Pº nº 73/2012 SJC-CT (Anexo I)



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Transcrição:

Pº nº 73/2012 SJC-CT (Anexo I) Dúvidas emolumentares decorrentes das alterações introduzidas ao Regulamento Emolumentar dos Registos e do Notariado pelo Decreto-Lei nº 209/2012, de 19 de setembro Regra de custas. 1. As questões submetidas à apreciação deste Conselho no presente processo surgem na sequência da alteração introduzida ao artº 299º do Código do Registo Civil pelo Decreto- Lei nº 209/2012, de 19 de setembro, que consistiu no aditamento dos nºs 3 e 4 aos anteriores nºs 1 e 2 de tal normativo, passando o mesmo a apresentar a seguinte redação: 1 Pelos atos praticados nos serviços do registo civil são cobrados os emolumentos constantes da respetiva tabela e demais encargos, salvo os casos de isenção. 2 Devem ser liminarmente indeferidos os pedidos de atos, processos ou procedimentos que não sejam acompanhados do pagamento das quantias que se mostrem devidas. 3 Sempre que os emolumentos devam entrar em regra de custas, as quantias são descontadas na receita do Instituto de Gestão Financeira e de Infraestruturas da Justiça, I.P., cobrada pelos serviços de registo, devendo o montante que for obtido por via das custas judiciais constituir receita daquela entidade. 4 Não obsta ao disposto no número anterior, a eventual incobrabilidade da conta de custas ou o benefício de apoio judiciário do requerente. Idêntica alteração havia sido introduzida no registo predial (cfr. artº 151º do Código do Registo Predial, na redação do DL nº 116/2008, de 4 de julho) e no registo comercial (artº 114º do Código do Registo Comercial, na redação do DL nº 247-B/2008, de 30 de dezembro), suscitando então muitas dúvidas. Dúvidas que agora se repetem no âmbito do registo civil e que, segundo a Informação do Departamento Jurídico (Informação) proferida no presente processo, se revestem de melindre e por isso são ali elencadas; às quais acrescem ainda as apresentadas pelas conservatórias do registo civil de A. e de L posteriormente integradas nestes autos. Ora, analisando a letra e o espírito da lei inerentes ao Decreto-Lei nº 209/2012, de 19 de setembro, que aditou os nºs 3 e 4 ao artº 299º do Código do Registo Civil, aqui em apreço, conclui-se, sem margem para dúvidas, que a alteração em causa se limitou a estabelecer um novo regime de pagamento ao Instituto dos Registos e do Notariado dos emolumentos que entram em regra de custas judiciais relativamente aos atos praticados nas conservatórias do registo civil quando da responsabilidade do Instituto de Gestão 1

Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça, I.P. (rectius Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça, I.P., abreviadamente designado por IGFEJ, I.P. cfr. artºs 14º do DL nº 123/2011, de 29 de dezembro e 1º do DL nº 164/2012, de 31 de julho). Como assim, da alteração em apreço apenas decorre que a partir de 1 de outubro de 2012 (após a vigência do DL nº 209/2012) o total das quantias registadas a pagar em regra de custas, no caso de existir liquidez e até ao seu montante, deve ser descontado na transferência bancária a efetuar mensalmente a favor do IGFEJ, I.P., mediante os procedimentos contabilísticos constantes da Orientação que mereceu despacho de concordância do Exmº Presidente de 04/12/2012, publicitada no sítio do IRN, I.P. disponível na intranet. E, se e quando obtida a sua cobrança aos responsáveis pelo respetivo pagamento, será a quantia paga diretamente ao IGFPJ, I.P., pelo que, sempre que for emitido documento cujo custo entre em regra de custas, será de aditar à respetiva conta a menção a entrar em regra de custas a favor do IGFPJ. Daqui que este novo regime só seja aplicável aos emolumentos da responsabilidade do IGFPJ, ficando dele excluídos os emolumentos entrados em regra de custas e que venham a ser cobrados em processos que corram termos nos serviços das finanças e da segurança social, que continuam a reger-se pelos Despachos nºs 23/2003 e 29/2002 respetivamente. Aliás, como referido supra, a alteração sub judice é idêntica às que foram estabelecidas no âmbito do registo predial e do registo comercial e sobre as quais se debruçaram os então Conselho Técnico e Departamento Jurídico em Pareceres proferidos nomeadamente nos processos C.P.68/2008.SJC, R.P 130/2009 SJC-CT e Div.24/2011.SJC, nos termos que aqui se tornam a reproduzir: [ ] no que concerne a contas que devam entrar em regra de custas judiciais, cremos que a diferença entre o regime anteriormente previsto [ ] [ ] se analisa essencialmente no facto de que, antes, a unidade orgânica prestadora do serviço assumia a qualidade de credora das quantias devidas, e, por conseguinte, só após o recebimento, nos termos e com a oportunidade ditados pelo normativo regulador das custas processuais, se procedia ao registo contabilístico das mesmas como receita do serviço, e agora, a despeito de quaisquer vicissitudes, como a incobrabilidade da conta de custas ou o apoio judiciário, as quantias são descontadas na receita do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça, I.P., cobrada pelos serviços de registo, passando aquele Instituto a ocupar, por inteiro, o lugar de entidade ou serviço 2

credor das quantias relativas a encargos que devam figurar da conta do processo e que representem despesa emolumentar. 2. No mais, relativamente às dúvidas [que] se colocam ainda quanto aos atos de registo civil que podem ser registados emolumentarmente em regra de custas, todos os procedimentos serão os que já vêm sendo adotados. Assim: A. Certidões requisitadas para fins de obtenção de proteção jurídica. A solução apontada no item 2 do Despacho nº 23/2003, in BRN nº 11/2003, de dezembro no sentido de terem passado a estar sujeitas a tributação emolumentar as certidões e restantes documentos [ ] que se destinem à instrução de processos de apoio judiciário teve à data inteira pertinência face à revogação do artº 301º do Código do Registo Civil, que previa a isenção, operada pelo artº 2º nº 1 alínea e) do Decreto-Lei nº 194/2003, de 23 de Agosto. Tal posição era também a mais adequada às situações em que o benefício do apoio judiciário viesse a ser negado. Além de que aquela solução não afetava a possibilidade de obtenção de certidões gratuitas para o efeito de concessão de apoio judiciário sempre que apresentado o documento comprovativo da insuficiência económica do requerente previsto no artº 10º nº 1 alíneas a) ou b) do Regulamento Emolumentar dos Registos e do Notariado - RERN). Estes considerandos não obstam, porém, à isenção, desde o início da vigência da Lei nº 34/2004, de 29 de julho (regime de acesso ao direito e aos tribunais RADT)), das certidões requisitadas para fins de obtenção de proteção jurídica. Na verdade, a consagração de isenção emolumentar determinada pelo artº 9º da citada lei estão isentos de impostos, emolumentos e taxas os requerimentos, certidões e quaisquer outros documentos pedidos para fins de proteção jurídica, que se manteve inalterado após a Lei nº 47/2007, de 28 de agosto, prejudicou, sem margem para dúvidas o entendimento do referido Despacho. E não se argumente com a violação da norma do artº 7º do Decreto-Lei nº 322-A/2001, de 14 de dezembro, aditada pelo DL nº 194/2003, de 23 de agosto (que na versão primitiva daquele DL nº 322-A/2001 correspondia ao seu artº 4º nº 3), que estabelece que as isenções ou reduções emolumentares que venham a ser criadas após a entrada em vigor do Regulamento Emolumentar deverão ser inseridas no seu artigo 28.º e esta não o foi, pois que tal norma não atribui qualquer desvalor, maxime a nulidade ou 3

a ineficácia, que obste à aplicabilidade de isenção posteriormente reconhecida e não incluída no artº 28º do RERN e, assim, a inserção ali prevista não funciona como condição de validade ou eficácia. É esta, aliás, matéria já largamente discutida e decidida no processo Div. 1/2002-DSJ, Anexo XIV, com despacho de concordância do Senhor Vice-Presidente por delegação datado de 2 de Junho de 2008, que termina por concluir que as certidões [ ] requeridas para fins de proteção jurídica devem considerar-se isentas, nos termos do artº 9º da Lei nº 34/2004, devendo ficar nas mesmas consignado o fim para o qual foram requeridas, no mesmo sentido aliás que no Anexo I do referido processo, in BRN nº 4/2005, e reafirmado no Pº 224/2008.SJC-CT). Este entendimento não impede, porém, que entrem em regra de custas os emolumentos devidos por certidões emitidas após a concessão do apoio judiciário, conforme infra B). B. Quanto à questão das isenções estabelecidas no artº 8º nº 1 do DL nº 322- A/2001, de 14 de Dezembro: São gratuitas as certidões, fotocópias, informações e outros documentos de caráter probatório, bem como o acesso e consultas a bases de dados, solicitadas pela Direção-Geral dos Impostos, por entidades judiciais, bem como por entidades que prossigam fins de investigação criminal. Este normativo tem de ser interpretado, como refere o preâmbulo do Decreto-Lei nº 194/2003, de 23 de agosto, que procedeu ao seu aditamento (à data como corpo do citado artigo), atenta a relevância do interesse público ínsito à função jurisdicional e à investigação criminal bem como o especial dever de colaboração a quem estão atribuídas tais funções. Não se trata, pois, de atos gratuitos, como vem indicado na epígrafe do artº 8º (conforme Manual de Organização e Gestão dos Serviços dos Registos e do Notariado, Maria Ema Guerra, 4ª edição, pág. 119), e sim de isenções subjetivas, decorrentes das especiais funções exercidas pelos requisitantes. O que não prejudica que documentos requisitados pelas aludidas entidades venham a ser pagos se os mesmos deverem entrar em regra de custas, ainda que as partes beneficiem do apoio judiciário, por força do disposto no artº 16º nº 1 alínea d) - os pagamentos devidos ou pagos a quaisquer entidades pela produção ou entrega de documentos [ ] requisitados pelo juiz ou oficiosamente e f) os pagamentos devidos a quaisquer entidades quando a parte responsável beneficie de apoio judiciário - do Regulamento das Custas Processuais, aprovado pelo Decreto-Lei nº 34/2008, de 26 de fevereiro, e republicado no anexo II à Lei nº 7/2012, de 13 de fevereiro. 4

É certo que, perante os termos em que a requisição do tribunal é formulada, poder-se-ão suscitar dúvidas sobre se, em concreto, o documento requisitado deverá destinar-se a entrar em regra de custas, o que eventualmente ocorrerá quando com o documento tenha em vista instruir processo cível. Mas caso não resulte explícita a finalidade da requisição, será aconselhável, previamente à emissão, o serviço solicitar o pertinente esclarecimento junto da entidade requisitante. Como assim, a dúvida sobre encontrar-se o Despacho nº 26/2002 que determina que nos atos cuja prova tenha de ser apresentada em processo no âmbito do qual tenha sido concedido o benefício de apoio judiciário, bem como nos documentos probatórios, a respetiva conta deverá ser lançada com a menção de que entra em regra de custas, devendo ser paga ao serviço competente prejudicado pelas gratuidades previstas no RERN, maxime artigo 8º nº 1 e artigo 10º nº 3 alínea a) (pág 26 da Informação) não tem fundamento, pois as isenções contempladas em tais disposições continuam a existir, como já existiam à data do referido Despacho, embora então em normativos diferentes: o artº 8º nº 1 no artº 301º nº 1 al. d) e o artº 10º nº 3 al. a) no artº 300º, ambos do Código do Registo Civil, além de que o nº 4 do artº 299º do mesmo Código admite expressamente a entrada em regra de custas dos documentos solicitados por beneficiário do apoio judiciário. Em suma, no atinente à dúvida colocada no primeiro parágrafo da página 27 da Informação sobre a ali chamada gratuitidade ou isenção estrutural, entram em regra de custas os emolumentos devidos pelas certidões emitidas após a concessão de apoio judiciário que se destinem a instruir processo judicial, já instaurado ou a instaurar, solicitadas pelo beneficiário ou seu mandatário, bem como as requisitadas pelo tribunal ao abrigo do disposto no artº 16º nº 1 d) do Regulamento das Custas Processuais. C) Irrelevância da não regulamentação da Lei nº 34/2004, de 29 de julho, na redação da Lei nº 47/2007, de 28 de agosto, na aplicabilidade do regime de apoio judiciário no registo civil. Com a transferência, dos tribunais para as conservatórias, dos processos regulados no Decreto-Lei nº 272/2001, de 13 de outubro, o legislador previu expressamente no artº 20º a introdução do apoio judiciário na modalidade de nomeação e pagamento de honorários de patrono [ ] e também o reconheceu implicitamente ao considerar aplicável a tais processos o disposto no artº 300º do Código do Registo Civil, que então previa a isenção do pagamento de emolumentos aos indivíduos que provassem a sua insuficiência económica por documento emitido pela competente autoridade administrativa. 5

Assim, sempre foi entendimento dos serviços do registo civil não haver limitações, mas apenas as devidas adaptações, na aplicação do regime de apoio judiciário aos processos que correm termos nas conservatórias do registo civil (crc), conforme entre outros o Parecer proferido no processo CC5/2007-DSJ (que, embora na vigência da redação primitiva da Lei nº 34/2004, de 29 de julho, que expressamente referia aplicar-se o regime do apoio judiciário aos processos de divórcio da competência das crc, reconheceu ser aplicável tal regime a processo de nacionalidade) A concessão de apoio judiciário, quer expressa quer tácita, na modalidade de dispensa total de taxa de justiça e demais encargos com o processo pode ser aceite para fins de gratuitidade emolumentar nos termos do artº 10º nº 3 alínea a) do R.E.R.N. [ ] e Informação prestada no processo CC6/2012-SJC Os serviços desconcentrados do IRN, I.P., nos quais corram processos em que intervenham profissionais forenses no âmbito do apoio judiciário, não estão por enquanto obrigados à confirmação prevista no artº 28º da Portaria 10/2008, de 3 de janeiro, ambos com despacho de concordância superior. Por isso que a norma do artº 17º nº 3 da Lei nº 34/2004, de 29 de julho, na redação da Lei nº 47/2007, de 28 de agosto, que dispõe o apoio judiciário é aplicável nos processos que corram nas conservatórias, em termos a definir por lei não pode ser vista, no caso do registo civil, como impeditiva dos benefícios concedidos por tal regime. E esta é também a posição defendida por Salvador da Costa no seu livro O Apoio Judiciário, Almedina-2012, 8ª edição, págs 114 e 115 que, em anotação ao artº 17º em causa, escreve: Prevê o nº 3 deste artigo os processos que corram termos nas conservatória, e estatui ser-lhes aplicável o apoio judiciário nos termos a definir por lei. [ ]/ Não obstante a letra deste normativo, propendemos em considerar que o referido regime especial de apoio judiciário continua em vigor, independentemente da publicação do diploma a que este normativo se reporta [no que concerne às conservatórias do registo civil]./ Todavia, à míngua de lei nesse sentido, enquanto não for publicada a anunciada lei, não é possível aplicar, nas conservatórias do registo predial, o regime de apoio judiciário [ ]. D) E quanto à pergunta com que encerra a Informação: Recairá agora sobre o IRN a responsabilidade pelos encargos decorrentes do apoio judiciário? Como resulta de todo o exposto, com a alteração do artº 299º do Código do Registo Civil operada pelo 209/2012, de 19 de setembro, o Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., passou a ter garantida a receita das quantias que entram em regra de custas judiciais, 6

independentemente da efetiva cobrança ao responsável pelo seu pagamento, o que corresponde a uma vantagem não despicienda. E no que toca aos emolumentos que não entrem em regra de custas, não embargante o estipulado na alínea k) do artº 3º dos Estatutos do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P., aprovados pela Portaria nº 391/2012, de 29 de novembro, que preceitua competir ao Departamento de Gestão Financeira desse Instituto efetuar os pagamentos relativos ao apoio judiciário, prestação de serviços forenses e todos os outros previstos no Regulamento das Custas Processuais e o regime do apoio judiciário ser aplicável nas crc como concluído supra, apenas se continuam a manter as gratuitidades já antes concedidas ao beneficiário do apoio judiciário ao abrigo do disposto no artº 10º nº 3 alínea a) do RERN. 3. Posteriormente foi integrada no presente processo questão formulada pelo senhor Conservador de A Com a redação atual do artº 299º do CRC é de seguir os procedimentos contabilísticos na aplicação SIRIC de igual modo ao que se procede no âmbito do registo predial e registo comercial para a regularização de regra de custas [ ]? e os seguintes pedidos de esclarecimento da senhora Diretora da CRC de L..: Atentas as alterações introduzidas no art.º 299.º do Código do Registo Civil, pela entrada em vigor do Decreto-Lei nº 209/2012, de 19.09, solicito que sejam prestados os seguintes esclarecimentos: Resulta do atual nº 3 do artigo referido que é possível efetuar a regularização de custas respeitantes a certidões que tenham sido emitidas nesses termos. No entanto, parece resultar que apenas serão regularizadas as custas respeitantes a certidões emitidas após o dia 01.10.2012; a regularização terá reflexos na coluna respetiva ( Custas Regularizadas ) e também nas colunas Outras entidades e Conta à ordem, entrando a regularização como emolumento do IRN. Assim sendo, parece-me que será preferível efetuar a regularização nos últimos dias do mês para que na coluna Conta à ordem não fique a constar um valor virtual, uma vez que a regularização não corresponde de facto a entrada de dinheiro, daí a necessidade de descontar a quantia na receita do IGFIJ. Em face dos nºs 3 e 4 agora introduzidos, suscita-se a questão de saber se o processo de divórcio com concessão de apoio judiciário, na modalidade de dispensa de taxa de justiça e demais encargos com o processo, e que até agora tem sido considerado gratuito ao abrigo do artº 10º, nº 3, al a) do RERN, não deveria ser antes também registado em regra de custas, para que fosse o IGFIJ a suportar o encargo do deferimento do pedido de apoio judiciário, à semelhança do que acontece com as certidões referidas no ponto 1. 7

Por outro lado, nos casos de processo de divórcio em que só é concedido apoio a um dos requerentes, tem-se considerado que a metade do emolumento pago reverte integralmente para o IRN. A) No tocante à questão suscitada pelo senhor Conservador e ao primeiro pedido de esclarecimento colocado pela senhora Diretora, estão ambos prejudicados face à Orientação publicitada na intranet aludida em 1 supra. B) Resta, pois, abordar as duas questões contidas no e-mail da senhora Diretora da CRC de L. Quanto à primeira, embora se afigure viável, e até aconselhável de jure constituendo em face da competência atribuída ao IGFEJ, I.P., para suportar os encargos decorrentes do apoio judiciário, não alcança apoio de jure constituto, visto que os procedimentos que se iniciem e corram termos nas conservatórias de registo civil (crc) nunca estão sujeitos ao pagamento de custas. Na verdade, vigorando o princípio da sujeição dos actos de registo a tributação emolumentar, sem prejuízo dos casos de isenção / gratuitidade previstos na lei, e fixando a lei como pressuposto da prática do acto de registo o pagamento simultâneo ao pedido das quantias que se mostrem devidas (excetuados os casos referidos) não há registralmente lugar à chamada regra de custas nos processos / procedimentos que correm termos nas crc. A referência à entrada em regra de custas significa que os referidos encargos são incluídos no ato de contagem a final, a débito da parte vencida não beneficiária de apoio judiciário, no confronto com a parte vencedora dele beneficiária, como escreve Salvador da Costa na sua obra citada, pág. 209. Ora, o artº 232º do Código do Registo Civil (CRC) dispõe que os processos privativos de registo civil são isentos de custas até à interposição de recurso. E o artº 221º do mesmo Código estabeleceu como privativos do registo civil o processo comum de justificação, administrativa ou judicial, e os processos especiais previstos neste Código. Entre os processos especiais, regula a subsecção VII do CRC o processo de divórcio ou de separação de pessoas e bens por mútuo consentimento. E ainda que um desses processos venha a ser remetido a tribunal no caso de desacordo entre os requerentes e o Ministério Público quanto à regulação do exercício das 8

responsabilidades parentais de filhos menores ou se o conservador considerar que os acordos apresentados não acautelam os interesses de um dos cônjuges, também então não se consubstancia a existência de recurso, pois o artº 1424º do Código do Processo Civil, aplicável ex vi do disposto no artº 14º nº 8 do DL nº 272/2001, de 13 de outubro, expressamente refere que não há recurso do convite à alteração dos acordos e, consequentemente, não há em todos estes processos de divórcio ou de separação de pessoas e bens por mútuo consentimento lugar ao pagamento de custas pelo que não lhes é aplicável o regime inerente à regra de custas. Ou seja, a norma do artº 299º nº 3 do CRC em causa está obviamente delimitada pela exigência legal de que os emolumentos devam entrar em regra de custas, o que desde logo exclui os processos privativos do registo civil. O mesmo não se poderá dizer, porém, no tocante aos procedimentos previstos no artº 5º do dito DL nº 272/2001. Então, embora tais processos sejam instaurados nas conservatórias do registo civil e, como tal, sujeitos a pagamento de emolumentos, não vigora quanto a eles o disposto no artº 232º do CRC, pelo que, em caso de remessa a juízo, contrariamente aos processos de divórcio, passarão a estar sujeitos a custas. Consequentemente, questão a ponderar desde já é a aplicabilidade do disposto no artº 299º nº 3 do CRC a tais procedimentos quando estes venham a ser remetidos a tribunal e aí decididos. Nestas situações passará a haver emolumentos que devem entrar em regra de custas, cujas quantias deverão, pois, ser descontadas na receita do IGFEJ, I.P. e reverter para o IRN, I.P. nos termos dos procedimentos constantes da Orientação que respeita à matéria em apreço. E como deixou de obstar a este desconto a eventual incobrabilidade da conta de custas o que não pode deixar de englobar inter alia a situação de ambas as partes beneficiarem de apoio judiciário ou o benefício do apoio judiciário do requerente, poderá entender-se que, em tais casos, previamente à remessa ao tribunal, se proceda à retificação da conta inicial, entrando então o emolumento devido pelo procedimento em causa em regra de custas (ou, enquanto a aplicação informática o não permitir, a elaboração de nova conta, esta a entrar em regra de custas). Por último, como nos casos de processo de divórcio em que só é concedido apoio judiciário na modalidade de isenção de custas e demais encargos com o processo a um dos requerentes, o pagamento efetuado corresponde a metade do emolumento previsto 9

para o ato ou processo e a lei no artº 18º.12.b) do RERN, na redação introduzida pelo DL nº 209/2012, de 19 de setembro, atribui como receita do Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., metade dos emolumentos pagos (e não metade dos emolumentos devidos) nos casos dos nºs 3.2 e 6 do mesmo artigo, onde estão incluídos os processos de divórcio, não cremos que possa reverter para este Instituto a totalidade do emolumento pago mas apenas metade do emolumento efetivamente pago, ou seja, metade da metade paga. Termos em que o Conselho Consultivo delibera formular as seguintes Conclusões 1. O Decreto-Lei nº 209/2012, de 19 de setembro, que aditou os nºs 3 e 4 ao Código do Registo Civil, limitou-se a prever uma nova forma de pagamento ao Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., dos emolumentos que entram em regra de custas, devendo o total das quantias a elas respeitantes ser descontado na receita do Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça, I.P., e o montante que vier a ser cobrado por via das custas judiciais constituir receita desse Instituto em conformidade com os procedimentos contabilísticos constantes da Orientação com despacho de concordância superior datado de 4 de dezembro de 2012, publicitada no sítio do IRN disponível na intranet. 2. Às dúvidas elencadas continuam a ter plena aplicação as orientações estabelecidas no processo Div.1/2002-DSJ, Anexo XIV e no despacho nº 26/2002, segundo as quais, respetivamente: 2.1. As certidões requisitadas para obtenção de proteção jurídica gozam de isenção ao abrigo do disposto no artº 9º da Lei nº 34/2004, de 29 de julho (Regime de acesso ao direito e aos tribunais), que se manteve inalterado após a Lei nº 47/2007, de 28 de agosto, devendo nas mesmas ficar consignado o fim a que se destinam. 2.2. Os emolumentos devidos por certidões requeridas para instruir processo judicial, instaurado ou a instaurar, por quem beneficie de apoio judiciário na modalidade de dispensa de taxa de justiça e demais encargos com o processo entram em regra de custas. 10

3. As certidões pedidas pelos tribunais ao abrigo do disposto no artº 8º nº 1 do DL nº 322-A/2001, de 14 de dezembro, estão isentas, exceto se destinadas a instruir processo judicial sujeito ao regime de regra de custas, e ainda que as partes beneficiem de apoio judiciário. 4. A norma do artº 17º nº 3 da Lei nº 34/2004, de 29 de julho, na redação da Lei nº 47/2007, de 28 de agosto, que refere que o apoio judiciário é aplicável nos processos que corram nas conservatórias, em termos a definir por lei não obsta à aplicabilidade do regime do apoio judiciário nas conservatórias do registo civil. 5. Os processos privativos do registo civil não estão abrangidos pelo regime de regra de custas até à interposição de recurso. 6. Os processos de divórcio e de separação de pessoas e bens por mútuo consentimento em que ambas as partes sejam beneficiárias de apoio judiciário são gratuitos mesmo quando remetidos a tribunal sendo caso de reformulação de acordos. 7. Os procedimentos previstos no artº 5º do Decreto-Lei nº 272/2001, de 13 de outubro, instaurados gratuitamente por requerente beneficiário do apoio judiciário, passam a entrar em regra de custas quando remetidos a tribunal para decisão. 8. Nos processos de divórcio em que é concedido o apoio judiciário a um dos requerentes, constitui receita do Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., apenas metade do emolumento pago pelo outro requerente (artº 18º.12.b) do RERN, na redação introduzida pelo DL nº 209/2012, de 19 de setembro, com referência ao nº 6.1 do mesmo artigo). Deliberação aprovada em sessão do Conselho Consultivo de 24 de maio de 2013. Laura Maria Martins Vaz Ramires Vieira da Silva, relatora. Esta deliberação foi homologada pelo Exmo. Senhor Presidente em 28.05.2013. 11