O Processo Básico de Reorganização da Economia
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- Rita Vidal Graça
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1 O Processo Básico de Reorganização da Economia É útil, sempre, mas particularmente no tempo que vivemos, mantermos clara a compreensão do processo de reorganização da economia dos agentes intervenientes do lado da oferta, que é sempre determinada pela procura, mesmo quando pode exercer influência sobre esta, designadamente no caso da moda, tendo essa determinação uma condição fundamental: a procura tem de ser solvível, o que significa que a margem entre as receitas prováveis e as possíveis dos consumidores é, na generalidade, muito estreita. Qualquer mudança recomenda a análise da situação em concreto para se conhecer se estamos perante um problema cuja análise conduzirá à identificação da sua causa e à decisão sobre como eliminá-la ou viver com os seus efeitos, indefinidamente ou por tempo limitado o que implicará a análise da decisão o estabelecimento dos critérios da opção e a consequente avaliação dos riscos; ou/e se estamos perante uma oportunidade. Toda a mudança (produzida por uma decisão consciente ou pela sua ausência: por exemplo pela cumulação de efeitos diversos) faz emergir i) problemas potenciais riscos que decorrerão de causas (eventuais). A sua análise processualmente adequada permitirá identificar medidas de prevenção dessas causas e de protecção dos seus efeitos, para o caso da prevenção das causas não impedir a emergência dos problemas potenciais. Todo este caminho processual é útil para que a mudança, alvejada, almejada ou incontornável se concretize com menos riscos do que mais, com menos desvantagens do que mais; e ii) oportunidades por definição potenciais cuja concretização obriga a sua exploração que será eficaz se produzir os 1
2 resultados esperados (previamente estabelecidos, portanto) e de acordo com detonadores apropriados e aceleradores se necessários. Sendo que o resultado esperado será sempre, ao contrário do que acontece com os problemas potenciais, uma vantagem. Toda a mudança que tem sempre a ver com necessidades a satisfazer (agora ou no futuro) determina acções de correcção, de simplificação ou de reengenharia/renovação. No âmbito da economia, estas acções significarão medidas de i) reestruturação (alteração da estrutura da Oferta), ou/e ii) redução do tempo da operação, ou/e iii) desregulação/diferente regulação das condições do seu funcionamento, ou/e iv) emagrecimento da organização com musculação, ou/e v) pensar a concorrência. Todas medidas que nos permitam ultrapassarmo-nos, excedermo-nos. E todas estas medidas produzirão, por sua vez, mudanças nos mercados dos recursos. E, aqui, há que observar que os Recursos Humanos para além do Homem ser a medida de todas as coisas e, portanto, de a Economia a ele se referir desempenham papel crítico porque, ao contrário dos recursos financeiros (todos os demais recursos dependem destes) que podem ser objecto de emissão imediata e (ao que parece) ilimitada (até quando?), não podem ser objecto de emissão imediata. A emissão dos Recursos Humanos é, pela sua natureza, lenta por exigir criação por métodos naturais, educação, instrução, formação. Pelo que haverá que contar sempre com as pessoas que participam/convivem com os processos actuais e que, ao menos algumas, participarão/conviverão com os processos futuros. É assim que somos conduzidos à conclusão de que as pessoas libertadas dos processos actuais, e algumas eventualmente nos processos futuros, não têm necessariamente que ficar no desemprego: podem ocupar-se em actividades novas, ou velhas mas esquecidas e recuperáveis carecendo de recursos disponíveis, mas não necessariamente nos empregos anteriores. 2
3 A correcção, simplificação ou renovação nos processos de trabalho produzem-se em consequência da correcção, simplificação ou renovação dos processos das empresas (que são processos de trabalho) e têm que ver com os produtos, os clientes, os mercados que, por sua vez, têm de ser corrigidos, simplificados, renovados em consequência da evolução da procura dos produtos e constitui forçosamente causa de problemas que se repetem (vg redução do factor trabalho) mas também de oportunidades novas (vg novas ocupações, novas formas de realizar o trabalho anterior, novos mercados geográficos como ontem, mas hoje com Recursos Humanos mais letrados, mais qualificados do que então). E as características do factor Trabalho também mudam por alteração dos pressupostos do funcionamento da Economia, isto é, do modelo económico vigente. É que, embora o Modelo Universal dos Negócios (MUN), como o designamos, não sofra modificações nos seus componentes sofrem alterações, por vezes brutais, nos conteúdos destes. Vejamos aqueles componentes e estes conteúdos para entendermos melhor esta afirmação. O MUN pode ser visto em duas versões: a simples (típico do sector comercial, retalho) e a complexa (típico do sector industrial, produtivo). MUN na versão simples: OBTER (comprar produtos prontos) VENDER ENTREGAR [Type sidebar content. sidebar is a standalone supplement to the min document. It is often aligned on the left or r 3
4 MUN na versão complexa O Modelo Universal dos Negócios PROCESSOS DE OFERTA (Aquisição de Recursos) PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS & SISTEMAS PROCESSOS DE PRODUÇÃO/ TRANSFORMAÇÃO (Produtos) SERVIÇOS (INTANGÍVEIS) BENS (TANGÍVEIS) PROCESSOS DE DISTRIBUIÇÃO UTILIZADOR/ CLIENTE PROCESSOS DE SUPORTE : RH * FINANÇAS * TI CONCORRÊNCIA SUBSTITUI INCUMBENTES E vejamos, no quadro seguinte, as Forças que conduzem estas actividades/processos. 4
5 MODELO UNIVERSAL DOS NEGÓCIOS Todas as empresas têm, em maior ou menor extensão, os seguintes componentes. O foco pelo componente por que se opte determina a Estratégia Global da Organização. Tecnologias Segmento Mercado/ Capacidade/ Aptidão Produção Produto Método Venda/ Marketing Método Distribuição Indústria Cliente/ Utilizador Dimensão/ Crescimento Retorno/ Lucro Recursos Mercados Geográficos ACTIVIDADES DE SUPORTE: TI FINANÇAS RH CONCORRÊNCIA SUBSTITUI INCUMBENTES ESTS 4 Esta compreensão parece-me fundamental para que a Organização saiba claramente o que deve fazer e para que os diversos intervenientes no processo de troca interiorizem, designadamente pelo que afirmávamos no início do artigo sobre a necessidade e importância de mantermos clara a compreensão do processo de reorganização da economia cuja evolução, de acordo com a nossa observação desde os finais dos anos 80 do século passado, e exposta no nosso país nos primeiros anos da década de 90, apresento no quadro seguinte. 5
6 ENVOLVENTE SOCIAL E ECONÓMICA ECONOMIA PUSH O MERCADO ECONOMIA PULL PRODUTOR PROCURA > OFERTA CLIENTE OFERTA > PROCURA SEGMENTAÇÃO DE MERCADO: GRANDE # DE CLIENTES COM NECESSIDADES SEMELHANTES PRODUTOS GENÉRICOS PREÇOS DE UTILIDADE SÉRIES DE PRODUÇÃO LONGAS FABRICO EFICIENTE (PRODUÇÃO BAIXO CUSTO) O FABRICO FRAGMENTAÇÃO DE MERCADO: PEQUENO # DE CLIENTES COM NECESSIDADES DISSEMELHANTES PRODUTOS À MEDIDA PREMIUM PRICES SÉRIE DE PRODUÇÃO CURTAS FABRICO FLEXÍVEL.FABRICO EFICAZMENTE LOCALIZADO / DESCENTRALIZADO: CUSTO EFICAZ O MARKETING E A ORGANIZAÇÃO LEALDADE À MARCA FORTE INOVAÇÃO PERIÓDICA DO PRODUTO REGRAS RÍGIDAS FORTE E ESTÁVEL LEALDADE À MARCA FRACA INOVAÇÃO CONTÍNUA DO PRODUTO E DO PROCESSO REGRAS FLEXÍVEIS RÁPIDO E ÁGIL Os sinais, as tendências que detectámos no nosso de trabalho de consultoria com os nossos clientes que se expressam no quadro acima consolidaram-se a partir de 1994 com a utilização comercial da Web (que consolidou a globalização tema que abordámos em escritos em 2007). Nesta passagem da Economia push para a Economia pull, que se reforça continuamente, conhecemos contudo empresas que conseguem reverter alguns dos seus aspectos. A lealdade à marca é um exemplo. Mas tal exige muito trabalho, consistente, inteligente e estratégico. RC 6
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