SINTONIA DE UM CONTROLADOR PID NO AQUECIMENTO DE UMA CÂMARA TÉRMICA



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SINTONIA DE UM CONTROLADOR PID NO AQUECIMENTO DE UMA CÂMARA TÉRMICA Carlos Eduardo Fontes da Silva (mcn04354@feg.unesp.br) Víctor Orlando Gamarra Rosado (victor@feg.unesp.br) UNESP - Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá - Rua Ariberto Pereira da Cunha, 333 CEP 12516-410 Guaratinguetá, SP, Brasil. Resumo: Neste trabalho foi desenvolvido um sistema de controle em malha fechada, capaz de controlar a temperatura de uma câmara térmica com ótimo desempenho. Foram construídos e analisados três tipos diferentes de controladores: proporcional (P), proporcional-integral (PI) e proporcional-integral-derivativo (PID). Para realizar a sintonia do controlador foi utilizado o método de Ziegler-Nichols. O sistema de controle é implementado com componentes eletrônicos discretos e alimentado com duas fontes, alternada e contínua. O tipo de controlador pode ser modificado mediante a comutação de chaves mecânicas. Os valores do ganho proporcional (K P ), do tempo integrativo (T I ) e do tempo derivativo (T D ) podem ser alterados através da variação da resistência de potenciômetros. A coleta de dados relacionada com a resposta transitória do sistema foi realizada utilizando-se um multímetro para medir a tensão de realimentação e um cronômetro para marcar o tempo. Os gráficos de resposta do sistema foram obtidos através de ferramentas computacionais pertencentes ao programa Microsoft Excel. Os resultados obtidos mostram desvantagens na utilização do controlador PI tais como o aparecimento de oscilações e de sobre-sinal na resposta de saída do sistema. A adição de um bloco diferenciador, formando um controlador proporcional-integral-derivativo (PID), diminuiu o sobre-sinal apresentado na saída. A técnica de sintonia de controladores proposta por Ziegler-Nichols se mostrou muito eficiente na melhoria da resposta do sistema térmico proposto. Palavras-Chave: Sistema de controle, Sintonia de controlador PID, Método de Ziegler-Nichols, Câmara térmica. 1. INTRODUÇÃO Todas as ações desenvolvidas e apresentadas neste trabalho visam o controle automático de um sistema. Silveira e Santos (1999) consideram que a palavra controle denota o ato ou poder de exercer domínio, supervisionar, manter o equilíbrio de algo. Para Bolton (1995) o termo sistema é empregado para descrever componentes que interagem em torno de uma condição limite idealizada, havendo particular interesse em suas entradas e saídas, e na relação entre as mesmas. Quando a saída de um sistema é controlada para assumir um valor particular ou seguir uma determinada entrada, diz-se que foi implementado um sistema de controle. Faccin (2004) diz que com o advento dos computadores e sua rápida expansão de capacidade de processamento, cada vez mais, as tarefas desempenhadas por um sistema de controle estão sendo executadas de forma automática, com mais facilidade, simplicidade e segurança. Para Ogata (2003), o controle automático tem desempenhado um papel fundamental no avanço da engenharia e da ciência, tornando-se muito importante em operações industriais, como o controle de pressão, de temperatura, de umidade, de viscosidade e de vazão. Este trabalho tem o objetivo de construir controladores automáticos capazes de controlar o aquecimento de uma câmara térmica, investigar as vantagens e desvantagens de cada tipo de controlador e, por último, realizar sua sintonia, a fim de melhorar seu desempenho. Como resultados finais obtêm-se, a diminuição: do erro residual no controlador P, do sobre-sinal no controlador PI e do tempo de oscilação no controlador PID. 2. METODOLOGIA O diagrama de blocos do sistema de controle e o circuito eletrônico implementados são mostrados respectivamente nas figuras 1 e 2. 50

Figura 1. Diagrama de blocos do sistema de controle. A diferença entre a temperatura de referência e a temperatura da câmara, realimentada pelo sensor NTC (Negative temperature coeficiente), origina o sinal de erro que será tratado pelo controlador (P, PI ou PID). O sinal do controlador serve como tensão de referência para o CI TCA 785 (circuito integrado com estrutura interna monolítica, sendo parte linear e parte digital). Os pulsos provenientes do TCA controlam o ângulo de disparo do TRIAC e, consequentemente, a quantidade de energia térmica aplicada à câmara. O TRIAC (Triode for alternating current) faz parte da família de tiristores e é um componente eletrônico equivalente a dois retificadores controlados de silício ligados em antiparalelo e com o terminal de disparo ligados juntos. Este tipo de ligação resulta em uma chave eletrônica bidirecional que pode conduzir a corrente elétrica nos dois sentidos. A câmara térmica é constituída por uma caixa plástica, isolada por isopor e aquecida por dois resistores de 15 Ω /10 W, conforme se mostra na figura 3(a) e 3(b). 51

Figura 2. Circuito eletrônico que controla o aquecimento da câmara térmica. 52

(a) (b) Figura 3. Câmara térmica. O sensor NTC possui a seguinte equação característica: R = 2280,7e -0,0346T (1) onde R é a resistência apresentada pelo NTC [Ω]; e T é a temperatura à qual o sensor está submetido [ºC]. 2.1. Determinação da Tensão de Referência A temperatura de referência indica qual o valor desejado da temperatura final dentro da câmara. Como o circuito de controle é eletrônico, o sinal utilizado como referência deve ser um nível de tensão. Os passos descritos a seguir foram utilizados para se determinar qual tensão de referência é equivalente à temperatura de referência escolhida. 1º passo Determinação da temperatura desejada. No experimento, a temperatura escolhida foi 37,5ºC. 2º passo Calculo do valor teórico da resistência do NTC. Utilizando-se a equação (1) foi obtido o valor de 622 Ω. 3º passo Cálculo da queda de tensão sobre R3. Aplicando-se a Lei de Ohm ao circuito formado por R1, R2, R3, NTC, R5 e P2, mostrado na figura 2, chegou-se ao valor de 6,496 V. O valor da tensão de referência adotada foi de 6,50 V. 2.2. Metodologia Empregada nos Ensaios do Sistema de Controle Durante os ensaios, o multímetro Protek 506 foi utilizado para medir, a cada 30 segundos, a tensão sobre R3. Conforme já mencionado, o valor desta tensão está relacionado diretamente com a temperatura dentro da câmara. O primeiro ensaio foi conduzido com o sistema sem integrador e nem diferenciador. O gráfico resultante está mostrado na figura 4. Essa figura foi utilizada como base para a aplicação da primeira regra de sintonia de Ziegler-Nichols. Os ensaios posteriores foram conduzidos com a adição de controladores P, PI e PID ao circuito. As respostas do sistema estão mostradas nas figuras 5, 6, 7, 8 e 9, respectivamente. Os valores de K P, T I e T D foram modificados para que a influência de cada tipo de controlador fosse analisada. No momento das experiências a temperatura ambiente, medida com um termômetro de mercúrio, era de 27,0ºC. 3. RESULTADOS A seguir os resultados obtidos neste trabalho. Aplicando-se a regra de sintonia de Ziegler-Nichols, conforme a figura 4 obtém-se L = 9 e T = 210. 53

Figura 4. Primeira regra de Ziegler-Nichols aplicada ao gráfico de resposta do sistema Substituindo-se os valores de L e T na tabela proposta pelo método de Ziegler-Nichols, chega-se aos valores melhorados dos parâmetros K P, T I e T D para cada tipo de controlador. Tabela 1. Valores ótimos calculados para cada tipo de controlador. Tipo de Controlador K P T I T D P 23,3 0 PI 21 30 0 PID 28 18 4,5 Figura 5. Efeito da variação do fator K P em um controlador P. 54

Figura 6. Comparação das ações dos controladores P e PI. Figura 7. Comparação entre as ações dos controladores PI e PID. 55

Figura 8. Comparação entre as ações de dois controladores PID. Figura 9. Comparação entre as ações dos controladores P, PI e PID. Para se ter certeza de que o cálculo da resistência do NTC foi corretamente executado e de que a temperatura dentro da câmara estava em 37,5 ºC, quando o sistema atingiu a estabilidade e a queda de 56

tensão sobre R3 era de 6,50 V, a resistência do NTC foi medida e apresentou um valor de 620 Ω (o valor calculado foi 622 Ω). 57

4. DISCUSSÃO A resposta transitória do sistema com controlador proporcional, quando submetido a uma entrada em degrau, apresenta um erro residual, como pode ser visto na figura 5. Este erro diminuiu à medida que o parâmetro K P foi aumentado, mas não se tornou nulo. Em compensação, o aumento de K P provoca o aparecimento do sobre-sinal (9% para o controlador P com KP = 27). Analisando-se a figura 6, nota-se que para eliminar o erro residual foi utilizado o controlador PI. A anulação do erro pôde ser conseguida, pois a adição do integrador permitiu que a saída do controlador fosse diferente de zero, mesmo com um sinal de erro igual a zero. Como efeito negativo, a utilização do controlador PI provoca o aparecimento de oscilações no sinal de saída, além de aumentar o sobre-sinal (14% para o controlador PI e 9% para o P). Observando-se a figura 7, pode-se perceber que a utilização do controlador PID reduza o sobresinal (9% para o controlador PID e 22% para o PI), pois a ação de controle derivativa o prevê e age para reduzi-lo. Os parâmetros KP e TI se mantiveram constantes de um ensaio para o outro, a única mudança foi a adição do bloco diferenciador. A figura 4 mostra a aplicação do primeiro método de Ziegler-Nichols ao gráfico de resposta transitória do sistema sem a presença de integradores e nem de diferenciadores. Os valores encontrados para L e T foram utilizados para calcular os valores melhorados para os controladores P, PI e PID. A figura 9 mostra a resposta transitória desses controladores com melhor desempenho. Como era de se esperar, o controlador P apresentou um pequeno erro residual e os controladores PI e PID atingiram a temperatura de controle desejada. Como previsto, a resposta transitória com o controlador PID apresentou um menor sobre-sinal e um tempo menor para adquirir a estabilidade. Analisando-se a figura 8, pode-se notar que as duas respostas transitórias apresentam o mesmo sobre-sinal (aproximadamente 9%), pois T D é igual em ambos os controladores. O controlador PID com melhor desempenho (curva azul) apresenta um menor tempo de oscilação até adquirir a estabilidade. O outro controlador (curva amarela) foi implementado com um tempo integrativo maior do que o melhorado. 5. CONCLUSÃO Verifica-se que existe um erro residual na resposta do sistema toda vez que um controlador P é utilizado. O erro residual pode ser minimizado aumentando-se o ganho proporcional (K P ) do controlador. O aumento do K P leva o sistema a apresentar um sobre-sinal em sua resposta de saída. A adição do bloco integrador, formando o controlador PI, elimina o erro residual. Deve-se tomar muito cuidado na escolha do tempo integrativo (T I ), pois uma escolha incorreta pode levar o sistema a apresentar um excessivo sobre-sinal e uma oscilação muito grande em sua resposta de saída. A adição do bloco diferenciador a um controlador PI, formando um controlador PID, gera uma diminuição do sobre-sinal na resposta de saída do sistema. Quando a escolha do tempo derivativo (T D ) é feita de modo adequado, também ocorre a diminuição do tempo de oscilação necessário para a saída se estabilizar. Os controladores (P, PI e PID) construídos com base na metodologia de Ziegler-Nichols apresentam um desempenho muito bom. O controlador P apresenta erro residual pequeno em sua curva de resposta. Os controladores PI e PID atingem a temperatura final desejada, não ocasionando sobre-sinal e nem tempo de estabilização excessivos. Portanto, o método de Ziegler-Nichols é de grande valia no processo de sintonia de controladores, pois, além de apresentar os ótimos resultados já mencionados, é um método simples de ser aplicado e não necessita que seja conhecida a função de transferência do sistema. REFERÊNCIAS BOLTON, W. Engenharia de controle. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1995. 497p. FACCIN, F. Abordagem inovadora no projeto de controladores PID. 2004. 124 f. Dissertação (Mestrado Engenharia Química) Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. OGATA, K. Engenharia de controle moderno. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. 788p. SILVEIRA, P. R.; SANTOS, W. E. Automação e controle discreto. 6. ed. São Paulo: Érica, 2005. 256p. 58