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Transcrição:

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2 cinomose A cinomose é uma doença viral altamente contagiosa que afeta os cães e todos os animais da família Canidae (Dingo, raposa, coiote, lobo), da família Mustelidae (Furão, marta, lontra) e da família Procyonidae (Panda, quati). É considerada uma das mais graves doenças infecciosas que acometem os cães, perdendo somente para a raiva, principalmente por não haver um tratamento específico para o vírus, o que leva a um prognóstico bastante desfavorável e a uma alta taxa de mortalidade. Entretanto, o vírus da Cinomose é pouco resistente no ambiente, sendo facilmente eliminado através da utilização de desinfetantes, detergentes e pelo calor, o que facilita a desinfecção dos ambientes contaminados. Caracteriza-se por ser uma doença que leva a quadros de infecções bacterianas secundárias a uma imunossupressão (diminuição da imunidade) causada pelo vírus. E essas infecções é que fazem aumentar a mortalidade já que o organismo não consegue combatê-las adequadamente. É transmitida a partir de todas as secreções/ excreções produzidas pelos animais doentes através da produção de gotículas que são bastante infectantes, como a saliva, urina, fezes e secreções respiratórias (catarro, espirros, secreções nasais) para os animais susceptíveis. Logo, é uma doença passada diretamente de cão para cão por contato próximo. Cães jovens e sem vacinação são os mais susceptíveis a adquirirem a doença. Porém, todos os animais não vacinados são alvos do vírus. Pode causar principalmente sintomas respiratórios, gastrointestinais e neurológicos.

3 cinomose Entretanto, sintomas dermatológicos (infecção superficial da pele e alterações nos coxins, como inchaço e endurecimento), oftálmicos (conjuntivite, alterações de retina, cegueira) e odontológicos (Irregularidades na superfície dos dentes) e inespecíficos (febre, prostração, fraqueza) podem ocorrer. O aparecimento desses sintomas vai variar de acordo com a cepa viral, condições do ambiente, idade e estado imunológico do animal. Respiratórios: Tosse, corrimento nasal (pode ser com aspecto de muco ou de catarro) e pneumonia. Secreção ocular e conjuntivite também são bastante comuns; Gastrointestinais: Vômitos e/ou diarréia acompanhados ou não de hemorragia, falta de apetite que evolui para a anorexia, desidratação e perda de peso acentuada; Neurológicos: Resultantes de lesões cerebrais e na medula espinhal, levando a incoordenação motora, andar em círculos, mioclonias (movimentos tremores - musculares involuntários), convulsões, vocalização, dificuldades de andar que pode evoluir para paralisia e rigidez muscular. Metade dos cães desenvolve doença neurológica, mas a maioria morre ou é eutanasiada devido a irreversibilidade do quadro clínico. O diagnóstico da doença é feito através da história, dos sintomas clínicos apresentados pelo animal e pelos exames complementares. É bastante difícil fazer o diagnóstico de Cinomose nos animais com sintomas neurológicos sem outros sintomas clássicos da doença, principalmente se não houver alterações nos exames de sangue. Não há tratamento específico para o vírus da Cinomose, de modo que o tratamento consiste em conter as infecções bacterianas

4 cinomose secundárias através da utilização de antibióticos e tratamento sintomático e de suporte, com a correção da desidratação presente, controle da febre, suporte alimentar adequado, controle da dor (se houver), vômitos e melhoria da função neurológica. Entretanto, isso não impede o avanço das lesões causadas pelos vírus. Alguns animais conseguem recuperar-se da doença, por isso frente a um animal doente, o proprietário deve conversar com o médico veterinário e tentar o controle da infecção e, com o suporte, melhorar a qualidade de vida do animal. É claro que as chances de sucesso vão depender da sintomatologia apresentada, especialmente se sintomas neurológicos estiverem presentes, e da evolução da doença. Como as opções de tratamento são limitadas, a prevenção torna-se a única opção disponível e é feita somente através da vacinação com o médico veterinário. O esquema de vacinação deve ser iniciado nos filhotes a partir dos 45 dias de vida, mas os animais adultos também devem ser vacinados, independente se tiverem sido vacinados ou não quando filhotes. E a revacinação é anual. Os filhotes devem ser mantidos longe de outros cães até que o esquema de vacinação esteja completo.

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