Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados



Documentos relacionados
DIREITO DO TRABALHO II PROGRAMA. Turma de Dia. Luís Menezes Leitão

HIGIENE, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Relatório Anual de Transparência Ano de 2015

Registo de Representantes Autorizados e Pessoas Responsáveis

CONSELHO FISCAL REGULAMENTO

LEI Nº 5372 DE 10 DE ABRIL DE O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

AS NOVAS REGRAS DO EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE SINDICAL

DECRETO N.º 72/XI. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Capítulo I Objecto e âmbito

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Lei n.º 53/2011 de 14 de Outubro

Visão Panorâmica das Principais Alterações ao CÓDIGO DO TRABALHO. Luis Castro. Julho-2012

REGULAMENTO DOS DELEGADOS SINDICAIS

RECONHECIMENTO DAS QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS e a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Mestrado: Forense. Disciplina: Mercado de Capitais. Docente: Fátima Gomes 1. INTRODUÇÃO O MERCADO DE CAPITAIS E O DIREITO DOS

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCO. Siguler Guff Brasil Gestora de Investimentos (Asset Management) Brasil Ltda.

Manuel Ramirez Fernandes. Advogado CURRICULUM VITAE

Ficha de Unidade Curricular (FUC) de Legislação Empresarial

Acumulação de funções

Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

ACT Afixações, Comunicações e Autorizações Obrigatórias

XXXII COLÓQUIO NACIONAL DA ATAM

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas

Tribunal de Contas de S.Tomé e Príncipe. 1 - Introdução As funções básicas de controlo interno... 2

POLÍTICA DE PREVENÇÃO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

BRAGA, AIMINHO

Abc BANCO STANDARD DE INVESTIMENTOS S.A. ( BSI ) ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RISCO OPERACIONAL

(i) artigo 17.º da Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto, que aprovou o Código do Trabalho

A ATIVIDADE DA ACT NO ÂMBITO DA SEGURANÇA PRIVADA

REGIME JURÍDICO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

I - bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, bancos de investimento e caixas econômicas;

BOLETIM INFORMATIVO REGIME FISCAL ESPECIAL ATIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS. Lei nº. 61/2014, de 26 de agosto

Mod rev 0. Manual de Boas Práticas Ambientais. Fornecedores de Produtos Embalados

Regulamento da CMVM n.º 6/2000 Auditores

A responsabilidade do preposto no exercício de sua função. Solange Dias Neves Advogada OAB/RS

Função Fiscalizadora

PROCEDIMENTO INTERNO

DATA DE DIVULGAÇÃO E DATA DA CONVOCATÓRIA

3/2014 Lei n.º 3/2014 Regime do Cartão de Segurança Ocupacional na Construção Civil

REGULAMENTO MUNICIPAL DE REALIZAÇÃO DE ACAMPAMENTOS OCASIONAIS

Planejamento Tributário Empresarial

O DIREITO DE ACESSO AOS DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS

Fiscalização de Recebimento Indevido de Benefícios. Secretaria Nacional de Renda de Cidadania - Senarc Curitiba - PR, agosto de 2013

ENTIDADE EMPREGADORA. Sem proteção na doença 27% Com proteção na doença 30% Praticantes desportivos profissionais com contrato de trabalho desportivo.

Fundamentos de Auditoria

Direitos e deveres dos trabalhadores e das trabalhadoras*

Administradores não executivos Regime de responsabilidade

AULA 3 DIREITO EMPRESARIAL

DELIBERAÇÃO Nº de março de 1994

GUIA PRÁTICO MEDIDA EXCECIONAL DE APOIO AO EMPREGO - REDUÇÃO DE 0,75% DA TAXA CONTRIBUTIVA A CARGO DA ENTIDADE EMPREGADORA

GUIA PRÁTICO SUPLEMENTO ESPECIAL DE PENSÃO

O Código dos Valores Mobiliários. Universidade Gregório Semedo / 26 de Maio de 2016

Outras Alterações ao Código do Trabalho

DECRETO Nº DE 1 DE JANEIRO DE 2009

Código Contributivo da Segurança Social

Código Contributivo Esclarecimentos

ESTADO DE SÃO P A U L O

DISCIPLINAR LABORAL DISCIPLINA LABORAL E ABANDONO DE TRABALHO

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA COMISSÃO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA NOS PORTOS, TERMINAIS E VIAS NAVEGÁVEIS - CONPORTOS

AULA Nº 3 E 4 HIGIENE, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Governo Interno: Fator Crítico de Sucesso na Garantia da Solidez Financeira

A IMPORTÂNCIA DA SELEÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT 2012/0244(COD) Projeto de parecer Paulo Rangel (PE v02-00)

Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social

DISPÕE SOBRE O RITO PROCESSUAL NOS PROCESSOS ESPECIAIS PARA RECO- NHECIMENTO DE DÍVIDA, E DÁ OUTRAS PRO- VIDÊNCIAS.

REGULAMENTO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA PARPÚBLICA - PARTICIPAÇÕES PÚBLICAS (SGPS),S.A

DISCURSIVA RESPOSTAS - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO

O HOMEM, A SOCIEDADE E O DIREITO

PARECER Nº. 39/PP/2008-P CONCLUSÕES:

O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Rosana Gama Controladora Interna/TCMPA FEV/2016

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA Escritório de Assistência Jurídica EAJ CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

COMISSÃO DE AUDITORIA DO BANCO BPI, S.A. REGULAMENTO

CIRCULAR GEPE N.º 007/2005. Gerências Regionais de Recursos Humanos, Unidades de Controle de Pessoal das demais Secretarias, gerências da GEPE.

ANEXO: Índice de Correspondência GRI

Leis aprovadas durante a VIII - Legislatura - Maio de Janeiro 2016

Sumário. Palavras Prévias 10ª edição Prefácio Apresentação As Obrigações em Leitura Civil-Constitucional... 25

SEMINÁRIO O GESTOR LOCAL

Qual a diferença entre um contrato de trabalho e um contrato de prestação de serviços?

Ref: Resposta ao Ofício n ₒ

Fiscalidade do Terceiro Sector IPSS 4 de Junho de 2015

REGULAMENTO DA INTERBOLSA N.º 10/ Codificação ISIN

Política de Gestão de Riscos

Estrutura do Gerenciamento de Riscos

1. Começo e termo da personalidade jurídica. Direitos de personalidade. Capacidade jurídica de gozo e de exercício

Instrutor JAIR CAMILO Rio de Janeiro Junho / 2013

DESENVIX ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A. CNPJ/MF n / NIRE n

Estrutura de gerenciamento do risco operacional

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

Transcrição:

Tiago Félix da Costa tfcosta@mlgts.pt Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados A dos Auditores: da lei à prática. IPAI 24 de Fevereiro de 2016

dos Auditores: os diferentes tipos de responsabilidade 1. penal 2. contra-ordenacional 3. disciplinar 4. civil

dos Auditores Auditores Externos vs. Auditores Internos

Os Auditores Externos Os Auditores Externos podem estar sujeitos a: Penal Contra-ordenacional Disciplinar Civil

Breve enquadramento sobre a Civil dos Auditores Externos pela deficiência da informação prestada Art.º 10.º do CdVM Os auditores externos são responsáveis solidária e ilimitadamente perante emitentes e terceiros pela deficiência do relatório ou do parecer, designadamente quando a informação não respeite os requisitos previstos no artigo 7.º e 8.º do CdVM. pelo prospecto Art.º 149.º, al. f) do CdVM Os auditores externos que tenham certificado ou de algum modo apreciado os documentos de prestação de contas em que o prospecto baseia. Os auditores externos são responsáveis pelo prospecto que não respeite os requisitos previstos no artigo 135.º do CdVM.

A responsabilidade dos titulares dos órgãos de fiscalização da sociedade A responsabilidade dos titulares dos órgãos de fiscalização da sociedade comercial: em especial, os administradores não executivos, da Comissão de Auditoria e do Conselho Geral e de Supervisão Penal Contra-ordenacional Civil

Breve Enquadramento sobre a Civil dos titulares dos órgãos de fiscalização da sociedade A responsabilidade civil dos titulares dos órgãos de fiscalização da sociedade comercial: administradores não executivos, da Comissão de Auditoria e do Conselho Geral e de Supervisão própria por violação dos deveres de fiscalização Art.º 81.º, n.º 1, do CSC. solidária c/os administradores executivos da Sociedade por actos ou omissões destes no desempenho dos respectivos cargos quando o dano se não teria produzido se houvessem cumprido as suas obrigações de fiscalização Art.º 81.º, n.º 2, do CSC

Breve Enquadramento sobre a Civil dos titulares dos órgãos de fiscalização da sociedade A responsabilidade civil dos titulares dos órgãos de fiscalização da sociedade comercial: administradores não executivos, da Comissão de Auditoria e do Conselho Geral e de Supervisão perante a sociedade perante sócios perante credores sociais perante terceiros

A responsabilidade dos Auditores Internos Os auditores internos (colaboradores) podem, pelo exercício das suas funções, incorrer em: Penal Contra-ordenacional disciplinar Civil

A responsabilidade penal dos Auditores Internos Exemplos possíveis e práticos de responsabilidade penal dos auditores internos Autoria ou cumplicidade em crimes de: Falsificação de documentos Art.º 256.º do CP Burla Art.º 217.º e 218.º do CP Infidelidade Art.º 318.º do CP Insolvência dolosa ou negligente Art.º 227.º e 228.º do CP Frustração de créditos Art.º 227.º- A do CP Favorecimento de credores Art.º 229.º do CP

A responsabilidade contra-ordenacional dos Auditores Internos Princípio geral da responsabilidade contra-ordenacional das pessoas singulares Alguns exemplos práticos de responsabilidade contra-ordenacional dos auditores internos por contra-ordenações previstas no Código dos Valores Mobiliários por contra-ordenações previstas no Regime Jurídico das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras

A responsabilidade disciplinar dos Auditores Internos O auditor interno responde disciplinarmente, perante o seu empregador, por qualquer violação dos deveres a que está sujeito por lei e por contrato, ficando sujeito às seguintes sanções disciplinares (art. 328.º do CT: Repreensão Repreensão registada Sanção pecuniária Perda de dias de férias Suspensão com perda de retribuição e antiguidade Despedimento sem indemnização ou compensação

A responsabilidade civil dos Auditores Internos Os auditores internos, enquanto trabalhadores, podem responder civilmente pelos danos que causarem: À sociedade A terceiros

A responsabilidade dos Auditores Internos Algumas recomendações práticas: Ter sempre presente o quadro normativo (leis e normas internas da organização) aplicável à função e a noção das possíveis responsabilidades Contribuir para a clareza das normas internas aplicáveis à Auditoria Interna Assegurar um efectivo estatuto de independência no seio das organizações Evitar (formal e materialmente) situações de conflitos de interesses Assegurar (formal e materialmente) os reportes previstos e aqueles se considerarem necessários Em situações graves recorrer a aconselhamento jurídico independente Não facilitar!

Tiago Félix da Costa tfcosta@mlgts.pt