Encontro de Análise do Comportamento do Vale do São Francisco UNIVASF A formação do terapeuta analíticocomportamental Ana Lúcia A. O. Ulian UFBA Ago 2010 1
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Como é que se faz? Simples de dizer É necessário identificar o comportamento problema do cliente e o contexto em que ocorre. Difícil de fazer Como é que se faz? 1º) Identificar o comportamento-problema e o contexto em que ocorre (pode ser diferente da queixa) Atenção ao máximo de respostas possível Levantamento de hipóteses desde o 1º contato Escuta empática A fase das DESCOBERTAS (a metáfora do quebra-cabeça) 3
31/08/2010 DESCOBERTAS Escuta empática Levantamento de hipóteses (ainda no pensamento) Estabelecimento da Relação Terapêutica (empatia, aceitação incondicional e autenticidade) Imprescindível para que a terapia tenha sucesso Critérios para identificar comportamento-problema Selecionar o que é mais aversivo para o cliente. O comportamento que é mais perigoso fisicamente. O comportamento mais fácil de mudar (cooperação). O que produz maior mudança entre vários. Comptos incompatíveis para maior adaptação. Comptos importantes para o desenvolvimento de outros. Comptos relevantes para bom desempenho. Comptos valorizados socialmente. Aquele que é mais provável de se manter. (Sturmey, 1966) 4
31/08/2010 Perguntas que podem ser feitas nessa fase Como você se sente? Como reage? O que você faz quando...? Como é o seu medo? Como você responde? Com que frequência isso acontece? Em que circunstâncias você se sente assim? O que o deixa mais ansioso? O que incomoda você? Como as pessoas reagem a você? Que lugar você prefere? O que acontece quando você age assim? Você pode contar com alguém? É por isso que você não gosta de...? Essa fase pode durar cerca de 4 sessões. As peças do quebra-cabeça estão desviradas, mas misturadas. Começa a fase das EXPLICAÇÔES Explicações Separar as peças do quebra-cabeça com algum critério e começar os encaixes. Montar a análise por escrito para discutir com o cliente. Levantar hipóteses junto com o cliente. Dar modelo de como se faz análise de contingências. Dar aulinhas teóricas sobre princípios do comportamento, com exemplos da própria relação com o cliente, da relação com outros, de personagens de filmes, novelas etc. Pedir para o cliente explicar comportamentos dos outros. Mais 3 ou 4 sessões o cliente já discrimina o que é RESPOSTA e CONTEXO. Está na hora de analisar o próprio comportamento. É a fase do AUTOCONHECIMENTO 5
31/08/2010 Autoconhecimento É o auge da análise. O cliente passa a observar o que faz e as consequências do que faz. O quebra cabeça está praticamente montado. Dar aulinhas sobre escolha e tomada de decisão. O cliente toma consciência de si e do contexto em que está vivendo. Em até 10 sessões é possível alcançar essa fase, mas a próxima fase é a mais difícil. É a fase da ação, da RESOLUÇÂO DE PROBLEMAS Resolução de problemas Identificar junto com o cliente alternativas de ação. Levar o cliente a agir efetivamente. Avaliar com o cliente as atitudes tomadas. O quebra-cabeça está montado, mas essa fase pode durar anos. 6
31/08/2010 O que ensinar Categorias identificadas: 1. Identificar respostas (busca de comportamento (s)-alvo). 2. Identificar antecedentes e dados relevantes da história de vida. 3. Identificar conseqüentes e dados relevantes da história de vida. 4. Relacionar eventos descrevendo e explicando comportamentos do cliente. 5. Relacionar eventos descrevendo e explicando comportamentos de modo geral, o seu próprio (do terapeuta) ou de terceiros. 6. Induzir o cliente a relacionar eventos descrevendo e explicando comportamentos de modo geral ou de terceiros. 7. Induzir o cliente a relacionar eventos, identificando as próprias Rs, seus As e Cs. 8. Pedir ao cliente explicações para o próprio comportamento ou induzir o cliente a explicar o próprio comportamento. 9. Propor ou induzir o cliente a propor alternativas de ações. 10. Induzir o cliente à ação. 11. Avaliar ou induzir o cliente a avaliar o comportamento experimentado fora da sessão, na sessão espontaneamente ou em ensaio comportamental. Mais duas: 12. Elogiar análises de contingências (reforçar diferencialmente o cliente demonstrar entendimento das relações feitas pelo terapeuta ou quando ele mesmo as fizer. Quando o cliente relacionar eventos identificando Rs e seus As e Cs e explicando o próprio comportamento ou o de terceiros. Quando apresentar alternativas de ação e demonstrar interesse em tomar atitudes diferentes. 13. Outras (Falas do terapeuta que não são imprescindíveis à análise de contingências, mas que são necessárias à relação terapêutica: início e término, bate-papo, instruções, empatia, parafrasear) 7
Mediana das porcentagens de categorias de falas dos terapeutas-estagiários 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1 Respostas 2 Antecedentes 3 Consequentes 4 Explicar cliente 5 Explicar terceiros 6 Cliente explica terceiros 7 Cliente relaciona 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 Sessões 8 Cliente se explica 9 Induzir alternativa 10 Induzir a ação 11 Avaliar a ação 12 Elogiar 13 Outras Sessões 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 O ensino e a formação Programa de ensino de análise de contingências: Módulo 1 Revisão de princípios básicos Módulo 2 Análise de casos da literatura Módulo 3 Análise do caso atendido pelo terapeuta-estagiário 8
31/08/2010 Tipos de Supervisão: Pós sessão: Campos (1995) modelo desenvolvimentista (pedagógico) e modelo tradicional (clínico). Ao vivo: Guilhardi (1987) críticas aos modelos pós sessão. Kohlenberg e Tsai (1991/2001) vivenciar durante a supervisão os aspectos de uma relação interpessoal. Kerbauy, em Rangé et al. (1995). dá segurança ao terapeuta-estudante e garante um atendimento de alto padrão para o cliente. Becker (2002) o supervisor leva o supervisionado a analisar seu próprio comportamento, tornando-se um terapeuta terapeutizado. Zamignani (2000) treino discriminativo muda comportamento na sessão seguinte. Moreira (2001) adquiriu padrão comportamento do supervisor Procedimento Modelagem Reforçamento diferencial logo após a sessão de atendimento e/ou na correção dos relatos cursivos. Modelação Observação do comportamento do colega atendendo, observação do próprio comportamento pela fita de vídeo e vivência da própria análise de contingências do seu comportamento de terapeuta durante as sessões de supervisão. 9
Resultados (declarações e observações) Fico ansioso pra receber logo o feedback. Puxa, isso passou pela minha cabeça e eu fiquei sem saber se dizia. Nem percebi isso! Da próxima vez não vou deixar passar. Eu não percebia que falava assim... É muito bom saber onde a gente está errando e acertando. Dá pra perceber o processo da modelagem tanto na gente como no cliente. Dificuldades relativas ao procedimento Estagiário se nega a ser observado. Durante o processo de supervisão o estagiário deve vivenciar o que cobrará do cliente. Tempo em horas disponível para supervisão. Número de estagiários por turma. 10
Muito Obrigada! analuciaulian@gmail.com Cel (71) 8853 2273 11