RECICLAGEM EM CARDIOLOGIA DA REGIÃO SUL ANGINA ESTÁVEL. Estudos Comparativos Entre Tratamentos ABDOL HAKIM ASSEF

ARRITMIA: O QUE SIGNIFICA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

Atualização do Congresso Americano de Oncologia Fabio Kater

Na diabetes e dislipidemia

DO TERMO DE CONSENTIMENTO

30/07/2013. Ecocardiografia: PAPs = 64 mmhg VRT = 4,6 m/s Derrame pericárdico = ausente TAPSE = 2,8 cm

PROF.DR.JOÃO ROBERTO ANTONIO

PROTOCOLOS DE REABILITAÇÃO CARDÍACA FASE II

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU. Av. Joana Angélica, 1312, Prédio Principal, sala 404 Nazaré. Tel.: / 6812.

Hipertensão e Risco de I C. Tratamento da Hipertensão: Dados Observacionais

Programa de Condicionamento Cardiovascular

Angiotomografia Coronária. Ana Paula Toniello Cardoso Hospital Nove de Julho

CORONARIOPATIA Dos Fatores de Risco ao Tratamento: Visão Antropológica e Social

O Diagnóstico, seguimento e tratamento de todas estas complicações causam um enorme fardo econômico ao sistema de saúde.

Ultrassom intracoronário: fundamentos, aplicabilidade e estudos clínicos

24 de Outubro 5ª feira insulinoterapia Curso Prático Televoter

Tese de Doutorado. Paulo Roberto Lunardi Prates

ABRIL 2007 Volume 3 Número 6

17/08/2014. Prof. Me. Alexandre Correia Rocha Exercício e CORONARIOPATA

A importância da qualidade de vida Prevenção da doença cardiovascular em mulheres. Professor Dr. Roberto Kalil Filho

Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde

DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOBRE ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL CORONÁRIA

IDENTIFICANDO AS COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS EM FREQÜENTADORES DE UM CENTRO REGIONAL DE ESPECIALIDADES (CRE) 1

Doenças Crônicas. uma nova transição. Paulo A. Lotufo. FMUSP Coordenador do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da USP

Sedentarismo, tratamento farmacológico e circunferência abdominal no controle glicêmico de diabéticos tipo 2 em Ponta Grossa.

Transcrição:

Stents farmacológicos e diabetes Constantino González Salgado Hospital Pró Cardíaco Realcath-RealCordis HUPE-UERJ

DM analisando o problema O Diabetes Mellitus é doença sistêmica de elevada prevalência e encontra-se em progressão. Não é uma doença isolada, ocorre em associação com hipertensão, dislipidemia, dç vascular cerebral e periférica, insuficiência renal e outros disturbios metabólicos. Boden,WE e Taggart,DP. N Eng J Med360:24; 270-72

DM analisando o problema 75% dos óbitos em diabéticos são por DAC.* Diabetes é preditor independente de eventos.** Maior mortalidade.*** Têm piores resultados de revascularização ( ATC e RM) em relação aos não DM.*** * Laaksom et al. Diabetes 48:937-42 ** OASIS Registry. Circulation 2000;102:1014-19 ***BARI 2D. N Engl J Med 2009;360:2503-15

DM aspectos angiográficos Doença difusa e distal. Vasos de calibre reduzido. Doença multiarterial. Acometimento frequente do TCE. Pobreza de colaterais. Disfunção ventricular. Hammond et al. JACC 2000(36):355-65

DM histopatologia Disfunção endotelial. Maior incidência de placas lipídica predispõe a ruptura. Aterosclerose acelerada e mais agressiva. Maior hiperplasia neointimal. Reestenose oclusiva. Acometimento macro e microvascular. Maior trombogênese. Tousek P et al.eurointerv 2009;4:588-92 Hammond et al. JACC 2000(36):355-65

Intervenção em diabéticos Diabetes é reconhecida como a única variável clínica com poder independente para a ocorrência de maiores taxas de reestenose. Mattos et al. Arq Bras Cardiol 2008;91(6 supl.1):1-58

* Van Belle e, et al. J Am Coll Cardiol 1999;34:476-85 **Mattos et al. Arq Bras Cardiol 2008;91(6 supl.1):1-58 Intervenção em diabéticos Reestenose e eventos Stents ATC por balão (POBA) até 62%* ATC com Stents Farmacológicos ± de 25 a 42%**???

Stents farmacológicos X convencionais Sirolimus Paclitaxel Zotarolimus Everolimus Biolimus da reestenose binária da revascularização da lesão da perda luminal tardia Eventos

Impacto dos SF em diabéticos Pacientes diabéticos 10 estudos controlados Reestenose intra Stent Reestenose no segmento Revascularização da lesão alvo Eventos cardíacos maiores Settler et al. Heart 2006;92 Adaptado www. tctmd.org

Diretrizes SBHCI/SBC 2008 Os resultados dos estudos justificam a indicação primária e mandatória desses dispositivos em pacientes diabéticos submetidos a ATC, desde que apresentem condições Recomendação clínicas para a / administração Evidência de terapia antiplaquetária pelo período mínimo de um ano I A Mattos et al. Arq Bras Cardiol 2008;91(6 supl.1):1-58

Intervenção em diabéticos Revascularização Cirúrgica X percutânea

Revascularizaçao o que aprendemos? 6 estudos randomizados com pacientes diabéticos seguimento de 5 anos 499 pc randomizados Pc sobreviventes/ total Pc Diferença de risco (95% IC) ATC CRM Total 188/233 220/266 sobrevida com CRM sobrevida com ATC Mortalidade em 5 anos: ATC 19,3% x CRM 17,3%. P= NS Hlatky MA, et al. Ann Int Med 2007 Adaptado www. tctmd.org

Revascularizaçao o que estamos aprendendo? CARDIA- sirolimus SYNTAX -paclitaxel BARI 2D -paclitaxel FREEDOM-sirolimus/ paclitaxel/ abcximab (em andamento)

Revascularizaçao o que aprendemos? CARDIA Evolução de 1 ano CRM = 245 ATC = 251# #29% de convencionais #71% de sirolimus Não demonstrou a não inferioridade Óbito IAM não fatal AVC não fatal Kapur A. ESC 2008 Adaptado www. tctmd.org

Multiarteriais e TCE Evolução conforme o estado do perfil glicêmico Não demonstrou a não inferioridade 25% de DM de re-intervenções Escore angiográfico Diabetes (tto medicamentoso) Não diabético SYNTAX Trial. N Eng J Med 2009;360:961-72 Adaptado www. tctmd.org

DMNID terapia otimizada BARI 2 D 2368 pac com DAC estável 5 anos. Clínico (hipog. X insulina) X RM (ATC e CRM). Não foi desenhado para comparar ATC e CRM. Não houve entre RM e tto clínico. CRM apresentou menos eventos. 34,7% de Stents farmacológicos. BARI 2D. N Engl J Med 2009;2503-15

Intervenção em diabéticos E a trombose de Stents?

DM é fator de risco independente de trombose. Maior risco em ID. Evento relativamente raro. Trombose Stents Farmacológicos ATC de multiplos vasos o risco. A extensão da dupla terapia anti-plaquetária pode o risco. Machecourt J et al. J Am Coll Cardiol 2007;50:501-8 Adaptado www. tctmd.org

Como melhorar os resultados? Implante ótimo de Stents (IVUS). Tratar as lesões ou segmentos com isquemia comprovada (Cintilo, FFR,IVUS). Buscar a revascularização mais completa possível (ATC ou CRM). ATC com aderência a tienopiridínicos. Otimizar ao máximo o tto clínico. Individualizar e compartilhar a decisão.