Modalidade de Apresentação: Pôster. GT 1: Biblioteconomia, Tecnologia e Redes Sociais



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Transcrição:

Modalidade de Apresentação: Pôster GT 1: Biblioteconomia, Tecnologia e Redes Sociais CLASSIFICAÇÃO COLABORATIVA NA WEB 2.0: VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA FOLKSONOMIA. MACENA, Luis Guilherme G. 1 ; SILVEIRA, Thais de Souza 2 ; RIOS, Patrícia da Silva 3. RESUMO: Apresenta de maneira sucinta o histórico e as transformações em torno da classificação utilizada na organização do conhecimento, destacando o desenvolvimento no modo evolutivo e alguns métodos utilizados na classificação até a atualidade. No contexto da web 2.0, os avanços na forma de disponibilizar a informação tornou-se mais ágil devido à internet, assim a partir das necessidades individuais, como o crescimento da demanda de informação e sua conseqüente necessidade de recuperação surgiu a Folksonomia. Aborda a Folksonomia como uma modalidade de compartilhamento e organização das informações, assim como dos recursos web que se processa de maneira mais colaborativa, de forma que o próprio usuário tem a oportunidade de agilizar livremente a recuperação da informação. Em pesquisa futura com base no globo.com, delicious.com e flickr.com, sites que utilizam essa forma de indexação, discute-se a popularização da Folksonomia entre os sites, blogs e meios de transmissão da informação e de que 1 Graduando em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, guilhermelg2004@gmail.com, Rio de Janeiro, RJ. 2 Graduando em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, desistodvc@hotmail.com, Rio de Janeiro, RJ. 3 Graduando em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, patrícia_rios2004@yahoo.com.br, Rio de Janeiro, RJ

maneira ela facilita a organização do conhecimento na web, visando expor as vantagens e desvantagem ao adotar esse método onde a classificação é realizada com o pensamento individual de cada classificador sem que haja a interferência do profissional da informação. Palavras-Chave: Folksonomia; Classificação do Conhecimento; Web 2.0; Tags ABSTRACT: Succinctly presents the history and the changes around the classification used in knowledge organization, highlighting the development in evolutionary and some methods used in classification to the present. In the context of Web 2.0, advances in the form of providing information has become more streamlined because of the Internet as well as individual needs, as demand growth of information and its consequent need of recovery emerged Folksonomy. Discusses Folksonomy as a means of sharing and organizing information, and web resources that takes place in a more collaborative, so that the user himself has the opportunity to expedite the retrieval of information freely. In future research based on the sites that use this form of indexation, discusses the popularity of folksonomies between sites, blogs and means of transmitting information and how it facilitates the organization of knowledge on the web in order to expose the advantages and disadvantage in adopting this method where the classification is done with the thought of each individual "classifier" without the interference of the information professional. Keywords: Folksonomy; Classification of Knowledge, Web 2.0; Tags 1. Introdução Com o surgimento da web 2.0 possibilitando ao usuário colaborar com informação, seja enviando para sites, como conteúdo para ser postado ou até mesmo por um simples comentário a respeito de algo. De acordo com as mudanças na web, surgiram novos ambientes virtuais para troca de informações, relacionamentos, idéias entre outras coisas. E esses ambientes são as redes sociais e sites que utilizam hipertexto.

A partir dessa mudança o seguinte trabalho abordará a trajetória da classificação que surgiu a partir das idéias Aristotélicas baseadas na lógica e traçando um paralelo com ambiente informacional anterior a era da web, onde os livros e os documentos eram os principais veículos e suportes pela qual a informação era disseminada e também como preservação do conhecimento. Com base em sites onde é utilizado tags para organizar a informação de modo que o próprio usuário é o classificador de um determinado assunto tratado e mediante ao alto índice de relevância que essa informação recebe em determinado momento. A questão que será abordada é uma reflexão diante desse novo modo de classificar a informação na web sobre a visão do próprio usuário do site. No momento da pesquisa e na reflexão sobre o tema surgiu uma problemática por causa da classificação colaborativa que os usuários proporcionam aos sites que utilizam as tags e isso de certa forma faz com que a informação seja classificada pelo pensamento do senso comum. Diante dessas problemáticas e questões para serem analisadas o papel do bibliotecário é deixado em segundo plano e o foco é nas vantagens e desvantagens que a Folksonomia proporciona para a indexação dessas informações. Com a análise do portal do Globo 4, o seguinte trabalho investigará como a informação é organizada e qual a possibilidade do bibliotecário participar como um mediador entre as opiniões levantadas pelo usuário e ao processamento de indexação das informações para o site. 2 Revisão de Literatura A classificação de fato sempre esteve presente na vida do ser humano. Percebe-se que na Grécia Antiga, os filósofos eram vistos como os pioneiros na organização do conhecimento. Isso iniciou a partir de Aristóteles quando o mesmo 4 http://www.globo.com/

buscou na lógica os seus argumentos para a elaboração das cinco predicáveis, mais conhecida como categorias da lógica aristotélica. Elas se dividem em: Gênero: classe que contêm elementos com características em comum. Espécie: coisa que possui uma diferença específica. Está relacionado ao Gênero Diferença: característica que tem a função de gerar algo novo. O acréscimo de cada diferença gera algo novo. Propriedade: algo próprio que pertence a uma determinada classe. Acidente: qualidade que não precisa ser obrigatório ao elemento de uma determinada classe. Essas categorias evoluíram e originaram 10 categorias que foram ampliadas com base nas cinco já existentes. Aristóteles descreveu como substância; qualidade e quantidade; relação; lugar; tempo; situação; posse; ação; sofrimento ou passividade. Com a grande quantidade de informação que ao longo do tempo foi existindo a Classificação obteve um papel importantíssimo na sociedade. Segundo Langridge (2006) Sem classificação não poderia haver nenhum pensamento humano, ação e organização que conhecemos. A classificação transforma impressões sensoriais isoladas e incoerentes em objetos reconhecíveis e padrões recorríveis. [...] O filósofo americano John Dewey chegou mesmo a sugerir que Conhecimento é classificação. Essa pode não ser uma definição muito precisa de conhecimento, mas enfatiza efetivamente significativo o papel da classificação (p.11). Devido ao crescimento do conhecimento humano e respectivamente a grande quantidade de informação circulando no âmbito científico, a classificação passa de uma arte para uma ciência e com isso surgem diversos modos e estruturas de classificação.

A arte se dá através de como ela é organizada, ou seja, a forma do arranjo sistemático por uma idéia que foi pré-concebida (construída). E a ciência por relacionar áreas do conhecimento e assim organizar uma divisão estruturada com os assuntos que pertencem a essa área. Os esquemas de classificação eram divididos em dois grandes grupos. Um era voltado para organização do conhecimento (divisão de assuntos) sem notação - e outro para descrever os assuntos contidos nas fontes de informações, por exemplo, o livro com notação. No grupo de sem notação se encontram os seguintes esquemas de classificações: Classificação de Edwards (1859), Classificação de Smith (1882), Classificação de Oagle (1895), Classificação do Museu Britânico (1836-1838), entre outros. Dentro do grupo com notação, se encontram as principais organizações de classificação que serviram de base para um estudo aprofundado e compreensão da organização do conhecimento. Neste grupo se encontram a Classificação Expansiva de Cutter, (1891-1903), a Classificação da Library of Congress (1902), Classificação Decimal Universal (1902), Classificação Decimal de Dewey (1876). Posterior a estes esquemas surgiu um dos esquemas que contribuiu para estudos, Classificação de Dois Pontos, elaborada por Ranganathan. Diante das mudanças tecnológicas e com o advento da web 2.0, a classificação também conquistou o seu espaço, porém de uma forma diferenciada. A partir disso surgiu a questão da folksonomia, um hipertexto que colabora para uma descrição de determinado item na web e ele é mais utilizado em sites (ambientes) de redes sociais (AQUINO, 2008). 2.1 A Web 2.0 e a Folksonomia Nos séculos XVI e XVII era possível ver uma prática de leitura hipertextuais, nas quais sempre trouxeram como característica a coletividade para a sua construção. Em 1965, esse hipertexto ganhou importância como forma de registro, organização e recuperação da informação, e vinte anos depois os documentos poderiam ser alterados, comentados, e ficariam armazenadas para posteriores. O

hipertexto passou por três fases: a primeira com a evolução da escrita (textos impressos); a segunda como o surgimento da web e a terceira como que chamam de Web 2.0. Já em 1989 com a criação da web, a potência do hipertexto foi diminuída por causa das limitações da linguagem HTML, tornado-se assim o principal suporte do hipertexto eletrônico. A Internet veio se desenvolvendo com a cooperação entre pesquisadores, acadêmicos, hackers, e hoje mais do que nunca, graças a esses cooperadores, vem se fortalecendo esse caráter coletivo A web 2.0 pode ser considerada como: Uma nova concepção, que passa agora a ser descentralizada, e na qual o sujeito torna-se a ser ativo e participante sobre a criação, seleção e troca de conteúdo postado em um determinado site por meio de plataformas abertas. Nesses ambientes, os arquivos ficam disponíveis on-line, podendo ser acessados em qualquer lugar e momento, ou seja, não existe a necessidade de gravar em um determinado computador os registros de uma produção ou nas alterações feitas na estrutura de um texto. As alterações são realizadas automaticamente na própria Web, pelo próprio usuário e em tempo hábil. (SILVA; BLATEMANN,2007, p. 198) Tim O Reilly foi o criador do termo web 2.0, na qual encara como uma plataforma, em que os próprios usuários controlam seus dados, em que não dependem de softwares (pacotes fechados) e sim de serviços que rodam no browser, online. A arquitetura é edificada sob cooperação, chamada arquitetura de participação, na qual os dados podem ser remixável e transformados, na busca de uma inteligência coletiva, uma memória coletiva. A principal característica da web 2.0 é a colaboração, pois com essa nova web, as ações são realizadas pelos próprios usuários, de acordo com as necessidades de cada usuário, em que cada usuário colabora com a implementação dos conteúdos disponíveis na internet. Assim, nesse contexto, nasce um novo conceito para a organização do conhecimento: a folksonomia, na qual é a tradução do termo folksonomy, um neologismo criado em 2004 pelo arquiteto Thomas Vander Wal, a partir da junção de folk (povo, pessoas) com taxonomy.

A Folksonomia se baseia no conceito de web 2.0, pois é realizada de maneira colaborativa, funciona através de atribuições de tags (etiquetas), pelos próprios usuários da web, a arquivos disponibilizados on-line. A etiquetagem significa atribuir etiquetas com aos recursos da Web. Trata-se de uma indexação livre em linguagem natural, não são adotadas regras e/políticas de indexação e nem controle de vocabulários, ou seja, não há efetivamente a tradução dos termos para uma linguagem artificial. Os conteúdos são indexados livremente pelos usuários do recurso, podendo representar assunto ou quaisquer elementos de metadados tais como tipo ou formato. (CATARINO; BAPTISTA, 2007, p.3) Existem termos que se referem à ação de adquirir etiquetas aos recursos da web: Etiquetagem e Classificação. Outros termos se relacionam diretamente a etiquetagem dos marcadores (favoritos): Bookmarking. Há dois outros termos pouco utilizados que são de Ontologias Sociais e Taxonomia Dinâmica. Com isso é o usuário que recupera e representa a informação através das tags que ele mesmo cria. Catarino e Batista (2007, p.3) destacam três fatores essenciais: o resultado de uma indexação livre; objetiva a recuperação posterior da informação; é desenvolvida em um ambiente aberto que possibilita o compartilhamento. A Folksonomia tem como finalidade ordenar o caos existente, facilitar a recuperação da informação. Pode ser traduzida como classificação feita pelas pessoas, pois o resultado para quem faz a pesquisa é uma maior facilidade para encontrar termos que as demais linguagens de indexação não conseguem acompanhar em suas tabelas hierárquicas, fazendo assim o usuário um estudo e classificação sistemática. Assume uma característica de feedback imediato, pois depende de uma necessidade, na qual uma nova tag pode ser criada, por qualquer usuário, que a cria de acordo com o significado a informação que está sendo etiquetada. Em alguns sistemas que a utilizam, é possível até mesmo discutir sobre a construção de tags e assim ordenar os dados de um determinado grupo de usuários. A web possui um problema, na qual muitas vezes o usuário realiza uma busca e no final a considera inútil, por causa da pluralidade de formas como a informação é organizada, tendo assim diversas formas de encontrá-la, e pela ordenação dos resultados, pois muitas vezes o termo digitado pelo usuário no

campo de busca nem sempre está de acordo com o abrangido pelo mecanismo. A partir desses problemas, alguns sistemas começaram a facilitar as buscas, na qual o usuário tem a possibilidade de fazer buscas por tags, refinando sua pesquisa, outros sistemas oferecem as tags mais utilizada e permite q o usuário crie pacotes e assine tags, sempre recebendo informações sobre o que lhe interessa. 2.3 Vantagem e Desvantagens Criação de tags próprias: o que tornou o uso popularizado entre os usuários nos sites que adotam a folksonomia como a principal vantagem, é a possibilidade de atribuir tags aos itens de maneira própria, individual, criando termos que melhor representa o documento de acordo com os conhecimentos, forma de pensar e interesses próprios de cada usuário. Nesse caso o usuário dos sites com esse serviço poderá recuperar os assuntos de seu interesse de forma tranqüila e rápida, dessa forma o usuário se sente livre para atribuir, procurar documentos sem depender de sistemas que traduzam a ele os termos que representam os documentos de seu interesse modificando a forma antiga quando houver necessidade da busca, haja a necessidade ou gravar a forma de representação imposta ao usuário, ao adicionar tags que representam de maneira adequada a sua forma de pensamento, o usuário tem a possibilidade de encontrar pessoas e criar grupos que tem o mesmo interesse, e forma de pensamento, aumentando assim a ligação com pessoas com os mesmos interesses. Visualizando o site globo.com, a nuvem de tags mostra as palavras em destaque que são as mais visitadas. O site globo.com é um exemplo de nuvens de tags com controle, ele é um exemplo de tags gerenciadas por um grupo de pessoas, esse não segue o principio da folksonomia que é o da colaboração, nele apenas as palavras mais buscadas são destacadas para uma busca mais rápida pela relevância da busca ou assuntos de interesse comum.

Figura 1 - Página Inicial do site globo.com Fonte: http://www.globo.com A liberdade na representação oferece muitas vantagens aos usuários, porém a partir dessa que encontramos umas das desvantagens mais citadas, todos têm experiências individuais e coletivas que podem ser diferentes umas das outras, a partir disso, podemos ter formas de representação iguais, porém na maioria das vezes, sempre há uma maneira que achamos um pouco melhor que a maneira já criada, na criação das tags ocorre algo semelhante, o termo que para uma pessoa melhor é representado por um termo para outra pode não fazer sentido, essa diferença de pensamento implica nas inúmeras tags criadas a partir de usuários diversos, pode causar um congestionamento de tags. A falta de monitoramento ou de vocabulários controlados acaba ocasionando uma repetição de termos semelhantes, ou termos individuais onde a representação só faz sentido para quem criou. Esse método de criação de etiquetas ou tags que por serem tão individuais podem ser adotadas caso haja pessoas com a mesma linha de

pensamento, e podem não ser adotadas, essa ultima é a mais freqüente. Em seu texto Aquino (2007 ) chama a folksonomia de o vocabulário descontrolado. Os sites delicious e flickr são os mais citados como exemplo que utilizam a folksonomia, neles o uso não tem gerenciamento de inclusão de tags. Figura 2 - Página Inicial do site delicious Fonte: http://www.delicious.com

]Figura 3 - Página Inicial do site Flickr Fonte: http://www.flickr.com Apesar desse grande número de palavras-chave e tags diferenciadas o uso da folksonomia trás a vantagem de recuperação rápida, e a possibilidade de criação de textotecas disponíveis a todos em qualquer lugar que possa acessar a internet, dispensando a utilização de dispositivos de armazenamento. [...] a liberdade de criação das tags não poderia causar um crescimento absurdo do número de informações na web? Prefere-se acreditar que as informações não estariam aumentando em função das tags, mas mais, ou melhor, do que isso, estariam sendo mais bem organizadas. (AQUINO, 2007, p.13)

3 Materiais e Métodos A pesquisa teve como base os livros, artigos e sites da internet, que abordam a Classificação, Folksonomia, Tags e assuntos relacionados ao tema, tendo em vista um maior conhecimento dos estudantes do curso de biblioteconomia e profissionais que não refletiram sobre as variáveis do assunto. 4 Resultados Parciais/Finais Avaliando o uso da folksonomia, surge a hipótese da utilização em centros de documentação e bibliotecas, sendo possível unir a colaboração dos usuários com a supervisão de profissionais especializados e a inclusão de vocabulários controlados para o auxilio no momento da escolha por uma representação, com os termos mais adequados para a instituição e para o usuário. 5 Considerações Parciais/Finais Com isso podemos concluir que o uso da folksonomia é uma ferramenta que colabora com a integração dos usuários. A folksonomia e o hipertexto 2.0 libertam os usuários da web dos mecanismos estreitos da taxonomia, através da possibilidade de uso de um vocábulo descontrolado, que atende aos formatos originais do hipertexto, permitindo além do armazenamento conectado de informações, o registro de informações ou não, da memória coletiva da web.

Referências: AQUINO, Maria Clara. A Folksonomia como hipertexto potencializador de memória coletiva: um estudo dos links e tags no Del.icio.us e no Flikcr. Liinc. em Revista, v.4, n. 2, set. 2008, p. 303-320. AQUINO, Maria Clara. Hipertexto 2.0, folksonomia e memória coletiva: um estudo das tags na organizazão da web. Revista E-Compós, v. 18, n.18, ago. 2007. Disponível em: http://www.compos.org.br/files/15ecompos09_mariaclaraaquino.pdf. Acesso em 17 ago. 2010 CATARINO, Maria Elisabete; BAPTISTA, Ana Alice. Folksonomia: um novo conceito para a organização dos recursos digitais na Web. Revista Data Grama Zero, v.8, n. 3, jun. 2007. Disponível em: http://www.dgz.org.br/jun07/f_l_art.htm. Acesso em: 17 ago. 2010 LANGRIDGE, Derek. Classificação: abordagem para estudantes de biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. 120p. RUFINO, Airtiane; SILVA, Roosewelt Lins. Folksonomia: a classificação colaborativa facilitando a organização do conhecimento. In.: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E GESTÃO DA INFORMAÇÃO, 31 Maceió. Anais...Maceió: UFAL, 2008.