A Lei do Orçamento de Estado 2015 e o processamento de vencimentos, em articulação com o disposto na Lei nº 75/2014 de 12 de setembro Filipa Matias



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Transcrição:

A Lei do Orçamento de Estado 2015 e o processamento de vencimentos, em articulação com o disposto na Lei nº 75/2014 de 12 de setembro Filipa Matias Magalhães

Artigos 35.º e segs da LOE 2015 -Disposições relativas a trabalhadores do setor público, aquisição de serviços, proteção social e aposentação ou reforma Necessidade de articulação com: -Lei 75/2014, de 12 de setembro (mecanismos das reduções remuneratórias temporárias e as condições da sua reversão); -Lei n.º 35/2014, de 20 de junho (Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas); -Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro (SIADAP); -Portaria n.º 1553-D/2008, de 31 de dezembro (tabelas de ajudas de custo, subsídios de refeição e de viagem e suplementos remuneratórios): -Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de abril (abono de ajudas de custo e de transporte pelas deslocações em serviço público); -Etc..

Redução remuneratória A Lei do OE2015 remete para a Lei n.º 75/2014, de 12 de setembro (mecanismos das reduções remuneratórias temporárias e as condições da sua reversão), a qual continua em em vigor, sem qualquer alteração, determina a aplicação com carácter transitório de reduções remuneratórias e define os princípios a que deve obedecer a respetiva reversão.

Redução remuneratória no OE de 2014 (cfr. art. 33.º) Taxa + de 650,00 e de 2.000,00 Taxa progressiva entre 2,5% - 12% + de 2.000,00 12% Se a remuneração total ilíquida agregada mensal percebida pelo trabalhador fosse igual ou inferior a 2.000,00, aplicava-se a regra da progressividade da taxa (de 2,5% a 12%) às das diversas remunerações, gratificações ou outras prestações pecuniárias Norma considerada inconstitucional pelo Acórdão do TC n.º 413/2014 Lei n.º 75/2014, de 12 de setembro

A Lei n.º 75/2014, de 12 de setembro regressou à regra da redução das remunerações totais ilíquidas mensais dos trabalhadores do setor público, de valor superior a 1 500, nos seguintes moldes: Valor das remunerações Redução Superiores a 1.500 e inferiores a 2.000 3,5% Superiores a 2.000 e inferiores a 4.165 3,5% sobre o valor de 2.000 16% sobre o valor da remuneração total que exceda os 2.000 = redução global de 10% Superiores a 4.165 10%

Redução de 10% Diversas remunerações, gratificações ou outras prestações pecuniárias auferidas por pessoas sem relação jurídica de emprego público que se encontrem a exercer funções a qualquer outro título, com exceção das aquisições de serviços, em qualquer órgão ou serviço do setor público e sobre as remunerações auferidas pelostrabalhadores do setor público que se encontrem a exercer funções em mais de uma entidade do setor público e aufiram uma remuneração total ilíquida superior a 4165, ficando isentas de tal redução as remunerações totais ilíquidas inferiores a tal montante.

Controle da agregação das remunerações pagas pelas várias entidades do setor público a uma mesma pessoa Cada pessoa que receba estas remunerações está obrigada a prestar, em cada mês e relativamente ao mês anterior, as informações necessárias para que os órgãos e serviçps processadores de remunerações, gratificações ou outras prestações pecuniárias possam apurar a redução aplicável

Remuneração agregada - não são considerados os montantes abonados a título de subsídio de refeição, ajuda de custo, subsídio de transporte ou o reembolso de despesas efetuado nos termos da lei, os montantes pecuniários que tenham natureza de prestação social e nomeadamente os montantes abonados ao pessoal das forças de segurança a título de comparticipação anual na aquisição de fardamento.

Determinação da redução os subsídios de férias e de Natal são considerados mensalidades autónomas, sendo aplicável a redução autónomamente Descontos devidos São calculados sobre o valor pecuniário após a aplicação da redução legal Descontos sobre apenas parte da remuneração Quando apenas parte da remuneração esteja sujeita a desconto para a Caixa Geral de Aposentações, I. P., ou para a segurança social, esse desconto incide sobre o valor que resultaria da aplicação da redução às prestações pecuniárias objeto daquele desconto

Suplementos remuneratórios ou outras prestações pecuniárias que sejam fixados em percentagem da remuneração base -a redução incide sobre o valor dos mesmos, calculado por referência ao valor da remuneração base antes da aplicação da redução. Abono mensal de representação - este montante sofre uma redução de 6 %, sem prejuízo das reduções legalmente previstas. Redução remuneratória -tem por base a remuneração total ilíquida apurada após a aplicação das reduções previstas legais. Sempre que, da aplicação da redução remuneratória resulte para o trabalhador do setor público uma remuneração total ilíquida inferior a 1 500, a redução a aplicar deverá sempre garantir que o trabalhador recebe, pelo menos, aquele valor.

Dispensados da aplicação da redução remuneratória: - titulares de cargos e demais pessoal das empresas de capital exclusiva ou maioritariamente público e das entidades públicas empresariais que integrem o sector público empresarial se, em razão de regulamentação internacional específica, daí resultar diretamente decréscimo de receitas, o mesmo sucedendo nos casos em que pela aplicação da redução remuneratória resulte uma remuneração ilíquida inferior ao montante previsto para o salário mínimo em vigor nos países onde existem serviços periféricos externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Também os trabalhadores dos serviços periféricos externos do MNE, não terão esta redução remuneratória se, da sua aplicação, resultar inequivocamente a violação de uma norma imperativa de ordem pública local que preveja a regra da proibição da redução salarial.

Reversão da redução remuneratória (cfr. art. 4.º da Lei n.º 75/2014, de 12 de setembro): Remuneraç ão mensal RM RM 2014 em RM com o corte em 2014 Redução remunerató ria em 2015 RM em 2015 com o corte Diferença no montante mensal do corte a aplicar 1.550 50,00 1.500,00 40,00 1.510,00 10,00 2.000 70,00 1.930,00 56,00 1.944,00 14,00 2.500 150,00 2.350,00 120,00 2.380,00 30,00 3.000 230,00 2.770,00 184,00 2.816,00 46,00 4.000 390,00 3.610,00 312,00 3.688,00 78,00 4.500 450,00 4.050,00 360,00 4.140,00 90,00 5.000 500,00 4.500,00 400,00 4.600,00 100,00

Pagamento do subsídio de Natal ou quaisquer prestações correspondentes ao 13.º mês a que tenham direito, nos termos legais, os trabalhadores do setor público duodécimos (cfr. art. 35.º) Apuramento mensal do valor do subsídio de Natal com base na remuneração relevante para o efeito, nos termos legais Aplicação da redução remuneratória a este montante Divisão deste montante em duodécimos Pagamento do duodécimo juntamente com a remuneração mensal

Proibição de valorizações remuneratórias (cfr. art. 38.º)

Vedada a prática de quaisquer atos que consubstanciem valorizações remuneratórias dos titulares dos cargos e demais trabalhadores em funções públicas, o que abrange as valorizações e outros acréscimos remuneratórios, designadamente os resultantes dos seguintes atos:

-Alterações de posicionamento remuneratório, progressões, promoções, nomeações ou graduações em categoria ou posto superiores aos detidos; -Atribuição de prémios de desempenho ou outras prestações pecuniárias de natureza afim que excedam o limite de 2% dos trabalhadores do serviço ou de 5% dos trabalhadores quando associado a critérios de eficiência operacional e financeira das entidades empregadoras, desde que não haja aumento global da despesa com pessoal na entidade que proceda a tal atribuição;

-Abertura de procedimentos concursais para categorias superiores de carreiras pluricategoriais, gerais ou especiais ou, no caso das carreiras não revistas e subsistentes, incluindo carreiras e corpos especiais, para as respetivas categorias de acesso, incluindo procedimentos internos de seleção para mudança de nível ou escalão; -Pagamento de remuneração diferente da auferida na categoria de origem, nas situações de mobilidade interna, na modalidade de mobilidade na categoria, iniciadas após a entrada em vigor da presente lei, suspendendo-se a aplicação a novas situações do regime de remuneração dos trabalhadores em mobilidade na categoria (cfr. art. 153.º, n.º 1 da LGTFP). Exceção: mobilidade interna na modalidade de mobilidade intercarreiras ou categorias (cfr. n.os 2 a 4 do artigo 153.º da LGTFP) - admite a possibilidade de pagar uma remuneração diferente da auferida na categoria de origem

Mantém-se a obrigatoriedade de proceder à avaliação dos trabalhadores de acordo com o SIADAP - os resultados da avaliação dos desempenhos suscetíveis de originar alterações do posicionamento remuneratório ao abrigo da LTFP, podem ser considerados quando a proibição de valorizações remuneratórias cessar, nos seguintes termos (cfr. n.º 4 do 38.º): -Mantêm-se todos os efeitos associados à avaliação do desempenho, nomeadamente a contabilização dos pontos para efeitos de alteração obrigatória do posicionamento remuneratório, bem como a contabilização dos vários tipos de menções a ter em conta para efeitos de mudança de posição remuneratória e ou atribuição de prémios de desempenho;

-As alterações do posicionamento remuneratório que venham a ocorrer após 31 de dezembro de 2015não podem produzir efeitos em data anterior; -Alterações obrigatórias do posicionamento remuneratório em que o trabalhador tenha, entretanto, acumulado mais do que os pontos legalmente exigidos -os pontos em excesso relevam para efeitos de futura alteração do seu posicionamento remuneratório.

Exceções: -promoções que deveriam ter ocorrido até 31 de dezembro de 2010; -mudanças de categoria ou de posto necessárias para o exercício de cargo ou das funções que integram o conteúdo funcional da categoria ou do posto para os quais se opera a mudança, bem como de graduações para desempenho de cargos internacionais.

Permitidas em 2015: - mudanças de categoria ou de posto necessárias para o exercício de cargo ou funções, designadamente de militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana (GNR), de pessoal com funções policiais da Polícia de Segurança Pública (PSP), de pessoal da carreira de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), da Polícia Judiciária (PJ), do SIRP, da Polícia Marítima e de outro pessoal militarizado e de pessoal do corpo da Guarda Prisional desde que tal necessidade esteja devidamente justificada e se preencham determinadas condições (despacho prévio favorável dos membros do Governo responsáveis pela área das finanças e pela área em que se integra o órgão, serviço ou entidade em causa ou dos órgãos de governo próprio no caso dos serviços das administrações regionais e autárquicas).

Possibilidade de recorrer a esta exceção: - casos em que a mudança de categoria ou de posto dependa de procedimento concursal próprio para o efeito, incluindo procedimento próprio para obtenção de determinados graus ou títulos, desde que exigidos para integração em categoria superior (neste caso, o despacho que legitima esta situação deve ser prévio à abertura ou prosseguimento do procedimento e fixar o número limite de trabalhadores que podem ser abrangidos).

Permanecem suspensos Procedimentos concursais ou concursos pendentes para categorias superiores de carreiras pluricategoriais, gerais ou especiais, ou, no caso das carreiras não revistas e subsistentes, incluindo carreiras e corpos especiais, para as respetivas categorias de acesso, incluindo procedimentos internos de seleção para mudança de nível ou escalão, salvo se o dirigente máximo do serviço ou entidade em causa decidir pela sua cessação. Exceção: Possibilidade de se realizarem mudanças de categoria ou posto e graduações, mediante despacho prévio favorável dos membros do Governo responsáveis pela área das finanças e pela área em que se integra o órgão, serviço ou entidade em causa, ou despacho dos órgãos de governo próprio dos serviços das administrações regionais e autárquica

Tempo de serviço prestado em 2015 pelos trabalhadores em funções públicas -não é contado para efeitos de promoção e progressão, em todas as carreiras, cargos e ou categorias, incluindo as integradas em corpos especiais, bem como para efeitos de mudanças de posição remuneratória ou categoria nos casos em que estas apenas dependam do decurso de determinado período de prestação de serviço legalmente estabelecido para o efeito.

Exceção: -tempo de serviço prestado pelos militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana (GNR), de pessoal com funções policiais da Polícia de Segurança Pública (PSP), de pessoal da carreira de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), da Polícia Judiciária (PJ), do SIRP, da Polícia Marítima e de outro pessoal militarizado e de pessoal do corpo da Guarda Prisional, o qual é contabilizado para efeitos de mudança de categoria ou de posto.

Proibição de valorizações remuneratórias -não se aplica para efeitos de conclusão, com aproveitamento, de estágio legalmente exigível para o ingresso nas carreiras não revistas -não prejudica a concretização dos reposicionamentos remuneratórios decorrentes da transição para carreiras revistas, ou, sendo o caso, a transição para novos regimes de trabalho, desde que os respetivos processos de revisão se encontrem concluídos até 31 de dezembro de 2015.

Exceção a esta proibição: Estatuto da Carreira Docente Universitária Concretização dos reposicionamentos remuneratórios respetivos decorrente da transição dos assistentes estagiários para a categoria de assistentes e dos assistentes e assistentes convidados para a categoria de professor auxiliar Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico Concretização dos resposicionamentos remuneratórios respetivos decorrente da transição dos assistentes para a categoria de professor-adjunto e dos trabalhadores equiparados a professor-coordenador, professor-adjunto ou assistente para a categoria de professor-coordenador e professor-adjunto em regime de contrato de trabalho em funções públicas na modalidade de contrato por tempo indeterminado Estatuto da Carreira de Investigação Científica Concretização dos resposicionamentos remuneratórios respetivos decorrente da transição dos assistentes de investigação científica na categoria de investigador auxiliar

Os órgãos e serviços competentes para a realização de ações de inspeção e auditoria, devem, no âmbito das ações que venham a executar, proceder à identificação das situações passíveis de constituir violação desta proibição legal e comunicá-las aos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública.

Atos praticados em violação desta norma Nulos e fazem incorrer os seus autores em responsabilidade civil, financeira e disciplinar

Atribuição de prémios de desempenho (cfr. art. 39.º)

Possibilidade de atribuir, com caráter excecional, prémios de desempenho ou de natureza afim, com limite de 2 % -limite que pode ser aumentado até 5 % associado a critérios de eficiência operacional e financeira das entidades empregadoras, nos termos e condições a definir por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública -dos trabalhadores do serviço, tendo como referência a última avaliação de desempenho efetuada, desde que não haja aumento global da despesa com pessoal na entidade em que aquela atribuição tenha lugar.

Atribuição dos prémios de desempenho Decidida pelo dirigente máximo do órgão ou serviço nos termos do art. 166.º da LGTFP O dirigente máximo do órgão ou serviço, no prazo de 15 dias após o início da execução do orçamento fixa, fundamentadamente, o universo dos cargos e o das carreiras e categorias onde a atribuição dos prémios de desempenho pode ter lugar, com as desagregações necessárias do montante disponível em função de tais universos, tendo em conta as verbas orçamentais destinadas a suportar este tipo de encargos Trabalhadores elegíveis para a atribuição de prémios de desempenho, os que, cumulativamente, exerçam funções no órgão ou serviço e, na falta de lei especial em contrário, tenham obtido, na última avaliação do seu desempenho, a menção máxima ou a imediatamente inferior a ela Depois de selecionados os trabalhadores, são os mesmos ordenados, dentro de cada universo, por ordem decrescente da classificação quantitativa obtida naquela avaliação., sendo excluídos os trabalhadores que, nesse ano, tenham alterado o seu posicionamento remuneratório, sendo o montante máximo dos encargos, fixado por cada universo de cargos, carreiras e categorias, distribuído, pela ordem mencionada, de modo a que cada trabalhador receba o equivalente à sua remuneração base mensal até se esgotar o montante máximo dos encargos fixado para o respetivo universo com a atribuição de prémio a trabalhador ordenado superiormente, caso em que não haverá lugar à atribuição do prémio (cfr. art. 167.º da LGTFP).

Prémios de gestão (cfr. art. 41.º)

As empresas do setor público empresarial, as empresas públicas, as empresas participadas e ainda as empresas detidas, direta ou indiretamente, por quaisquer entidades públicas estaduais, nomeadamente as dos setores empresariais regionais e locais; os institutos públicos de regime comum e especial; e as pessoas coletivas de direito público dotadas de independência decorrente da sua integração nas áreas da regulação, supervisão ou controlo, incluindo as entidades reguladoras independentes não podem proceder à retribuição dos seus gestores ou titulares de órgãos diretivos, de administração ou outros órgãos estatutários, com remunerações variáveis de desempenho.

Determinação do posicionamento remuneratório (cfr. art. 45.º) - nos procedimentos concursais em que a determinação do posicionamento remuneratório se efetue por negociação, o empregador público não pode propor: Uma posição remuneratória superior à auferida relativamente aos trabalhadores detentores de uma prévia relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, incluindo a possibilidade de posicionamento em posição e nível remuneratórios virtuais na nova carreira, quando a posição auferida não tenha coincidência com as posições previstas nesta carreira; Uma posição remuneratória superior à terceira, no recrutamento de trabalhadores titulares de licenciatura ou de grau académico superior para a carreira especial de inspeção que: não detenham uma prévia relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, ou sejam detentores de uma prévia relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado auferindo de acordo com posição remuneratória inferior à terceira da referida carreira; Uma posição remuneratória superior à segunda, no recrutamento de trabalhadores titulares de licenciatura ou de grau académico superior para a carreira geral de técnico superior que: não sejam detentores de uma prévia relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado; ou detenham uma prévia relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado auferindo de acordo com posição remuneratória inferior à segunda da referida carreira; Uma posição remuneratória superior à primeira, nos restantes casos.

Candidatos detentores de uma prévia relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado -devem informar prévia e obrigatoriamente o empregador público do posto de trabalho que ocupam e da posição remuneratória correspondente à remuneração que auferem. Procedimentos concursais em que a determinação do posicionamento remuneratório não se efetue por negociação Os candidatos são posicionados na primeira posição remuneratória da categoriaou, tratando-se de trabalhadores detentores de prévio vínculo de emprego público por tempo indeterminado,na posição remuneratória correspondente à remuneração atualmente auferida, caso esta seja superior àquela.

Subsídio de refeição -não pode ser superior a 4,27. Se os valores percebidos a 31 de dezembro de 2014 a título de subsídio de refeição, não coincidirem com este montante, não são objeto de qualquer atualização até que tal montante atinja aquele valor. O preço das refeições asseguradas às pessoas a quem este diploma é aplicável, designadamente em cantinas e refeitórios da entidade empregadora, não pode ser inferior ao custo total por refeição efetivamente incorrido por aquelas entidades, exceto se se tratar do preço das refeições fornecidas no âmbito dos regimes de ação social complementar dos trabalhadores dos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado, das autarquias locais e das regiões autónomas, bem como nos casos em que o trabalhador, atentas as funções desempenhadas, deva permanecer durante o intervalo para refeição no espaço habitual de trabalho.

Ajudas de custo, trabalho suplementar e trabalho noturno nas fundações públicas e nos estabelecimentos públicos (cfr. art. 44.º) Os valores de abono de ajudas de custo e de transporte pelas deslocações em serviço público, previstos no Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de abril, bem como as reduções aos valores nele previstos são aplicáveis aos trabalhadores das fundações públicas de direito público, das fundações públicas de direito privado e dos estabelecimentos públicos, o mesmo sucedendo com os regimes do trabalho suplementar e do trabalho noturno previstos na LTFP.

Pagamento do trabalho extraordinário ou suplementar (cfr. art. 45.º) Horário normal de trabalho, legal e ou convencional 1.ª hora do dia normal de trabalho 2.ª hora do dia normal de trabalho e horas ou frações subsequentes Trabalho extraordinário ou suplementar prestado em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar e em dia feriado 35h 12,5% 18,75% 25% 40h 25% 37,5% 50%

Vínculos de emprego público a termo resolutivo (cfr. art. 54.º) REGRA: Os serviços e organismos das administrações direta e indireta do Estado, regionais e autárquicas estão proibidos de proceder à renovação de contratos de trabalho em funções públicas a termo resolutivo e de nomeações transitórias.

Em situações devidamente fundamentadas na existência de relevante interesse público Excecionalmente Os membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública ou, no caso dos serviços e organismos das administrações regionais e autárquicas, os correspondentes órgãos executivos Podem autorizar a renovação de contratos em funções públicas a termo resolutivo ou nomeações transitórias, fixando, caso a caso, as condições e termos a observar para o efeito e desde que se verifiquem os seguintes requisitos cumulativos

Requisitos para a autorização da renovação de contratos em funções públicas a termo resolutivo ou nomeações transitórias Existência de relevante interesse público na renovação, ponderando, designadamente, a eventual carência de recursos humanos no setor de atividade da Administração Pública a que se destina o recrutamento, bem como a evolução global dos recursos humanos do ministério de que depende o serviço ou organismo; Impossibilidade de satisfação das necessidades de pessoal por recurso a pessoal colocado em situação de requalificação ou a outros instrumentos de mobilidade; Demonstração de que os encargos com as renovações em causa estão previstos nos orçamentos dos serviços ou organismos a que respeitam; Cumprimento, pontual e integral, dos deveres de informação previstos na Lei Parecer prévio favorável do membro do Governo de que depende o serviço ou organismo que pretende realizar a renovação de contrato ou nomeação.

Os serviços e organismos devem, no final de cada trimestre, prestar informação detalhada acerca da evolução do cumprimento do objetivo de não renovação dos contratos de trabalho em funções públicas a termo resolutivo e de nomeações transitórias.

Renovações feitas em violação desta norma Nulas e determinam a responsabilidade disciplinar do dirigente do serviço ou organismo respetivo e constituindo fundamento bastante para a cessação da sua comissão de serviço Administração local e regional - redução nas transferências do Orçamento do Estado para a autarquia ou para a região autónoma, no montante idêntico ao despendido com as renovações de contratos ou de nomeações em causa.

Proibição das renovações -não é aplicável aos militares das Forças Armadas em regimes de voluntariado e de contrato, nem aos formandos da GNR e da PSP, assim como também não se aplica aos adjuntos de conservador dos registos e notariado que se encontrem numa das referidas modalidades de vinculação, na sequência de procedimento de ingresso previsto em diploma próprio. Pessoal docente e de investigação, incluindo os técnicos das atividades de enriquecimento curricular, que se rege por regras de contratação a termo previstas em diplomas próprios, são definidos objetivos específicos de redução pelos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da Administração Pública, e da educação e da ciência.

Cedência de interesse público (cfr. art. 49.º) Órgãos e serviços abrangidos pelo âmbito de aplicação da LTFP Regra: impossibilidade de proceder à celebração de acordo de cedência de interesse público Entidade excluída do âmbito de aplicação da LTFP

Excecionalmente, os membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da dministração Pública ou, no caso das autarquias locais, do órgão executivo, podem dar parecer prévio favorável à celebração do acordo de cedência de interesse público. Área da saúde possibilidade de dispensar a concordância expressa do órgão, serviço ou entidade cedente, por despacho do membro do Governo responsável por aquela área, quando sobre aqueles exerça poderes de direção, superintendência ou tutela e a cedência seja de profissionais de saúde. Devidamente fundamentada quanto à existência de relevante interesse público Não aplicável aos casos em que as funções correspondam a um cargo dirigente. No caso de trabalhador com vínculo a empregador fora do âmbito de aplicação desta lei é também necessária a autorização dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da AP Cedência de interesse público excecional Aceite pelo trabalhador Concordância expressa do membro do Governo que exerça poderes de direção, superintendência ou tutela sobre o empregador público

Trabalhadores de órgãos e serviços das administrações regionais e autárquicas (cfr. art. 50.º) REGRA:separação e da impossibilidade de mudança de trabalhadores entre os dois universos Trabalhadores da administração central Trabalhadores da administração regional e local

EXCEÇÃO: Necessidade de parecer prévio favorável dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública: -mobilidade interna de trabalhadores de órgãos e serviços das administrações regionais e autárquicas para os restantes órgãos ou serviços aos quais é aplicável a LTFP; -no caso de recrutamento exclusivamente destinado a trabalhadores com prévio vínculo de emprego público por tempo indeterminado ou determinado, quando se pretenda admitir a candidatura de trabalhadores de órgãos ou serviços das administrações regionais e autárquicas para os restantes órgãos ou serviços aos quais é aplicável a referida lei. -consolidação da mobilidade na categoria relativamente àssituações de mobilidade interna, devidamente autorizadas

Duração da mobilidade (cfr. art. 51.º) À semelhança do que tem sucedido nos últimos anos, a LOE volta a permitir excecionalmente a prorrogação das situações de mobilidade existentes em 1 de janeiro de 2015 ou cujo termo tivesse ocorrido em 31 de dezembro de 2014 possibilidade de prorrogação excecional, por acordo entre as partes, até 31 de dezembro de 2015. Não obstante nos termos do artigo 97.º, n.º 1 da LTFP à semelhança do que sucedia com o art. 63.º, n.º 1 da LVCR - a mobilidade ter uma duração máxima de 18 meses, as prorrogações excecionais permitidas pelas LOE têm vindo a possibilitar uma duração bastante superior. No caso da cedência de interesse público - a prorrogação depende ainda de parecer favorável dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública ou, no caso das autarquias locais, de parecer do órgão executivo.

Obrigada pela Vossa Atenção!! Filipa Matias Magalhães