Resenha Crítica. Resignificação das relações sociais diante da compressão do tempo-espaço

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Transcrição:

Resenha Crítica Bibliografia: HARVEY, David. A compressão do tempo-espaço e a condição pós-moderna. In:. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989. Cap. 17, p. 257-276. Andrea Menezes Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Relações Públicas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e pós-graduanda do MBA de Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Salvador (UNIFACS). Resignificação das relações sociais diante da compressão do tempo-espaço David Harvey, inglês, foi professor da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos até 1987, quando se transferiu para a cadeira de Geografia em Halford Mackinder da Universidade Oxford, onde permaneceu até 1993, vindo a ser, depois, professor emérito da Universidade de Nova York. Harvey surgiu, na década de 60, no cenário intelectual da disciplina geográfica com um livro que fez sucesso entre os especialistas: Explanation in Geography (Londres, 1969). No Brasil, ficou conhecido justamente através do livro A condição pós-moderna. O autor escreveu esta obra para investigar mais profundamente a natureza da pósmodernidade, que se acredita ter surgido para substituir dogmas e verdades absolutas advindos da modernidade, como a crença na linearidade histórica rumo ao progresso. São propostos, então, novos valores, menos fechados e categorizantes. Harvey acredita que o fordismo (padrão de acumulação capitalista rígido) é relacionado com a idéia de modernidade, enquanto a acumulação flexível (globalização) já faria parte da pós-modernidade. No capítulo aqui sintetizado e analisado, A compressão do tempoespaço e a condição pós-moderna, ele procura debater e tornar evidente, também, a

relação do indivíduo com uma nova significação do tempo e espaço, trazendo à tona a dialética de lugar versus espaço, presente versus passado. A vida pós-moderna é marcada por uma sociedade global sem fronteiras. O sentido do espaço global mudou e com este fato veio uma mudança correlativa no sentido do tempo a transformação do mundo e das relações sociais levam a mudanças também na visão que se tem a respeito da idéia de tempo. As qualidades objetivas do tempo e do espaço foram modificadas de tal forma que levou o indivíduo a alterar, inclusive, a forma de representação do mundo para si próprio, foi estabelecido o funcionamento de novos modos de pensar sobre o tempo e o espaço e de vivenciá-los. Para Harvey, a transformação na experiência humana do espaço e do tempo foi uma das mais relevantes mudanças ocorridas com a transição do fordismo (o período de 1965 a 1973 tornou cada vez mais evidente a incapacidade fordista de conter as contradições existentes no capitalismo, afinal, nem toda a população podia ter acesso ao consumo em massa) para a acumulação flexível termo que procura definir transformações diversas: novas maneiras de fornecimento de serviços; taxas intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional; novos mercados; surgimento de novos setores de produção; novas técnicas de distribuição; e aceleração no processo de produção, de troca, de giro de capital e de consumo (passou-se a não só se consumir bens materiais, mas simbólicos também como a informação, além de serviços). Enfim, a acumulação supra apóia-se na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados, dos produtos e padrões de consumo. Além disso, envolve rápidas mudanças dos padrões de desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por exemplo, um rápido movimento no emprego do setor de serviços, bem como conjuntos industriais novos em regiões até então subdesenvolvidas.

Os sistemas aperfeiçoados de comunicação (pode-se citar o sistema via satélite) e de fluxo de informações tornaram o custo e o tempo da comunicação invariantes em relação à distância. Isto representa, segundo Harvey, mais um processo de aniquilação do espaço por meio do tempo. Fala-se, portanto, em compressão por causa desse aparente encolhimento das barreiras espaciais provocado, principalmente, em nome da globalização. A partir de então, a pulverização do espaço facilitou a proliferação de relações sociais capitalistas. No entanto, o aumento da competição proveniente da mencionada globalização tende a reforçar novamente o localismo e a atenção para com as diferenças espaciais. Vê-se, por vezes, que até mesmo a própria tradição é preservada com o intuito de ser comercializada. O resultado disto tem sido a desreferencialização, o desenvolvimento desigual no interior de uma economia globalizada, a fragmentação e a insegurança, afinal o capitalismo global acentua o novo, o transitório, o fugaz. Harvey faz perceber que essa variação na compreensão do tempo e do espaço afeta, inclusive, valores individuais e processos sociais. Acentuaram-se a volatilidade e a efemeridade de modas, serviços, capitais, produtos, técnicas de produção, processos de trabalho, idéias, práticas, ideologias e valores. Por conta disso, ou se desenvolve uma capacidade de adaptação e movimentação com rapidez em resposta às mudanças ou se planeja a própria volatilidade, construindo novos sistemas de signos e imagens. Sendo assim, segundo o autor, há ênfase significativa nos valores e virtudes de instantaneidade e de descartabilidade, o que significa, ser capaz de desfazer-se de valores e estilos de vida e produzir imagens convenientes a cada situação. Por outro lado, surgem questões mais profundas de significado e interpretação, pois quanto maior a efemeridade, maior a necessidade de produzir algum tipo de verdade. Com esta conjuntura, a reação oposta é a busca de uma identidade coletiva ou pessoal, a procura de comportamentos seguros: o localismo e o nacionalismo saíram

fortalecidos devido à busca de segurança que o lugar pode vir a oferecer em meio a tantas transformações. As inovações marcam, também, as condições de trabalho: as empresas subcontratam ou recorrem a práticas alternativas de admissão para compensar os custos potenciais de desemprego provocado por prováveis (futuras) mudanças no mercado. Diante da volatilidade do mercado, do aumento da competição e do estreitamento das margens de lucro, alguns patrões tiram proveito do grau de desemprego ou de subemprego com o desemprego, o sentimento de pertencer a um determinado grupo ou lutar por alguma coisa é deteriorado pela escassez do trabalho para impor regimes e contratos de trabalho mais flexíveis e temporários, evitam criar vínculos empregatícios e o processo de terceirização ganha força, fruto da busca pela flexibilização da produção e do trabalho. Procura-se maior produtividade, racionalidade e redução de custos. Até mesmo a representação da moeda como valor sofreu alterações (note, atualmente, as flutuações cambiais). Ocorre uma completa reorganização do sistema financeiro global, onde a informação é um produto muito rentável, uma mercadoria valiosa que proporciona, através das tecnologias, maior flexibilização das finanças globais. No modelo pós-industrial de produção, que privilegia serviços e informação, ganham papéis fundamentais na difusão de valores e idéias a comunicação e a Indústria Cultural que acaba por difundir e possibilitar o acesso a informações e bens culturais a toda a sociedade; a imagem, por vezes, vira mercadoria, começa-se a explorar o conceito de simulacro, uma réplica que se aproxima da perfeição. Inclusive a produção cultural passou a adotar, em suas obras, noções híbridas de tempo-espaço, o tempo podia ser real, mas o espaço era impreciso e simultâneo, representando significadamente todo o contexto vivido. O capitalismo assume uma preocupação maior com a produção de signos e imagens do que com a produção da mercadoria em si. Afinal, a imagem tem o poder de transmitir diversos conceitos e idéias como qualidade, credibilidade, confiança, respeitabilidade, status, inovação e prestígio. Sendo assim, ela passou a ser mais um

demonstrativo e, ao mesmo tempo, instrumento da crescente competitividade do mercado. Ao perceber a força da publicidade, do marketing e das imagens da mídia, Harvey afirma que desejos, gostos e opinião pública são manipulados por elas. É certo que, tomando como exemplo a mobilização da moda em mercados de massa, percebe-se que houve uma efetiva aceleração no ritmo de consumo. No entanto, pensar e generalizar o indivíduo como um ser manipulado parece denotar um certo determinismo o sujeito seria condicionado a tudo o que lhe fosse exposto, destarte, entende-se que o mesmo seria desprovido de censo crítico. Longe das nomenclaturas rígidas e pré-determinadas (modernismo, pós-modernismo, hiper-modernismo) que nos remeteria a uma linearidade não mais cabível, nota-se que a sociedade tem atravessado um período de acirramento da modernidade, de exasperação, fato percebido através do sujeito carente de referências, da já mencionada desreferencialização exemplificando: o conceito de classes esvaiu-se, agora há lugares sociais; o indivíduo (enfatiza-se: confuso) se encontra à deriva das constantes mudanças. Harvey, através de uma linguagem acessível, traz à tona reflexões relevantes. Emite suas idéias, tendências ideológicas e argumentações. Mas, também, enriquece a obra com conceitos e opiniões de outros autores consagrados, sempre de forma contextualizada. Por vezes, talvez na tentativa de se fazer entender, mostra-se prolixo. O que não chega a tornar a obra desinteressante. Tal característica pode vir a ser interpretada como zelo pelo rigor metodológico. A obra continua atual e pertinente; destinada, devido a sua amplitude e importância, a todos aqueles que se interessam por globalização, comportamento humano, mundo do trabalho, influência midiática, história, geografia e relações sociais.