CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MBA EM BANCO DE DADOS ORACLE. Rogério Fernandes da Costa



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Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MBA EM BANCO DE DADOS ORACLE Rogério Fernandes da Costa MÉTODOS DE ENSINO: uma proposta de aplicação para a disciplina de banco de dados no curso tecnologia em gestão de tecnologia da informação ARARAQUARA SP 2014

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MBA EM BANCO DE DADOS ORACLE Rogério Fernandes da Costa MÉTODOS DE ENSINO: uma proposta de aplicação para a disciplina de banco de dados no curso tecnologia em gestão de tecnologia da informação Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós-graduação do Centro Universitário de Araraquara como requisito parcial para obtenção do título de MBA em Banco de Dados Oracle, sob a orientação do Profº. Msc. Marcus Rogério de Oliveira. ARARAQUARA SP 2014

DECLARAÇÃO Eu, Rogério Fernandes da Costa, declaro ser o autor do texto apresentado Trabalho de Conclusão de Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em MBA em Banco de Dados Oracle com o título MÉTODOS DE ENSINO: uma proposta de aplicação para a disciplina de banco de dados no curso tecnologia em gestão de tecnologia da informação. Afirmo, também, ter seguido as normas do ABNT referentes às citações textuais que utilizei e das quais eu não sou o autor, dessa forma, creditando a autoria a seus verdadeiros autores. Através dessa declaração dou ciência de minha responsabilidade sobre o texto apresentado e assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas legais, no tocante aos direitos autorais e originalidade do texto. Araraquara, de de. Assinatura do autor(a)

Rogério Fernandes da Costa MÉTODOS DE ENSINO: uma proposta de aplicação para a disciplina de banco de dados no curso tecnologia em gestão de tecnologia da informação Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a finalização do Curso de MBA em Banco de Dados Oracle pelo Centro Universitário de Araraquara Uniara. Orientador: Marcus Rogério de Oliveira Data da defesa/entrega: / / MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Nome e título Membro Titular: Nome e título Membro Titular: Universidade. Nome e título Média Data: / / Centro Universitário de Araraquara Araraquara- SP

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos aqueles que assim como eu, acreditam que somente através da educação teremos uma sociedade mais justa.

"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos. (Albert Einstein).

RESUMO A partir do contexto histórico e da expansão dos cursos superiores de tecnologia no país, esta monografia descreve alguns elementos fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, são detalhados métodos e técnicas pedagógicas que possam ser aplicadas no ensino da disciplina Fundamentos de Banco de Dados, trata-se de um trabalho que visa contribuir com proposições que possam levar à melhoria da qualidade do Curso de Tecnologia em Gestão de Tecnologia da Informação. Em particular, ressalta-se a necessidade de adoção de um modelo pedagógico eficiente, que possibilite o alinhamento entre o propósito do curso com seu público-alvo. Palavras-chave: Cursos Superiores de Tecnologia, Educação Profissional, Banco de Dados.

ABSTRACT From the historical context and the expansion of higher education in technology in the country, this monograph describes some key elements in the teaching-learning process, are detailed methods and pedagogical techniques that can be applied in teaching discipline Fundamentals of Database, it is a work that aims to contribute to propositions that can lead to improved quality of Course Technology in Information Technology Management. In particular, it highlights the need to adopt an effective pedagogical model, which allows the alignment between the purpose of the course with your target audience. Keywords: Higher Education Courses in Technology, Professional Education, Database.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT CASE CST CTS DER Associação Brasileira de Normas Técnicas Engenharia de Software Auxiliada por Computador, do inglês Computer-Aided Software Engeneering Cursos Superiores de Tecnologia Ciência, Tecnologia e Sociedade Diagrama Entidade-relacionamento DDL Linguagem de Definição de Dados, do inglês Data Definition Language DML GTI ISES LDB MER NoSQL SGBD SQL TCO Linguagem de Manipulação de Dados, do inglês Data Manipulation Language Gestão de Tecnologia da Informação Instituto Sumaré de Ensino Superior Lei de Diretrizes e Bases da Educação Modelo Entidade-relacionamento Termo utilizado para definir banco de dados não-relacionais Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Linguagem de Consulta Estruturada, do inglês Structured Query Language Custo Total de Propriedade, do inglês Total Cost of Ownership

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...12 1.1. Objetivos...12 1.1.2. Objetivo Geral...12 1.1.3. Objetivos Específicos...12 1.2. Justificativa...13 1.3. Metodologia...13 1.4. Estrutura da monografia...14 2. PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM...14, 15 2.1. Modelos Pedagógicos...15 2.1.1. Jean Piaget...15, 16 2.1.2. Lev Semenovich Vygotsky...16 2.1.3. Henri Wallon...17 2.2. Métodos e Técnicas de ensino...17 2.2.1. Aula expositiva...17, 18 2.2.2. Técnica do interrogatório...18 2.2.3. Método de problemas...18 2.2.4. Técnica de problemas...18, 19 2.2.5. Métodos de aprendizagem por projetos...19 2.2.6. Técnica de estudo de caso...19 2.2.7. Método de ensino das ciências exatas...19 2.2.8. Método das tarefas dirigidas...20 2.2.9. Atividades práticas em laboratório...20 2.2.10. Seminário...20 3. DISCIPLINA DE BANCO DE DADOS...20, 21 3.1. Plano de Ensino...22 3.1.1. Objetivos...22

3.1.2. Ementa...22 3.1.3. Conteúdos essenciais...23, 25 4. MÉTODOS E TÉCNICAS APLICADOS NO ENSINO DA DISCIPLINA DE BANCO DE DADOS...25, 26 4.1. Técnicas e Métodos aplicados em Banco de Dados...26, 29 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...30 5.1. Conclusões...30 5.2. Recomendações para trabalhos futuros...30 REFERÊNCIAS...31, 32

1. INTRODUÇÃO No Brasil o conceito de educação profissional surgiu na década de 1970, embora este tipo de ensino não seja novo, a oferta dos chamados Cursos Superiores de Tecnologia (CST) por parte das instituições privadas e públicas só passou a ser significativa a partir da segunda metade da década de 1990. A expansão dos Cursos Superiores de Tecnologia, se deu em grande parte em virtude da implementação de um conjunto de normas e pareceres que visavam à regulamentação da formação de tecnólogos, o ápice desta mudança se deu com a promulgação da Lei nº 9.394/96. A partir da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), o oferecimento de cursos de especialização e de mestrado para alunos egressos de cursos de tecnólogos foi viabilizado. Atualmente, o reconhecimento e renovação do reconhecimento dos Cursos Superiores de Tecnologia estão condicionados a observância das diretrizes definidas pelo Ministério da Educação. Neste contexto, de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (2014): [...] o profissional egresso do curso superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação define parâmetros de utilização de sistemas, gerencia os recursos humanos envolvidos, implanta e documenta rotinas, controla os níveis de serviço de sistemas operacionais e banco de dados, gerenciando os sistemas implantados. Assim como nos demais cursos na área de Computação e Informática, a disciplina Banco de Dados é exigida para o curso Tecnologia em Gestão de Tecnologia da Informação (GTI), sendo esta, a motivação para este trabalho. 1.1. Objetivos 1.1.2. Objetivo Geral Apresentar métodos e técnicas pedagógicas que possam ser aplicados no plano de ensino da disciplina Fundamentos de Banco de Dados do Curso de Tecnologia em Gestão de Tecnologia da Informação o Instituto Sumaré de Ensino Superior. 1.1.3. Objetivos Específicos Apresentar a disciplina de Banco de Dados, seu plano de ensino e a importância para o curso de Tecnologia em Gestão de Tecnologia da Informação. Detalhar os métodos e técnicas pedagógicas que possam ser aplicados nos conteúdos essenciais da disciplina Fundamentos de Banco de Dados. Contemplar as principais diferenças entre os seguintes SGBDs: SQL Server, MySQL e PL/SQL. 12

1.2. Justificativa A limitação do conteúdo da disciplina Fundamentos de Banco de Dados às técnicas de modelagem, normalização e/ou introdução a SQL, por exemplo, não contribuem para o desenvolvimento de habilidades e competências por parte do futuro gestor que o qualifique a identificar a melhor solução tecnológica de acordo com as regras de negócio. A formação especifica dos gestores em ciências ou engenharia é insuficiente para entender a importância da tecnologia para seus negócios (BURGELMAN, 2012). O Tecnólogo em Gestão de Tecnologia da Informação deve desenvolver habilidades e competências técnicas e administrativas, desta forma, estará qualificado para tomar decisões assertivas, sejam elas relacionadas ao investimento em recursos materiais, aquisição de tecnologia, contratação de mão de obra, ou demais situações ligadas a sua esfera de atuação. Busca-se através deste trabalho, correlacionar os seguintes assuntos: Métodos de Ensino-aprendizagem; Métodos e Técnicas de Ensino aplicados à disciplina de Banco de Dados; Fases de um Projeto de Banco de Dados; Licenciamento e custo total de propriedade; Escalabilidade e suporte ao Sistema Operacional; Segurança; Manutenabilidade. 1.3. Metodologia A concepção deste trabalho está pautada nos processos de aprendizagem, nos modelos pedagógicos e nas concepções da aprendizagem. Na primeira fase deste estudo, a partir da revisão bibliográfica foi elaborado o referencial teórico sobre aprendizagem. Numa segunda etapa buscou-se o plano pedagógico do Curso de Tecnologia em Gestão de Tecnologia da Informação do Instituto Sumaré de Ensino Superior - ISES e o plano de ensino da Disciplina Fundamentos de Banco de Dados. Por último, são apresentadas técnicas e métodos que possam ser utilizados para os conteúdos essenciais da disciplina, o enfoque se deu a partir de minha experiência como professor na disciplina de Banco de Dados, bem como, na percepção sobre a relação entre a baixa empregabilidade e as deficiências dos egressos dos Cursos Superiores de Tecnologia. 13

1.4. Estrutura da monografia Objetivando a consulta facilitada por assuntos específicos, esta monografia foi organizada em cinco capítulos. A justificativa e objetivos do trabalho proposto, bem como, a metodologia de pesquisa e a estrutura da monografia são apresentados no primeiro capítulo. No segundo capítulo apresenta-se a correlação entre o processo de aprender, os modelos pedagógicos e as concepções de aprendizagem. O terceiro capítulo contempla os conteúdos essenciais da disciplina Fundamentos de Banco de Dados e sua importância para o curso de Tecnologia em Gestão de Tecnologia da Informação. No quarto capítulo são discutidos técnicas e métodos indicados para cada tópico da disciplina. No quinto e último capítulo estão as considerações finais e sugestões para trabalhos futuros. 2. PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM A analise da aprendizagem a partir de grupos de teorias é uma prática docente frequente, equacionar a inter-relação entre o sistema educativo e outros sistemas sociais é um paradigma contemporâneo. Atualmente, passamos por várias alfabetizações, sendo assim, devemos levar em conta que a formação educacional não se limita ao domínio da leitura e escrita; a mesma envolve uma diversidade de códigos culturais da sociedade e das relações econômicas e produtivas. Em virtude das necessidades dos empregadores e do processo de globalização da economia, torna-se evidente a importância de competitividade das empresas e do país, a consequência direta destes fatores é uma maior valorização da educação profissional e tecnológica, isto, entretanto, nem sempre foi assim. A expansão dos Cursos Superiores de Tecnologia se deu através da LDB (Lei nº 9.394/96, cap. III, art. 39), a Lei de Diretrizes e Bases introduziu o termo educação profissional: a educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. A educação tecnológica encaminha-se para o enfoque CST (Ciência, Tecnologia e Sociedade), neste contexto, faz-se necessário a renovação das estruturas curriculares dos conteúdos. Para Medina e Sanmartín (1990) é importante questionar a distinção convencional entre conhecimento teórico e conhecimento prático, assim como sua distribuição social entre 14

os que pensam e os que executam, que reflete, por sua vez, um sistema educativo dúbio que diferencia a educação geral da vocacional. 2.1. Modelos Pedagógicos Modelos pedagógicos antenados com o mercado de trabalho são praticamente inexistentes nos Cursos Superiores de Tecnologia, este provavelmente seja o maior contra senso em uma modalidade de ensino que deveria preparar tecnicamente mão de obra para o mercado. Pesquisas recentes 1 demonstram descontentamento dos empregadores com as habilidades e competências de muitos dos novos graduados, sendo este, um dos principais motivos para a baixa empregabilidade dos egressos dos Cursos Superiores de Tecnologia. Dentro do contexto de inserção no mercado de trabalho, empregabilidade é a probabilidade do graduado apresentar atributos que os empregadores antecipam como necessários para o futuro funcionamento efetivo de sua organização (MOROSINI, 2001). O processo de renovação das estruturas curriculares dos conteúdos aplicados nos Cursos Superiores de Tecnologia requer profissionais da educação qualificados, que possam assumir essa proposta de educar o cidadão a partir de uma visão crítico reflexiva, para tal, fazse necessária uma formação que atenda a uma base geral de conhecimentos e a uma base específica associada a uma área de atuação ou disciplina (PONTE, 2007). 2.1.1. Jean Piaget A teoria piagetiana preocupa-se em compreender a gênese (origem) do conhecimento, Piaget estudou as engrenagens da inteligência, do nascimento à maturidade do ser humano, onde decifrou sucessivos degraus na evolução do raciocínio, ou seja, como a inteligência humana se desenvolve (BOLZAN, 1998). Na visão de Piaget a inteligência passa a ser construída a partir do momento do nascimento (schema), os esquemas de aprendizagem são constituídos por dados, conceitos, situações, fatos ou sequencia de ações e seu desenvolvimento se dá através das interações mútuas entre o indivíduo e o meio ambiente. É fácil identificar a influência da teoria piagetiana nos modelos de ensinoaprendizagem contemporâneos. Geralmente os conteúdos dos cursos são agrupados por eixos temáticos, o que significa uma sistematização orgânica de conceitos, constructos hipotéticos 2 e teorias que estruturam e conformam uma ideia e suas inter-relações. Embora não possamos 1 Falta de mão de obra especializada se agrava Pesquisa Realizada pela Fundação Dom Cabral. Disponível em: http://www.fdc.org.br/imprensa/paginas/noticia.aspx?noticia=43 15

observar a aprendizagem ou motivação dos discentes, podemos perceber mudanças comportamentais. A acomodação 3 acontece quando o(s) aluno(s) não consegue(em) assimilar um novo estímulo, na existência deste tipo de situação, cabe ao docente identificar um novo esquema ou modificar o existente, a mudança na estrutura cognitiva poderá proporcionar maior possibilidade do(s) aluno(s) assimilar(em) a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo. 2.1.2. Lev Semenovich Vygotsky Vygotsky vinculou seus estudos à teoria histórico-cultural da atividade, esta linha de pesquisa está centrada na interação social e na interconexão entre teoria e metodologias transformadoras. Em oposição à teoria piagetiana, o modelo intervencionista não explica de forma detalhada os estágios de desenvolvimento das funções psíquicas através de acumulação de processos elementares, a preocupação principal do autor foi descrever e entender o que ocorre ao longo da gênese de certas funções, como por exemplo, a inferência de novos conhecimentos a partir de estímulos (intervenções). Para o autor, a ascensão do abstrato ao concreto, ou seja, o desenvolvimento intelectual se dá segundo a lei da dupla estimulação: primeiro no nível social e depois no nível individual, ou seja, primeiro entre as pessoas (interpsicológica) e depois no interior da pessoa (intrapsicológica). Para ilustrar o conceito da dupla estimulação, podemos considerar o processo de formação dos alunos, neste cenário, a aprendizagem no nível social, se dá mediante à interação dos alunos com o professor ou com os demais colegas da turma. Importante destacar que o simples fato da existência de interação entre os alunos e o professor não é uma garantia de aprendizagem efetiva. A apropriação/internalização cultural pelo indivíduo não acontece de forma passiva: o aluno, ao receber do meio social um significado convencional de um determinado conceito, interioriza-o e promove. Cabe aqui, um paralelo entre metodologia e estratégia de ensino: aulas práticas em laboratório promovem a exploração dos conceitos por parte dos alunos proporcionando a internacionalização dos mesmos. 2 Esquemas não acessíveis a observação direta, por exemplo: motivação, aprendizagem, impulso, pensamento e inconsciente. Os constructos hipotéticos são considerados como variáveis que podem interferir entre o estimulo/entrada e a resposta/saída (variável interveniente). 3 Modificação dos esquemas cognitivos. 16

2.1.3. Henri Wallon A exemplo de Vygotsky, Wallon argumentava que o desenvolvimento individual está relacionado à interação social, sendo este, o tema central de seu estudo. Para o autor, rupturas, retrocessos e reviravoltas podem ditar o ritmo no curso de desenvolvimento individual, em sua visão, o processo de desenvolvimento intelectual não se dá de forma linear, podendo provocar profundas mudanças na passagem de uma etapa a outra. Assim como em outras disciplinas, a dificuldade em se ensinar os conteúdos essenciais de Banco de Dados não se dá em seguir ou não uma das correntes de pensamento aqui apresentadas, o desafio aqui posto, reside na escolha certa de um método de ensino. 2.2. Métodos e Técnicas de Ensino É imprescindível estabelecermos uma relação direta entre o propósito do curso, os ensinamentos e a vida dos indivíduos. Ao encararmos que cada aluno se trata de um ser humano único, fica implícito que pessoas diferentes umas das outras aprendem de maneiras diversas. Da mesma forma, cursos diferentes exigem enfoques diferentes; sendo assim, podemos concluir que um único método de ensino não pode contemplar todas as situações e pessoas envolvidas. Nesto contexto se apresenta um dos principais problemas relacionados aos ensinamentos em cursos tecnológicos: a generalização dos conteúdos e por consequência, dos métodos de ensino. O desenvolvimento de um método ou técnica de ensino deve considerar que e existem elementos indissociáveis, somente a partir do alinhamento entre o propósito do curso com seu público-alvo, poderemos definir os conteúdos essenciais e a temática em questão. Nas pedagogias ativas, o centro se transfere aos alunos e o método deve atender prioritariamente a seus interesses e necessidades e mais secundariamente ao conteúdo (CARBONELL, 2002). 2.2.1. Aula Expositiva A adoção de aula expositiva para abordar assuntos teóricos provavelmente é a mais tradicional das técnicas de ensino, é difícil, senão impossível, enxergar como a educação pode ser feita, sobretudo nos seus níveis mais elementares, sem algum tipo de ensino instrutivista (Howe e Berv, 2000). No contexto da disciplina Fundamentos de Banco de Dados, a técnica de aula expositiva pode ser utilizada na instrumentalização conceitual sobre o histórico e 17

evolução dos Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBs), esquemas de um banco de dados, modelagem, entre outros. O diálogo entre entre o professor e o aluno pode estabelecer uma relação de intercâmbio de conhecimentos, isso é essencial para que a iniciativa não dependa exclusivamente do professor. É importante estimular o pensamento crítico visando uma maior participação por parte dos alunos, nesta perspectiva, a aula expositiva dialógica fomenta um ambiente mais democrático e consultivo. 2.2.2. Técnica do Interrogatório A técnica do interrogatório baseada em perguntas a partir da apresentação de objetos merece a atenção do professor, a priori deveria ser utilizada para auxiliar os alunos a elaborarem respostas através da observação dos conceitos e do método intuitivo. Apesar de ser um dos melhores instrumentos do campo didático, muitas vezes tem um caráter repressivo, nestes casos, torna-se um mecanismo punitivo utilizado pelo professor para castigar os alunos que não estiverem prestando atenção à aula. 2.2.3. Método de Problemas O processo de ensino-aprendizagem pode ocorrer a partir da Metodologia da Problematização, neste modelo, podemos eleger um problema real para todo o grupo estudar ou então apresentamos vários deles, distribuindo um para cada pequeno grupo. O raciocínio e discussão entre os integrantes do grupo os instigará a apresentarem propostas de solução para o problema em questão. 2.2.4. Técnica de Problemas A aprendizagem baseada em problemas permite o professor elaborar uma quantidade representativa de problemas que contemplem os temas essenciais da disciplina, nesta técnica definimos o que os alunos devem estudar para cumprir o Currículo. O sequenciamento do conteúdo programático advindo desta técnica, exige que para avançar para o próximo nível, os alunos tenham compreendido os assuntos abordados em cada etapa estudada, desta forma, a partir de estudos anteriores os alunos podem propor soluções para os problemas apresentados. 18

Para que a adoção desta técnica seja um mecanismo eficiente no processo de ensinoaprendizagem, faz-se necessário avaliação ao final de cada módulo, isso permitirá identificarmos as aptidões e competências necessárias sem as quais os alunos não poderão ser considerados aptos à exercer a profissão. 2.2.5. Métodos de Aprendizagem por Projetos A aprendizagem por projetos é uma forma de conceber educação a partir de situações cotidianas, neste método, as interações e articulações necessárias para a desenvoltura dos discentes em áreas distintas do conhecimento, ocorrem em grande parte, através do envolvimento entre o alunos, o professor e os recursos disponíveis. O desafio de projetar e executar algo, contribui de forma efetiva para capacitação dos alunos. A busca por soluções práticas envolvendo um problema real, requer dos participantes: trabalho em equipe, poder de tomada de decisão, habilidade de comunicação e relacionamento interpessoal. 2.2.6. Técnica de Estudo de Caso O método de estudo de caso pode ser utilizado como uma maneira para se gerar insights sobre um problema ou evento específico. A leitura de um caso real onde um ou mais problemas foram solucionados, proporciona aos alunos uma oportunidade de iniciativa exploratória, sua compreensão permitirá identificar as condições que afetam não apenas o caso apresentado, mas também outros casos correlacionados ou similares. 2.2.7. Método de Ensino das Ciências Exatas As discussões fomentadas sobre ensino-aprendizagem por alguns professores, são reflexos do tipo de aula a que estiveram submetidos em sua vida escolar e isto explicaria sua estabilidade e resistência à mudança (Joram e Grabiele, 1998). Nas ciências exatas ainda prevalece o modelo tradicional de exposição prolongada dos alunos às disciplinas e realização de exercícios. 19

2.2.8. Método das Tarefas Dirigidas Neste método, a partir da apresentação de um tema/problema estruturado, podemos solicitar aos alunos que realizem a coleta e análise dos dados (primeira fase), podendo ou não ocorrer durante o período de aula, individualmente ou em grupo. Em um segundo momento, os alunos são motivados à discutirem os dados obtidos. 2.2.9. Atividades Práticas em Laboratório A atividade prática de laboratório pode ser adotada em complemento aos demais métodos e técnicas, este tipo de atividade, proporciona uma dinâmica de troca de ações entre os alunos e o ambiente. Ao colocarem em prática os conhecimentos adquiridos em determinada disciplina, os conceitos e teorias são melhores compreendidos. 2.2.10. Seminário Seminário é um método normalmente utilizado para se pesquisar temas diversificados a fim de apresentá-los e discuti-los cientificamente, embora seja muito efetivo para a análise sistêmica dos fatos, sua adoção exige além de independência intelectual, a maturidade dos discentes. Estes são alguns dos motivos que dificultam sua aplicação por parte dos alunos. 3. DISCIPLINA DE BANCO DE DADOS A disciplina Banco de Dados é exigida nos cursos da área de Computação e Informática em virtude das diretrizes curriculares do MEC. No Instituto Sumaré de Ensino Superior existem 6 cursos nessa área: Ciência da Computação, Sistemas de Informação, Tecnologia em Banco de Dados, Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação, Tecnologia em Redes de Computadores e Tecnologia em Sistemas para Internet. O curso de Ciência da Computação tem a computação como atividade fim, visa a formação de recursos humanos para o desenvolvimento científico e tecnológico da computação. O curso de Sistemas de Informação tem a computação como atividade meio, seu enfoque se dá na formação de recursos humanos para solucionar problemas de informação das organizações. 20

Os cursos de Tecnologia em Banco de Dados, Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação, Tecnologia em Redes de Computadores e Tecnologia em Sistemas para Internet visam formação técnica específica e partem do pressuposto de que é necessário a introdução da computação em praticamente todas as áreas do conhecimento, neste sentido, torna-se necessário organizar a produção desse novo conceito em um conjunto compacto de eixos temáticos (MEC 2006). O curso de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação, objeto desse estudo, possui uma base interdisciplinar, contemplando características do eixo tecnológico informática (Informação e Comunicação) e Gestão e Negócios. O perfil do egresso do curso de GTI é descrito a seguir (ISES, 2014): O tecnólogo em Gestão da Tecnologia da Informação lida com a implementação e gerenciamento de sistemas informatizados nas empresas de qualquer segmento. Os profissionais estarão aptos a projetar, documentar e manutenir redes de computadores, definindo, instalando, integrando e solucionando problemas relacionados aos sistemas operacionais e softwares. [grifo nosso] Importante frisar que na descrição do eixo tecnológico Informação e Comunicação do Parecer CNE/CES Nº: 277/2006 no qual o curso encontra-se enquadrado, não existe menção a palavra gerenciamento, a justificativa para esse fato, pode ser encontrada no próprio Parecer ao propor a seguinte consideração: Por ser a tendência atual francamente interdisciplinar, o currículo de um curso pode contemplar características de dois ou mais eixos tecnológicos, dependendo da ênfase do curso, prevalecendo, para fins de cumprimento de carga horária mínima, as definições do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia. (CNE/CES 277/2006, pg 3, grifo nosso) Atualmente, a formação de mão de obra especializada requer o desenvolvimento de uma grande variedade de competências. Ao contextualizarmos a disciplina Bando de dados, percebemos que em virtude das demandas atuais da sociedade, em particular, da necessidade de gerir o grande volume de informações no âmbito empresarial, isso se faz necessário. O profissional de Gestão de Tecnologia da Informação deve reunir habilidades técnicas e administrativas, desta forma, poderá oferecer contribuição efetiva para minimização de riscos em setores críticos, tendo como exemplos, os fluxos de estoque, finanças, previsões meteorológicas, entre outros. O planejamento da infraestrutura que possibilite o fornecimento de informações relevante para a tomada de decisões mais assertivas é uma síntese dessa relação. 21

3.1. Plano de Ensino O plano de ensino é a base teórica que norteia o desenvolvimento dos materiais didáticos. O referencial do plano de ensino deve contemplar os seguintes itens: a) Informações Gerais: Dados do Curso, Dados da Disciplina, Carga Horária, Nome do Professor; b) Informações do Projeto Pedagógico, Objetivos e Conteúdos Essenciais; c) Detalhamento do Plano de Ensino: Programação aula a aula, Conteúdos Programáticos e Critério de Avaliação. 3.1.1. Objetivos A disciplina Banco de Dados tem por objetivo habilitar o aluno à Elaborar Modelo Entidade Relacionamento; Executar Modelagem de Dados; Elaborar Projetos de Banco de Dados; Elaborar Dicionário de Dados; Realizar Normalização de Dados; Realizar Administração de Dados; Acessar o Banco de Dados utilizando comandos SQL; Aplicar procedimentos de Segurança: Backup, Recover e Restart. No que diz respeito à relevância da disciplina de Fundamentos de Banco de Dados para o curso de GTI, devemos considerar a necessidade de estabelecermos uma ponte com as matérias de Gestão de Projetos, Técnicas e Recomendações de Gerenciamento de Infra Estrutura, Fundamentos de Sistemas para Web e Análise e Projeto de Sistemas. 3.1.2. Ementa Disciplina Fundamentos de Banco de Dados: Modelo Entidade Relacionamento; Definir organização de dados e método de acesso; Normalização de banco de dados; Identificar entidades e construir o modelo conceitual; Construir o modelo lógico; Implementar o modelo físico; Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados; Instruções SQL para criação de banco/tabela; Consulta e Manipulação de dados; Exportar e Importar Scripts SQL. 22

3.1.3. Conteúdos Essenciais De acordo com as diretrizes curriculares definidas pelo MEC, a disciplina de Banco de Dados deve cobrir tópicos que envolvam os seguintes assuntos: Modelagem, armazenamento, organização, distribuição e empacotamento de dados, segurança e integridade; Sistemas de Gerenciamento de Bancos de Dados (SGBD) e sua arquitetura; Linguagens de manipulação e consultas de dados, otimização de consulta, indexação, concorrência, recuperação, gerenciamento de buffers e arquivos. Haja visto que as diretrizes do MEC descrevem a estrutura disciplinar de forma genérica entre cursos semelhantes, dependendo do curso, os conteúdos essenciais podem ser abordados de formas diferentes. Entre os assuntos que envolvem os conteúdos essenciais, importante destacar o custo efetividade de uma tecnologia e sua possível obsolescência, as vantagens/desvantagens dos principais SGBDs e suas particularidades. Por exemplo: - No SGBD Oracle podemos reutilizar programas testados e estáveis, desenvolvidos em classes Java, existe também a possibilidade de redução do TCO da infraestrutura ao executarmos aplicativos da empresa em seu hardware e Engineered Systems 4. Além dos dados em formato relacional, o Oracle, suporta as estruturas Orientadas a Objeto (OO) e oferece solução de cluster 5 proporcionando alta disponibilidade. - O SQL Server é projetado para tirar proveito do sistema operacional Windows, tornando possível que vários componentes do Windows comuns forneçam funcionalidade adicional para o SQL Server, possui TCO menor que o Oracle. A principal desvantagem deste SGBD se dá no fato de que sua implantação só pode ser realizada apenas para sistemas operacionais Microsoft. - A velocidade é uma característica marcante do sistema gerenciador do MySQL, trata-se de um banco de dados de código aberto, multiplataforma, com estimativa de 15 milhões de instalações. Em relação a sua aquisição, o custo total de propriedade é 90% inferior se comparado ao Microsoft SQL Server 6. 4 Sistemas da Oracle, concebidos, projetados e testados para funcionar melhor em conjunto com o SGBD 5 RAC - Real Aplication Clusters: solução de banco de dados em cluster que requer dois ou mais nós de hardware capazes de trabalhar juntos sob o controle de um sistema operacional. 6 10 Principais Motivos para Usar o MySQL como um Banco de Dados Incorporado - Disponível em: http://www.mysql.com/why-mysql/white-papers/10-principais-motivos-para-usar-o-mysql-como-um-bancode-dados-incorporado/ 23