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SORGO O sorgo é uma planta que pertence à família das gramíneas (Poaceae) e que provavelmente teve origem na África. Ocupa atualmente, entre os cereais, o quinto lugar em área plantada no mundo, atrás do trigo, arroz, milho e cevada. No Brasil, nas últimas décadas, houve uma expansão signifi cativa da cultura do sorgo granífero, havendo um aumento da área plantada. A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a área plantada em junho de 2015 é de 697,9 mil hectares e a produção seja de 1.860,1 milhões de toneladas. Agronomicamente, os sorgos são classifi cados em quatro grupos: granífero; forrageiro para silagem ou sacarino; forrageiro para pastejo/corte; verde/fenação/cobertura morta e vassoura. O granífero é o que tem maior expressão econômica e destina-se principalmente à alimentação animal. O sorgo possui bom valor nutricional, próximo ao do milho, e por esta característica pode ser utilizado em substituição total ou parcial ao milho. Assim como no milho, a classifi cação dos grãos é uma importante forma de se verifi car a qualidade deste ingrediente. Foi pensando nisso que a Agroceres Multimix elaborou um material didático sobre classifi cação de sorgo, que ajudará nossos amigos produtores a conhecerem a qualidade deste ingrediente de maneira rápida, evitando que sorgo de má qualidade seja utilizado na fabricação de rações. Pontos importantes e o passo a passo da classifi cação do sorgo serão apresentados a seguir, mas é importante sabermos que o conteúdo deste material tem algumas adaptações para melhor se enquadrar às necessidades das fábricas de rações e granjas comercias. Como as fábricas de rações estão classifi cadas fora das três citações de obrigatoriedade da portaria Ministério da Agricultura PMA 268/84 (abaixo), o material apresentado pode ser utilizado como referência. Quando destinados diretamente à alimentação humana Nas operações de compra, venda ou doação do poder público Nos portos, aeroportos e postos de fronteiras, quando da importação A amostragem é um fator importante e tem que ser realizada de maneira criteriosa para garantir que a amostra seja representativa ao lote. 2
ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DE SORGO PARA SE TER ÊXITO NA CLASSIFICAÇÃO DE SORGO, É IMPRESCINDÍVEL UMA AMOSTRAGEM BEM FEITA Quando o recebimento do sorgo é a granel, as coletas das amostras devem ser feitas em pontos do veículo, uniformemente distribuídos, em profundidade que atinja o terço superior, o meio e o terço inferior da carga. Existe um número mínimo de pontos a serem amostrados em relação ao tamanho do lote. Essas amostras devem ser coletadas com equipamentos adequados. O calador de corpo duplo e o calador pneumático são exemplos dessas ferramentas, sendo que o calador de corpo duplo é o mais comum. Calador de corpo duplo Calador pneumático 3
Outro passo importante é o quarteamento, que consiste em dividir a amostra original em porções menores até se atingir a quantidade desejada para a classifi cação. Os quarteadores mais comuns são o tipo Johnes e o tipo Boerner. Tipo Johnes No momento em que o quarteamento é realizado, pode-se separar três amostras, sendo que uma será usada para a medição da umidade, uma para contra-prova e outra para a classifi cação dos grãos. O roteiro dessas etapas segue abaixo: Tipo Boerner 4
Para a determinação da umidade, deve-se retirar, caso houver, as matérias estranhas e impurezas de grande proporção (paus, pedras), cuja presença possa danifi car o equipamento. Determinando a umidade O próximo passo é a classifi cação, mas para isso, temos que conhecer os defeitos dos grãos de sorgo que serão apresentados a seguir. Grãos ardidos: são os grãos e/ou pedaços de grãos que apresentam-se fermentados, perdendo a sua coloração característica. 5
Grãos ardidos: são os grãos e/ou pedaços de grãos que apresentam-se fermentados, perdendo a sua coloração característica. Grãos Chochos: São os grãos enrugados, por deficiência de desenvolvimento. 6
Comparação entre grão chocho e grão sadio Grãos Brotados: São os grãos que apresentam germinação visível. 7
Grãos Mofados: São os grãos e/ou pedaços de grãos com sinais visíveis de ataque de fungos, apresentando-se embolorados. Grãos Quebrados: São os pedaços de grãos sadios que não passam através da peneira de crivos circulares de 2,2 mm de diâmetro. Grãos Carunchados e/ou danifi cados por outros insetos: São os grãos atacados por gorgulhos ou outros insetos. 8
Impurezas: São os detritos da própria planta. Matérias Estranhas: São detritos de qualquer natureza, estranhos ao produto. Fragmentos: São os pedaços de grãos que vazarem na peneira de crivos circulares de 2,2 mm de diâmetro. 9
Os grãos que se apresentarem com resíduos de panículas (cascas) não serão considerados impurezas ou materiais estranhos: Se perfeitos serão considerados sadios Se imperfeitos serão enquadrados de acordo com o defeito apresentado Os resíduos de panículas, mesmo que se apresentarem com pedaços dos grãos, serão adicionados aos materiais estranhos, fragmentos e impurezas. 10
Após o conhecimento dos defeitos, é possível fazer a classifi cação da seguinte forma: Partir de uma amostra mínima de 100 gramas. Pesar e anotar o peso da amostra de trabalho. Despejar a amostra na peneira de crivo circilar de 2,2 mm de diâmetro Executar movimentos contínuos e uniformes com a peneira por trinta segundos. Coletar manualmente as matérias estranhas e impurezas que fi carem retidas na peneira e adicionar às que vazarem pela peneira de 2,2 mm. Pesar, determinar seu percentual e anotar no laudo de classifi cação. O percentual de matérias estranhas, fragmentos e impurezas é determinado da seguinte maneira: Separar os grãos avariados (ardidos, chochos, brotados, mofados, quebrados) e os grãos carunchados ou danifi cados por outros insetos. Os grãos chochos, carunchados, mofados e quebrados podem ser adicionados no mesmo recipiente. O percentual de ardidos e brotados será determinado da seguinte maneira: O percentual de chochos, carunchados, mofados e quebrados será determinado da seguinte maneira: 11
Ocorrendo dois ou mais defeitos no grão de sorgo ou nos pedaços de grãos prevalecerá o defeito mais grave, obedecendo a seguinte escala decrescente de gravidade. 12
Em seguida, veja uma representação de como os grãos devem ser separados: 13
Após termos todos esses grãos separados, devemos classifi car o sorgo de acordo com a tabela abaixo, que apresenta os limites máximos de tolerância expressos em percentual. 14
Através de um procedimento simples, que não demanda aparelhos caros, podemos realizar um ótimo controle de qualidade através da classifi cação do sorgo. Com as informações de classifi cação apresentadas anteriormente, é possível que o cliente estabeleça um padrão de recebimento desses grãos e encaminhe para os seus fornecedores, informando que receberá a carga se a mesma estiver de acordo com os padrões estabelecidos. A realização correta de todo o processo evita que sorgo de má qualidade seja recebido pelas empresas que fabricam rações, evitando que o produtor tenha uma baixa na produtividade e queda no desempenho dos animais. A silagem de sorgo tem importância estratégica, pois quando é produzida com base nos princípios básicos para obtenção de silagem de boa qualidade, apresenta valor nutritivo equiparado ao da silagem de milho, e com a principal vantagem do menor custo de produção, uma vez que a produtividade do sorgo é maior que a do milho. De posse das vantagens apresentadas sobre a classifi cação e pelo aumento considerável da área plantada com sorgo ao longo dos anos, é notório que a classifi cação correta do grão receba atenção especial, podendo trazer benéfi cos e aumento da rentabilizada para o produtor. 15
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