EFEITOS DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA, TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR, NOS CASOS DE GRIPE, NO ANO DE 2002 EM MACEIÓ, AL.



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Transcrição:

EFEITOS DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA, TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR, NOS CASOS DE GRIPE, NO ANO DE 22 EM MACEIÓ, AL. Thalyta Soares dos SANTOS 1, Allan Rodrigues SILVA 2, Deydila Michele Bonfim SANTOS 3, José Clênio Ferreira de OLIVEIRA 4, Jairo Calado CAVALCANTE 5, Edson Leite RIBEIRO 6 RESUMO A interferência da atmosfera na saúde humana é cientificamente comprovada através da literatura da Biometeorologia Humana. O presente trabalho tem como objetivo principal analisar os efeitos da precipitação pluviométrica, temperatura e umidade relativa do ar, nos casos de gripe ocorridos durante o ano de 22, na cidade de Maceió, Estado de Alagoas.Através de análise estatística, cálculo de coeficientes de correlação e determinação, estabelecidos entre as variáveis meteorológicas investigadas e o número de casos de gripe, encontrou-se uma relação inversa entre a temperatura e esta enfermidade. Os resultados apontaram maior correlação com a temperatura mínima, conforme estabelece a literatura. ABSTRACT The interference of the atmosphere in the human health proved through the literature of the Human Biometeorology. The present work has as main objective to analyze the effects of the precipitation, temperature and relative humidity of air, in the cases of grippe during the year of 22 in the city of Maceió, State of Alagoas. Through of statistics analysis, calculation of correlation coefficients and determination, established between the meteorological variable investigated and the number of grippe cases, an inverse relation between the temperature and this disease met. The results had pointed greater correlation with the minimum temperature, as it establishes literature. Palavras Chave: Variáveis Meteorológicas, Saúde Humana. INTRODUÇÃO Pesquisadores da Biometeorologia Humana têm descrito vários fatores que comprovam a ação da atmosfera sobre a saúde humana. Conforme TROMP (198), uma atmosfera com baixos 1 Aluna do curso de Graduação em Meteorologia do Instituto de Ciências Atmosféricas-ICAT, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, e-mai: thaly_chocky@yahoo.com.br 2 Aluno do curso de Graduação em Meteorologia do Instituto de Ciências Atmosféricas-ICAT, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, e-mai: allansite@hotmail.com 3 Aluna do curso de Graduação em Meteorologia do Instituto de Ciências Atmosféricas-ICAT, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, e-mai: deydila.mimy@hotmail.com 4 Prof. Ms. do Instituto de Ciências Atmosféricas-ICA, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, e-mail: jcfo@ccen.ufal.br 5 Prof.Ms.da Faculdade de Medicina-FAMED da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, e-mail: jairocalado@terra.com.br 6 Prof. Dr. do Depto. de Arquitetura e do PRODEMA da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, e-mail: eribeiro@dse.com.br

valores de umidade relativa do ar e velocidade do vento é um ambiente propício para o desenvolvimento do vírus Influenza (vírus da gripe).este autor, entre outras citações afirma que o corpo humano possui órgãos ou centros registradores de estímulos meteorológicos que podem iniciar um processo de enfermidade, agravar doenças pré-existentes ou até levar pessoas a óbito, conforme a intensidades destes estímulos. Em outro trecho de sua obra, classifica a gripe como uma doença de inverno. Esta classificação é confirmada pela literatura da medicina, em SOUNIS (1985), quando o autor afirma que a virose Influenza, doença de distribuição mundial, tem marcada preferência para os meses mais frios do inverno. O presente trabalho tem a finalidade de estabelecer a magnitude da correlação estatística entre a precipitação pluviométrica, temperatura e umidade relativa do ar e o número de casos de gripe ocorridos em Maceió,AL, registrados pelo Sistema de Informações Ambulatorial-SIA, da Secretaria Municipal de Saúde desta cidade, identificando a variável que possui efeito meteorotrópico mais intenso sobre esta enfermidade. METODOLOGIA Os dados das variáveis meteorológicas ocorridos durante o ano de 22 na cidade de Maceió, AL, foram fornecidos pela Estação Climatológica do Aeroporto Zumbi dos Palmares (ECAZP), pertencente ao Ministério da Aeronáutica, os quais constaram de: precipitação atmosférica (total e máxima); umidade relativa do ar (máxima, mínima e média); e temperatura do ar (máxima, mínima e média). A estação supracitada, localizada-se no município de Rio Largo, Alagoas, numa distância de aproximadamente 23 km do centro da cidade de Maceió, cuja posição geográfica é identificada por 9 31 de latitude Sul (S), 35 47 de longitude Oeste (W) e à 117 metros de altitude, nível que corresponde aproximadamente a parte alta da cidade. Estudo da relação entre variáveis meteorológicas e o número de casos de gripe As informações relativas ao presente item foram fornecidas através do Sistema de Informações Ambulatorial-SIA, da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Maceió, AL, coletadas por diversos ambulatórios localizados na região urbana da cidade, durante o ano de 22. Em virtude de se buscar resultados mais consistentes na análise estatística, os dados dos casos de gripe por vírus influenza foram somados aos dados dos casos de gripe por vírus não identificado. Em seguida foram elaborados perfis que sugerem uma relação entre o número de casos de gripe e cada variável meteorológica investigada, então se calculou os coeficientes de correlação (r, de Pearson) e determinação (r 2 ), através da equação 1 abaixo, elaborando-se um perfil em barras (Gráfico 3) que visualiza a magnitude da correlação estatística estabelecida. Conforme a metodologia utilizada por OLIVEIRA (24), na presente pesquisa, tomou-se como variável independente (x), os dados de precipitação pluviométrica (total e máxima),

umidade relativa e temperatura do ar (máximas, mínimas, e médias), e como variável dependente (y). Para uma melhor análise, utilizou-se r 2, que é o coeficiente de determinação. Para avaliar e determinar a magnitude da correlação entre variáveis meteorológicas e os dados do SIA, utilizou-se, no quadro 1 abaixo, apresentado por CAVALCANTE (23), apenas a classificação referente a coluna de r 2. n ( )( ) r = xy x y 2 2 2 n( x ) ( x) n( y ) ( y) 2 (Equação 1) O referido autor define cada elemento desta equação como: r, representa o coeficiente de correlação linear para uma amostra; n, representa o número de pares de dados presentes;, denota a adição dos itens indicados; x, denota a soma de todos os valores de x; x 2, indica que devemos elevar ao quadrado cada valor de x, e somar os resultados; ( x) 2, indica que devemos somar os valores de x, e elevar o total ao quadrado; xy, indica que devemos multiplicar cada valor de x pelo correspondente valor de y, e somar todos esses produtos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Quadro 1 - Classificação dos valores das correlações R r 2 Classificação Nula, ------,3, ------,9 Fraca,3 ------,6,9 ------,36 Média,6 ------,9,36 ------,81 Forte,9 ------,99,81 ------,99 Fortíssima 1 1 Perfeita Fonte: Cavalcante, J. C., 23 Através do Gráfico 1 e 3 abaixo, pode-se perceber claramente a associação entre o número máximo de casos de gripe e o mês com temperatura mais baixa do ano de 22 (2,4 ºC) que ocorreu no mês de agosto (Tabela 2). No mês de janeiro (com temperatura elevada), ocorre o número mínimo de casos desta enfermidade. O maior valor do coeficiente de determinação (r 2 =,3) foi encontrado com a temperatura mínima, indicando ser esta variável a mais significativa para os estímulos meteorotrópicos. Entre as três umidades investigadas, a umidade média parece ser aquela com maior influência sobre os casos de gripe (Gráfico 2 e 3) ocorridos em Maceió, AL. Os valores dos coeficientes de determinação ( r 2 =,14 para a umidade média e r 2 =,13 para a umidade mínima)

confirmaram correlações médias para esta variável, no entanto a umidade máxima apresentou correlação fraca (r 2 =,8). As precipitações total e máxima apresentaram correlações fracas. Temperatura Mínima Temperatura Máxima Temperatura Média Número de Casos de 1 5 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Meses do ano de 22 4 3 2 1 Temperaturas Gráfico 1 Relação entre o número de casos de gripe (eixo vertical esquerdo) ocorridos em Maceió AL, durante o ano de 22 (eixo horizontal) e as temperaturas máxima, mínima e média (eixo vertical direito). Umidade Mínima Umidade Máxima Umidade Média Número de Casos de 1 8 6 4 2 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 12 1 8 6 4 2 Umidade Meses do ano de 22 Gráfico 2 Relação entre o número de casos de gripe (eixo vertical esquerdo) ocorridos em Maceió AL, durante o ano de 22 (eixo horizontal) e as umidades máxima, mínima e média (eixo vertical direito). Temperatura Mínima Umidade Média Precipitação 1, Coeficiente de Determinação,8,6,4,2,,3,14,4 Gráfico 3 Maiores valores dos coeficientes de determinação encontrados entre as temperaturas e umidades (máxima, média, e mínima), precipitação (máxima e total) e o número de casos de gripe ocorridos em Maceió, AL, durante o ano de 22.

Tabela 1- Valores dos coeficientes de correlação (R) e determinação (r 2 ), encontrados entre as Temperaturas e Umidades (Máxima, média, e mínima), precipitação total e o número de casos de gripe ocorridos em Maceió,AL, durante o ano de 22. Variáveis Meteorológicas Coeficiente de Correlação de Pearson (R) Coeficiente de Determinação (r 2 ) Temperatura Máxima -,49,24 Temperatura Mínima -,55,3 Temperatura Média -,54,29 Umidade Máxima,29,8 Umidade Mínima,37,13 Umidade Média,38,14 Precipitação Total,19,4 Tabela 2- Dados mensais de temperatura do ar, umidade Relativa do ar (Máximas, Mínimas e Médias), e Precipitação (Total e Máxima) em 22, Maceió, AL. TEMPERATURA UMIDADE RELATIVA PRECIPITAÇÃO MES Máxima Mínima Média Máxima Mínima Média Total Máxima Janeiro 29,9 23,3 26, 97,1 69,8 87,8 188,8 13,4 Fevereiro 31,1 23,6 26,8 97, 64,5 84,4 57, 5,9 Março 3,6 23,6 26,6 97, 67,1 86,4 125,7 11,4 Abril 3, 23,2 26,1 97, 69,2 88,1 11,3 5,5 Maio 28,8 22,7 25,3 97,1 77, 91,1 29,1 2,8 Junho 27,3 21,5 23,9 97,6 78,8 92,4 398,2 22,2 Julho 27,8 21, 24, 97,8 74,9 91,1 94,5 9,5 Agosto 27,5 2,4 23,5 97,4 72,6 9,2 13,9 5,7 Setembro 29,2 2,6 24,5 97,3 66, 87,7 52,8 7,6 Outubro 3,2 22,2 25,8 96,9 6,7 83,5 23,7 3,5 Novembro 31,3 22,9 26,6 96,8 6,9 83,6 22,4 4,1 Dezembro 32,6 23,9 27,7 95,8 57,7 8,9 5,6 4,7 Fonte: Oliveira, 25 CONCLUSÕES Dentre as variáveis meteorológicas investigadas nesta pesquisa, a temperatura mínima que apresentou o maior coeficiente de correlação de Pearson (R=-,55) e um coeficiente de determinação (r 2 =,3) relativo à correlação média se destaca como aquela que possui maior efeito sobre os estímulos meteorotrópicos produzidos sobre os casos de gripe durante o ano de 22 em Maceió,AL, em pacientes com todas as idades. A relação inversa entre a temperatura e a gripe ocorrida em Maceió, AL, é comprovada pelo valor negativo da correlação de Pearson e confirmada pela literatura da Biometeorologia Humana (TROMP,198), pois este autor afirma que é nas condições atmosféricas de baixas umidade e velocidade do vento que o vírus influenza mais se desenvolve. Desta forma, resultados de pesquisas têm apontado os meses mais frios do ano com o número máximo de casos de gripe em várias partes do mundo, o que não contradiz a afirmação

deste autor, pois a queda da temperatura geralmente reduz a umidade. Todavia, esta relação inversa com a temperatura parece estar profundamente ligada ao movimento de pessoas durante o inverno nas regiões fora dos trópicos e durante os meses chuvosos e mais frios em regiões tropicais. Como nos trópicos as menores temperaturas podem ocorrer com umidades elevadas devido as chuvas, o movimento da população urbana favorece concentrações em ambientes com ar condicionado e em ambientes fechados onde ocorre redução de umidade e ventilação favorecendo significativamente a transmissão do vírus da gripe e de outros vírus não identificados, embora no ambiente externo, a umidade e o vento estejam mais elevados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDO, S. de O. Clima e suas anomalias para a cidade de Maceió. Trabalho apresentado ao Departamento de Física da Universidade Federal de Alagoas, como requisito à obtenção do grau delicenciado em Física. Maceió, 1999, p. 32-67. CAVALCANTE, J. C. Mortalidade em menores de um ano: utilização de novos indicadores para avaliação. Dissertação de mestrado em Saúde da criança, Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Tocoginecologia. Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 23. OLIVEIRA, J. C. F. de. Efeitos diretos e indiretos de variáveis meteorológicas na saúde e qualidade devida da população urbana da cidade de Maceió, AL. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente-PRODEMA da UniversidadeFederal da Paraíba- UFPB, para obtenção do grau de mestre. João Pessoa, PB, 24. OLIVEIRA, J.C.F. de. Biometeorologia: estudo de casos em Maceió, Alagoas: efeitos de elementos meteorológicos na qualidade de vida urbana e na saúde humana. Fundação Manoel Lisboa e Secretaria de Planejamento do Estado de Alagoas, 25, 145 p. SOUNIS, E. Epidemiologia aplicada. Livraria Atheneu. Rio de Janeiro. 1985 TROMP, S. W. Biometeorology - the impact of the weather and climate on Human and their environment (animals and plants). Editor L.C. Thomas, Heyden & Son Ltd. 198.