OSMAR MENDES FERREIRA



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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA REDUÇÃO DA DBO PELO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA CEASA - CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DE GOIÁS S/A CONSTITUÍDO POR REATOR ANAERÓBIO SEGUIDO DE FILTRO ANAERÓBIO EVALUATION OF THE REDUCTION OF THE DBO FOR THE SYSTEM OF TREATMENT OF WASTEWATER OF THE CEASA - CENTRAL OFFICES OF SUPPLYING OF GOIÁS S/A CONSTITUTED OF FOLLOWED ANAEROBIC REACTOR OF ANAEROBIC FILTER MAURÍCIO DA VEIGA JARDIM JÁCOMO Graduando em Engenharia Ambiental Universidade Católica de Goiás OSMAR MENDES FERREIRA Engenheiro Sanitarista, Técnico da Agência Goiana de Meio Ambiente e Professor da Universidade Católica de Goiás RESUMO O presente trabalho avaliou a eficiência do sistema de tratamento de esgoto da CEASA - Centrais de Abastecimento de Goiás S/A. O sistema trata o esgoto proveniente dos sanitários, lanchonetes e refeitório. O tratamento é biológico provido de um tanque de equalização, um Reator Anaeróbio de fluxo ascendente e um Filtro Anaeróbio de fluxo ascendente. Amostras do efluente bruto e tratado foram coletadas mensalmente para análise da DBO e posteriormente comparadas com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Nº 357/5. O sistema de tratamento mostrou uma boa eficiência, mas não atingiu os padrões de lançamento estabelecidos pelo CONAMA. PALAVRAS-CHAVE: Eficiência, Esgoto, Reator anaeróbio, Filtro anaeróbio, Legislação. ABSTRACT The present work evaluated the efficiency of the system of treatment of sewer of the CEASA - Central Offices of Supplying of Goiás S/A. The system treats the sewer proceeding from the sanitary, snack bars and refectory. The treatment biological is provided with a tank of equalização, an Anaerobic Reactor of ascending flow and an Anaerobic Filter of ascending flow. Samples of effluent the rude one and treated had been collected monthly for analysis of the DBO and later compared with the Resolution of the National Advice of Environment - CONAMA Nº 357/5. The treatment system showed a good efficiency, but it did not reach the standards of launching established by the CONAMA. KEYWORDS: Efficiency, Wastewater, Anaerobic Reators, Anaerobic Filter, Legislation. Goiânia, 25/1

2 1 INTRODUÇÃO A CEASA Centrais de Abastecimento de Goiás S/A foi criada no início dos anos 7, com o objetivo de organizar a comercialização de hortigranjeiros e cereais, montando uma infra-estrutura necessária para que produtores rurais e comerciantes tivessem o espaço garantido para a venda destes e outros produtos para a alimentação. A CEASA possui uma cozinha industrial, refeitório, lanchonete e banheiros sanitários. Portanto houve-se a necessidade de implantar um sistema de tratamento de esgotos. O trabalho de pesquisa foi realizado em um sistema UASB seguido de Filtro Anaeróbio e construído em uma área de 2 m 2 (1 x 2), localizada no encontro da rede central da CEASA com a rede coletora da SANEAGO - Saneamento de Goiás S/A, com afastamento de 15 metros da rodovia BR-153 e teve seu início de funcionamento no de fevereiro de 24. A entrada de esgoto na estação é feita através da rede coletora central da CEASA, passando anteriormente por unidades de retenção de sólidos grosseiros, caixa de areia e medidor de vazão, sendo posteriormente despejado em um tanque de acumulação/distribuição e recalcado para o reator. O efluente do Reator é encaminhado simultaneamente ao Filtro Anaeróbio e o descarte é efetuado na rede coletora da SANEAGO e lançado no rio Meia Ponte. Este trabalho teve como objetivo analisar a eficiência do sistema de tratamento do esgoto implantado na CEASA, quanto a redução da DBO, comparando os resultados com o parâmetro estabelecido pela resolução 357 (CONAMA, 25), que estabelece os valores máximos permitido para o lançamento de efluentes em curso d água. 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA O setor de saneamento básico é um dos mais expressivo usuário dos Recursos Hídricos, tendo a água bruta seu principal insumo. Essa utilização intensa implica em alterações significativas de sua qualidade. Os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água. A fração restante inclui sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, bem como microorganismos. Portanto, é devido a essa fração de,1% que há necessidade de se tratar os esgotos Sperling (1996 a).

3 A concentração das substâncias existentes nos esgotos depende da qualidade da água consumida por habitantes em um dia, bem como dos hábitos alimentares, da existência ou não de águas pluviais misturadas e de outros fatores Imhoff (1966). Em relação ao tratamento de esgotos domésticos tem-se verificado um enorme incremento na utilização da tecnologia anaeróbia notadamente através dos reatores tipo UASB (UPFLOW ANAEROBIC SLUDGE BLANKET REATORS) Chernicharo (1997). Apesar das grandes vantagens referentes à utilização dos processos anaeróbios para tratamento de esgotos sanitários, através de reatores UASB, os mesmos apresentam um efluente final com constituintes residuais, como gases dissolvidos, matéria orgânica, sólidos suspensos, nutrientes e organismos patogênicos, justificando-se assim a necessidade do pós-tratamento Sanches et al. (2). A utilização de um processo anaeróbio como pós-tratamento de efluentes de reatores UASB possibilita a incorporação de diversas vantagens, principalmente por se tratar de tecnologia simples, compacta e de baixo custo, capaz de minimizar significativamente os custos energéticos e operacionais do tratamento, além de ser largamente aplicada em pequenas e médias comunidades Sanches et al. (2). Enquanto o custo de implantação de uma ETE convencional com lodos ativados situa-se entre R$1, e R$18, por habitante e o de uma ETE com reator UASB seguido de sistema de lodos ativados situa-se entre R$7, e R$11, por habitante, uma ETE com reator UASB seguido de filtro anaeróbio tem uma faixa usual de custo de implantação entre R$4, e R$6, por habitante atendido Alem Sobrinho e Jordão (21). Sistemas compostos por decanto-digestor seguido de filtro anaeróbio, geralmente têm custo de implantação entre R$2, e R$5, por habitante. Ademais, os sistemas totalmente anaeróbios têm custo de operação baixíssimo Andrade Neto et al. (24). Os principais organismos envolvidos no tratamento dos esgotos são as bactérias, protozoários, fungos, algas e vermes. Desses, as bactérias são, sem dúvida, os mais importantes na estabilização da matéria orgânica Sperling (1996 b). Três parâmetros definem a qualidade do esgoto: parâmetros físicos, químicos e biológicos, como mostra os quadros 1, 2, 3.

4 Quadro 1 Principais características físicas dos esgotos domésticos PARÂMETRO DESCRIÇÃO - Ligeiramente superior à da água de abastecimento - Variação conforme as estações do ano (mais estável que a temperatura do ar) Temperatura - Influência na atividade microbiana - Influência na solubilidade dos gases - Influência na viscosidade do líquido - Esgoto fresco: ligeiramente cinza Cor - Esgoto séptico: cinza escuro ou preto - Esgoto fresco: odor oleoso, relativamente desagradável. - Esgoto séptico: odor fétido (desagradável), devido ao gás sulfídrico e a outros Odor produtos da decomposição. - Despejos industriais: odores característicos - Causada por uma grande variedade de sólidos em suspensão Turbidez - Esgotos mais frescos ou mais concentrados: geralmente maior turbidez Fonte: SPERLING (1996 a) Quadro 2 Principais características químicas dos esgotos domésticos PARÂMETRO SÓLIDOS TOTAIS Em suspensão - Fixos - Voláteis Dissolvidos DESCRIÇÃO Orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos; sedimentáveis. - Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que não são filtráveis (não dissolvidos). - Componentes minerais, não incineráveis, inertes, dos sólidos em suspensão. - Componentes orgânicos dos sólidos em suspensão. - Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que são filtráveis. - Fixos - Voláteis Sedimentáveis - Componentes minerais dos sólidos dissolvidos. - Componentes orgânicos dos sólidos dissolvidos - Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que sedimenta em 1 hora no cone Imhoff. Indicação aproximada de sedimentação em um tanque de decantação. MATÉRIA ORGÂNICA Determinação indireta DB5 Mistura heterogênea de diversos compostos orgânicos. Principais componentes: proteínas, carboidratos e lipídios. - Demanda Bioquímica de Oxigênio. Medida a 5 dias, 2º C, Está associada à fração biodegradável dos componentes orgânicos

5 carbonáceos. É uma medida do oxigênio consumido após 5 dias pelos microrganismos na estabilização bioquímica da matéria orgânica. DQO DBO última Determinação direta - COT NITROGÊNIO TOTAL Nitrogênio orgânico Amônia Nitrito Nitrato FÓSFORO Fósforo orgânico Fósforo inorgânico ph ALCALINIDADE CLORETOS ÓLEOS E GRAXAS Fonte: SPERLING (1996 a) - Demanda Química de Oxigênio. Representa a quantidade de oxigênio requerida para estabilizar quimicamente a matéria orgânica carbonácea. Utiliza fortes agentes oxidantes em condições ácidas. - Demanda Última de Oxigênio. Representa o consumo total de oxigênio, ao final de vários dias, requerido pelos microrganismos para a estabilização bioquímica da matéria orgânica. - Carbono Orgânico Total. É uma medida direta da matéria orgânica carbonácea. É determinado através da conversão do carbono orgânico a gás carbônico. O nitrogênio total inclui o nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato. É um nutriente indispensável para o desenvolvimento dos microrganismos no tratamento biológico. O nitrogênio orgânico e a amônia compreendem o denominado Nitrogênio Total Kjeidahl (NTK). - Nitrogênio na forma de proteínas, aminoácidos e uréia. - Produzida como primeiro estágio da decomposição do nitrogênio orgânico. - Estágio intermediário da oxidação da amônia. Praticamente ausente no esgoto bruto. Produto final da oxidação da amônia. Praticamente ausente no esgoto bruto. O fósforo total existe na forma orgânica e inorgânica. É um nutriente indispensável no tratamento biológico. - Combinado à matéria orgânica. - Ortofosfato e polifosfatos. Indicador das características ácidas ou básicas do esgoto. Uma solução é neutra em ph 7. Os processos de oxidação biológica normalmente tendem a reduzir o ph. Indicador da capacidade tampão do meio (resistência às variações do ph). Devido à presença de bicarbonato, carbonato e íon hidroxila (OH - ). Provenientes da água de abastecimento e dos dejetos humanos. Fração da matéria orgânica solúvel em hexanos. Nos esgotos domésticos, as fontes são óleos e gorduras utilizados nas comidas. Quadro 3 Principais microrganismos presentes nos esgotos MICRORGANISMO Bactérias DESCRIÇÃO - Organismos protistas unicelulares. - Apresentam-se em várias formas e tamanhos. - São os principais responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. - Algumas bactérias são patogênicas causando principalmente doenças intestinais.

6 - Organismos aeróbios, multicelulares, não fotossintéticos, heterotróficos. Fungos - Também de grande importância na decomposição da matéria orgânica. - Podem crescer em condições de baixo ph. - Organismos unicelulares sem parede celular. - A maioria é aeróbia ou facultativa. - Alimentam-se de bactérias, algas e outros microrganismos. Protozoários - São essenciais no tratamento biológico para a manutenção de um equilíbrio entre os diversos grupos. - Alguns são patogênicos. - Organismos parasitas, formados pela associação de material genético (DNA ou RNA) e uma carapaça protéica. Vírus - Causam doenças e podem ser de difícil remoção no tratamento da água ou do esgoto. Animais superiores. Helmintos Ovos de helmintos presentes nos esgotos podem causar doenças. Fonte: SPERLING (1996 a) 2.1 Digestão anaeróbia A eficiência dos reatores e filtros anaeróbios dependem da digestão feita por bactérias anaeróbias e facultativas que estabilizam as substâncias orgânicas complexas. Nos estudos apresentados por Abolis, 24 o processo de conversão da matéria orgânica em condições de ausência de oxigênio, são utilizados aceptores de elétrons inorgânicos como NO 3 (redução de nitrato), SO 2 (redução de sulfato), ou CO 2 (formação de metano). A formação de metano não ocorre em ambientes onde o oxigênio, o nitrato ou o sulfato encontram-se prontamente disponíveis como aceptores de elétrons. A digestão anaeróbia de compostos orgânicos é normalmente considerada um processo de dois estágios: No primeiro estágio, um grupo de bactérias facultativas e anaeróbias, denominadas formadoras de ácidos ou fermentativas, converte os orgânicos complexos em outros compostos. Compostos orgânicos complexos como carboidratos, proteínas e lipídios são hidrolisados, fermentados e biologicamente convertidos em materiais orgânicos mais simples, principalmente ácidos voláteis. No segundo estágio ocorre a conversão dos ácidos orgânicos, gás carbônico e hidrogênio em produtos finais gasosos, o metano e o gás carbônico. Esta conversão é

7 efetuada por um grupo especial de bactérias, denominadas formadoras de metano, as quais são estritamente anaeróbias. As bactérias metanogênicas dependem do substrato fornecido pelas acidogênicas, configurando, portanto uma interação comensal. Uma vez que as bactérias metanogênicas são responsáveis pela maior parte da degradação do resíduo, a sua baixa taxa de crescimento e de utilização dos ácidos orgânicos normalmente representa o fator limitante no processo de digestão como um todo. O reator UASB é uma tecnologia de tratamento biológico de esgotos baseados na decomposição anaeróbia da matéria orgânica. Consiste em uma coluna de escoamento ascendente, composta de uma zona de digestão, uma zona de sedimentação, e o dispositivo separador de fases gás-sólido-líquido. O esgoto aflui ao reator e após ser distribuído pelo seu fundo, segue uma trajetória ascendente, desde a sua parte mais baixa, até encontrar a manta de lodo, onde ocorre a mistura, a biodegradação e a digestão anaeróbia do conteúdo orgânico, tendo como subproduto a geração de gases metano, carbônico e sulfídrico. Ainda em escoamento ascendente, e através de passagens definidas pela estrutura dos dispositivos de coleta de gases e de sedimentação, o esgoto alcança a zona de sedimentação. A manutenção de um leito de sólidos em suspensão constitui a manta de lodo, e em função do fluxo contínuo e ascendente de esgotos, permite a decomposição do substrato orgânico pela ação de organismos anaeróbios UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (24) O funcionamento dos filtros anaeróbios está condicionado à capacidade dos microorganismos, retidos no material suporte, de remover a matéria orgânica contida nos esgotos lançados nestas unidades por fluxo ascendente. A remoção da matéria orgânica é realizada através do fenômeno de adsorção, provocada pela película ativa aderente ao material suporte, (JORDÃO et al., 1975) localizada em sua superfície, retida nos interstícios do material suporte ou na forma de flocos ou grânulos retidos no fundo falso, abaixo do material suporte (CHERNICHARO, 1997).

8 3 DESCRIÇÃO DO PROJETO DE TRATAMENTO DOS ESGOTOS DA CEASA 3.1 Fluxograma 3.2 Tanque de acumulação/distribuição O Tanque de acumulação/distribuição de esgoto da CEASA para o reator é provido de duas bombas dispostas no tanque, suportadas por bóias automáticas mantendo vazões constantes por 24 horas com capacidade de recalque de 1 m 3 e 15 m 3 /hora. A altura útil é de 6, metros e diâmetro: F = 5,7 metros. A construção do tanque com chapas de aço carbono, especificação SAC 41 e espessura de ¼, soldadas umas as outras constitui uma forma cilíndrica. 3.3 Reator UASB O Reator foi construído com chapas de aço carbono, especificação SAC 41 e espessura de ¼, soldadas umas as outras dando uma forma cilíndrica ao reator. Possui uma altura de 4,8 metros, com altura útil de 4, metros e 5,73 metros de diâmetro. Ao longo da altura do Reator estão distribuídos 4 registros de esfera, em PVC ¾, espaçados 4 cm, possibilitando a coleta para análise, comportamento e desenvolvimento da manta de lodo.

9 3.4 Filtro Anaeróbio Com o objetivo de pós-tratamento de efluente de Reator UASB foi construído com chapas de aço carbono, especificação SAC 41 e espessura de ¼, soldadas umas as outras dando uma forma cilíndrica um filtro anaeróbio de fluxo ascendente. A base do filtro fica 1, metro abaixo da base do reator. O efluente do mesmo passa por um fundo falso construído a 6 cm do fundo do filtro, para a distribuição igualitária e de forma ascendente do esgoto através do meio suporte (brita nº 4), disposta em cima do fundo falso com altura de 1, metro. Ao longo da altura do filtro foram instalados 4 registros de esfera, em PVC ¾ para posterior coleta e análise do efluente. Figura 1: Sistema de Tratamento de Esgoto da CEASA 4 METODOLOGIA Para a realização desse trabalho foram coletadas 11 amostras do esgoto bruto e tratado para análise da DBO. As análises foram adquiridas na empresa Bio-Ambiental e foram realizadas mensalmente de abril de 24 a fevereiro de 25 pela empresa

1 Hidroserv, através das técnicas preconizadas pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater da AWWA. 5 DISCUSSÃO E RESULTADOS As 13 figuras abaixo representam análises do efluente realizadas durante os meses de abril de 24 a fevereiro de 25. Na figura 2, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de abril de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 415 mg/l e 196 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 53% na redução da carga orgânica. 6 4 2 415 196 53 arb/4 Figura 2: Correlação da redução da carga de DBO (abril, 24) Na figura 3, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de maio de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 76 mg/l e 34 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 55% na redução da carga orgânica.

11 8 6 4 2 76 34 55 mai/4 Figura 3: Correlação da redução da carga de DBO (maio, 24) Na figura 4, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de junho de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 11 mg/l e 333 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 69,69% na redução da carga orgânica. 15 1 5 11 333 69,69 jun/4 Figura 4: Correlação da redução da carga de DBO (junho, 24) Na figura 5, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de julho de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 866 mg/l e 19 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 78% na redução da carga orgânica.

12 1 8 6 4 2 866 19 78 jul/4 Figura 5: Correlação da redução da carga de DBO (julho, 24) Na figura 6, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de agosto de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 6 mg/l e 18 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 82% na redução da carga orgânica. 6 4 2 6 18 82 ago/4 Figura 6: Correlação da redução da carga de DBO (agosto, 24) Na figura 7, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de setembro de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 125 mg/l e 13 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 89,5% na redução da carga orgânica.

13 15 1 125 5 13 89,5 set/4 Figura 7: Correlação da redução da carga de DBO (setembro, 24) Na figura 8, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de outubro de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 86 mg/l e 145 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 83% na redução da carga orgânica. 1 5 86 145 83 out/4 Figura 8: Correlação da redução da carga de DBO (outubro, 24) Na figura 9, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de novembro de 24 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 925 mg/l e 14 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 85% na redução da carga orgânica.

14 1 5 925 14 85 nov/4 Figura 9: Correlação da redução da carga de DBO (novembro, 24) Na figura 1, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de dezembro de 24 onde a concentração da DBO antes e após o Reator Anaeróbio foi de 725 mg/l e 476 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência de 34% na redução da carga orgânica. Após o Reator o efluente passou pelo filtro anaeróbio e saiu com a DBO reduzida para 116 mg/l onde teve uma eficiência final do sistema de 84%. 8 6 4 2 725 476 34 116 84 dez/4 DBO após reator DBO após filtro biológico Figura 1: Correlação da redução da carga de DBO (dezembro, 24) Na figura 11, está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de janeiro de 25 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 833 mg/l e 178 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 78% na redução da carga orgânica.

15 1 5 833 178 78 jan/5 Figura 11: Correlação da redução da carga de DBO (janeiro, 24) Na figura 12 está representado os resultados das análises dos esgotos bruto e tratado realizadas no de fevereiro de 25 onde a concentração da DBO antes e após o sistema de tratamento foi de 9 mg/l e 28 mg/l respectivamente, apresentando uma eficiência do sistema de 77% na redução da carga orgânica. 1 5 9 28 77 fev/5 Figura 12: Correlação da redução da carga de DBO (fevereiro, 24) Na figura 13 está representado os resultados das análises dos esgotos bruto durante os meses de abril de 24 a fevereiro de 25. Nos meses de abril a junho nota-se um aumento da DBO do esgoto bruto, pelo fato de o sistema de tratamento não dispor de caixa de remoção de gordura. Nos meses de junho a agosto nota-se a redução da DBO do esgoto bruto, pois no final do de abril foi construída uma caixa de retenção de gordura. No de setembro houve um aumento significativo da DBO do esgoto bruto, chegando a 125 mg/l, devido a implantação de uma cozinha industrial instalada na CEASA. De outubro a fevereiro a DBO do esgoto bruto variou de 6 mg/l a 925mg/l.

16 mg/l 14 12 1 8 6 4 2 DBO DO ESGOTO BRUTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 Tempo Figura 13: Variação da DBO do esgoto bruto durante os meses de abril de 24 a fevereiro de 25. Na figura 14 está representada a eficiência do sistema de tratamento de esgoto durante os meses de abril de 24 a fevereiro de 25 Nos meses de abril a setembro a eficiência no tratamento foi aumentando, iniciou-se a 53% e alcançou 89,5%, onde se nota que o sistema busca a estabilização. Nos meses de outubro a fevereiro a eficiência no tratamento foi diminuindo, passando de 83% para 77%. A queda na eficiência nesses últimos meses se justifica por um incidente ocorrido no Reator no de outubro, onde foram abertos os registros de coleta para amostra de lodo, escoando uma quantidade significativa do mesmo. (%) 1 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Figura 14: EFICIÊNCIA DO SISTEMA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 Tempo Variação da eficiência do sistema de Tratamento de esgoto durante os meses de abril de 24 a fevereiro de 25.

17 6 CONCLUSÃO Em estudos realizados com Reatores Anaeróbios seguidos de Filtros Anaeróbios, foi demonstrado que a eficiência desse tipo de sistema pode alcançar valores de 75% a 95%. Em decorrência do incidente ocorrido no Reator Anaeróbio no de setembro de 24, não tem como chegar a um resultado que nos prove uma eficiência superior a 89,5% do Sistema de Tratamento, pois as análises realizadas posteriormente nos mostram que o sistema perde eficiência e não consegue entrar em equilíbrio até a última análise, feita quatro meses depois. Considerando a análise do esgoto tratado no de setembro de 24, realizada antes do incidente onde houve uma redução da DBO de 125 mg/l para 13 mg/l conclui-se que o sistema apesar de uma boa redução da DBO, não está lançando seu efluente dentro dos padrões estabelecidos pela Legislação que é de 6 mg/l, necessitando assim de um redimensionamento do sistema para se adequar as características do esgoto que inicialmente se mostrava semelhante ou esgoto doméstico, mas posteriormente se mostrou com características industriais apresentando uma DBO bastante elevada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA Abolis, Dirceu Rinaldo. FLIPPER - tecnologia em fiberglass. disponível em: <http://www.flipper.ind.br/fundamentoshtml.htm> Acesso em: 21/ 5/ 24 ANDRADE NETO, C O de; HAANDEL, A van ; MELO, H N S. (22). O Uso do Filtro Anaeróbio para Pós-Tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios no Brasil. In: X SIMPÓSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 22, Braga, Portugal. Anais do X Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Braga: APESB/APRH/ABES, 22. CD-ROM. disponível em: < www.hemfibra.com.br/artigos/_arquivos/ pos_trat_filtro_anaerobico.pdf> Acesso em: 2/ 5/ 24 Brasil, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, Resolução nº 357, de 17 de março de 25, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. CHERNICHARO, Carlos Augusto de Lemos. Reatores anaeróbios. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental DESA, Universidade Federal de Minas Gerais: Belo Horizonte, 2. vol. 5. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. 245 p.

18 IMHOFF, Karl. Manual de tratamento de águas residuárias. Tradução da 21. ed Alemã, 1966 por Max Lothar Hess São Paulo. 235 p. JORDÃO, Eduardo Pacheco.; Pessoa, Constantino Arruda. Tratamento de esgotos domésticos. Concepções Clássicas de Tratamento de Esgoto. Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e de Controle de poluição das Águas. vol. 1. CETESB São Paulo, 1975. 544 p. SANCHES E SOUZA, L.; Chernicharo, C. A. L.; Sperling, M. V.; Martins, A. H. M. C. Avaliação da operação em regime hidráulico transiente de um reator UASB e filtros anaeróbios para o tratamento de esgotos sanitários. In COORDENADOR José Roberto Campos. Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. 1. ed. PROSAB programa de pesquisa em saneamento, São Carlos, 2. 46 a 58 p. SPERLING, Marcos Von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 2. ed. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental DESA, Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, vol 1, 1996 a. 243 p. SPERLING, Marcos Von. Princípios básicos do tratamento de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental DESA, Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais: vol. 2, 1996 b. 211 p. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ, Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (UASB), disponível em: <http://www.saneamento.poli.ufrj.br/cete/pag_5.htm#5> Acesso em: 19/ 5/ 24