Rússia entre os líderes na exportação de armamentos



Documentos relacionados
Novo vídeo Estaleiro e Base de Submarinos de Itaguai/RJ. Rússia deve atingir pico de exportações de armas este ano

Banco Central anuncia novo status da dívida externa brasileira

Potência asiática comprará caça Sukhoi Su-35 e não é a China

PARTICIPAÇÃO DO PORTO DE SANTOS SOBE PARA 30,8% NA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA

Embraer diz que real desvalorizado ajuda, mas é preciso cuidado

Ordem geopolítica e econômica

O colapso vindo da Arábia Saudita

Globalização e Internacionalização. Prof. Doutora Maria José Sousa

Este caderno, com oito páginas numeradas sequencialmente, contém cinco questões de Geografia. Não abra o caderno antes de receber autorização.

Renda per capita do brasileiro diminui e se distancia de países emergentes

SITUAÇÃO MUNDIAL DA VITIVINICULTURA

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Boletim nº VIII, Agosto de 2012 Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná Ocepar, Curitiba. agroexportações

Cenário internacional e desempenho da economia brasileira

Women in business: o caminho para a liderança. Grant Thornton International Business Report 2015

Boletim Econômico Edição nº 52 dezembro de Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Macroeconomia. Prof. Regis Augusto Ely. Fevereiro Componentes do produto

Força Aérea Alemã recebe simulador Full Flight do A400M

LISTA 5A. 3) Financiamento do investimento: poupança 4) Poupança, crescimento econômico e sistema financeiro

USO DO CRÉDITO NAS COMPRAS DE AUTOMÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS

Internacionalização de empresas Por que, Quem, Para onde, Quando, Como, Que?

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

Geografia População (Parte 2)

Visão. O efeito China sobre as importações brasileiras. do Desenvolvimento. nº dez 2010

Geopolítica atual: um mundo em construção. Professora: Jordana Costa

Modelo SWOT. Carlos A. C. Salles Jr., M.Sc.

NOTA DE IMPRENSA. Embargado até 27/11/2007, às 10h (horário de Brasília) Brasil entra no grupo de países de Alto Desenvolvimento Humano

INDX apresenta estabilidade em abril

Documento 1 Número de bombas e ogivas nucleares dos EUA e da URSS ( )

Questões de governo em espionagem, informações e segurança cibernética

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

O Plano Plurianual do governo Lula ( )

A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

Senhoras e Senhores. Assinatura de Contratos de Concessões de Usinas Hidrelétricas Leilão 12/2015. Brasília, 5 de janeiro de 2016

Considerações sobre a Lei da Partilha. Adriano Pires Junho de 2015

Diplomados com o Ensino Superior

ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO TQM (GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL) APLICADO AO ENSINO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Tendências recentes da atividade econômica em Araxá: empresas, trabalho formal

Os Projetos Estratégicos das Forças Armadas: contribuição ao desenvolvimento nacional.

Primeira Guerra Mundial [Questões]

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio

SEGURANÇA PÚBLICA PESQUISA

Mercado global de mídia e entretenimento vai movimentar US$ 2,14 trilhões em 2020

C,T&I e a Defesa Nacional: a Visão da Indústria

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA POR PORTE DE EMPRESA 2005/2004

Fatores que contribuíram para a eclosão do conflito: 1. Concorrência econômica (choque de imperialismos):

3,8 bilhões em vendas. > empregados. 1,4 milhão de toneladas produzidas

Resumo Aula-tema 04: A Macroeconomia do Setor Externo: Uma Introdução

Macroeconomia aberta: conceitos básicos

Prezado Igor Viegas, ganhador do concurso fotográfico na nossa pagina de Facebook,

Economia e Negócios Internacionais MACROECONOMIA

Entenda por que celulares do voo MH370 também viraram um mistério

Profª: Sabrine Viviane Welzel

SALUS FUNDO DE INVESTIMENTO FII. CNPJ nº / (Administrado por INTRADER DTVM Asset servicing.)

O QUE É E O QUE OFERECE?

Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e Artes, ECA-USP

Embargo Russo: é necessário cautela para o mercado de carnes e leite

3ª Divisão de Exército Operação Coxilha

GRUPO I POPULAÇÃO E POVOAMENTO. Nome N. o Turma Avaliação. 1. Indica, para cada período histórico, o fluxo migratório que lhe corresponde.

2.2 - Acordos Comerciais Bilaterais

Assinado o Acordo Comercial entre UE, Colômbia e Peru

O mercado de trabalho na Região Metropolitana de Salvador: uma análise retrospectiva de 2009 e as perspectivas para 2010

SAMU do RS vai receber dois AW119Kx Koala

Rastreamento das Pistolas Glock Apreendidas com o Crime no Rio de Janeiro entre 1998 e 2003

Unidade IV ECONOMIA E NEGÓCIOS. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Audiência Pública. Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA) Novembro de 2015

DÍVIDA LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO DECRESCENTE SIGNIFICA POLÍTICA FISCAL SOB CONTROLE?

O Estado de S.Paulo 27/02/2007 OPORTUNIDADES saúde medicamentos

Brasil realiza diálogo político-estratégico com o Paraguai*

Análise de Mercado. Plano de Negócios

França considera rever negócio de porta-helicóteros com a Rússia

1. Os melhores indicam as melhores

Desenvolvimento humano e objetivos do milênio. Disciplina: Geografia IFMG Campus Betim

Preço médio da Soja em Mato Grosso do Sul Período: 09/12 á 16/12 de Em R$ por saca de 60 kg.

Seis Sigma em Serviços - 2. desafios e adequações necessárias

Energia Solar em Portugal. Perspectivas e situação actual

Artigo COMPUSTREAM CONSULTORIA LTDA.

Administração de Sistemas de Informação

ICEI Índice de Confiança do Empresário Industrial Julho/07 Interiorização da Sondagem

ANÁLISE DO COMÉRCIO INTERNACIONAL CATARINENSE 2014

Antecipações, Especulação e Regulação das Taxas de Câmbio

Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares

Economia brasileira: o futuro depende da reindustrialização.

BANGLADESH INTERCÂMBIO COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO --- BANGLADESH --- Brasil: Bangladesh:

Código de Conduta para as relações entre a Indústria Farmacêutica e as Associações de Doentes

O Setor de Saúde na Perspectiva Macroeconômica.

A desvalorização do real será suficiente para tirar o Brasil da crise?

Boletim Econômico Edição nº 24 abril de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

INF1374 TRABALHO EM GRUPO

EXAME HISTÓRIA A 1ª FASE 2011 página 1/7

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NACIONAL VIOLÊNCIA NO BRASIL

2 O Mercado de Gás Natural

Spam em Setembro: Já chegou o Natal!

PROVA DE REDAÇÃO. A partir da leitura dos textos 1 e 2, desenvolva o seguinte tema: A GERAÇÃO NEM-NEM E O FUTURO DO PAÍS

A Remuneração de Conselhos de Administração e Fiscal

CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO CAI 2,3% NO TRIMESTRE

2. COMPARAÇÃO DE PERFIL ENTRE ADIMPLENTES E INADIMPLENTES

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Outubro 2015

Jornal do Servidor O documento, que foi construído com ampla participação dos servidores através de inúmeras reuniões

Transcrição:

Rússia entre os líderes na exportação de armamentos A Rússia vem se afirmando como um dos maiores exportadores de armas no mundo. Segundo a Rosoboronexport (agência pública encarregada das exportações do complexo industrial-militar russo), em 2013 a Rússia exportou armas e material militar em um valor superior a 13 bilhões de US dólares. A Rosoboronexport foi o primeiro exportador de armas do mundo a divulgar a estatística de suas vendas ao exterior. Apesar dos outros ainda não o terem feito, especialistas estão convencidos que a Rússia irá manter sua 2ª posição na lista dos maiores exportadores de armas do mundo. Liderança que, no entender do analista Konstantin Makienko, tem conseguido defender graças à conjugação de fatores políticos, econômicos e tecnológicos: Nos últimos 10 a 12 anos, a Rússia reforçou suas posições

internacionais e seu peso geopolítico, especialmente em 2013, pela atitude assumida sobre a questão síria. É importante o conjunto das qualidades de consumo das armas e material militar que a Rússia oferece no mundo. Por um lado, a oferta russa é de alta tecnologia, por outro, está adaptada ao nível de formação de pessoas dos países importadores. É de acrescentar a estes dois fatores o custo das armas russas que, apesar do crescimento progressivo nos últimos anos, continua inferior ao da oferta de seus concorrentes ocidentais. De notar que as encomendas de aeronaves representaram 38% dos contratos celebrados pela Rússia em 2013. De resto, a Rússia não é o único país em que as aeronaves prevalecem na estrutura das exportações do complexo industrial-militar. Ainda segundo Konstantin Makienko, o grupo de produtos que lideram claramente na estrutura das aeronaves têm sido os sistemas aéreos de combate baseados na plataforma do Sukhoi Su-30: O sistema que tem liderado claramente nos últimos tempos é o Su-30MKI, ou seja, a versão indiana do sistema. No final de 2012 foi firmado um polpudo contrato para fornecimento de um lote complementar de 42 caças Su-30MKI à Índia, fato que se traduziu nos valores do ano passado. Em 2013 foi assinado um contrato para venda de Su-30MKK ao Vietnã. O Mikoyan MiG-29 também tem registrado um bom nível de vendas, sendo atualmente a versão naval deste modo fornecido à Índia. Em 2013 foi aparentemente celebrado o contrato de venda de 20 caças MiG-29 a Mianmar. A segunda posição nessa estrutura, com 26% do total de encomendas, cabe aos sistemas de defesa antiaérea. Após as crises da Iugoslávia, do Iraque e da Líbia e com o início da Síria, o interesse pelos sistemas russos de defesa antiaérea Buk-M2E, Tor-M2E, Pantsir-S1 cresceu fortemente em todo o mundo. Sua procura é consequência da polícia agressiva da OTAN

e dos EUA. O mercado da Europa é logicamente de conquista difícil para os aviões ou tanques russos. Porém, na opinião de Konstantin Makienko, isto não impede a Rússia de colaborar largamente com algumas das grandes empresas europeias, tais como Safran S.A., Thales Group, Finmeccanica, EADS: A Rússia integra algumas tecnologias de empresas francesas, italianas e, em menor grau, alemãs, em sistemas próprios. Estes últimos são destinados à exportação ou entregues desde já às Forças Armadas russas. Por exemplo, o Thales Group fornece sistemas de indicação destinados a instalar nos caças de exportação Su-30MKI. Câmaras térmicas fabricadas pela Thales Optronic são utilizadas nos sistemas de mira dos veículos blindados russos. A empresa francesa Sagem, integrante do grupo Safran, fornece sistemas de navegação destinados a equipar caças de exportação russos. Atualmente é importante que a indústria russa comece a fabricar tais sistemas em condições de localização. Fonte: Voz da Rússia Rússia deve atingir pico de exportações de armas este ano

Segundo o diretor-geral da Rosoboronexport, a maior exportadora de armas no país, um dos principais objetivos da nova estratégia da empresa é ampliar a geografia das exportações e da lista de serviços. Com o volume de trocas no mercado mundial de armas crescendo, a participação russa nas vendas internacionais de equipamentos militares atingiu seu auge. Em um futuro próximo, o principal desafio dos exportadores de armas russos será manter os indicadores alcançados e buscar novos parceiros comerciais promissores, dizem especialistas. Nos últimos anos, as exportações militares russas quadruplicaram e tendem a atingir o pico neste ano, afirmam os executivos da Rosoboronexport, a maior exportadora de armas no país. Segundo a nova estratégia da empresa, com duração até 2020, entre 2013 e 2016, as exportações militares russas permanecerão na faixa de US$ 13 bilhões por ano. Segundo estimativas, em 2013, as exportações de helicópteros crescerão 20% e as de sistemas de defesa antiaérea, 30%. Monitoramos todos os mercados, analisamos as necessidades de

diferentes países em helicópteros, aviões e blindados e compreendemos suas tendências de desenvolvimento. O mercado mundial está mudando, mas não esperamos mudanças drásticas. Por isso, não esperamos grandes avanços nos próximos anos. Não dizemos que o volume de vendas diminuirá nem podemos afirmar que ele crescerá, disse o porta-voz da empresa, Viatcheslav Davidenko. Segundo o diretor-geral da Rosoboronexport, Anatóli Issáikin, um dos principais objetivos da nova estratégia da empresa é ampliar a geografia das exportações e da lista de serviços. A empresa pretende aumentar sua presença na cooperação técnicomilitar internacional. Para tanto, propõe conceder às empresas aliadas o direito de prestar diretamente os serviços pós-venda aos clientes estrangeiros. Além disso, a empresa planeja fortalecer seus laços com empresas da indústria armamentista, estimular as atividades de pesquisa e desenvolvimento de novos tipos de armas e elaborar programas para a modernização e sucateamento de armas exportadas anteriormente. No entanto, os especialistas estão céticos em relação à possibilidade da Rússia de entrar em novos mercados de armas. Não há novos mercados para nós. Poderíamos operar em mercados africanos, onde há demanda, mas não há dinheiro, disse o diretor do departamento de análise do Instituto de Análise Política e Militar, Aleksandr Khramtchíkhin. Ninguém pode garantir que as exportações de armas irão crescer porque este mercado é altamente competitivo e conta com novos participantes, diz o especialista. Nesse caso, seria lógico operar em vertentes tradicionais como o Vietnã e a Índia. A Índia reclama da qualidade de nossos produtos embora seja nosso principal cliente. O Vietnã é nosso cliente permanente. Portanto, não vejo grandes problemas nesse mercado. Os nossos demais clientes compram nossos produtos militares em quantidades muito menores, diz Khramtchíkhin.

Na sua opinião, em um futuro próximo, a Venezuela se tornará não-competitiva, pois pode enfrentar, em breve, um colapso financeiro e a mudança do poder. A Argélia comprou tanto que não precisa mais de armas russas, completa. Eu também não diria que a Rússia está recuperando seus contatos anteriores com a China em termos de compras de armas. Desde 2007, o volume de vendas de armas à China diminuiu significativamente e não tem nenhuma chance de se recuperar, adiantou o especialista. Enquanto isso, de acordo com estimativas internacionais, os principais compradores de produtos militares são países orientais e do Pacífico Asiático. Alguns produtos russos, como, por exemplo, o avião de caça de quarta geração Su-35, não têm pares no mundo. Em um futuro próximo, o país planeja começar a exportar os novos helicópteros Mi-17, Mi- 38 e Ka-62, disse o primeiro vicepresidente da organização não-governamental União Russa de Engenheiros, Ivan Andriévskii. Portanto, os planos políticos e os novos programas técnicomilitares do país podem servir de estímulo para o aumento do potencial de exportações militares russas. Fonte: Gazeta Russa