XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental



Documentos relacionados
VII VIGIÁGUA: A VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO NO ESPÍRITO SANTO

PREFEITURA MUNICIPAL DE MÁRIO CAMPOS Estado de Minas Gerais

Resíduos da Construção Civil e o Estado de São Paulo

Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano - VIGIAGUA

5) Defina Saúde Pública. Saúde Pública: promoção da saúde por meio de medidas de alcance coletivo.

RELAÇÃO DE CLASSIFICADO AO CARGO DE CONSELHEIRO TUTELAR AVALIAÇÃO PISCOSOCIAL

5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN)

O TRATAMENTO DOS ESGOTOS DOMÉSTICOS E A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: Ana Maria Moreira Marchesan, Promotora de Justiça.

SANEAMENTO RURAL: ATUAÇÃO DA FUNASA E O PROGRAMA NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2006 (De autoria do Senador Pedro Simon)

Departamento de Polícia Rodoviária Federal 4ª Superintendência Regional Minas Gerais PLANO DE TRABALHO

Vacinação Contra a Gripe 2015 Perguntas e Respostas

Gestão de Tecnologias em Saúde na Saúde Suplementar. GRUPO TÉCNICO REVISÃO DO ROL Karla Santa Cruz Coelho Fevereiro/2009

Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas no Estado do Espírito Santo Brasil

Formulário fora do período de validade!

Censo Demográfico Aglomerados subnormais Primeiros resultados

Cerb Notícias. Cerb atinge a marca de mil poços perfurados ÁGUA PARA TODOS

VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PERGUNTAS & RESPOSTAS (Versão 1.2 novembro )

Legislação do SUS. Prefeitura do Natal - RN PROVA COMENTADA. Banca CKM Makiyama. Curso Completo de Enfermagem para Concursos

CONSIDERANDO a necessidade da preservação da Saúde Pública, em especial no que concerne à prevenção e controle da Cólera no Estado do Paraná.

DECRETO Nº 4.054/14.

Escritório Central: Av. Getúlio Vargas, 455 Centro CEP: Araquari SC Fone: (47)

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO SANEAMENTO AMBIENTAL

II REDUÇÃO E ECONOMIA DE ÁGUA NO SETOR INDUSTRIAL DE CURTUME COM O REUSO DO SEU EFLUENTE TRATADO

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DA PARAÍBA

A VIGILÂNCIA E A CONDUTA DA HIGIENE SANITÁRIA DOS AMBIENTES

SAMAE Rua Pinheiro Machado n 261,bairro Lourdes, Caxias do Sul/RS, CEP

V OS 8 CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA APLICADOS À GESTÃO DO SAAE DE SÃO GABRIEL DO OESTE, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

RESOLUÇÃO Nº 341/11 CIB/RS. A Comissão IntergestoresBipartite/RS, ad referendum, no uso de suas atribuições legais, e considerando:

OFICINA 3 IGM Indicadores de Governança Municipal Projeto SEP: PLANEJAMENTO E FORMAS ORGANIZACIONAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS / REGIONAIS

O direito humano à água

DIAGNÓSTICO OPERACIONAL DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE QUALIDADE DA OPERAÇÃO BASEADO NO TQC JAPONÊS

GESTÃO G A ESTÃO MBIENTAL COMPARTILHADA

2º PAINEL: MODELOS DE GESTÃO EM SANEAMENTO RURAL E SEUS RESULTADOS ESTUDO DE GESTÃO DE SERVIÇOS DE ÁGUA POTÁVEL NO MEIO RURAL NO BRASIL

COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL

PROJETOS FEHIDRO FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

SÍNTESE DO LEVANTAMENTO DE DEMANDAS DE PROJETOS DO TERRITÓRIO

ESTADO DE SÃO PAULO DELIBERAÇÃO ARSESP Nº 545

Controle Social no Programa Bolsa Família 1

Química - 9º ano. Água Potável. Atividade complementar sobre as misturas e suas técnicas de separação

Manual Técnico de Orientações Básicas para Atuação no Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano VIGIAGUA

Art. 2º A responsabilidade pelo cumprimento desta Instrução Normativa é da Gerência de Recursos Humanos ou equivalente.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria de Desenvolvimento Social Coordenadoria de Gestão Estratégica

SUAS E AS DESIGUALDADES REGIONAIS: GESTÃO E FINANCIAMENTO REGIÃO CENTRO-OESTE. RIO VERDE, 03 e 04 de abril de 2013

Avanços e Perspectivas

PESQUISA SOBRE A SITUAÇÃO DAS EMPRESAS PARANAENSES EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE

COMITÊ DE BACIA DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DA BAÍA DA ILHA GRANDE CBH-BIG

III-102 LIMPEZA PÚBLICA OBTENÇÃO DA CERTIFICAÇÀO DE QUALIDADE ISO 9002

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E AMBULATORIAL DEPARTAMENTO DE AÇÕES EM SAÚDE

ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE UBAÍRA/BA

Anexo III. Pesquisa de satisfação

I Requerimento de Inscrição ou Renovação de Inscrição no Conselho Municipal de Assistência Social de São Paulo COMAS/SP (ANEXO I);

SEMAE de São Leopoldo: A Melhoria do Sistema de Gestão Através do Planejamento Estratégico Anual

Assunto: Posicionamento do Ministério da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul.

SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE NO BRASIL. Dr Alexandre de Araújo Pereira

CONTABILIDADE DOS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA Perguntas & Respostas

Avaliação dos resultados e demais produtos entregues pela empresa IMPOM Pesquisas e Inteligência Competitiva Ltda. relativos à pesquisa

DIAS E HORÁRIO DE ATENDIMENTO PARA A MATRÍCULA: DOCUMENTOS PARA MATRÍCULA E PARA COMPROVAÇÃO DAS POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS

Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA RDC Nº 23 DE 4 DE ABRIL DE 2012.

PROJETO DE LEI N.º 999, DE 2015 (Do Sr. Valadares Filho)

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DO LIXÃO DO MUNICIPIO DE GUARABIRA-PB E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

ANEXO II ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTA TÉCNICA E ECONÔMICA

Resumo da Lei nº8080

INCIDÊNCIA DE ESCHERICHIA COLI

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

Qualidade Microbiológica da Água para Consumo em Creches Municipais de Lages, Santa Catarina¹

Responsável: João Seyffarth Ministério do Meio Ambiente Apoio: Gerência da Conta TFCA no Funbio Rio de Janeiro, 03 de junho de

GRUPO DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS DA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS CAMPUS DE MARILIA

CALENDÁRIO DE OBRIGAÇÕES AMBIENTAIS

TERMO DE REFERÊNCIA. Seleção de áreas para restauração em Jundiaí, SP.

Programa Cisternas Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água

Manual do Pesquisa Saúde perfil Pesquisador. Sumário. Informações técnicas do Pesquisa Saúde

Roteiro para Elaboração de Projeto Social(1)

Município de Vitória da Conquista/BA

EDITAL Nº 05 /2012/REITORIA/IFTO, DE 13 DE FEVEREIRO DE 2012.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Saneamento básico: água e esgoto

Bolsa Família. O que é

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE NITERÓI PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA

Check-List. Cadastro de Instituições. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, 5 de novembro de 2007.

Elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável do Senado Federal - PGLS

RESUMO. Palavras-chave: Bolsa Família, Exclusão Social, Extrema Pobreza, Pobreza, Sistema Eletrônico de Desenvolvimento Social.

PARECER COREN-SP 50/2013 CT PRCI n Tickets nº , , , e

Norma de Procedimento

RI PACTO DE APRIMORAMENTO DO SUAS

ORIENTAÇÃO DE PREENCHIMENTO DO PLANO DE TRABALHO PARA O PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO 2005

5.1 Processo de Avaliação de Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares O processo de avaliação e visita deve ser orientado pela aplicação do

Nº / ANO DA PROPOSTA: /2011 DADOS DO CONCEDENTE. OBJETO: Aquisição de equipamento para o Hospital Amaral Carvalho.

Chamada para Multiplicadores Eurodesk Portugal

Esclarecimentos sobre Portarias: e de 2015, no que se refere aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE)

1. OBJETIVO Prestar atendimento ao cidadão de maneira rápida, eficiente e eficaz, de acordo com os requisitos especificados pelo cliente.

4ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Disposição final para Resíduos de Lâmpadas Mercuriais DECRETO Nº , DE 19 DE MARÇO DE 2008.

CENTRO DE ESTUDOS E ANÁLISES ECONÔMCIAS DA FUCAPE BUSINESS SCHOOL (CEAE)

MANUAL DO SISTEMA - CIDADÃO 1. PORTAL DA SALA DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO

Avaliação Escrita 1ª Etapa

Notificação de Doenças Relacionadas ao Trabalho DRT

GUIA DE CONSULTA RÁPIDA DE ACESSO AO INVENTÁRIO

l Seminário SUSEP de Educação Financeira 19 de Maio Hotel Prodigy SDU

Transcrição:

VII-012 - PANORAMA DO ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ÁGUA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, TRAÇADO A PARTIR DE DADOS DO SETOR DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO Julce Clara da Silva (1) Engenheira Química, formada PUCRS. Especialista em Saneamento Ambiental pela PUCRS. Especialista em Projetos para Tratamento de Efluentes Industriais, Sólidos, FOTOGRAFIA Líquidos e Gasosos pela PUCRS. Especialista em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública (ESP) da Secretaria Estadual da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul NÃO (SES/RS). Chefe do Setor de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano da DISPONÍVEL Divisão de Vigilância Sanitária da SES/RS. Rosa Maria Dalfollo Ferreira Engenheira Química, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS. Especialista em Engenharia de Saúde Pública pelo Instituto Castello Branco - Fundação Osvaldo Cruz - Rio de Janeiro/RJ. Sanitarista da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul desde 1995. Técnica do Setor de Vigilância da Qualidade da Água da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual da Saúde do RS. André Luiz Martinelli Santos Silva Engenheiro Civil, (UFRGS/1988). Ex-engenheiro da CORSAN (1990-1992). Especialista em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pelo IPH da UFRGS (1998). Engenheiro Civil Sanitarista da Secretaria Estadual da Saúde do RS desde 1995. Ex-chefe da Divisão de Saneamento Básico (PROSAN) da SES/RS (1999). Técnico da Divisão de Vigilância Sanitária (Setor de Vigilância da Qualidade da Água) da SES/RS e representante da Secretaria no Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Taquarí-Antas. Eliana Venturela Alves Leipelt Geóloga, formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS, Rio Grande do Sul. Técnica do Setor de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. Endereço (1) : Rua Felipe Camarão, n o 714 - apto. 306 - Bairro Rio Branco - Porto Alegre - RS - CEP: 90035-140 - Brasil - Tel: (51) 311-4962 - e-mail: dvs@saude.rs.gov.br RESUMO A vigilância da qualidade da água para consumo humano é de fundamental importância à população como medida preventiva na ocorrência de doenças de veiculação hídrica (p.ex.: cólera, febre tifóide, gastroenterites, fluorose, etc.). as quais são um grave problema de saúde pública. A vigilância da qualidade da água para consumo humano (VQA) no Estado do Rio Grande do Sul é realizada pela Divisão de Vigilância Sanitária, através do Setor de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, cujas atividades consistem em elaboração de normas técnicas, treinamento, supervisão e assessoramento, tanto nos níveis regionais da Secretaria Estadual da Saúde quanto nos municípios. Também cabe à este setor a manutenção de bancos de dados referentes ao levantamento da situação do estado em termos de serviços de abastecimento de água (aqueles que atendem a mais de 100 (cem) pessoas ou vinte (20) famílias, e de resultados de ações de VQA realizadas pelos municípios. As ações de vigilância da qualidade da água realizada pelos municípios em qualquer condição de gestão, nas quais está incluído o cadastro de serviços de abastecimento de água são: Vigilância sobre o controle de qualidade realizado por serviços de abastecimento de água (públicos e privados), no que se refere ao atendimento das normas e padrões de potabilidade de água para consumo humano estabelecidos pelo Decreto n.º 79.367, de 09 de março de 1977, e Portaria n.º 36/GM, de 19 de janeiro de 1990; Vigilância sobre os teores de flúor adicionados à água por serviços de abastecimento (públicos e privados), de acordo com a Lei n.º 6050, de 21 de maio de 1974, Decreto n.º 76.872, de 22 de dezembro de 1975, Portaria n.º 635/Bsb, de 26 de dezembro de 1975, Portaria n.º 15/89 - SSMA, de 20 de junho de 1989 e Portaria n.º 10-SSMA, de 16 de agosto de 1999. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

Vigilância das condições sanitárias de reservatórios de água potável de prédios coletivos, de acordo com a Portaria n.º 21/88 - SSMA, de 19 de janeiro de 1988 e Lei Estadual n.º 9755, de 05 de novembro de 1992. Vigilância da qualidade da água de fontes alternativas de abastecimento utilizadas no Estado do Rio Grande do Sul (poços freáticos, poços tubulares e fontes), de acordo com o Decreto n.º 23.430, de 24 de outubro de 1974. Através das informações obtidas dos formulários de cadastramento dos serviços de abastecimento de água (SAA), pode-se traçar o perfil de abastecimento de água no Estado. A população total do Estado do Rio Grande do Sul é de 9.866.928 habitantes, 76,53% com água tratada, 70,90% com água fluoretada, sendo que 299 municípios são abastecidos pela Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), 7 municípios são abastecidos por autarquias municipais e 161 municípios o são por prefeituras municipais ou sistemas de abastecimento privados. Dos 467 municípios do Estado, 335 cadastraram os seus SAA's, ou seja, 71,14% desse total. PALAVRAS-CHAVE: Vigilância da Qualidade da Água, Ações Básicas, Serviços de Abastecimento de Água, Cadastro, Sistema de Saúde izado. INTRODUÇÃO É amplamente reconhecida a importância da água como veículo de prevenção e também de disseminação de doenças. Assim, é necessário que a população tenha acesso a esse precioso líquido em quantidade e qualidade tais, de forma a garantir que a água auxilie na manutenção da saúde humana, não vindo a se transformar em veículo de doenças, seja qual for a fonte de abastecimento. Dessa forma, a vigilância da qualidade da água para consumo humano é de fundamental importância à população como medida preventiva na ocorrência de doenças de veiculação hídrica (p.ex: cólera, febre tifóide, gastroenterites, flourose, etc.). Traçar o perfil de abastecimento de água no Estado é prioridade do setor, pois com isso se poderá fornecer o diagnóstico da qualidade da água que a população do estado está consumindo. Conforme os dados obtidos 335 municípios enviaram o cadastro dos SAA's do total de 467 do estado. É objetivo deste setor obter 100% dos municípios com SAA's cadastrados. Para melhor entendimento deste trabalho, se faz necessário descrever a sistemática de realização das ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano. No Estado do Rio Grande do Sul, as ações são descentralizadas através das 19 coordenadorias Regionais de Saúde (CRS's), e municípios que optaram por municipalizar as ações e serviços de saúde (sistemas de saúde municipalizados), conforme a Norma Operacional Básica Nº.01 do Ministério da Saúde de 1998. O nível central da SES tem como atividades a elaboração de normas técnicas, treinamentos, supervisão e assessoramento, tanto dos níveis regionais da SES quanto dos municípios, e também da manutenção de bancos de dados referentes ao levantamento da situação do estado em termos de serviços de abastecimento de água e de resultados de ações de VQA. O nível regional tem como atividades a supervisão e assessoramento aos municípios e atuar no que se refere às ações de VQA nos municípios que ainda não optaram por municipalizar as ações e serviços de saúde. Ao nível municipal cabe a execução das ações de vigilância da qualidade da água, onde está comtenplado o cadastramento dos serviços de abastecimento de água. Dos 467 municípios do Estado, 460 municípios já optaram por municipalizar as ações e serviços de saúde. As ações básicas da qualidade da água para consumo humano são: Vigilância sobre o controle de qualidade realizado por serviços de abastecimento de água (públicos e privados), no que se refere ao atendimento das normas e padrões de potabilidade de água para consumo humano estabelecidos pelo Decreto n.º 79.367, de 09 de março de 1977, e Portaria n.º 36/GM, de 19 de janeiro de 1990; ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

Vigilância sobre os teores de flúor adicionados à água por serviços de abastecimento (públicos e privados), de acordo com a Lei n.º 6050, de 21 de maio de 1974, Decreto n.º 76.872, de 22 de dezembro de 1975, Portaria n.º 635/Bsb, de 26 de dezembro de 1975, Portaria n.º 15/89 - SSMA, de 20 de junho de 1989 e Portaria n.º 10-SSMA, de 16 de agosto de 1999. Vigilância das condições sanitárias de reservatórios de água potável de prédios coletivos, de acordo com a Portaria n.º 21/88 - SSMA, de 19 de janeiro de 1988 e Lei Estadual n.º 9755, de 05 de novembro de 1992. Vigilância da qualidade da água de fontes alternativas de abastecimento utilizadas no Estado do Rio Grande do Sul (poços freáticos, poços tubulares e fontes), de acordo com o Decreto n.º 23.430, de 24 de outubro de 1974. MATERIAIS E MÉTODOS O levantamento da dados foi realizado a partir do preenchimento pelos municípios de formulários de cadastramento de serviços de abastecimento de água, onde são solicitadas informações como: responsável pelo serviço de abastecimento de água, população abastecida, serviço prestado, tratamento de água, controle de qualidade realizado, etc. 1.ª ETAPA: CAPACITAÇÃO DOS MUNICÍPIOS Para realizar o cadastramento do serviço de abastecimento de água os municípios foram capacitados, dentro de uma sistemática a qual foi definida pelo setor de capacitação da DVS. A capacitação é realizada pelo nível central e distribuída por CRS's, onde estão contempladas todas as ações de VQA nas quais está incluído o cadastramento dos SAA's. As capacitações tiveram início em 1999, e até o mês de agosto de 2000 foram capacitadas 15 CRS's do total de 19, e seus respectivos municípios, conforme o apresentado na tabela abaixo: Tabela 1 - Regionais e municípios. CRS 1ª 24 2ª 45 4ª 28 5ª 44 6ª 50 9ª 10 11ª 31 12ª 25 13ª 12 14ª 25 15ª 24 16ª 37 17ª 14 18ª 22 19ª 28 Número de É objetivo da SES capacitar 100% das CRS's e consequentemente seus municípios até o final do ano de 2000. Uma vez que as CRS's e municípios estejam capacitados para realizar o cadastramento, estes são enviados ao nível regional que os reenvia para o nível central, onde os dados são compilados. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

RESULTADO DA 1.ª ETAPA: Dos 467 municípios do estado, 335 municípios enviaram formulários de cadastramento. Figura 1 - com cadastro no Setor de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. sem cadastro 28,27% com cadastro 71,73% 2.ª ETAPA: LEVANTAMENTO DE DADOS: Através dos formulários de cadastramento preenchidos pelos municípios pode-se obter informações como: responsáveis pelo abastecimento de água nos municípios, população com água tratada e fluoretada. Figura 2 - segundo seu responsável pelo abastecimento de água: Número de municípios 1% 34% CORSAN Prefeituras municipais e privados s municipais 65% Total de municípios do RS: 467 CORSAN: Companhia Riograndense de Saneamento s municipais: 7 municípios Prefeituras municipais e privados: 161 municípios ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

A população do Estado do Rio Grande do Sul é de 9.866.928 habitantes, sendo que 76,53% dispões de água tratada, 70,90% dispõe de água fluoretada, conforme a figura abaixo: Figura 3 - População com água tratada. Sem água tratada 24% Com água tratada 76% Figura 4: População com água fluoretada. Sem água fluoretada 30,03% Com água fluoretada 69,97% A partir destas informações pode-se obter o panorama de abastecimento de água no Estado, conforme quadro constante na página seguinte. RESULTADO DA SEGUNDA ETAPA: É possível observar-se que, apesar de o estado ter um percentual razoável da população abastecida com água tratada (comparando-se com muitos outros estados do país, conforme pode ser visto nos dados apresentados no Quadro I) ainda existem muitos municípios (obviamente os de menor porte) que contam ainda com distribuição de água sem tratamento ("in natura") e com a conseqüente ocorrência de casos de doenças de veiculação hídrica, devido ao não atendimento, por parte dos serviços de abastecimento de água, à periferia e zona rural desses municípios. CONCLUSÕES Com base no trabalho realizado, conclui-se que: Através da realização das ações do setor, tendo por base o cadastramento dos serviços de abastecimento de água, pode-se traçar o perfil de abastecimento de água do estado; Conhecendo a situação de abastecimento de água de 100% dos municípios do estado, este setor poderá interferir nessa realidade com políticas de saúde no que se refere ao saneamento básico, e medidas de adequação dos padrões de qualidade da água através do cumprimento da legislação vigente. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

QUADRO I - Panorama do abastecimento e fluoretação da água no Estado do Rio Grande do Sul Serviço de Abasteci mento Órgão Responsá vel N.º de Abastecidos População Urbana % População com Água Tratada População com Água Tratada N.º de População com Flúor com Água Fluoretada Estadual CORSAN 299 5.111.545 98,52 5.035.894 175 4.604.086 DMAE 1 1.271.600 99,00 1.258.884 1 1.258.884 Sistema Autônomo Total Geral SEMAE 1 184.321 92,48 170.460 1 170.460 SAMAE 1 308.282 92,00 283.619 1 283.619 SANEP 1 286.514 97,38 279.000 1 279.000 DAE 1 83.371 95,24 79.403 1 79.403 COMUSA 1 223.670 98,00 219.196 1 219.196 DAEB 1 107.214 85,80 92.000 1 92.000 Prefeituras Municipais e Privados População Total do RS - 9.866.928 habitantes População com água tratada - 76,53 % População com água fluoretada - 70,90 % 161 190.224 70,00 133.157 3 9.250 467 7.766.741-7.551.613 185 6.995.898 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6