INVESTIGAÇÃO medicina veterinária



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66 Revisão de Literatura Cirurgia de Grandes Animais Revista INVESTIGAÇÃO medicina veterinária FACOEMULSIFICAÇÃO COM IMPLANTAÇÃO INTRAOCULAR DE LENTE EM CÃES PHACOEMULSIFICATION WITH INTRAOCULAR LENS IMPLANTATION IN DOG: LITERATURE REVIEW Tarcísio Guerra Guimarães 1, Cristiane dos Santos Honsho 1, Fabrício Vilella Mamede 2, Fernanda Gosuen Gonçalves Dias 3, Otávio Luís de Oliveira Henrique Paulo 1, Adriana Torrecilhas Jorge 1 1. Programa de Pós-graduação, mestrado em Ciência Animal, Universidade de Franca - UNIFRAN, Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201, CEP. 14404-600, Franca-SP, Brasil. adrianatjorge@hotmail.com 2. Clínica Veterinária Oftalmovet - Ribeirão Preto-SP, Brasil. 3. Discente do Programa de Doutorado em Ciências e Docente do Curso de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade de Franca - UNIFRAN, Franca-SP, Brasil. RESUMO Diante do elevado número de cães acometidos por catarata, objetivou-se com presente trabalho discorrer sobre a enfermidade, facoemulsificação, implantação intraocular de lente e as complicações inerentes a técnica empregada. Em cães, a catarata é a afecção oftálmica mais comumente encontrada, a qual é caracterizada pela opacificação da lente que prejudica a passagem da luz, ocasionando a perda da visão. O tratamento de escolha é a facoemulsificação, que consiste na fragmentação da lente e aspiração de seu conteúdo, demonstrando eficácia, redução no tempo cirúrgico, além de melhor cicatrização e recuperação do paciente. Após remoção da cápsula anterior, núcleo e córtex, a lente intraocular pode ou não ser implantada. As lentes intraoculares podem ser de polimetilmetacrilato, hidroxietilo, silicone ou acrílico As complicações pós-operatórias comumente observadas são uveíte, hipertensão intraocular transitória, alterações na córnea e opacidade de cápsula posterior. Palavras-chave: acrílico, catarata, cães, lente intraocular. ABSTRACT Faced with the high number of dogs affected with cataract, this work aimed to discuss the disease, phacoemulsification, intraocular lens implantation and the complications inherent to the technique employed. In dogs, cataract is the most commonly found ophthalmic disease, which is characterized by the clouding of the lens that impairs the passage of light, causing vision loss. The treatment of choice is phacoemulsification, which consists of lens fragmentation and aspiration of its contents, showing efficacy, reduced surgery time, also improved healing and patient recovery. After the removal of the anterior capsule, nucleus and cortex, the intraocular lens can be implanted or not. Intraocular lenses may be made of polymethylmethacrylate, hydroxyethyl, silicone or acrylic. Postoperative complications commonly observed are uveitis, transient intraocular pressure, changes in cornea and posterior capsule opacity Keywords: acrylic, cataracts, dogs, intraocular lens.

INTRODUÇÃO A catarata é a enfermidade que mais acomete a capacidade visual de cães, sendo a facectomia o tratamento de eleição. O acompanhamento pós-operatório é fundamental para o sucesso, identificando precocemente alterações decorrentes ao procedimento cirúrgico (TEIXEIRA, 2003; GELATT & WILKIE, 2011), que prejudiquem o retorno visual (GORDO, 2012). A facoemulsificação (FACO) permite a remoção da catarata em estádios iniciais de desenvolvimento (SAFATLE et al. 2010). É minimamente invasiva, diminuindo efeitos deletérios às estruturas intraoculares (LINEBARGER et al. 1999; HONSHO et al. 2007; GELATT & WILKIE, 2011). Esta técnica permite ainda, o implante de lentes intraoculares (LIO) dobráveis (DAVIDSON, 2001). A implantação da LIO melhora a capacidade visual (TEIXEIRA, 2003), reduz a migração de células epiteliais inibindo a opacificação de cápsula posterior (YI et al. 2006). DESENVOLVIMENTO A lente é composta por cápsula anterior e posterior, córtex, núcleo, epitélio, células lenticulares e substância cimento amorfa (ALBUQUERQUE et al. 2010). É uma estrutura biconvexa, avascular e transparente (HONSHO et al. 2002). Sua sustentação provém da aderência das zônulas lenticulares ou ligamentos suspensórios ao corpo ciliar (OFRI, 2013). É composta por água (65%), proteínas (35%) (OFRI, 2013), minerais, carboidratos e lipídeos (ALBUQUERQUE et al. 2010). A concentração proteica varia de acordo com a idade e dimensão da lente (ALBUQUERQUE, et al. 2010). A refração ocorre pela concentração e acomodação proteica no núcleo e córtex (KLEINER, 2012). Seu volume é, em média, 0,5 ml, espessura 7mm e diâmetro de 10 mm (GELATT & WILKIE, 2011). A cápsula envolve as estruturas lenticulares, sendo que a espessura do segmento anterior é de 50 a 70 μm, no equador é de 8 a 12 μm e posteriormente 2 a 4 μm (HONSHO et al. 2002). A esclerose nuclear acomete animais acima de 7 anos de idade, por produção contínua e compactação das fibras lenticulares. Ocorre opacidade da lente, sem acarretar em danos a capacidade visual, desta maneira, faz-se necessário a diferenciação da catarata. (ALBUQUERQUE et al. 2010; GELATT & WILKIE, 2011). A catarata caracteriza-se por opacidade difusa ou focal da lente (OFRI, 2013). É considerada a principal causa de cegueira na espécie canina (PIGATTO et al. 2007; SAFATLE et al. 2010). Cocker Spaniel, Afghan hound, Bichon frise, Golden retriever (OFRI, 2013), Poodle Toy, Schnauzer, Pequinês e Dachshund são raças predispostas ao surgimento da catarata (KLEINER, 2012). Alterações metabólicas como hiperglicemia (SAFATLE, 2010), traumas contusos ou perfurantes, inflamações, degenerações retinianas, doenças intraoculares, agentes parenteais, tóxicos, elétricos, radiação e nutricionais podem predispor ao surgimento da catarata (OFRI, 2013), podendo ocasionar alteração nas células do córtex da lente, devido ao acúmulo de produtos de um metabolismo modificado. As fibras lenticulares perdem fluido, encolhem e permitem a formação de vacúolos e fissuras repletas de fluidos no interior da lente. Ocorrendo então a coagulação de proteínas nas células produzindo opacidades lenticulares (ALBUQUERQUE et al. 2010; GELATT & WILKIE, 2011). Os fatores relacionados com o desarranjo lenticular são hereditários, metabólicos, inflamatórios e traumas intraoculares, degeneração da retina e utilização de medicamentos (KLEINER, 2012) como a dexametasona e cetoconazol (GORDO, 2012). Dentre as classificações, a mais comumente empregada é quanto ao estádio evolutivo da catarata, sendo denominada 67 de incipiente, imatura, madura, hipermadura, intumescente e morganiana (ALBUQUERQUE et al. 2010; OFRI, 2013). Na catarata incipiente, a opacidade representa até 15% da lente e não há alterações visuais (FERREIRA et al. 1997; OFRI, 2013). Na imatura, o comprometimento é incompleto, ocasionando diminuição visual de conformidade com a região acometida (GELATT & WILKIE, 2011). Na catarata madura, a opacidade é completa, com perda da capacidade visual (RODRIGUES et al. 2010). Na hipermadura ocorre desagregação das fibras lenticulares, liberação de proteases e difusão de proteínas através das cápsulas (GELATT & WILKIE, 2011). Na catarata intumescente há aumento do volume lenticular e perda de proteínas (OFRI, 2013). Na catarata morganiana, o córtex apresenta-se liquefeito, com núcleo sólido e livre (NASISSE, 2001). Nesta fase, principalmente em animais jovens, pode ocorrer absorção da opacidade pelas proteínas lenticulares serem altamente solúveis, possibilitando desta maneira, o retorno visual (GELATT & WILKIE, 2011). O único tratamento eficaz para o restabelecimento visual é a remoção da lente comprometida (PIGATTO et al. 2007; GELATT & WILKIE, 2011; OFRI, 2013). Quando a facectomia não é realizada, o animal pode manifestar uveíte facolítica por meio da passagem de proteínas solúveis pela cápsula da lente (HONSHO et al. 2002) ou uveíte facoclástica que é a ruptura capsular e liberação das proteínas no humor aquoso (DENIS et al. 2003; GELATT & WILKIE, 2011). A exposição dos antígenos lenticulares ao sistema imune, por infiltrações da cápsula permeável, através de ruptura traumática ou após capsulotomia cirúrgica durante a extração da lente, pode induzir resposta humoral do sistema imunológico (WILLIAMS et al. 1996; DENIS et al. 2003), os linfócitos T e B migram na presença do antígeno e formam células de memória junto à úvea e no limbo, desenvolvendo anticorpos (HONSHO et al.

2002) e gerando uveítes facoinduzidas (DENIS et al. 2003), com possibilidade da ocorrência de complicações como sinéquias, glaucoma secundário, subluxação ou luxação da lente, descolamento da retina e phthisis bulbi (GORDO, 2012). Há debates entre oftalmologistas veterinários quanto ao melhor estádio evolutivo da catarata para indicar a facectomia, alguns não a indicam em estádios iniciais, pelo fato do animal não apresentar déficit visual (OFRI, 2013). No entanto, a facoemulsificação em cataratas imaturas apresenta maior sucesso pela diminuição do tempo de ultrassom e baixo índice de complicações pós-operatórias (OFRI, 2013). A seleção do paciente para o procedimento cirúrgico deve ser rigorosa minimizando assim, o insucesso e complicações visuais. Desta maneira, várias etapas são requeridas, tais como, comportamento dócil e facilidade na manipulação do animal, comprometimento do proprietário no pré e pós-operatório e ausência de enfermidades concomitantes (KECOVÁ & NEČAS, 2004; RODRIGUES et al. 2010; LIM et al. 2011). No pré-operatório são realizados exames oculares e sistêmicos. A eletrorretinografia (ERG) e ultrassonografia (US) ocular são essenciais para avaliação do segmento posterior do bulbo ocular. A ERG é o registro da resposta da retina aos estímulos luminosos (SAFATLE et al. 2010) e avalia a funcionalidade retiniana, diagnosticando enfermidades como degeneração progressiva da retina (SAFATLE et al. 2010; GELATT & WILKIE, 2011). A US ocular analisa as estruturas intraoculares e o diâmetro da lente (KOPALA, 2008; MARTINS et al. 2010; PAVAN et al. 2014). Medicações pré-operatórias são instituídas para indução de midríase, supressão da inflamação e infecções, sendo iniciada horas ou dias antes do procedimento, de conformidade com a necessidade do paciente (WILLIAMS et al. 1996; KECOVÁ & NEČAS, 2004; KLEIN et al. 2011). Os anti-inflamatórios utilizados por via tópica são dexametasona (CHAHORY et al. 2003), prednisolona (MOELLER et al. 2011), cetorolaco trometamol (KLEINER, 2007) ou flurbiprofeno (CHAHORY et al. 2003), a cada 4 a 6 horas (GELATT & WILKIE, 2011). Os administrados por via sistêmica são o carprofeno (GIFT, 2009), meloxicam (KLEIN et al. 2011), flunixin meglumine (KECOVÁ & NEČAS, 2004) ou prednisolona (CHIURCIU et al. 2010). A cicloplegia é alcançada pela instilação de tropicamida (CHAHORY et al. 2003), atropina (CHIURCIU et al. 2010) ou fenilefrina (GORDO, 2012). Em animais, o procedimento é realizado valendo-se da anestesia geral inalatória, propiciando adequado plano cirúrgico (CARARETO et al. 2007). Para tanto, utiliza-se agentes voláteis halogenados, sendo o isofluorano, o mais comumente administrado. Anestésicos tópicos, peribulbar (LINEBARGER et al. 1999; CARARETO et al. 2007) e bloqueadores neuromuscular são empregados, propiciando assim, relaxamento das musculaturas extra oculares e centralização do bulbo ocular (CARARETO et al. 2007; GORDO, 2012). Previamente a realização do procedimento cirúrgico, utiliza-se material viscoelástico, que consiste na proteção das estruturas intraoculares, principalmente, o endotélio corneal (FERREIRA et al. 1997), mantêm a midríase, facilita a execução da capsulorrexis e a introdução de lente intraocular (TEIXEIRA, 2003; CHIURCIU et al. 2010). Os viscoelásticos mais utilizados são halunorato de sódio, sulfato de condroitina e hidroxipropilmetilcelulose (CHIURCIU et al. 2010). O aumento da PIO no pós-operatório pode ser causado por remanescentes de materiais viscoelásticos, juntamente com restos lenticulares e células inflamatórias, ocorrendo obstrução do ângulo de drenagem (TEIXEIRA, 2003; KECOVÁ & NEČAS, 2004; HONSHO et al. 2007). 68 Gelatt & Wilkie (2011) citaram que em 1886 foi realizada a primeira facectomia em cães. Em 1887 foi referida a técnica de discisão que consistia na abertura da cápsula anterior e aspiração do conteúdo lenticular, contudo, esse procedimento só era aplicável em cataratas de conteúdo líquido (TEIXEIRA, 2003). A primeira extração intracapsular ocorreu em 1936, com a remoção completa da lente através de ampla incisão corneal (GELATT & WILKIE, 2011), porém os resultados foram contestáveis devido à perda vítrea e deslocamento retiniano (TEIXEIRA, 2003). A extração extracapsular consiste na remoção da porção central da cápsula anterior, córtex e núcleo da lente, por incisão na periferia da córnea de 140º a 180º (GORDO, 2012). A cápsula posterior é mantida, evitando assim, o prolapso de vítreo para a câmara anterior (GELATT & WILKIE, 2011). É considerada superior quando comparada com a intracapsular (TEIXEIRA, 2003; PIGATTO et al. 2007), porém, podem ocorrer efeitos deletérios ao bulbo ocular, como ruptura dos processos ciliares, hemorragia, ruptura da cápsula e extravasamento de vítreo (TEIXEIRA, 2003). Pela ampla incisão corneana, há risco de colapso da câmara anterior, miose no período trans- operatório e de deiscência da sutura (HONSHO et al. 2007). A FACO é a técnica preconizada para remoção da catarata. Consiste na transformação da energia elétrica em mecânica através da caneta de ultrassom, que fragmenta e aspira o conteúdo da lente. As funções do aparelho são guiadas por um pedal adjunto que comanda as ações do equipamento (PIGATTO et al. 2007). A caneta do facoemulsificador possui uma ponteira de titânio com vibração ultrassônica, que fragmenta e aspira a lente (FERREIRA et al. 1997; TEIXEIRA, 2003). A vibração pode resultar no aquecimento da ponteira e dispersar fragmentos da lente

69 para câmara anterior; para evitar esta ocorrência, a potência do aparelho pode ser utilizada no modo pulsátil (TEIXEIRA, 2003). O sistema de irrigação mantém a pressão e o volume da câmara anterior durante o procedimento, compensando assim, a perda do humor aquoso no momento da incisão corneal. A pressão da câmara anterior é mantida pelo fluxo contínuo de ringer lactato (KUNER et al. 2004) ou solução salina balanceada (GORDO, 2012). A pressão da infusão é diretamente relacionada à altura da garrafa do fluido em relação à cabeça do animal (TEIXEIRA, 2003; GELATT & WILKIE, 2011). Na aspiração ocorre uma pressão negativa ou vácuo, que direciona o fluído através da ponteira ultrassônica, aspirando materiais lenticulares, posteriormente, este fluido é direcionado a um reservatório (TEIXEIRA, 2003; PIGATTO et al. 2007). O sistema de irrigação, aspiração e vibração ultrassônica é controlado pelo pedal (GELATT & WILKIE, 2011; GORDO, 2012) que possui três níveis, sendo que o primeiro ativa o sistema de irrigação, o segundo os sistemas de irrigação e aspiração e o terceiro ativa a irrigação, aspiração e vibração ultrassônica (GELATT & WILKIE, 2011). A FACO é amplamente empregada pelo sucesso cirúrgico, com menor incidência de complicações pós-operatórias, menor incisão da córnea, diminuição do risco de deiscência de sutura, menor tempo cirúrgico e resultados visuais superiores. As dificuldades relacionadas com esta técnica são quanto ao custo do equipamento, treinamento e habilidade do cirurgião (PIGATTO et al. 2007). O carbacol é um medicamento com característica parassimpatomimética e efeito colinérgico direto e indireto; sua administração é realizada na câmara anterior após o implante da lente para promover miose e aumentar o fluxo do humor aquoso (MOELLER et al. 2011). Após a extração da lente, os cães apresentam adequada capacidade óptica mesmo sem a colocação de lente intraocular, sendo denominado, animais afácicos. Os pacientes que recebem a lente são chamados de pseudofácicos (TEIXEIRA, 2003). Em cães, o tamanho da lente varia entre 13,5 a 17 mm (GELATT & WILKIE, 2011) e 40 dioptria (TEIXEIRA, 2003; YI et al. 2006; OFRI, 2013). As lentes intraoculares podem ser de polimetilmetacrilato (PMMA), hidroxietilo (HEMA), silicone ou acrílico (DAVIDSON, 2001). As de acrílico e silicone são dobráveis e implantadas através de incisão na córnea de 2,5 a 3,5 mm, por esta razão, há diminuição do risco de formação de astigmatismo. A lente intraocular rígida de PMMA requer incisão corneal de 8 a 9 mm (YI et al. 2006). As lentes intraoculares podem ser implantadas e fixadas no saco capsular, câmara anterior ou posterior, espaço pupilar ou sulco ciliar. Em cães, a implantação de maior eficácia é no saco capsular (AZEVEDO & RANZANI, 2006). As lentes dobráveis são implantadas com auxílio de cartucho injetor que direciona a lente para dentro do saco capsular (GELATT & WILKIE, 2011). Em cães, o acrílico apresenta ampla biocompatibilidade, com propriedades de superfície hidrofílica ou hidrofóbica e menor incidência de opacidade em cápsula posterior (KECOVÁ & NEČAS, 2004; PEREIRA et al. 2011). Apresenta melhor adesão à cápsula posterior podendo inibir a migração de células epiteliais da lente na área implantada (YI et al. 2006). O acrílico hidrofílico possui índice de refração de 1,43 a 1,48 e o acrílico hidrofóbico de 1,47 a 1,55, com menor ocorrência de opacificação da cápsula posterior (KECOVÁ & NEČAS, 2004). Em pacientes humanos, a opacidade capsular relaciona-se com compatibilidade do material que a lente é feita e sua capacidade inibitória de proliferação celular (APPLE, 2000; YI et al. 2006). A borda da lente intraocular é fator importante, e por criar eficiente barreira contra migração epitelial, sendo quadrada melhor do que a arredondada (YI et al. 2006). As alças da lente intraocular são denominadas de hápticos e tem como função manter o centro óptico quando implantadas no interior do saco capsular (GELATT & WILKIE, 2011). A angulação do háptico em relação ao corpo da lente varia de 2 a 15 e depois de implantada no saco capsular, as alças devem ser posicionadas de modo a não proporcionar qualquer pressão na região da incisão corneana (TEIXEIRA, 2003). No pós-operatório, preconiza-se a utilização tópica de antibióticos (Tobramicina, Gatifloxacina) e anti-inflamatórios (Acetato de prednisolona, cetrolac de trometamina) (KLEINER, 2012; OFRI, 2013). A PIO é controlada com administração tópica de beta-adrenérgicos (timolol ou betaxolol), associados aos inibidores da anidrase carbônica (dorzolamida ou brinzolamida) e, em casos agudos, faz-se necessário o uso sistêmico de manitol (GELATT & WILKIE, 2011). A utilização profilática de colírios hipotensores é instituída para evitar oscilações da PIO (HONSHO et al. 2007; OFRI, 2013), a avaliação é fundamental para evitar dano irreversível para visão (GORDO, 2012). Aconselha-se ainda nas primeiras 4 a 8 semanas após a cirurgia, restringir algumas atividades do paciente (GELATT & WILKIE, 2011) e o uso de colar protetor do tipo elizabetano (KLEIN et al. 2011). O sucesso cirúrgico dependerá da técnica e habilidade do cirurgião, adequada seleção do paciente, utilização de medicações pré e pós-operatórias e equipamento cirúrgico apropriado. No cão, o índice do sucesso cirúrgico aumentou consideravelmente; em 1975 era de 29%, em 1980 de 80 a 90% e, atualmente é de 95% (OFRI, 2013), este fato, deve-se a seleção criteriosa do paciente e a técnica cirúrgica empregada (ALBUQUERQUE et al. 2010).

70 As complicações pós-operatórias comumente observadas são uveíte, hipertensão intraocular transitória, alterações na córnea, como edema, neovascularização, ceratite pigmentar, depósito de lipídios ou cálcio e mácula (OFRI, 2013), sinéquia, endoftalmite, hifema, descolamento de retina e opacidade da cápsula posterior da lente (GONÇALVES et al. 2005; GELATT & WILKIE, 2011) (Figura 1). Em cães, a uveíte peri e pós-operatória é considerada a maior complicação da cirurgia de catarata (RODRIGUES et al. 2010). Klein et al. (2011) avaliaram as alterações em 179 olhos operados pela técnica de facoemulsificação, com implante de lentes intraoculares. Observaram sinais como hipertensão ocular (22,9%), lipidose corneana (19,0%), uveíte (16,2%), hifema e hemorragia vítrea (12,3%), descolamento de retina (8,4%) e glaucoma (6,7%). Em 2012, Gordo verificou no pós-operatório imediato que 95,2% dos cães manifestaram uveíte. A médio e longo prazo houve em 76,2% opacidade da cápsula posterior da lente. A inflamação é comumente observada em cães submetidos a implantação de LIO, porém sem ocorrência de diferenças significativas da pressão intraocular (RODRIGUES et al. 2010). Nas primeiras horas da cirurgia, a hipertensão ocular é uma alteração frequente e transitória, podendo lesionar as células da retina e do nervo óptico (GORDO, 2012). Rodrigues et al. (2010) investigaram a inflamação e a pressão intraocular após FACO em cães, com e sem implante de LIO de uso em humanos pela técnica de piggyback. Os animais sem o implante da LIO apresentaram menor inflamação, porém a pressão intraocular não apresentou diferença entre os grupos. Honsho et al. (2007) compararam a PIO entre as técnicas de FACO e a extração extracapsular, sem implante de LIO. O pico máximo da PIO (39 mmhg) foi 9 horas após a FACO. Na extracapsular, o pico da PIO (36 mmhg) foi observado 2 horas após o procedimento. Por esta razão, preconiza-se no pós-operatório imediato o uso de colírios hipotensores, além de medicações anti-inflamatórias e antibióticos iniciados no pré-operatório (GORDO, 2012). O glaucoma foi observado dias ou meses após a facectomia, secundariamente a uveítes, fibrina, sinéquias, íris bombé e estreitamento do ângulo iridocorneal (GONÇALVES et al. 2005). O edema corneal é decorrente de lesões das células endoteliais durante a turbulência dos fluídos, dispersão dos fragmentos lenticular e das bolhas de ar produzidas pela FACO (CHIURCIU et al. 2010; GELATT & WILKIE, 2011). Presença de fibrina na câmara anterior ocorre por falha na administração de anti-inflamatórios no pré-operatório, uveíte, hemorragias e proteínas livres no humor aquoso (GORDO, 2012). Durante o processo cirúrgico, a heparina juntamente com a solução de irrigação pode ser empregada profilaticamente (KUNER et al. 2004; GELATT & WILKIE, 2011). Hemorragias são causadas por incisão da esclera e lesões da íris durante a cirurgia. A administração de adrenalina na solução de irrigação ameniza os riscos inerentes à hemorragia intraocular e auxilia na manutenção da midríase (GORDO 2012). A tração de zônulas durante a capsulorexe pode ocasionar lesões no corpo ciliar e hemorragias (GELATT & WILKIE, 2011). Para a rápida dissolução de hifema e fibrina presente na câmara anterior, utiliza-se o ativador de plasminogênio tecidual (TPA) intracâmeral, pois possui ação fibrinolítica de ação rápida que reduz a presença de hifema e fibrina no pós-operatório (ESCANILLA et al. 2013). A opacidade da cápsula posterior da lente é a alteração mais frequente em humanos (FRANZCO et al. 2010). Em cães a prevalência da opacidade submetidos a facoemulsificação com o implante de lentes intraoculares é de 69 a 100% (GIFT et al. 2009). Este fato ocorre por resposta regenerativa das células residuais do epitélio lenticular, que migram através da cápsula da lente sofrendo metaplasia fibrosa, espessamento e intensificação da opacidade capsular (APPLE, et al. 1992; OFRI, 2013). Em cães, para evitar esta ocorrência, remove-se totalmente as células epiteliais (GIFT et al. 2009). Em seres humanos, recomenda-se a capsulorexis ou capsulotomia anterior ligeiramente menor no centro óptico da lente, desta maneira há redução de células epiteliais no humor aquoso (RAVALICO et al. 1996). Na ocorrência de opacidade de cápsula no pós-operatório, empregar-se capsulotomia posterior utilizando Nd: YAG laser (FRANZCO et al. 2010). Em estudo realizado por Gift et al. (2009), em cães, lentes de acrílico com borda quadrada tiveram uma menor tendência de formação de opacidade de cápsula posterior em comparação com bordas redondas, após 10 a 12 semanas do implante. A facoemulsificação é a técnica de eleição no tratamento da catarata, diminuindo complicações pós-operatória. O implante de lente intraocular diminui a inflamação e opacidade da cápsula posterior da lente. AGRADECIMENTOS Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES). - Programa de Suporte e Pós-graduação de Instituições de Ensino Particular (PROSUP/CAPES). - Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD/CAPES).

71 REFERÊNCIAS Albuquerque L. et al. 2010. Catarata em cães - revisão de bibliografia. Veterinária em Foco. 7 (2):185-197. Apple D.J. 2000. Influence of intraocular lens material and design on postoperative intracapsular cellular reactivity. Transactions of the American Ophthalmological Society. 98: 257-283. Apple D.J. et al. 1992. Posterior capsule opacification. Survey of Ophthalmology. 37 (2): 73-116. Azevedo A.B. & Ranzani J.J.T. 2006. Mensurações do segmento anterior do bulbo do olho, visando a estabelecer o tamanho ideal de lentes intra-oculares a serem implantadas em cães. Journal of Veterinary Science Federal University of Uberlândia. 12 (1): 61-67. Carareto R. et al. 2007. Anesthesia for ophthalmic surgeries in canines. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias. 102 (561-562): 35-42. Chahory S. et al. 2003. Intraocular pressure development after cataract surgery: a prospective study in 50 dogs (1998-2000). Veterinary Ophthalmology. 6: 105-112. Chiurciu J.L.V. et al. 2010. 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