Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento FICHA DE PROJECTO



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Transcrição:

Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento FICHA DE PROJECTO I Resumo 1.1 - Titulo do Projecto: Valorização das Terras do Porto Novo 1.2 Área geográfica de intervenção do projecto: Ilha: Santo Antão Concelho: Porto Novo 1.3 - Localidades: Ribeira Fria e Ribeira dos Bodes 1.4 - Duração prevista - 12 Meses 1.5 - Orçamento estimativo - 158.900 EUROS 1.6 Montante Solicitado 125.100 EUROS II Identificação da ONG executora: 2.1 - Nome: Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento 2.2 - Sigla : ADAD 2.3 - Sede : Cidade da Praia 2.4 Endereço: Rua Senhor Ângelo nº 4, Fazenda 2.5 - Pessoa de Contacto: Januário Nascimento 2.6 Telefone: 00238 262 23 48 2.7 Telemóvel: 00238 991 85 55 2.8 - Email: januariozizi@hotmail.com III Breve descrição da ONG executora: 3.1 Data da criação : 16/09/1991 3.2 - Natureza Jurídica: Personalidade jurídica a 26 de Abril 1993 3.3 - Nº de membros: 520 3.4 Áreas de intervenção : Combate à Desertificação, Educação Ambiental, Saneamento do meio, Divulgação das Convenções sobre o Ambiente 1) RESUMO O projecto visa mobilizar recursos materiais, humanos e financeiros, com vista a combater a desertificação, a luta contra a pobreza e a promover o desenvolvimento rural sustentável na ilha de Santo Antão, mais propriamente no Concelho do Porto Novo, através de uma maior participação das comunidades locais.

Um leque variado de actividades será levado a cabo, nomeadamente estudos sobre as espécies vegetais e animais, educação ambiental, plantação de árvores, formação, entre outros. A região SSW do concelho do Porto Novo, na ilha de Santo Antão, compreeendida entre as zonas de Ribeira Fria, Chã de Gamboesa, Lagedos e Chã de Matos, possui condições agro-ecológicas especiais para a prática do silvo-pastoralismo pois, os solos locais bem como o clima demonstram tal pressuposto. Por outro lado, a dita região é caracterizada pela existência de um número considerável de criadores de gado (cerca de 250) que vêm no pastoreio livre a melhor fonte de obtenção de pasto para os seus animais. Neste sentido, elaborou-se o presente Projecto de Valorização dos Terrenos Baldios da aludida região, com vista à se poder levar à cabo acções diversas para a sua exploração em potencial, nomeadamente, obras de conservação de solos e água, plantação de essências florestais, pesquisa e educação ambiental. 2) Apresentação da ADAD A ADAD Associação para Defesa do Ambiente e Desenvolvimento é uma ONG com personalidade jurídica, criada em 1991 na cidade da Praia, ilha de Santiago, República de Cabo Verde, e publicada no Boletim Oficial Nº 17, de 26 de Abril de 1993. Constituída por um número de 500 associados oriundos de todas as ilhas que enformam o território nacional, a ADAD apresenta como objectivo principal a sensibilização das populações para os problemas ambientais quer no espaço terrestre quer no marinho, assim como a realização de acções que visam contribuir para o desenvolvimento do país nomeadamente no que se refere ao processo de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social. Organizacionalmente a ADAD encontra-se estruturada em três órgãos sociais, quais sejam: a Assembleia-geral que é o órgão máximo deliberativo, o Conselho Directivo que é o órgão executivo e Conselho Fiscal responsável pelo seguimento das deliberações emanadas pelo órgão deliberativo. De acordo com os seus objectivos, a ADAD vem realizando várias actividades entre as quais se destacam: acções de sensibilização e formação nas escolas e liceus do país, organização da Semana do Ambiente anualmente; apoio na diminuição dos problemas de saneamento em vários bairros dos principais centros urbanos do país; Construção de infra-estruturas sanitárias e de abastecimento de água; pintura de várias escolas nas comunidades rurais; divulgação das convenções internacionais sobre seca e desertificação, a biodiversidade e as mudanças climáticas, entre outras. 2

Várias actividades foram realizadas, destacando-se entre elas a organização das comemorações da XII Semana Nacional do Ambiente e do Dia Internacional de Luta Contra a Desertificação, organização de um Fórum sobre A Migração na Ilha de Santiago, construção de hortos escolares, realização de um Atelier sobre a educação ambiental, Projecto de Luta Contra o HIV-SIDA participação na divulgação do II PLANO DE ACÇÃO NACIONAL PARA O AMBIENTAL (PANA II), entre outros. A parceria é tida como o ponto forte da ADAD na implementação de qualquer dos seus programas, contando neste particular com a colaboração da Associação Comunitária Local, Delegação do Ministério do Ambiente e Agricultura. 3) CONTEXTO O governo de Cabo Verde desde a independência do país orientou as acções no meio rural numa lógica de luta contra a desertificação, para uma melhor intervenção neste domínio, elaborou um programa de acção Nacional de luta contra a desertificação (PAN) com a participação efectiva das comunidades lacais na sua concepção e execução, contendo projectos integrado e descentralizados. Com efeito, as Estratégias Nacionais de desenvolvimento, nomeadamente as Grandes Opções do Plano, o Plano Nacional do Desenvolvimento 2002-2005, o Programa de Luta contra Pobreza, o PANAII-2004-2014 consideram a luta contra a desertificação uma medida importante na salvaguarda dos recursos naturais e promoção do desenvolvimento sustentável. Registe-se que, em Cabo Verde medidas práticas de luta contra a desertificação e mitigação dos efeitos da seca antecedem à Convenção de luta Contra a Desertificação. Em Cabo Verde para a elaboração do Plano de Acção Nacional para o Ambiente (PANAII) teve-se, em consideração, a visão integrada dos problemas ambientais, na actualidade, abrangendo vários sectores da sociedade e a diversos níveis. Realça-se que a participação e o envolvimento alargado dos parceiros, bem como a descentralização das decisões, enquanto princípios, orientadores da Convenção, fazem parte também, da metodologia de elaboração de outros Planos estratégicos para Cabo Verde. 3.1 Localização do Projecto O projecto situa-se na cintura fisiográfica entre a embocadura das Ribeiras FRIA e BODES, respectivamente (mais concretamente em FUNDO de ESTEVES RODRIGUES) nas zonas de PAREDÃO, CHÃ de CARAPIÇA) ou na faixa litorânea de PONTE SUL e CHÃ de MATO, todos no concelho do Porto Novo, ilha de Santo Antão, República de Cabo Verde. 3

Área Estimada : cerca de 16 à 20 ha, (de terrenos incultos), aproximadamente Caracterização Agro-Ecológica da região : 3.2 Esta região desenvolve-se ao longo da fachada N-NE, desde o nível médio das águas do mar, até cerca de 700 metros de altitude ultrapassando esta cota, até atingir as sobranceiras do Planalto Leste, na zona fisiográfica de Lagoa. Abrangendo distintas situações geo-morfológicas, não apresenta, no entanto, grandes variações na composição do cortejo florístico, talvez por estas zonas se concentrar a maior parte das áreas de sequeiro e, por consequência, serem dominantes as espécies adventícias. De ressaltar a dominância de algumas espécies herbáceas, autóctones, nomeadamente : Lavandula rotundifolia Diplotaxis gracilis Asteriscus vogelii Sarcostemma daltonii Tricholaena teneriffae Superfícies recobertas por lapili pozolânico que soterrou o manto basáltico e os depósitos de enxurrada, envolvendo as características malhas brancas da aba meridional, à Oeste, da cidade do Porto Novo, constituído por material piroclástico, pouco evoluído e frágil, arrastável pela acção da força eólica, reduzindo-se, progressivamente, a área do manto de cobertura a respectiva espessura; Encostas suaves da periferia planáltica, em correspondência com nível basáltico que determinam situações de aplanação integradas na e em pendente suave para a respectiva periferia, não tendo sido recobertas pelo manto de piroclásticos; Superfícies basálticas, parcialmente, recobertas por lapili pozolânico, em plena vertente meridional, do manto de piroclásticos que soterrou toda a superfície planáltica restando manchas dispersas, em coincidência com as formas côncavas, naturalmente, resguardadas da acção do vento; As operações que tem sido levadas à cabo nesta região desde os primórdios da década de 90 do século passado e mais concretamente, em meados de 1992, no âmbito do Projecto financiado pela COMUNIDADE ECONÓMICA EUROPEIA, consideram-se como altamente benéficas, vindo ao encontro da necessidade em se atingir um equilíbrio entre as características físicas do meio edáfico e os condicionalismos do meio natural. 4

3.4 Caracterização Edafo-Climática No tocante à questão de ordem climática temos a registar o seguinte: O clima da Ilha e, mais em particular na extremidade S e SW do concelho do Porto Novo, caracteriza-se pela aridez, em coincidência com a fachada circundante meridional e poente, envolvendo, ainda, toda a superfície planáltica de OESTE. É considerado ainda pela extensão territorial o espaço adstrito à climas de tipo semi-árido, em correspondência com as vertentes NOROESTE e NORTE, numa cota entre os 150 à 350 metros de altitude. Quanto à vertente pedológica, temos o seguinte: Cambissolos crómicos (CMx), com um horizonte B câmbico, de coloração variando desde o alaranjado ao vermelho e um horizonte A ócrico, identificando-se, em geral, com mantos lávicos, sub-aéreos ou tufosos, de natureza basáltica ou, ainda com depósitos antigos de origem fluvial que se espraiaram na aplanação litorânea; Cambissolos vétricos (CMv) isto é, cambissolos com um horizonte A, ócrico, e tendo propriedades vérticas (fendilhamento vertical, textura fina e estrutura um tanto desenvolvida em agregados prismáticos médios à finos e com um certo grau de adesividade e plasticidade), relacionando-se, sobretudo, com rochas basálticas; Cambissolos êutricos (Cme), com um horizonte A, ócrico, e um grau de saturação em bases acima dos 50 %, relacionando-se, sobretudo, com rochas de natureza basáltica e fonolítica do Complexo Eruptivo Antigo e, ainda, com depósitos de vertente já estabilizados que denotam evolução pedogénica tendente à diferenciação de um perfil do tipo A, Bw C Designação da Essência Florestal Parkinsonea aculeata Prosopis juliflora Área Ocupada actualmente (em termos estimativos) 3,5 ha 2,5 ha Utilidade Socio-Económica Folhagens e Vagens para alimentação do Gado, no sentido geral Râmulos comestíveis para Caprinos e Ovinos Semente comestível para humanos Criação de Sebes vivas (divisão de parcelas e protecção da acção dos ventos) Controle da Erosão e Estabilização de Dunas Madeira (côr castanha-escura) serve para lenha e carvão Frutos comestíveis para o Homem e Gado Madeira dá lenha, carvão, dormentes e cabos de ferramentas Boa produtora de mel de abelha Utiliza-se como quebra-vento (sebes vivas) Árvores adultas obstruem crescimento de ervas daninhas no terreno envolvente Vagens moídas, dão boa farinha comestível para o Homem e Animais 5

As folhas fornecem boa forragem para o Gado Atriplex nummelaria 3.500 m 2 Alto conteúdo de nitrogénio e fósforo (5-16 toneladas por hectare de forragem) 3.5 CARACTERIZAÇÃO DA ILHA DE SANTO ANTÃO HIPÓTESES DE INTEVENÇÃO SOB FORMA DE REGIME SILVO-PASTORIL OU AGRO-SILVO-PASTORIL Classes e Sub-Classes de Vocação de Solos Definição Limitações Dominantes Zonas de Vocação Agro-Silvo-Pastoril Zonas de Vocação Agro-Silvo-Pastoril Solos cultiváveis entre 10 à 40 %, localizados em zona semi-árida Solos de profundidade suficiente, aptos aos florestamentos, em bio-clima semi-árido e árido de transição Topografia Solos Heterogéneo s Erosão Aridez climática Vocação e Potencialidade s de Exploração Ensaio de técnicas culturais para captação dos escorrimento s Florestação silvo-pastoris Florestament o silvopastoril de zonas áridas, realizáveis, com técnicas de conservação de solos e água Superfície Bruta (em ha) 8.957 ha 5.230 ha Constrangimentos do Sector Florestal na Ilha de Santo Antão e em particular, na região do Projecto O problema central que se põe é o da tendência para uma certa degradação ambiental que tem como causas directas: a diminuição das precipitações anuais bem como seu regime, marcadamente torrencial, dos últimos 15 anos; as características topográficas da Ilha que favorecem a erosão; a destruição do coberto vegetal; o relativo baixo rimo de florestação, em relação ao nível nacional; baixo impacto das acções de florestação e conservação dos solos e água Por sua vez, a destruição do coberto vegetal tem a ver com: a diminuição das precipitações nos últimos 15 anos; as práticas agrícolas sem a devida sustentação ecológica a recolha do material combustível lenhosos 6

a prática do pastoreio livre a recolha de pasto nas encostas de pendentes acentuadas Outrossim, o baixo ritmo dos programas de reflorestação tem as suas causas no seguinte: diminuição das precipitações anualmente;: carácter sanzonal das actividades assistencialista das FAIMO, Incidência do fenómeno da Pobreza, no meio rural santantonense Características Demográficas Impacto do Projecto no Grupo-Alvo A maior parte das populações onde se pretende implementar o Projecto, vive exclusivamente, das FAIMO e, aleatoriamente, das precipitações muito irrisórias que, em certa medida, nem pasto para os seus animais, conseguem obter. Com a implementação do Projecto em todas as suas vertentes, acredita-se que, o impacto na vida social e económica das populações a serem beneficiadas, será de grande dimensão. Actividades Económicas Tanto na Ribeira dos Bodes, como em Lagedos, Ponte Sul e/ou Ribeira Fria, respectivamente, as comunidades locais vivem da agricultura de sequeiro em primeira mão um pouco da agricultura de regadio e, na maior parte dos casos, da criação animal, quando as condições pluviométricas para tal o permitem. Entretanto, a fonte de rendimento principal da população como se frisou atrás provém dos parcos recursos financeiros obtidos na execução de obras do MAA, no âmbito das FAIMO, em todas as zonas atrás citadas. 4) QUADRO LÓGICO Principais Elementos 4.1 Objectivos Gerais Contribuir para um desenvolvimento durável baseado na valorização integrada e participativa dos recursos naturais das zonas agroecológicas e no capital humano e socio-económico local; Contribuir para a melhoria das condições de vida das populações alvo, através da melhoria e ampliação da base produtiva dos recursos silvopastoris e da investigação. 4.2 Objectivos Específicos Promover o uso adequado e sustentável dos recursos silvo-pastoris, pela implementação de medidas mecânicas e biológicas de conservação de solos e água e integração da silvicultura e pecuária, em sistemas estáveis, integrados e mais produtivos; 7

Implementar medidas de promoção da produção silvo-pastoralismo sustentável, pela diversificação e valorização dos produtos, criação de infra-estruturas para os efeitos; Apoiar as comunidades rurais para melhor perspectivarem e assumirem o seu próprio desenvolvimento e capacitar os beneficiários e instituições para uma gestão dos recursos naturais e humanos. Capacitar os membros das Comunidades de Ribeira dos Bodes e Ribeira Fria e criar o gosto para a pesquisa/acção e educação ambiental. 4.3 Resultados Esperados R.1 : Recursos Silvo-Pastoris utilizados de forma mais sustentável R.1.1. Sistemas Silvo-Pastoris estáveis implantados R.1.2. Produção silvo-pastoril aumentada, diversificada e melhorada em função das especificidades e potencialidades das zonas de intervenção do Projecto R.1.3. Medidas de promoção e valorização de produtos silvo-pastoris desenvolvidas e realizadas R.2 : Infra-estruturas de melhoria dos acessos das zonas de intervenção do Projecto desenvolvidas e implementadas com base nos resultados do estudo. R.3. Capacitação Técnica dos Técnicos e Beneficiários R.3.1. Técnicos e beneficiários em ordenamento e gestão sustentável de recursos naturais e modernas técnicas de produção silvo-pastoris, realizada. R.3.2. Beneficiários directos e indirectos, sensibilizados em relação à protecção e utilização dos recursos naturais R.3.3. Sistemas de seguimento e avaliação do Projecto criados e implementados 4.5 Principais Domínios de Actividade: Tendo em conta o exposto, nos capítulos anteriores, apresentam-se, em seguida, as grandes actividades, à serem executadas, no âmbito da vida útil do Projecto: 8

Medidas Silvo-Pastoris e Promoção da Silvo-Pastorícia a) Recuperar cerca de 2 ha de terreno, de campos de pastagem com a introdução (escarificação e sementeira) de essências forrageiras em zonas de altitude média (500 à 700 metros de cota) entre Ribeira Fria e Ribeira dos Bodes; b) Promover a recolha e a conservação de cerca de 10 toneladas/ano de pasto (Novembro à Março) correspondentes às necessidades alimentares/nutritivas de caprinos, aproximadamente, bem como das técnicas melhoradas de tratamento, armazenamento e conservação (uso da ureia, construção de medas, enfardamento, etc);; c) Promover a recolha e conservação de uma média de 1.250 litros de semente de pastagem/ano, nas zonas que favorecem a sua produção; d) Apoiar o marketing dos produtos silvo-pastoris (feira local anual, participação em feiras regionais e/ou nacionais, exposições, folhetos informativos, spots publicitários, etc); Medidas de Capacitação, Animação/Sensibilização e Organização Comunitária Nesta matéria, foram identificadas, conjuntamente, com as Associações locais, um leque de acções em vários domínios, a saber: a) Formação e capacitação dos criadores em produção silvícola e pecuária; nutrição animal, técnicas de C.S.A., mobilização de recursos hídricos, engenharia rural e florestas, etc; b) Formar e capacitar membros das Associações locais em Associativismo, e Gestão de Perímetros Florestais de 50 homens/dia em 2009; c) Formar e capacitar os criadores e técnicos, em técnicas de tratamento pós colheita e conservação do pasto (cerca de 50 homens/dia em 2009 e 25 em 2010); d) Realizar reuniões, deslocações e intercâmbios com participantes e beneficiários do Projecto (1 actividade por mês, com 15 participantes); e) Promover a realização de actividades de animação, sensibilização, informação, utilizando técnicas de abordagem participativa, nomeadamente, nos seguintes domínios: Protecção e utilização dos recursos naturais; Construção e manutenção das infra-estruturas rurais; Realização de reuniões, seminários, ateliers e encontros regulares de planificação/seguimento/avaliação do Projecto; Protecção do património ecológico/paisagístico da zona de intervenção do Projecto (precavendo os resultados atingidos, no futuro); Melhoramento forrageiros (recolha, tratamento e armazenamento do pasto); Promoção e realização de encontros sobre Associativismo e Gestão/Organização Comunitária ; 9

Medidas de Operacionalização do Projecto As medidas que irão ser efectuadas para a implementação e operacionalização do Projecto, serão as seguintes: Indicadores 75 % da área semi-árida coberta com essências florestais; 50 homens capacitados em matéria de Associativismo ; 50 homens capacitados em Gestão e Contabilidade ; 1.300 litros de sementes forrageiras recolhidas e armazenadas; 70 homens capacitados em recolha e conservação de pasto; Espécies Animais e Vegetais estudados 50 homens capacitados em matéria de Abordagem Participativa. 5. PLANO da ORGANIZAÇÃO e GESTÃO PARCERIAS A Universidade de Cabo Verde, UNI-CV vocacionada para a pesquisa dará o seu contributo com os seus experts e haverá um envolvimento directo dos estudantes, contribuindo assim para a Pesquisa/Acção O Ministério do Ambiente e da Agricultura através da respectiva Delegação na ilha de Santo Antão tem vindo a dar a sua máxima comparticipação, em matéria de assistência técnica às referidas associações, em todas as áreas do agro-silvo-pastorilismo, que se mostrar necessário. Neste sentido, qualquer actividade/acção susceptível de vir a ser implementada na região do Projecto, em causa, terá toda a colaboração possível da referida instituição pois é o parceiro mais directo para a sua materialização, no terreno. A Câmara Municipal do Porto Novo, na qualidade de entidade máxima, em termos territoriais, no concelho, desempenhará um papel fulcral no processo pois, poderá apoiar a materialização das acções burocráticas/administrativas, e mesmo técnicas na materialização do Projecto, em causa. Coordenação do Projecto 10

Dado à complexidade que se reveste o Projecto, em apreço, somos de opinião que a sua gestão deverá ser orientada por uma equipe multidisciplinar, formada por uma equipa técnica EXECUTIVA, coordenada pela ADAD, com o seguinte organigrama: Coordenado r ADAD Delegação do MAA ADAD Câmara M. Porto Novo Novooordin INIDA/UNI CV Associações 6) Implicações no Género A questão do género é algo ainda muito recente em Cabo Verde e, como tal, ainda pouco explorada. Pese embora o quadro jurídico-legal favorável existente, com relação ao género, e a importância que a mulher caboverdiana reflecte na economia nacional, as mulheres continuam ainda nos dias de hoje a ser vitimadas pelo fenómeno da pobreza, do analfabetismo e do desemprego. Por essa razão, a camada feminina, com enfoque para as mulheres chefes de família, constitui um dos focos principais deste projecto, contribuindo assim para a resolução de uma das preocupações contidas no PND que é a inserção da mulher na dinâmica de desenvolvimento socio-económico do país, através da criação de um ambiente mais favorável para o acesso aos recursosimpacto sobre o Meio Ambiente 7) Implicações no Ambiente As zonas de Ribeira dos Bodes e Ribeira Fria com terras abandonadas, sofrendo os efeitos da desertificação, constituem pontos importantes do país. Sendo a valorização do capital humano um dos pontos fortes deste projecto, é de se prever o forte impacto positivo que este projecto terá para a região no plano ambiental, constituindo assim um input importante para o desenvolvimento. 8) Relações de complementaridade Tratando-se de um projecto transversal a sua implementação levará em devida conta as acções de desenvolvimento em curso na ilha, em particular, nas comunidades visadas. Assim, uma estreita sintonia deverá ter, sobretudo, com a Universidade de Cabo Verde, as Câmaras Municipais, Delegação do MAA, e Delegação do Ministério da Educação e Associações de Desenvolvimento. 11

9) ACTIVIDADES, CUSTOS E FONTES DE FINANCIAMENTO 1. Pesquisa Actividades Custos (EURO) FONTES DE FINANCIAMENTO Montante Solicitado 1.1 Estudo do solo 31.000 25.000 1.2 Estudo das espécies vegetais Contribuição local (EURO) 6.000 24.600 20.000 4.600 1.3 Estudo das espécies animais 21.500 18.000 3.500 SUB-TOTAL 77.100 63.000 14.100 2 Medidas silvo-pastoril 2.1 Abertura de covas e instalação da arborização 17.000 13.000 4.000 2.2 Plantação de árvores 5.000 fruteiras e forrageiras 16.000 11.000 2.3 Plantação de árvores 11.000 9.000 2.000 florestais 2.4 Lançamento de sementes 7.100 5.600 1.500 de pastagem SUB-TOTAL 51.100 38.600 12.500 3 Formação 3.1 Formar e capacitar as escolas e os membros das 2.000 associações 7.900 5.900 3. 2 Formar e capacitar os 2700 2.000 700 pastores 3.3 Realização de actividades 4.000 3.000 1.000 de animação, sensibilização e de informação SUB-TOTAL 14.600 10.900 3.700 4 Deslocação dos 5.000 5000 0 pesquisadores 5 Assistência técnica 6.600 4.600 2.000 6 Despesas administrativas 4.500 3.000 1.500 12

TOTAL GLOBAL 158.900 125.100 33.800 13

CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ACTIVIDADES 2009/2010 A M J J A S O N D J F M 1. Constituição da equipa de execução do Projecto 2. Assinatura dos contratos de execução dos trabalhos físicos com as associações comunitárias 3. Definição de critérios e selecção de pessoas a formar 4. Definição de programas de formação em função das necessidades identificadas no terreno 5. Selecção dos formadores 6. Formação dos agricultores, técnicos e professores 7. Implementação dos trabalhos físicos. Pesquisas/Estudo das espécies vegetais e animais 8. Plantação de árvores e cuidados. Pesquisas 9. Continuação das pesquisas 10. Seguimento e avaliação 14

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