Rússia entre os líderes na exportação de armamentos A Rússia vem se afirmando como um dos maiores exportadores de armas no mundo. Segundo a Rosoboronexport (agência pública encarregada das exportações do complexo industrial-militar russo), em 2013 a Rússia exportou armas e material militar em um valor superior a 13 bilhões de US dólares. A Rosoboronexport foi o primeiro exportador de armas do mundo a divulgar a estatística de suas vendas ao exterior. Apesar dos outros ainda não o terem feito, especialistas estão convencidos que a Rússia irá manter sua 2ª posição na lista dos maiores exportadores de armas do mundo. Liderança que, no entender do analista Konstantin Makienko, tem conseguido defender graças à conjugação de fatores políticos, econômicos e tecnológicos: Nos últimos 10 a 12 anos, a Rússia reforçou suas posições
internacionais e seu peso geopolítico, especialmente em 2013, pela atitude assumida sobre a questão síria. É importante o conjunto das qualidades de consumo das armas e material militar que a Rússia oferece no mundo. Por um lado, a oferta russa é de alta tecnologia, por outro, está adaptada ao nível de formação de pessoas dos países importadores. É de acrescentar a estes dois fatores o custo das armas russas que, apesar do crescimento progressivo nos últimos anos, continua inferior ao da oferta de seus concorrentes ocidentais. De notar que as encomendas de aeronaves representaram 38% dos contratos celebrados pela Rússia em 2013. De resto, a Rússia não é o único país em que as aeronaves prevalecem na estrutura das exportações do complexo industrial-militar. Ainda segundo Konstantin Makienko, o grupo de produtos que lideram claramente na estrutura das aeronaves têm sido os sistemas aéreos de combate baseados na plataforma do Sukhoi Su-30: O sistema que tem liderado claramente nos últimos tempos é o Su-30MKI, ou seja, a versão indiana do sistema. No final de 2012 foi firmado um polpudo contrato para fornecimento de um lote complementar de 42 caças Su-30MKI à Índia, fato que se traduziu nos valores do ano passado. Em 2013 foi assinado um contrato para venda de Su-30MKK ao Vietnã. O Mikoyan MiG-29 também tem registrado um bom nível de vendas, sendo atualmente a versão naval deste modo fornecido à Índia. Em 2013 foi aparentemente celebrado o contrato de venda de 20 caças MiG-29 a Mianmar. A segunda posição nessa estrutura, com 26% do total de encomendas, cabe aos sistemas de defesa antiaérea. Após as crises da Iugoslávia, do Iraque e da Líbia e com o início da Síria, o interesse pelos sistemas russos de defesa antiaérea Buk-M2E, Tor-M2E, Pantsir-S1 cresceu fortemente em todo o mundo. Sua procura é consequência da polícia agressiva da OTAN
e dos EUA. O mercado da Europa é logicamente de conquista difícil para os aviões ou tanques russos. Porém, na opinião de Konstantin Makienko, isto não impede a Rússia de colaborar largamente com algumas das grandes empresas europeias, tais como Safran S.A., Thales Group, Finmeccanica, EADS: A Rússia integra algumas tecnologias de empresas francesas, italianas e, em menor grau, alemãs, em sistemas próprios. Estes últimos são destinados à exportação ou entregues desde já às Forças Armadas russas. Por exemplo, o Thales Group fornece sistemas de indicação destinados a instalar nos caças de exportação Su-30MKI. Câmaras térmicas fabricadas pela Thales Optronic são utilizadas nos sistemas de mira dos veículos blindados russos. A empresa francesa Sagem, integrante do grupo Safran, fornece sistemas de navegação destinados a equipar caças de exportação russos. Atualmente é importante que a indústria russa comece a fabricar tais sistemas em condições de localização. Fonte: Voz da Rússia Rússia deve atingir pico de exportações de armas este ano
Segundo o diretor-geral da Rosoboronexport, a maior exportadora de armas no país, um dos principais objetivos da nova estratégia da empresa é ampliar a geografia das exportações e da lista de serviços. Com o volume de trocas no mercado mundial de armas crescendo, a participação russa nas vendas internacionais de equipamentos militares atingiu seu auge. Em um futuro próximo, o principal desafio dos exportadores de armas russos será manter os indicadores alcançados e buscar novos parceiros comerciais promissores, dizem especialistas. Nos últimos anos, as exportações militares russas quadruplicaram e tendem a atingir o pico neste ano, afirmam os executivos da Rosoboronexport, a maior exportadora de armas no país. Segundo a nova estratégia da empresa, com duração até 2020, entre 2013 e 2016, as exportações militares russas permanecerão na faixa de US$ 13 bilhões por ano. Segundo estimativas, em 2013, as exportações de helicópteros crescerão 20% e as de sistemas de defesa antiaérea, 30%. Monitoramos todos os mercados, analisamos as necessidades de
diferentes países em helicópteros, aviões e blindados e compreendemos suas tendências de desenvolvimento. O mercado mundial está mudando, mas não esperamos mudanças drásticas. Por isso, não esperamos grandes avanços nos próximos anos. Não dizemos que o volume de vendas diminuirá nem podemos afirmar que ele crescerá, disse o porta-voz da empresa, Viatcheslav Davidenko. Segundo o diretor-geral da Rosoboronexport, Anatóli Issáikin, um dos principais objetivos da nova estratégia da empresa é ampliar a geografia das exportações e da lista de serviços. A empresa pretende aumentar sua presença na cooperação técnicomilitar internacional. Para tanto, propõe conceder às empresas aliadas o direito de prestar diretamente os serviços pós-venda aos clientes estrangeiros. Além disso, a empresa planeja fortalecer seus laços com empresas da indústria armamentista, estimular as atividades de pesquisa e desenvolvimento de novos tipos de armas e elaborar programas para a modernização e sucateamento de armas exportadas anteriormente. No entanto, os especialistas estão céticos em relação à possibilidade da Rússia de entrar em novos mercados de armas. Não há novos mercados para nós. Poderíamos operar em mercados africanos, onde há demanda, mas não há dinheiro, disse o diretor do departamento de análise do Instituto de Análise Política e Militar, Aleksandr Khramtchíkhin. Ninguém pode garantir que as exportações de armas irão crescer porque este mercado é altamente competitivo e conta com novos participantes, diz o especialista. Nesse caso, seria lógico operar em vertentes tradicionais como o Vietnã e a Índia. A Índia reclama da qualidade de nossos produtos embora seja nosso principal cliente. O Vietnã é nosso cliente permanente. Portanto, não vejo grandes problemas nesse mercado. Os nossos demais clientes compram nossos produtos militares em quantidades muito menores, diz Khramtchíkhin.
Na sua opinião, em um futuro próximo, a Venezuela se tornará não-competitiva, pois pode enfrentar, em breve, um colapso financeiro e a mudança do poder. A Argélia comprou tanto que não precisa mais de armas russas, completa. Eu também não diria que a Rússia está recuperando seus contatos anteriores com a China em termos de compras de armas. Desde 2007, o volume de vendas de armas à China diminuiu significativamente e não tem nenhuma chance de se recuperar, adiantou o especialista. Enquanto isso, de acordo com estimativas internacionais, os principais compradores de produtos militares são países orientais e do Pacífico Asiático. Alguns produtos russos, como, por exemplo, o avião de caça de quarta geração Su-35, não têm pares no mundo. Em um futuro próximo, o país planeja começar a exportar os novos helicópteros Mi-17, Mi- 38 e Ka-62, disse o primeiro vicepresidente da organização não-governamental União Russa de Engenheiros, Ivan Andriévskii. Portanto, os planos políticos e os novos programas técnicomilitares do país podem servir de estímulo para o aumento do potencial de exportações militares russas. Fonte: Gazeta Russa