1.2 - HIPÓTESES DO TRABALHO. 1.2.1 - Hipótese Geral



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Transcrição:

10 1 - INTRODUÇÃO Mesmo sendo a Construção Civil o setor da economia responsável pela criação e manutenção de grande número de empregos diretos e indiretos, no Brasil, o descaso com os trabalhadores continua gerando elevados índices de acidentes de trabalho. Esses elevados índices se caracterizam devido a uma série de peculiaridades que acabam tornando as medidas preventivas para acidentes de trabalho muito complexas. Segundo pesquisas, amplamente divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a Construção Civil é responsável por 21,55% de todos os acidentes registrados no país. Este elevado índice deve-se à situação precária, no que diz respeito à higiene, segurança, treinamento e meio ambiente, que se encontra o setor da Construção Civil. Essas más condições de higiene e segurança no trabalho existentes nos canteiros de obra, segundo Saurin (2000, Pg. 01), tem sido apontadas com freqüência como uma dos símbolos do atraso tecnológico e gerencial que caracteriza a indústria da construção, em especial, em caráter local conforme analisado nesta pesquisa. Por outro lado, nos últimos anos tem se observado no país um grande esforço no sentido de modernizar este setor industrial, principalmente motivado pelo aumento da competição e pelo crescente grau de exigência de qualidade por parte dos consumidores e produtividade por parte dos Empreendedores. Neste contexto foi aprovada a nova versão da Norma Regulamentadora N.º 18 Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção, que foi publicada pela Portaria Nº 4 de 4 de julho de 1995. Essa norma estabelece medidas de higiene e segurança no trabalho durante a execução de obras. O avanço proporcionado por esta norma é inegável, no entanto, existem ainda diversas dúvidas quanto à interpretação da mesma e questionamentos a respeito da viabilidade técnica e econômica de algumas de suas exigências. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, compreendendo levantamento bibliográfico, visitas in loco, entrevistas, coleta e análise de dados, discussões e observações de características de um determinado empreendimento.

11 O presente trabalho surge principalmente como uma iniciativa de avaliar as condições de saúde e segurança do trabalho em canteiros de obras de edificações e utilização de máquinas e de equipamentos da Construção Civil no Município de Cascavel. Diversas aplicações da NR18 compõem esta análise tais como: as proteções coletivas, proteções contra incêndio, máquinas, equipamentos, organização, limpeza, instalações elétrica e equipamentos de proteção individual. Este estudo apresenta de maneira representativa as condições de não observância de cumprimento da NR 18, tornando-se assim instrumento de informação e também instrumento de orientação para casos análogos aos verificados na cidade de Cascavel. 1.1 - JUSTIFICATIVAS A Construção Civil é um dos componentes da economia do país, exercendo influências diretas e indiretas sobre o meio de subsistência da população. Dentre os diversos setores da economia do país, a construção civil é um dos ramos de atividades que expõe seus trabalhadores a maiores riscos de saúde. Os acidentes de trabalho verificados na construção civil, são ocasionados pela falta de treinamento, falta de mão de obra especializada, elevado índice de rotatividade de funcionários e, sobretudo a não aplicação das Normas de Segurança, em especial a NR-18 que trata das condições de meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Sabe-se que as características das atividades exercidas na construção civil obrigam os trabalhadores a inúmeras situações de risco. Nota-se, ainda, que a maioria dos empresários, engenheiros e construtores estão preocupados apenas em cumprir aspectos legais, através das rotinas trabalhistas, não havendo preocupação com a qualidade de vida das pessoas, ficando as condições de trabalho, na maioria das vezes, inadequadas e inseguras (Sinduscon, 1994 Pg. 17). Através deste trabalho pretende-se identificar as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas e/ou profissionais liberais no cumprimento das exigências das normas de segurança vigentes no que diz respeito a: organização e limpeza no canteiro de obra, proteção contra quedas de altura e incêndio, elevador de carga, elevador de pessoal, máquinas, equipamentos e ferramentas diversas,

12 armações de aço, instalações elétricas provisórias, equipamentos de proteção individual, gerando conhecimento sobre as condições reais que se encontra a industria da construção civil, subsetor de edificações, no município de Cascavel. 1.2 - HIPÓTESES DO TRABALHO 1.2.1 - Hipótese Geral Este estudo tem como hipótese principal a verificação de alguns tipos de canteiros de obras da cidade de Cascavel, Estado do Paraná, encontram-se em desconformidade com as determinações das normas de segurança do trabalho, em especial com a NR 18, no que diz respeito a utilização de proteção contra quedas de altura, elevador de carga, elevador de pessoal, máquinas e ferramentas diversas, gruas, serra circular, setor de carpintaria, armações de aço, instalações elétricas provisórias, ordem e limpeza, proteção contra incêndio, bem como utilização de Equipamentos de Proteção Individual e coletivas. 1.2.2 - Hipóteses Específicas Existe grande resistência por parte das empresas à implantação de programas de segurança, que incluem: treinamentos (capacitação técnica), capacitação física (ginástica laboral), fiscalização interna dos prestadores de serviço na utilização de equipamentos de proteção coletiva e individual, resistência em adquirir e utilizar equipamentos com novas tecnologias, higiene, limpeza e organização do ambiente de trabalho. Os trabalhadores da Construção Civil são expostos a situações de risco, que na maioria das vezes poderiam ser evitadas com o simples cumprimento das normas de segurança, em especial a NR 18 que é específica para a Construção Civil. Além dos riscos de acidentes, os trabalhadores da construção civil labutam em ambientes de trabalho com condições de higiene, organização, limpeza e saúde precárias. A preocupação existente, por parte de engenheiros, administradores, empreendedores e até mesmo dos empregados, no planejamento dos canteiros de obra para melhor otimização de espaços e melhores condições de saúde e

13 segurança do trabalho se demonstra extremamente volúvel. A importância desta fase de planejamento é deixada em segundo plano. Soma-se ainda a considerável ineficiência do Ministério do Trabalho em divulgar a NR 18, tanto em caráter de divulgação quanto em caráter de informação aos profissionais, empresários e trabalhadores que acabam interpretando como medidas punitivas ao invés de medidas preventivas. 1.3 - OBJETIVOS DO TRABALHO 1.3.1 - Objetivo Geral O objetivo do presente trabalho consiste em verificar e analisar a aplicação da Norma de Segurança: a NR-18 (Norma Regulamentadora das Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção), dentro de uma amostragem das diversas tipologias de edificações da Cidade de Cascavel, no estado do Paraná, referenciando exclusivamente aos itens: proteção contra incêndio, ordem e limpeza de canteiro da Obra, a utilização de elevador de carga, elevador de pessoal, máquinas, equipamentos, ferramentas diversas, armações de aço, instalações elétricas provisórias, queda em altura bem como a utilização de Equipamento de Proteção Individual. 1.3.2 - Objetivos Específicos a) De acordo com os dados observados em Obra, analisar qual a relação existente entre tipologia de Obras visitadas e correspondente aplicação da NR 18. b) Temos ainda como objetivo secundário, Identificar as principais dificuldades enfrentadas na implantação do canteiro de obra, organização do layout, seguindo exigências da Norma Regulamentadora. c) Analisar ainda a condição de rejeição à utilização de Equipamento de Proteção Individual por parte dos trabalhadores, bem como a indiferença verificada por parte dos engenheiros e empresários em relação a falta de distribuição de todos os EPI s adequados e necessários para cada função ou atividade exercida;

14 d) Observar as atividades executadas em obra e observar o cumprimento ou não aos itens que devem ser aplicados visando a segurança do trabalhador de acordo com a NR18. 1.4 - LIMITAÇÕES DO TRABALHO Este trabalho será limitado a uma amostragem do setor de edificações da construção civil da cidade de Cascavel. As visitas serão realizadas em diversas tipologias de obras, não restringindo à fase de execução, ficando a análise dos canteiros de obra, no que diz respeito a Segurança e Saúde do Trabalhador baseada nas determinações constante na Norma Regulamentadora Nº 18 que entrou em vigor em dezembro de 1998. Considerando os objetivos da pesquisa e a significativa extensão da Norma será realizada uma seleção dos itens a serem analisados conforme os seguintes critérios: a) selecionar exigências relacionadas ao subsetor edificações, foco desta pesquisa, não sendo incluído os itens não aplicáveis a este setor; b) abordar os pontos da Norma que fossem possíveis de serem verificados visualmente no canteiro em uma única visita, excluindo os itens de difícil comprovação; c) não incluir as exigências relacionadas à tecnologia construtiva. Desta forma a pesquisa será restrita aos pontos fundamentais, listado a seguir: 1. Utilização de Equipamento de Proteção Individual; 2. Proteção contra quedas de altura; 3. Elevador de carga; 4. Elevador de pessoal; 5. Setor de carpintaria - Serra circular; 6. Máquinas e ferramentas diversas; 7. Armações de aço; 8. Instalações elétricas provisórias; 9. Ordem e limpeza; 10. Gruas; 11. Proteção contra incêndio;

15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 O AMBIENTE DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Atualmente a Construção Civil é responsável, conforme dados de 1996, por 9,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Verifica-se, ainda, que a Indústria da Construção responde significativamente pela geração de empregos, formação do investimento e importantes efeitos multiplicadores setoriais. Contribui, ainda, com cerca de 6% da mão-de-obra nacional, sendo correspondente a 3,5 milhões de trabalhadores, sendo que desses, apenas 1,4 milhão de trabalhadores são contribuintes do sistema oficial previdenciário (Sinduscon-SP, 1999 Pg. 40). No entanto, a indústria da construção brasileira é, igualmente detentora de importante contribuição no perfil acidentário nacional. Estudo efetivado através da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho, revela que a construção, enquanto grupo econômico e sob aspecto da freqüência de ocorrências, é a maior causadora de Acidentes de Trabalho graves e fatais, invalidez permanente e incapacidade parcial permanente no país (Sinduscon-SP, 1999 Pg 41). Segundo Belk (1976, Pg. 25 e 26) para um elevado número de países analisados, se verificou que os índices de acidentes de trabalho na Construção Civil superam os índices da industria em geral. Segundo Souza, citado por Baú (1999 Pg 06), o despreparo dos trabalhadores aliado às más condições de trabalho oferecidas aos operários, e as situações perigosas inerentes às atividades do ramo, geram uma grande participação da construção civil nos índices de ocorrência dos acidentes e trabalho. A indústria da construção civil não se caracteriza como uma atividade homogênea. Ela se caracteriza por apresentar uma série de peculiaridades, que se iniciam a partir do processo de instalação do canteiro de obra e estende-se até as fases finais de conclusão dos trabalhos, envolvendo um elevado número de riscos, razão pela quais as medidas preventivas são mais complexas. Na maioria das obras de construção civil, observa-se também que o elevado número de acidentes se explica pela insubsistência de serviços de prevenção de acidentes.

16 2.1.1 Os Sub-setores da Construção Civil Segundo definição do IBGE, a indústria da Construção se segmenta em apenas duas atividades básicas com características distintas: 2.1.1.1 - Edificações; Conforme Cruz (1997 Pg. 117) o subsetor de edificações, possui grande importância para a economia, por ser fundamental para as demais atividades e para o conjunto da população. Contudo, este sub-setor é caracterizado pelo uso de processos tradicionais apresentando uma série de peculiaridades que o diferencia das demais atividades produtivas, algumas das quais são fontes de permanentes dificuldades para a gestão dos recursos humanos, destacando o setor como um dos mais necessitados de atenção quando se analisam aspectos voltados à melhoria da qualidade de vida no trabalho tais como: saúde, higiene, segurança, benefícios, relações interpessoais e autonomia. O sub-setor edificações compreende obras destinadas à habitação, ao comércio, à indústria. Às atividades sociais, culturais, esportivas e de lazer; 2.1.1.2 - Construção Pesada; A construção pesada abrange vias de transporte, obras hidráulicas, de saneamento, de irrigação e drenagem, obras de arte, de geração e transmissão de energia elétrica de sistemas de comunicação e de infra-estrutura de forma geral. 2.1.2 - TIPOLOGIA DE OBRAS O sub-setor edificações, objeto de estudo desse trabalho, apresenta ainda uma grande diversidade quanto ao tipo de obras, sendo as mesmas caracterizadas como térreas, sobrados, edifícios verticais; sendo assim facilmente subdividido por tipologias. De acordo com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná CREA/PR, para fins de fiscalização, as edificações possuem classificações e exigências diferentes, conforme QUADRO 01.

17 QUADRO 01: parâmetros para fiscalização do CREA/PR EDIFICAÇÕES PROJETOS NECESSÁRIOS - Edificações habitacionais com até 100m2 Apenas o projeto Arquitetônico - Edificações habitacionais com mais de 100m2 Projeto arquitetônico, estrutural, - Edificações comerciais e industriais com até 100m2 - Edificações comerciais e industriais com mais de 100m2 - Edificações de habitação coletiva e para fins especiais (escola,creches, ginásios, edifícios públicos, postos de serviços, etc) de qualquer dimensão. hidráulico, elétrico e telefônico. Projeto Arquitetônico, Elétrico e telefônico Projeto Arquitetônico, estrutural, hidráulico, elétrico, telefônico e prevenção de incêndios - Edificações com 2 ou mais pavimentos Independente da área e do tipo de obra é necessário o projeto estrutural - Edificações com 4 ou mais pavimentos Além dos Projetos referentes área e tipo FONTE ATO 37/92 CREA/PR. de obra, será exigido ART de Projeto de Fundação O CREA/PR classifica ainda as obras como do tipo moradia popular e pequenas reformas como: a) Moradia Popular: casas térreas, individuais e de até 70,0m 2 de área construída; b) pequena Reforma: aquelas executadas uma única vez na unidade habitacional e no mesmo pavimento existente e não podendo ultrapassar a área de 70m2. Para o CREA-PR a classificação de tipologias de obras é definida apenas para identificar e diferenciar os projetos necessários para cada tipo de edificação. No entanto, no que diz respeito à área de segurança, nota-se que dependendo do tipo de obra os riscos são bastante diferenciados, devidos, além de outros fatores, à organização e arranjo físico da obra, ou seja, a disposição do canteiro da obra. Intensificando isto temos ainda que, segundo Baú (1999 Pg. 19) a organização dos canteiros influencia na presença de áreas de risco, bem como salienta em seu trabalho que o padrão da obra a ser construída interfere na organização do canteiro da obra.

18 Para melhor desenvolvimento e caracterização do trabalho apresentado, adotou-se, contudo uma nova tabela de Tipologias de Obras, desenvolvida a partir da tabela do CREA-PR, proporcionando assim melhor manipulação dos dados coletados em obra. Desenvolveu-se então o QUADRO 02, onde se identificam os tipo de obra e a Respectiva Tipologia aplicada. QUADRO 02: Tipologia Aplicada EDIFICAÇÕES TIPOLOGIA APLICADA - Edificações Térreas, residenciais e comerciais de Tipologia 01 padrão baixo ou intermediário com até 100m2; - Edificações Térreas, residenciais e comerciais de Tipologia 02 padrão médio e alto padrão acima de 100m2; - Sobrados de médio ou alto padrão de acabamento, Tipologia 03 individuais ou geminadas - Edificações de até 04 Pavimentos residenciais ou Tipologia 04 comerciais; (exceto edificações térreas residenciais e comerciais e sobrados) - Edificações com mais de 04 Pavimentos residenciais Tipologia 05 ou comerciais. 2.2 - PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA. Segundo o Ministério do Trabalho e a Fundacentro (1981 Pg 27), se verifica que na construção civil existem inúmeras situações de elevado risco. A falta de proteção em situações de quedas de altura constitui-se na causa principal de elevado número de acidentes fatais, vitimando centenas de trabalhadores a cada ano, como indicam as estatísticas no Brasil. Várias atividades dentro da construção envolvem riscos de queda de altura, das quais se destacam: a) Áreas periféricas de lajes; b) Aberturas de pisos; c) Vãos de acesso às caixas de elevadores; d) Vãos de escadarias ou rampas; e) Serviços executados em sacadas e/ou varandas; f) Construção e manutenção de telhados e/ou coberturas; g) Montagem e desmontagem de andaimes fachadeiros;

19 h) Montagem e desmontagem de torres de elevadores de obras; i) Trabalhos em andaimes suspensos; j) Montagem de elementos estruturais (pré-moldados, metálicos); k) Trabalhos em confecção de fôrmas, ferragens e concretagem de estruturas e lajes; l) Manutenção de fachadas de edifícios; m) Inspeção e manutenção de chaminés; Para neutralizar estes riscos podem ser adotadas as medidas de proteção coletivas e proteção individual, sendo que as medidas de proteção coletivas contra quedas de altura são: a) Guarda-corpo b) Barreiras verticais, e telas fixadas com altura regulável em suportes verticais, c) Proteção em aberturas nos pisos, d) Proteção em vão de elevadores e) Proteção em vão de escadas fixas, 2.3 - ELEVADOR DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGA E DE PESSOAL Os elevadores de carga são equipamentos de tração destinados à movimentação de carga (materiais) ou de pessoal. Segundo Belk (1976 Pg 62 a 65), para o transporte seguro de cargas ou de pessoas, deve-se obrigatoriamente observar os diferenciais de construção do equipamento apresentado de acordo com sua utilização, carga ou pessoal, sendo terminantemente proibido o uso do transporte de maneira simultânea. O elevador de carga também pode ser conhecido como guincho, sendo os principais tipos classificados como: a) Por transmissão de engrenagens por corrente; b) automático com comando eletro-mecânico; O operador do guincho (guincheiro) deve possuir local de trabalho coberto, que o proteja contra queda de materiais. Componentes do guincho: 1.1 Torre 1.1.1 Torre de estrutura metálica

20 1.1.2 - Torre com folga mínima de percurso de 6m acima do último nível de utilização; 1.2 Cabine 1.2.1. Cabine com estrutura metálica 1.2.2 - Fechamentos laterais com 1,0m de altura 1.2.3 Teto fechado com altura mínima de 2 metros. 1.2.4 Piso dimensionado para resistir 1,5 (uma e meia) vez a carga licenciada. 1.2.5 Sistema de frenagem automático. 1.3 Guincho 1.3.1 Máquina de tração com controle de descida de carga. 1.3.2 Possuir embreagem centrífuga 1.3.3 Ser dotado de freio eletromecânico 1.4 Comando Para utilização do elevador como de movimentação carga, obrigatoriamente deve-se existir comando externo, através de botoeira ou manivelas de retorno, localizado em cada nível ou pavimento a que o elevador servir. Para utilização do elevador como de movimentação de pessoal, obrigatoriamente deve-se existir comando interno através de botoeira ou manivelas de retorno que permitam seu adequado uso. Os elevadores de movimentação de passageiros devem obrigatoriamente dispor de: freio mecânico (manual) situado no interior elevador, conjugado com interruptor de corrente; interruptor nos fins de curso superior e inferior, conjugado com freio eletromagnético; sistema de frenagem automática, a ser acionado em caso de ruptura do cabo de tração; sistema de segurança eletromecânica no limite superior a 2,00 m abaixo da viga superior da torre; interruptor de corrente, para que se movimente apenas com as portas fechadas;

21 cabina metálica com porta pantográfica ou de correr (Somente para movimentação de pessoal); sistema de comunicação eficiente e seguro (somente para movimentação de pessoal). 2 Existência de Sinalização 2.1 O elevador deve ter uma placa com indicação da carga máxima licenciada e número máximo de pessoas a serem transportadas. 2.2 O elevador deve ter uma placa proibindo o transporte simultâneo de pessoas e carga. 2.4 - GRUA Segundo Rousselet (1999), a grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por uma estrutura metálica vertical, denominada torre, em torno da qual, seu braço rotativo, denominado lança, pode girar. Suportado pela lança, corre um pequeno troley (carrinho), onde está pendurado um gancho. Na extremidade da lança é instalado um pára-choque, para impedir a queda do troley. Nas edificações, as torres das gruas são normalmente fixas, instaladas no seu interior ou próximo a uma das fachadas e montadas sobre blocos de concreto. A resistência do solo e da base (bloco de ancoragem), deve suportar o peso da estrutura da grua e as forças adicionais, tais como: torque de giro, carga do vento, carga dinâmica. A ponta da lança deve ficar, no mínimo, a 3,00 m (três metros) de distância de qualquer obstáculo e a 6,00 m (seis metros), quando se tratar de cabo elétrico. 2.5 - SETOR DE CARPINTARIA - SERRA CIRCULAR. No setor de carpintaria segundo Rousselet (1999), a Serra Circular de Bancada é uma máquina de corte, cuja ferramenta é constituída de um disco circular, provido de arestas cortantes em sua periferia, montado num eixo, que lhe transmite movimento rotativo, sendo acionado por um motor elétrico, através de polias e correias. A serra circular de bancada é um equipamento obrigatório na indústria da construção civil, utilizado para corte da madeira utilizada na execução das formas

22 que moldam as peças de concreto armado. Os dispositivos de segurança do equipamento são: Lâmina separadora ou cutelo divisor - é um dispositivo que se instala atrás da lâmina da serra, cuja a função é manter separadas as partes já serradas da madeira, evitando que se encostem. Protetores fixos: são peças de madeira ou metal utilizados para proteger as partes móveis da serra. Protetor móvel: é a coifa, cuja finalidade é evitar o choque acidental do operador com os destes do disco de serra, devendo ser auto-ajustável, devido á variedade do material a ser cortado. Abas laterais: em forma de arco são acoplados à base inferior da coifa em ambos os lados com a finalidade de evitar que qualquer partícula que se desprenda da lâmina da serra ou da madeira que estiver sendo cortada, venha a atingir o operador. Janelas de inspeção: é uma abertura feita na parte frontal da coifa, com a finalidade de permitir ao operador da serra a visualização do disco de corte na madeira, evitando assim a necessidade de se trabalhar com a coifa erguida. Empurradores: para evitar contato das mãos do operador com o disco de serra, com peças pequenas ou na operação final de corte, deve ser utilizado um dispositivo empurrador como elemento intermediário, que pode ser um pedaço de madeira. Suporte de apoio: quando as peças forem de grande comprimento, é recomendável a utilização de suportes, que podem ser cavaletes de madeira. 2.6 - MÁQUINAS E FERRAMENTAS DIVERSAS. No ambiente de uma obra, várias máquinas e ferramentas perigosas e de manuseio complexo são distribuídas num pequeno espaço físico, tais como: Betoneiras são equipamentos largamente usados na construção civil, e servem para fabricar concreto e argamassas diversas, através da mistura de cimento, água e agregados. Elas são constituídas normalmente, dos seguintes componentes: caçamba carregadora, cuba de mistura, dosador de água, motor elétrico, á gasolina ou diesel. Guindastes Compressores,

23 Rosqueadeiras elétricas, Correias Transportadoras, Máquina de dobrar e cortar ferro, Serra circular de bancada, Guinchos e Torres, Também temos as ferramentas diversas, que são equipamentos portáteis que cada operador possui a sua, elas podem ser manuais e elétricas tais como: Ferramentas manuais tais como: Ferramentas para atarrachar: como chaves de fenda, chaves de grifo ou inglesa; Ferramentas para entalhar, furar e golpear tais como: formão, talhadeira pesada, martelos de carpinteiro ou de unha, de rebite para chapas de aço, picaretas, enxadas, brocas, puas, trados e cavadeiras; Ferramentas para cortar: como serrotes e serra de ponta, machados; Outras ferramentas manuais; como alicates, lima ou grosa, pés de cabra; Ferramentas elétricas tais como: lixadeira, furadeiras, esmerilhadeira, 2.7 - ARMAÇÕES DE AÇO. Conforme Rousselet (1999), o trabalho em concreto armado apresenta diversidade de riscos e grande incidência de acidentes. Tais serviços se desenvolvem em fases distintas, mas, freqüentemente, são realizados simultaneamente. Os trabalhos em concreto armado se dividem nas seguintes fases: fôrma, escoramento, armações de aço, concretagem e desforma. Alusivamente, para este trabalho vamos estudar somente de Armações de Aço. Armações de aço (corte e dobra do aço): deve-se estudar o local de estocagem de vergalhões para que fique próximo do local de trabalho, devendo-se colocar a ferragem sobre cavaletes, separada por bitola. As dobragens e corte de vergalhões devem ser feitas sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas em superfícies planas, que se evite locais de circulação de operários, devendo o local ser amplo e bem iluminado, a estocagem deverá ficar longe de fiações elétricas aéreas. Os operadores de máquinas de cortar vergalhões devem ser qualificados, experientes e receberem treinamentos adequados.

24 2.8 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. A eletricidade é uma fonte de perigo, podendo causar a morte das pessoas que trabalham sem tomar cuidados especiais. As instalações elétricas nos canteiros de obras, segundo MORAES (2002 Pg. 34), embora provisórias nunca deve ser precárias, mas precisam ser feitas de forma correta, para que sejam seguras. As instalações provisórias em obra servem para ligar as máquinas e iluminar o local da obra. Assim devem ser observados os seguintes princípios gerais: a) A instalação elétrica deve ser executada, ampliada ou reparada por profissional devidamente habilitado, (eletricista). b) Os circuitos elétricos quando não embutidos, devem ser protegidos contra impactos e a fiação colocada sobre isoladores de porcelana. c) As chaves de faca e porta fusíveis devem ser colocados em caixas, fechadas por portinholas e somente podem ser usados para circuitos de distribuição e nunca para acionamento de aparelhos. d) Os dispositivos de partida e parada de máquinas devem ser adequados à potência de seus motores, e devem ser colocados ao alcance do operador. e) Todas as carcaças de equipamentos elétricos devem ser ligados à terra, principalmente guinchos, vibradores, etc. f) Todas as emendas de fios devem ser isoladas adequadamente. g) Para iluminação no canteiro de obras devem ser usados soquetes à prova de tempo ou aparelhos apropriados bem como interruptores blindados. h) Os que trabalharem em eletricidade devem estar familiarizados com os métodos de respiração artificial destinado a socorrer os acidentados por choque elétrico. i) Fusíveis queimados devem ser substituídos por outros de igual capacidade, nunca devendo ser feita a ligação direta. j) A instalação elétrica deve ser executada de acordo com as normas Técnicas Brasileiras.

25 2.9 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS. As medidas de Prevenção Contra Incêndios em obra são simples e dependem de algumas providências básicas. No caso de existir material inflamável em estoque, este deve ser colocado em local isolado devidamente sinalizado. Deve ser feita uma limpeza diária da serragem acumulada junto a serra circular. Deve ser proibido o fumo na obra, pelo menos na fase de execução da estrutura. A obra deve possuir extintores e quantidade suficiente, com pelo menos dois tipos de classe de fogo sendo alocados de maneira a possuir em toda sua projeção de área equipamento móvel de proteção. O local dos extintores deve ser devidamente sinalizado e desimpedido. Os extintores devem merecer a manutenção adequada de acordo com a orientação do fabricante e das normas técnicas. Deve haver na obra uma equipe treinada a fim de que saiba usar os extintores no momento necessário (mestre, apontador, guardas, etc.). Devem ser proibidas as fogueiras noturnas e queimas de resíduos, papéis e madeiras. Deve ser proibido o aquecimento de marmitas em fogareiro improvisado dentro da obra a não ser em fogareiros próprios e em locais determinados pela administração. 2.10 - EPI Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador. O fornecimento do EPI ao trabalhador bem como a obrigatoriedade de utilização é responsabilidade do empregador.

26 2.11 - ORDEM E LIMPEZA. Segundo Sampaio (1998), para ser possível a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais num canteiro de obra e garantir um ambiente saudável de trabalho, é necessário adotar medidas e regras. Destacam-se, entre tantas, a ordem e a limpeza, consideradas as primeiras que devem ser objeto de atenção de Engenheiros, mestres e encarregados. Desde o início da obra a ordem e a limpeza devem ser cuidadosamente planejadas até a entrega do empreendimento ao cliente, pois, quando um canteiro está ordenado e limpo diminuem as confusões e os trabalhos realizados são mais eficazes.

27 3 - MÉTODO DE TRABALHO ADOTADO Neste capítulo serão apresentadas as várias etapas pelas quais o trabalho será desenvolvido, para que o objetivo deste seja atingido, conforme ilustrado na FIGURA 01. ESPECIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONCEITOS E VARIÁVEIS DEFINIÇÃO DAS TIPOLOGIAS DE OBRAS CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS SELEÇÃO DA AMOSTRA COLETA DOS DADOS VISITAS IN LOCO ENTREVISTAS ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS FIGURA 01: Fluxograma do Método adotado 3.1 - OPERACIONALIZAÇÕES DOS CONCEITOS E VARIÁVEIS Conhecidos os conceitos que serão utilizados e empregados nesse trabalho, partiu-se para a operacionalização das variáveis, ou seja, deve-se ter pleno conhecimento dos fenômenos que interferem na análise desse trabalho, ou seja, as peculiaridades da Indústria da Construção Civil e o que a NR-18 e as demais normas vigentes estabelecem. A construção civil apresenta características específicas em seu processo de produção, tendo como variáveis fundamentais a serem consideradas nesse trabalho as descritas abaixo: a) Tipologia da Obra: uma das principais variáveis a serem consideradas e diferenciadas neste trabalho. Nota-se que,

28 embora a NR-18 não faça ressalvas específicas e diretas quanto ao tipo de obra, os riscos existentes em uma edificação térrea são bastante diferenciados dos de uma edificação vertical, principalmente, no que se refere à organização do canteiro de obra, máquinas e equipamentos utilizados e, sobretudo quanto ao risco de quedas de altura; b) Fase de Execução da Obra: ocorrem mudanças dos riscos ocupacionais de acordo com as diversas fases da obra, sendo que a NR-18 especifica e diferencia as normas e/ou exigências para cada fase de execução; 3.2 - DEFINIÇÃO DAS TIPOLOGIAS DE OBRAS Para início da pesquisa foram adotados critérios tipológicos para as obras que seriam analisadas. As tipologias das obras foram definidas baseadas na classificação Apresentada na QUADRO 02, desenvolvida exclusivamente para manipulação de dados deste trabalho. Desta forma, temos a seguinte classificação: TIPOLOGIA 01: Obras térreas comerciais e residenciais de baixo ou intermediário padrão de acabamento com até 100 m²: TIPOLOGIA 02: Obras térreas comerciais e residenciais de médio ou alto padrão de acabamento com mais de 100m 2 ; TIPOLOGIA 03: Sobrados de médio ou alto padrão de acabamentos, individuais ou geminadas Sobrados: obras residenciais de médio e/ou alto padrão, podendo ser individuais ou geminados; TIPOLOGIA 04: Edificações de até 04 Pavimentos residenciais ou comerciais; TIPOLOGIA 05: Edificações com mais de 04 Pavimentos residenciais ou comerciais. 3.3 - CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO Para elaboração deste trabalho foi necessário caracterizar população alvo a fim de avaliar melhor os dados coletados, ou seja, os itens avaliados da NR-18.

29 3.4 - SELEÇÃO DA AMOSTRA De acordo com o elevado número de obras em andamento no Município de Cascavel, foram visitadas obras em diferentes localizações e executadas por diferentes empreendedores, a fim de obter os dados para a pesquisa. As obras visitadas obrigatoriamente deveriam estar enquadradas nas Tipologias adotadas conforme QUADRO 02. 3.5 -ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS Para que a coleta de dados fosse objetiva e para que ao mesmo tempo se obtivesse o maior número de dados, disposto de maneira a facilitar a manipulação, se desenvolveu duas planilhas adotadas como padrão para coleta de dados. As planilhas foram constituídas para atender aos objetivos específicos do trabalho através de perguntas claras e objetivas, incluindo a caracterização do empreendimento e as questões relacionadas ao problema proposto devendo, ainda, ser de fácil aplicação e auto explicativas.