Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil:*



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Transcrição:

Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil:* Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo *connectedthinking

PricewaterhouseCoopers Índice Sumário Executivo 2 Carta do Ministro 5 Carta da Pricewaterhousecoopers 7 Introdução 8 Consulta às Empresas 10 Perfil socioambiental das empresas consultadas 11 As empresas brasileiras e o mercado de carbono 17 Consulta às instituições representativas 24 Perfil socioambiental das instituições consultadas 26 As instituições representativas e o mercado de carbono 30 Consulta às instituições financeiras 34 Perfil socioambiental das instituições financeiras 35 As instituições financeiras e o mercado de carbono 39 Conclusões 42 1

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Sumário Executivo 2

PricewaterhouseCoopers No primeiro trimestre de 2006, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a PricewaterhouseCoopers consultaram empresas e entidades representativas de dez setores produtivos com o objetivo de avaliar as percepções sobre o potencial e a importância estratégica do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e do mercado de carbono para as organizações brasileiras. O objetivo desta consulta foi colher subsídios para a elaboração de políticas públicas de fomento à realização destes projetos no Brasil. A pesquisa envolveu 163 organizações, entre indústrias, instituições financeiras e associações representativas. Setenta por cento do universo da amostra engloba empresas com faturamento anual superior a R$ 200 milhões, majoritariamente dos setores de agronegócio, energia, saneamento, automobilístico e papel e celulose. As principais tendências identificadas foram: 90% das empresas pesquisadas consideram o impacto das mudanças globais do clima como estratégico ou relevante para as suas operações. 79% das empresas realizam, ou pretendem realizar, projetos de MDL. Os principais fatores limitantes para a realização destes projetos são, nessa ordem: a falta de uma divulgação mais ampla sobre o assunto, a falta de conhecimento técnico especializado e os custos elevados do processo. 67 % realizam, ou pretendem realizar, inventários de emissões. O inventario é utilizado na maioria dos casos para identificação de oportunidades de projeto, seguido por marketing sócio - ambiental e exigências externas, nesta ordem. Em relação às instituições representativas pesquisadas (associações e cooperativas), o mercado de créditos de carbono é visto como um fator que viabiliza o investimento nos projetos e que aumenta a lucratividade e o retorno pretendidos. Entretanto, a demanda das organizações associadas a estas instituições ainda é vista como incipiente com relação ao MDL: apenas 33% já receberam algum pedido de informação sobre o mecanismo, enquanto que somente 14% receberam alguma demanda relacionada à comercialização dos créditos de carbono. Quanto às instituições financeiras abordadas, a maioria considera que seu papel no mercado de carbono é de financiar a elaboração dos projetos, seguida pela comercialização dos créditos. Mesmo assim, a percepção de demanda para estes serviços também é baixa: apenas 19% receberam alguma solicitação de financiamento para os custos de implantação dos projetos. De fato, na opinião das instituições financeiras pesquisadas, a disponibilidade de linhas de crédito para o financiamento de projetos de MDL é inadequada, principalmente na fase de elaboração dos mesmos. Assim, a maioria das organizações (57%) pretende disponibilizar produtos específicos para este mercado em um futuro próximo. 3

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Carta do Ministro O Protocolo de Quioto é um marco tanto no combate a mudança global do clima quanto no estabelecimento de uma nova relação entre desenvolvimento e proteção ao meio ambiente. Esse acordo internacional, além de representar a primeira medida concreta de combate à mudança climática causada pelas emissões antrópicas de gases de efeito estufa, introduz mecanismos de mercado para auxiliar os países desenvolvidos a cumprirem suas metas de redução de emissões. O papel dos instrumentos de mercado introduzidos pelo Protocolo é minimizar os custos da proteção ambiental, permitindo as partes reduzirem emissões de forma economicamente eficiente. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), em particular, permite a participação dos países emergentes nos esforços comuns de redução de emissões de uma maneira que não compromete seu crescimento econômico. Na verdade, o MDL foi criado com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável desses países mediante a transferência de tecnologia e o incentivo a um novo padrão de expansão, baseado na conciliação entre crescimento econômico, inclusão social e respeito ao meio ambiente. Além disso, o MDL criou lucrativas oportunidades de negócio com a venda de serviços ambientais associados à redução de emissões e o seqüestro de carbono. O sucesso do MDL é fundamental para a consolidação dessa nova visão de desenvolvimento. O Brasil tem um papel de destaque nesse novo mercado de créditos de carbono oriundos de projetos de redução de emissões no âmbito do MDL. O primeiro projeto de Desenvolvimento Limpo registrado no mundo foi brasileiro, o projeto NovaGerar, de aproveitamento de biogás de aterro sanitário,. A redução de emissões de gases de efeito estufa em programas brasileiros já validados equivale a um total de 184 milhões de toneladas de CO2 para o primeiro período de compromisso. Essas toneladas que não serão lançadas na atmosfera poderão ser comercializadas, gerando uma receita anual de US$ 133 milhões de dólares para as empresas limpas. 4

PricewaterhouseCoopers Exatamente porque os países desenvolvidos têm encontrado dificuldades em implementar medidas domésticas de redução de emissões, o mercado internacional está fortemente comprador. O total de recursos destinados ao investimento em projetos de MDL e a compra de créditos de carbono em fundos internacionais criados pelos governos de países como o Japão, Holanda, Itália, etc excede os US$ 3 bilhões. O Brasil tem sua matriz energética com preponderância na energia hidroelétrica e expressivo uso de biocombustíveis, o que significa um padrão de desenvolvimento industrial relativamente limpo, principalmente em comparação com países como China e Índia. Temos importantes vantagens comparativas para a realização de projetos de MDL de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, biocombustíveis (como o álcool e o biodiesel), gerenciamento de dejetos na criação de animais, manejo de resíduos sólidos, aproveitamento de biogás de aterros sanitários, melhoria da eficiência energética em diversos setores industriais. Além de outras oportunidades de projeto nos setores da siderurgia, produção de cimento, fertilizantes, químico, petroquímico e agroindustrial. Mas, para que essas oportunidades se transformem em negócios efetivos e na atração de divisas para nossa economia, é necessário o engajamento de todos, tanto do setor público quanto do setor privado. O presente estudo, resultado da parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e a PriceWaterHouseCoopers, é uma iniciativa pioneira que visa traçar o perfil dos participantes do mercado de carbono no Brasil, identificar barreiras ao aumento da oferta de projetos e conhecer tendências de investimento. Os subsídios colhidos nessa consulta ao setor produtivo permitirão a elaboração de políticas públicas mais efetivas para o aumento da competitividade brasileira nos mercados internacionais de carbono. Luiz Fernando Furlan Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 5

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Carta da PricewaterhouseCoopers O Brasil, pelas suas dimensões continentais, clima, diversidade e estágio atual de desenvolvimento sócio-ambiental e econômico, têm oportunidades ímpares de contribuir para a redução dos efeitos climáticos causados pelo desenvolvimento industrial e urbano no último século. Nossa matriz energética limpa, bem como seu potencial de expansão, permite que continuemos nosso desenvolvimento econômico sem prejuízos ambientais e, adicionalmente, possamos auxiliar os países desenvolvidos em seus objetivos de redução programada das emissões de gases de efeito estufa. O protocolo de Quioto permitiu, em termos de mecanismos de desenvolvimento limpo, uma efetiva colaboração e parceria entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, com vistas à melhoria na adoção e utilização de fontes de energia mais eficientes. 6

PricewaterhouseCoopers O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, percebendo a importância desse momento, capitaneou os esforços visando identificar e detalhar as ações e necessidades empresariais sobre o tema, que irão permitir um melhor planejamento das ações a serem tomadas por todos os agentes envolvidos, bem como a otimização dos esforços necessários para atingir os objetivos de redução dos efeitos climáticos que conhecemos. A consulta efetuada entre as maiores empresas e entidades em atuação no país, permitiu mapear as ações que estão sendo planejadas por esses agentes econômicos, sociais e ambientais, permitindo uma visão geral dessas ações, o que constitui a base para que a sociedade possa inserir-se nesse contexto e participar das ações que virão em decorrência desse cenário. Como participantes desse esforço, nos sentimos orgulhosos de poder contribuir para aumentar o conhecimento sobre a realidade brasileira nessa área e, como tal, das bases que irão permitir uma melhor tomada de decisões sobre essas questões relevantes para o nosso país. Fernando Alves Presidente PricewaterhouseCoopers - Brasil 7

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Introdução 8

PricewaterhouseCoopers O MDL, instituído no artigo 12 do Protocolo de Quioto, é o único mecanismo de flexibilização, pelo qual países que estão fora do anexo I, como o Brasil, podem participar. Na verdade, o MDL foi criado com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável desses países mediante a transferência de tecnologia e o incentivo a um novo padrão de desenvolvimento com base na conciliação entre crescimento econômico, inclusão social e respeito ao meio ambiente. O Brasil tem um papel de destaque nesse novo mercado. Nesse primeiro ano de funcionamento oficial do MDL, o total de reduções de gases de efeito estufa de projetos brasileiros validados equivale a um total de, aproximadamente, 180 milhões de toneladas de CO2 em dez anos. Esse número representa quase 10% de nossas emissões de gases de efeito estufa em 1990. Ou seja, enquanto alguns países desenvolvidos queixam-se das dificuldades em reduzir cerca de 5% de suas emissões, de 1990 para o primeiro período de compromisso (2008-2012), o Brasil voluntariamente alcançará o dobro desse percentual de redução. O Protocolo de Quioto, um instrumento dessa Convenção que entrou em vigor em 16 de fevereiro do ano passado, segundo o qual os países industrializados listados no anexo I devem reduzir suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em, pelo menos, 5,2 % em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012. Esse compromisso legal promete produzir uma inflexão da tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos. Para o atendimento dessas metas, os países podem reduzir suas emissões domésticas ou por meio dos mecanismos de flexibilização. 9

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Consulta às empresas 10

PricewaterhouseCoopers Foram consultadas empresas dos seguintes setores: Agronegócios, Energia, Cimento, Papel e Celulose, Petroquímico, Siderurgia, Saneamento, Automobilístico, Construção Civil e Metalurgia. Os questionários procuraram identificar o perfil socioambiental das empresas que seriam potenciais protagonistas no mercado de carbono, discernir tendências e conhecer a percepção desses agentes sobre a importância do tema, bem como acerca dos principais fatores limitantes ao desenvolvimento mais vigoroso dos mercados de carbono no Brasil. Figura 1: Distribuição setorial das empresas consultadas 7% Agronegócio Energia 2% 22% Cimento 8% Papel e Celulose Petroquímico 13% Siderúgico 13% Outros 7% Saneamento 4% Automobilístico 7% 14% Construção Civil 3% Metalúrgico Perfil socioambiental das empresas consultadas A consulta foi direcionada a grandes (70%) e médias (28%) empresas 1 não apenas pelo seu potencial para realização de projetos, mas também pela importância de suas percepções sobre os obstáculos para o desenvolvimento do mercado de carbono. As dificuldades experimentadas por essas empresas que dispõem de escala e recursos para investir em projetos MDL são obstáculos ainda mais restritivos para empresas de menor porte. Figura 2: Distribuição das empresas segundo o faturamento 28% Grandes 2% Médias Não Responderam 70% 1 São consideradas grandes empresas com faturamento superior a R$ 200 milhões, enquanto as médias são que faturaram entre R$ 10 e 200 milhões. 11

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Figura 3: Investimentos na área ambiental nos últimos cinco anos 5% 16% 7% Até R$ 500.000 Entre R$ 500.000 e R$ 1 milhão As empresas consultadas fizeram investimentos significativos na área ambiental. Nos últimos cinco anos, 72% fizeram investimentos ambientais de mais de R$ 1 milhão, enquanto 16% investiram entre R$ 500.000 e R$ 1 milhão. Mais de R$ 1 milhão Não Responderam 72% Figura 4: Destinação dos investimentos na área ambiental 33% 5% 9% 24% Treinamento Redução de Emissões Esses investimentos foram destinados principalmente ao controle de efluentes (33%), ao gerenciamento de resíduos (29%) e à redução de emissões (24%). Gerenciamento de Resíduos Controle de efluentes Não responderam 29% 72% das empresas fizeram investimentos ambientais de mais de R$ 1 milhão nos últimos 5 anos 12

PricewaterhouseCoopers Com relação às tendências de investimento, 69% das empresas assinalaram a perspectiva de aumento dos investimentos na área ambiental, enquanto 26% tencionam manter o mesmo nível de investimento atual. Figura 5: Perspectiva de investimento na área ambiental 1% 2% 2% 26% Aumentem Permaneçam constantes Diminuam Não sei 69% Não Responderam Como resultado desses investimentos, 92% das empresas consultadas implantaram ou pretendem implantar sistemas de gerenciamento ambiental. Figura 6: Porcentagens de empresas que implantaram sistemas de gestão ambiental 8% SIM NÃO 92% 92% das empresas implantaram ou pretendem implantar sistemas de gerenciamento ambiental 13

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Além disso, 73% das empresas consultadas avaliam periodicamente a eficiência de seu processo, enquanto 76% realizam alguma forma de reaproveitamento de resíduos ou subprodutos de seu processo produtivo, e 59% realizam ou pretendem realizar atividade de florestamento ou reflorestamento além da obrigação legal ou judicial. Figura 7: Porcentagem de respondentes que avaliam a eficiência do processo 27% SIM NÃO 73% Figura 8: Porcentagem de empresas consultadas que reaproveitam resíduos 24% SIM NÃO 76% Figura 9: Porcentagem de empresas que realizam atividade de reflorestamento voluntário 59% das empresas realizam atividade de reflorestamento voluntário 41% 59% SIM NÃO 14

PricewaterhouseCoopers A demanda energética da maioria dessas empresas (65%) é suprida pela rede elétrica, mas 31% das respondentes utilizam geração compartilhada e 15% utilizam geração própria. Figura 10: Alternativas de suprimento energético utilizado 70 65 Rede Elétrica 60 Geração Compartilhada Geração Própria 50 Co-Geração % 40 30 31 Não Responderam 20 15 13 10 2 0 2 Em alguns gráficos o somatório ultrapassa 100%, pois foi facultado às organizações responderem mais de uma alternativa. 15

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo A responsabilidade social é um tema importante para as empresas consultadas: 60% consideram o tema estratégico, enquanto 36% o consideram relevante. Além disso, 78% das empresas consultadas apresentam programa de responsabilidade social. Esse perfil socioambiental das empresas consultadas contribui para seu interesse no tema da mudança global do clima, para a qualidade de seus projetos MDL e para a sustentabilidade de sua participação no mercado de carbono. Figura 11: Importância da responsabilidade social 70 Estratégico 60 60 Relevante Pouco relevante % 50 Não sei Não Responderam 40 36 30 20 10 2 1 1 0 Figura 12: Porcentagem de empresas que mantêm programa de responsabilidade social 22% SIM NÃO 78% 16

PricewaterhouseCoopers As empresas brasileiras e o mercado de carbono A elevada porcentagem de empresas consultadas que conhecem o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (72%) e que realizam ou pretendem realizar projetos de MDL (79%) é, em parte, conseqüência do direcionamento da pesquisa, focada em grandes e médias empresas. Figura 13: Porcentagem de empresas consultadas que conhecem o MDL 28% SIM NÃO 72% Figura 14:Porcentagem de respondentes que realizam ou pretendem realizar projetos de MDL 72% 21% das empresas conhecem o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo SIM NÃO 79% 17

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Figura 15: Porcentagem das empresas consultadas que conhecem o MBRE 37% SIM NÃO 63% A consulta constatou que, apesar de ter sido lançado em setembro de 2005, o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) importante passo para a organização do mercado de carbono no Brasil - já tem o reconhecimento de 37% das empresas consultadas. Figura 16: Utilização da receita dos projetos MDL 7% 8% 58% 25% Viabilizar projetos de investimento Lucrar Mitigar riscos Não Responderam Outras Para essas empresas, as principais aplicações da renda advinda dos projetos MDL são a viabilização de projetos de investimento (58%) e a mitigação de riscos (25%). Esse resultado demonstra o amadurecimento das empresas brasileiras ao integrarem seus investimentos em projetos MDL ao contexto mais amplo de sua estratégia competitiva. 2% 18

PricewaterhouseCoopers Figura 17: Acesso a estudos internacionais sobre mercado de carbono SIM 54% 46% NÃO Com relação ao conhecimento da experiência internacional, 54% das empresas consultadas afirmaram ter acesso a estudos ou levantamentos internacionais sobre o mercado de carbono e projetos MDL, enquanto cerca de 48% têm conhecimento das iniciativas dos concorrentes internacionais sobre o tema. Figura 18: Conhecimento das iniciativas dos concorrentes externos 52% 48% SIM NÃO 19

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo De fato, a disponibilidade de informações sobre o mercado de carbono e os projetos MDL ainda é restrita e, na opinião da maioria das empresas consultadas, constitui o principal fator limitante. 33% das empresas destacam a falta de divulgação de informações sobre o MDL, e 31% assinalam a falta de conhecimento técnico como fator limitante, contra 22% que consideram os custos elevados para elaboração de projetos como principal limite ao desenvolvimento. Figura 19: Fatores limitantes ao desenvolvimento de projetos de MDL 31% 14% 22% 33% Falta de divulgação Custos elevados Falta de conhecimento técnico Outros A consulta procurou identificar a percepção das empresas sobre o impacto da Mudança Global do Clima no seu ramo de atividade e no futuro da empresa, bem como a importância que elas atribuem ao mercado de carbono. Quanto ao impacto da Mudança Global do Clima no seu futuro, 46% das empresas consultadas consideram os impactos relevantes, enquanto 44% consideram o tema estratégico. Figura 20: Impacto da Mudança global do clima sobre as empresas % 50 46 44 Estratégico 40 Relevante Pouco relevante 30 Insignificante Não sei 20 Não Responderam 6 10 2 1 1 0 20

PricewaterhouseCoopers Quanto à importância do mercado de carbono para o futuro das empresas consultadas, 75% das empresas consideram o tema relevante ou estratégico. Figura 21: Importância do mercado de carbono para o futuro das empresas % 50 50 Estratégico 40 Relevante Pouco relevante 30 25 Não sei 20 18 Não Responderam 10 0 5 2 A consulta também procurou identificar se as empresas tinham elementos para avaliar seu potencial de realização de projetos MDL. Nesse contexto, os inventários de emissões podem ser uma ferramenta importante para a identificação de oportunidades e o planejamento das empresas para um cenário futuro de restrição de emissões. Assim, apesar de o Brasil não apresentar metas de redução, 67% das empresas consultadas afirmaram realizar ou pretender realizar inventário voluntário de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Figura 22: Porcentagem das respondentes que realizam inventário de emissões 33% SIM NÃO 67% 21

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Em sintonia com esse diagnóstico sobre a importância dos inventários como ferramenta de planejamento, a principal motivação destacada pelas empresas consultadas para a realização do inventário de emissões foi a identificação de oportunidades de projetos (47%), seguido de marketing socioambiental (19%) e exigências externas (12%). Figura 23: Motivação para a realização de inventários de emissões 50 47 Exigência Externa % 40 30 Marketing Socioambiental Identificação de Oportunidades de Projetos Responsabilidade Ambiental Outras 20 10 12 19 2 Não Responderam 11 9 0 22

PricewaterhouseCoopers Quanto às fontes geradoras de gases de efeito estufa no seu processo produtivo, 58% destacaram como principal fonte a queima de combustível, seguida da disposição de resíduos (18%). Figura 24: Principais fontes de emissões de GEEs 70 60 58 Queima de Combustível Disposição de resíduos (industriais, agrícolas) % 50 40 30 Transporte Uso de Solventes Outras Não responderam 20 18 10 9 4 8 11 0 23

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Consulta às instituições representativas (Associações e cooperativas) 24

PricewaterhouseCoopers A consulta também procurou identificar como as instituições representativas têm avaliado as questões relativas ao mercado de carbono e respondido às demandas de suas associadas. Essas instituições desempenham um papel importante na coordenação de esforços das empresas associadas para permitir maior participação no mercado de carbono. As instituições representativas podem atuar tanto na prospecção e na divulgação de informações sobre oportunidade de projeto nos seus setores específicos, como também somar recursos das associadas e permitir economias de escala na elaboração de projetos e na comercialização dos créditos de carbono. 25

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Perfil socioambiental das instituições consultadas Responderam a consulta instituições representativas dos setores de Agronegócio, Papel e Celulose, Petroquímico, Químico, Energia, Automobilístico e Construção Civil. As instituições consultadas são de abrangência internacional, nacional, regional, setorial. % Figura 25: Distribuição setorial das instituições representativas consultadas 70 60 50 40 30 20 54 Agronegócio Papel e Celulose Petroquímico Químico Energia Automobilístico Construção Civil Mercado Financeiro e de Capitais 16 10 5 5 5 5 5 5 0 Figura 26: Abrangência das instituições consultadas 80 70 60 72 Nacional Internacional Setorial Regional 50 40 % 30 20 10 0 14 5 9 26

PricewaterhouseCoopers As questões relativas ao meio ambiente e à responsabilidade social têm um papel destacado nas preocupações das instituições consultadas. As questões ambientais são consideradas estratégicas para 76% delas, enquanto o tema da responsabilidade social é igualmente considerado estratégico por quase 52%. Além disso, 78% das instituições consultadas incentivam suas associadas a implantarem programas de responsabilidade social. Figura 27: Importância das questões ambientais 24% 76% Figura 28: Importância da responsabilidade social Estratégico Relevante 48% 52% Estratégico Relevante Figura 29: Percentual das instituições que incentivam a realização de programas de responsabilidade social 22% 52% das instituições consideram responsabilidade social estratégico 78% Sim Não 27

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo Os investimentos ambientais das associadas destinam-se principalmente ao controle de efluentes (53%), ao treinamento ou à conscientização (47%) e ao gerenciamento de resíduos (42%). Figura 30: Destinação dos investimentos ambientais 60 53 50 47 42 40 37 Treinamento/Conscientização Redução de Emissões Gerenciamento de Resíduos Controle de Efluentes Certificação % 30 20 21 10 0 A principal motivação para os investimentos ambientais, apontada em quase 74% das respostas, foi a adequação a requisitos legais ou normativos, seguida pela necessidade de aumento de competitividade, presente em 47% das respostas. Figura 31: Motivação dos investimentos na área ambiental 80 73,7 70 60 50 47 40 Adequação a requisitos legais/normativos Aumento da competitividade Exigências externas Marketing socioambiental Não responderam % 30 26 20 10 0 5 5 28

PricewaterhouseCoopers Figura 32: Perspectiva de investimentos na área ambiental 17% Na opinião de 83% das instituições consultadas, a tendência entre suas empresas associadas é de que os investimentos na área ambiental aumentem. 83% Figura 33: Impacto da mudança Global do Clima 38% 57% Aumentem Permaneçam constantes Estratégico Pouco relevante Relevante Segundo 57% das respondentes, o impacto da Mudança Global do Clima é estratégico para o futuro dos setores consultados, mas o mercado de carbono ainda é considerado estratégico para apenas 29% das instituições consultadas. Esse resultado indica a necessidade de divulgar o mercado de carbono como uma ferramenta para a adaptação das empresas aos impactos econômicos da mudança global do clima, como, por exemplo, a necessidade de descarbonização - redução do potencial de emissões - de seus produtos e processos. Nesse contexto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo pode facilitar a adaptação, sendo um mecanismo eficaz de transferência de tecnologia limpa para as empresas brasileiras. 5% Figura 34: Importância do mercado de carbono 29% Estratégico Pouco relevante 66% 5% Relevante 29

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo As instituições representativas e o mercado de carbono Na opinião das instituições representativas consultadas, o papel do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no futuro do setor é a viabilização do projeto de investimento e a melhoria da performance ambiental das empresas. Essa indicação esteve presente em 58% das respostas, seguido da possibilidade de aumento da lucratividade apontado em 32% dos questionários. Figura 35: Percepção das respondentes sobre o papel do MDL 70 60 58 58 Viabilizar projetos de investimentos 50 40 Aumentar a lucratividade % 30 20 32 26 21 Mitigar riscos Transferência de tecnologia 10 0 Melhoria da performance ambiental 30

PricewaterhouseCoopers A demanda das associadas, apesar de ainda incipiente, já motiva as instituições a realizar eventos de divulgação e a buscar informações mais qualificadas sobre projetos MDL em seu setor. Entre as instituições consultadas, 33% já receberam pedidos de informação sobre projetos MDL de suas associadas e 14% receberam demandas relacionadas à compra e à venda de créditos de carbono. 48% das instituições consultadas realizaram ou pretendem realizar eventos, como seminários ou workshops, para a divulgação do mercado de crédito de carbono, enquanto mais de 28% já realizaram treinamento específico sobre o tema. Figura 36: Demandas das associadas relativas a projetos de MDL e ao mercado de carbono % 40 30 20 10 0 5 33 29 Figura 37: Iniciativas de divulgação das instituições consultadas 14 19 Apoio para realização de projeto Consulta para informações Não Relacionada à compra e venda de créditos de carbono Não respondidos 60 50 40 48 Artigo Eventos (workshop, seminários, etc) Publicação Não Treinamento % 30 28,6 20 10 14 14 14 0 31

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: Um Levantamento de Perspectivas com o Setor Produtivo A necessidade de informações específicas tem motivado as instituições a realizar estudos e procurar conhecer as iniciativas de suas congêneres no exterior. 63% das instituições consultadas já realizaram ou pretendem realizar estudo ou levantamento de oportunidades do mercado de crédito de carbono, e 58% conhecem as iniciativas de organizações internacionais relativas ao tema ou têm acesso a estudos e levantamentos sobre mercado de carbono. Figura 38: Realização de estudos ou levantamento de oportunidades 37% Sim Não 63% 63% das instituições já realizaram ou pretendem realizar estudo ou levantamento de oportunidades do mercado de crédito de carbono Figura 39: Conhecimento das iniciativas de instituições congêneres no exterior 42% Sim 58% Não 32

PricewaterhouseCoopers Figura 40: Conhecimento do MBRE entre as instituições consultadas 32% Sim Não 68% Figura 41: Fatores limitantes ao desenvolvimento de projetos de MDL Quanto ao MBRE, como na consulta às empresas, o reconhecimento ainda é pequeno: 32% das instituições representativas conhecem o MBRE. Esse resultado sugere a importância de eventos para a divulgação do MBRE voltados especialmente para esse público. O diagnóstico das barreiras referente à realização de projetos também foi semelhante ao obtido na consulta às empresas. O principal fator limitante à realização de projetos MDL destacado pelas instituições representativas foi a falta de divulgação de informações qualificadas e a escassez de conhecimento técnico especializado 24% 38% Custos elevados Falta de conhecimento técnico Falta de divulgação 38% 33