Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional. Grupos por Área de Conhecimento DIREITO



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Transcrição:

Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional Grupos por Área de Conhecimento DIREITO Coordenador: Prof. Doutor Jorge Miranda Dezembro de 2004

2 Processo de Bolonha Relatório respeitante a Direito 1. INTRODUÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA CIENTÍFICA A grande área de conhecimentos de ensino superior a que corresponde a designação genérica de Direito define-se materialmente por referência à realidade humana que é o Direito (quer dizer, numa fórmula sucinta, ordenamento normativo ou o conjunto de ordenamentos normativos estruturantes da sociedade ao serviço da ideia ou de uma ideia de Justiça). Várias disciplinas a integram. Antes de mais, a Ciência jurídica stricto sensu ou ciência dogmática do Direito (a qual visa a análise e a reconstrução sistemática das normas com vista à sua aplicação às situações da vida); depois, a História do Direito, a Sociologia Jurídica e a Filosofia do Direito; e, como disciplinas conexas ou complementares, entre outras, a Ciência Política, a Economia, a Ciência da Legislação, a Bioética ou a Medicina Legal. Por seu turno, no âmbito da Ciência jurídica stricto sensu, verifica-se especialização científica em razão dos ordenamentos objecto de estudo: Direito interno e Direito internacional, assim como Direito da União Europeia e Direito canónico. E dentro do Direito interno, na base da distinção entre Direito público e Direito privado: Direito constitucional, administrativo, financeiro e fiscal, penal, processual; Direito civil, do trabalho, comercial, etc. Tudo com numerosas sub-áreas. 2. PERFIS E COMPETÊNCIAS DE FORMAÇÃO 2.1. Perfis para o exercício profissional 2.1.1. Em geral, para o subsistema universitário: Domínio das técnicas de interpretação das leis;

3 Compreensão das relações entre Direito e sociedade e entre meios e fins do Direito. 2.1.2. Por profissões jurídicas: Perfil (profissão) Actividade específica principal Juiz Magistrado do Ministério Público Advogado Jurisconsulto Assessor jurídico de titulares de cargos políticos Notário Conservador dos registos (civil, predial, etc.) Técnico superior jurídico da Administração pública Consultor jurídico de empresas Professor de ensino secundário Decisões de questões jurídicas Inquérito em processo penal Exercício da acção penal Patrocínio judiciário do Estado e de outras entidades Patrocínio judiciário (mandato forense) Acompanhamento dos cidadãos perante autoridades públicas ou agentes de autoridade Elaboração de contratos e prática de actos de procuradoria Emissão de pareceres, de carácter teórico, sobre questões jurídicas Apoio técnico-jurídico Elaboração e exame de legislação Verificação da validade e da regularidade de actos jurídicos dos particulares Registo de actos e factos da biografia jurídica das pessoas Registo de actos relativos à constituição, à transmissão e à cessação de direitos patrimoniais Interpretação das leis e aconselhamento jurídico Elaboração de contratos e prática de actos conexos Interpretação das leis e aconselhamento jurídico Elaboração de contratos e prática de actos conexos Ensino de Introdução ao Direito e de matérias conexas

4 2.1.3. Por profissões preferente ou tradicionalmente abertas a licenciados em Direito: Perfil (profissão) Actividade específica principal Diplomacia Função pública internacional Representação internacional do Estado Emprego profissional em organizações internacionais e em entidades afins Quadro superior da Administração pública Função de chefia na Administração Pública 2.1.4. Para o subsistema politécnico: Perfil (profissão) Actividade específica principal Solicitador Oficial de justiça Quadro médio da Administração pública Procuradoria Participação na elaboração de contratos e de actos conexos Apoio ao exercício da actividade dos tribunais Execução de decisões judiciais Prática ou apoio à prática de actos com incidência jurídica Não se considera, neste relatório, a formação destinada a funcionários da polícia judiciária e a oficiais da polícia de segurança pública, apesar de incluir uma forte componente jurídica, por ela caber a Escolas próprias o Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais e a Escola Superior de Ciências Policiais e de Segurança.

5 2.2. Competências gerais e académicas A) Competências gerais 2.2.1. Competências para o 1º ciclo do subsistema universitário 2.2.1.1. Competências comuns a todo o subsistema universitário: Cultura geral; Capacidade de adaptação à mudança e à renovação de conhecimentos; Capacidade de relacionamento entre a teoria e a prática; Liberdade de crítica; Abertura às novas tecnologias de informação. 2.2.1.2. Competências próprias das profissões jurídicas: Capacidade de compreensão de textos; Capacidade de tratamento e de solução de problemas; Capacidade de prevenção e de solução de conflitos; Capacidade de argumentação (e, quanto aos advogados, de negociação); Domínio da linguagem, com precisão e clareza; Espírito de síntese; Capacidade de direcção e de tomada de decisões. 2.2.2. Competências para o subsistema politécnico Capacidade de compreensão de textos; Capacidade de trabalho em grupo; Capacidade de organização; Capacidade de prevenção e solução de conflitos; Capacidade de comunicação. 2.2.3. Competências para o 2º ciclo do subsistema universitário Visão interdisciplinar do fenómeno jurídico; Capacidade de análise e de pesquisa; Capacidade de elaboração pessoal; Capacidade de adaptação a diferentes meios científicos; Abertura à inovação.

6 2.2.4. Competências para o 3º ciclo As mesmas requeridas para o 2º ciclo, em grau mais elevado. B) Competências académicas 2.3.1. Competências para o subsistema universitário 2.3.1.1. Competências académicas gerais (entendidas como habilitações fundamentais que deve possuir o aluno do 1º ciclo): História; Filosofia; Língua portuguesa; Línguas estrangeiras 1. 2.3.1.2. Competências por área ciências de base (entendidas como habilitações fundamentadoras do conhecimento): História do Direito; Filosofia do Direito; Teoria do Direito; Direito Comparado. 2.3.1.3. Competências por área ciências da área científica e ciências da especialidade (umas e outras correspondentes à formação nuclear da licenciatura em Direito): Ciência jurídica stricto sensu, nas suas diversas especialidades e subespecialidades nos termos indicados em 1. 2.3.1.4. Competências por área disciplinas oficinais: da área científica e disciplinas conexas ou complementares, variáveis segundo os planos de estudo. 1 Tudo pressupondo uma preparação exigente vinda do 12º ano de escolaridade.

7 2.3.1.5. Competências por área disciplinas complementares: História das Ideias Políticas e Sociais; Ciência Política; Ciência da Administração; Ciência das Relações Internacionais; Economia; Criminologia; Bioética; Medicina Legal; Psicologia Judiciária; Contabilidade; Informática. 2.3.2. Competências para o subsistema politécnico 2.3.2.1. Competências académicas gerais: Língua portuguesa. 2.3.2.2. Competências por área ciências da área científica e ciências de especialidade: Ciência Jurídica stricto sensu; Informática; Técnicas de organização. 2.3.2.3. Competências por área disciplinas oficinais: Ciências Jurídicas stricto sensu e outras, variáveis segundo os planos de estudo. 2.3.2.4. Competências por área disciplinas complementares: Ciências da Administração; Economia; Psicologia judiciária; Contabilidade.

8 3. ESTRUTURA E DURAÇÃO DOS CICLOS DE FORMAÇÃO 3.1. Subsistema universitário 3.1.1. 1º ciclo (licenciatura) O 1º ciclo deve beneficiar da aplicação do regime excepcional previsto na futura lei de bases da educação, por três razões: 1ª) pela complexidade crescente dos ordenamentos jurídicos, interno e internacional, e das especialidades de Ciência jurídica stricto sensu que os tomam por objecto; 2ª) pela indispensável ligação desta Ciência a um conjunto vasto de outras ciências conexas ou complementares (cfr. nºs 2.3.1.2. e 2.3.1.5.); 3ª) pela responsabilidade social eminente das profissões forenses (magistraturas, advocacia) e, em geral, das profissões jurídicas e das profissões preferente ou tradicionalmente abertas a juristas. Assim, a duração mais adequada é de 10 ou, eventualmente, 9 semestres, conforme as Universidades e as Faculdades deliberarem no exercício do seu direito constitucional de autonomia científica e pedagógica. 3.1.2. 2º ciclo (mestrado) Duração de 4 semestres 3.1.3. 3º ciclo (doutoramento) Duração de 6 semestres 3.2. Subsistema politécnico Duração de 6 semestres 3.3. Competências e qualificações profissionais versus perfil formativo de cada um dos subsistemas de ensino superior Nada há a acrescentar ao que se disse nas secções 2.1. e 2.2.

9 4. CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS CURSOS 4.1. Curriculum nacional mínimo para cada ciclo de formação e para cada área científica em função das competências a adquirir 4.1.1. Subsistema universitário 4.1.1.1. 1º ciclo (licenciatura) 4.1.1.1.1. de ciências de base, com as correspondentes unidades de crédito (estas indicadas a título meramente exemplificativo, por também aqui dever exercer-se a autonomia universitária) Direito Romano 7,5 História do Direito Português 7,5 Filosofia do Direito 7,5 4.1.1.1.2. de áreas científicas ciências da área científica e ciências da especialidade Introdução ao Estudo do Direito 15 Direito Constitucional 15 Direito Administrativo 15 Direito Internacional Público 7,5 Direito da União Europeia 7,5 Direito Fundamentais 7,5 Teoria Geral do Direito Civil 15 Direito das Obrigações 15

10 Direito das Coisas 7,5 Direito da Família 7,5 Direito do Trabalho 15 Direito Comercial 15 Direito Processual Civil 15 Direito Internacional Privado 7,5 Direito Penal 15 Direito Processual Penal 7,5 Direito Financeiro e Fiscal 7,5 Direito da Economia 7,5 4.1.1.1.3. de áreas complementares Ciência Política 7,5 Economia Política 15 Teoria Económica do Direito 7,5 Informática 7,5

11 4.1.1.1.4. de áreas de formação opcional Direito do Ambiente 7,5 Direito do Urbanismo 15 Direito Bancário 7,5 Bioética 7,5 Criminologia 5 Medicina Legal 5 4.1.1.2. 2º ciclo (mestrado) da especialidade ou da subespecialidade, a definir pelas Faculdades no exercício da sua autonomia. Assim, por exemplo: para Ciências Histórico-Jurídicas Direito Romano e História do Direito Português para Ciências Jurídico-Civilísticas Direito Civil e Direito Processual Civil para Ciências Jurídico-Criminais Direito Penal e Direito Processual Penal (ou Criminologia) para Ciências Jurídico-Políticas Direito Constitucional e Direito Administrativo para Ciências Jurídico-Internacionais e Comunitárias Direito Internacional Público ou Direito Internacional Privado e Direito da União Europeia para Ciências Jurídico-Empresariais Direito Comercial e Economia de Empresa 4.1.1.3. 3º ciclo (doutoramento) Tendencialmente, as mesmas do 2º ciclo.

12 4.1.2. Subsistema politécnico 4.1.2.1. de ciências de base Não existem 4.1.2.2. de área científica ciências da área científica e ciências de especialidade DISCIPLINAS COMUNS AOS CURSOS DE SOLICITADORIA E DE TÉCNICOS SUPERIORES DE JUSTIÇA Introdução ao Estudo do Direito 10 Direito Constitucional 7,5 Direito Administrativo 15 Direito Processual Civil 15 Direito Fiscal 7,5 DISCIPLINAS ESPECÍFICAS DO CURSO DE SOLICITADORIA Direito da União Europeia 7,5 Direito das Obrigações 7,5 Direito das Coisas 7,5 Direito da Família e das Sucessões 15 Registos e Notariado 15

13 DISCIPLINAS ESPECÍFICAS DO CURSO DE TÉCNICOS SUPERIORES DE JUSTIÇA Direito Civil 15 Direito Penal 15 Organização Judiciária 15 4.1.2.3. de áreas complementares Informática 15 Contabilidade 15 4.1.2.4. de áreas de formação opcional Variáveis, consoante os casos. Por exemplo, para Solicitadoria: Direito Penal 7,5 Direito Processual Penal 7,5 Ou para Técnicos Superiores de Justiça: Direito da União Europeia 7,5 Tributação da Justiça 7,5

14 5. RACIONALIZAÇÃO DA DESIGNAÇÃO DOS CURSOS 5.1. Subsistema universitário Deve manter-se a designação de licenciatura, mestrado e doutoramento em Direito. 5.2. Subsistema politécnico Quanto ao subsistema politécnico, devido à sua maior proximidade do exercício profissional, justifica-se adoptar designações variáveis como as já existentes: cursos de Solicitadoria, de Técnicos Superiores de Justiça, ou outros que se mostrem adequados. 6. CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO As Faculdades de Direito têm promovido, desde há muito, a leccionação de cursos pós-graduados (não conferentes de grau), designadamente de especialização. Mencionem-se, entre eles, os cursos de: Estudos Europeus; Direito da Comunicação; Direito do Trabalho; Direito do Urbanismo, do Ambiente e do Ordenamento do Território; Ciências Jurídico-Administrativas; Ciências Políticas e Internacionais. No exercício da sua autonomia, por certo prosseguirão nessa senda e na criação de cursos de estrutura diversificada. 7. ACESSO AOS CURSOS 7.1. Acesso ao 1º ciclo do subsistema universitário e ao subsistema politécnico O problema nuclear aqui consiste na degradação do ensino secundário e na pouca consistência do 12º ano de escolaridade. Um esforço urgente e considerável torna-se necessário para vencer o facilitismo e criar ou reforçar hábitos de leitura, estudo, reflexão crítica e trabalho em grupo.

15 As disciplinas do 12º ano a ter em conta para efeitos desse acesso são Português, História e Filosofia. 7.2. Acesso ao 2º e ao 3º ciclos do subsistema universitário As regras respeitantes ao acesso ao 2º e ao 3º ciclos são as constantes do actual regime de mestrados e doutoramentos. Lisboa, 12 de Setembro de 2004