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Acta Tecnológica, Vol. 8, N 2 (2013), 57-67 Acta Tecnológica http://portaldeperiodicos.ifma.edu.br/ O uso da radiação gama como tecnologia inovadora para a engenharia de produto na indústria de alimentos. Elisabete Coentrão Marques1 e Stella Regina Reis da Costa2 RESUMO Os alimentos são fontes de muitos nutrientes essenciais para o ser humano. Muitos destes alimentos passam por uma série de etapas de manipulação, possibilitando sua contaminação por espécies de micro-organismos patogênicos e/ou deteriorantes, comprometendo a sua qualidade. Uma forma eficaz de controle da qualidade microbiológica é a irradiação dos alimentos. Dentro do cenário de modernização da produção de alimentos ela pode proporcionar um alimento seguro e ampliar sua vida de prateleira que é a grande tendência e busca dos consumidores atuais. Isso trará mudanças significativas na forma de armazenagem e transporte, facilitando e contribuindo na refrigeração de muitos produtos como o pescado e as carnes de maneira geral. O objetivo desta pesquisa foi analisar através de levantamento bibliográfico a utilização da radiação gama na indústria de alimentos, suas vantagens, desvantagens e equipamentos necessários para a produção. O uso da irradiação requer cuidados especiais como uma matéria-prima com boa qualidade e, portanto uma boa seleção, equipamentos de proteção para os funcionários, entre outros. Tendo preenchido os critérios de segurança e de qualidade do alimento, a irradiação poderá ser utilizada de forma eficiente. Concluiu-se que esta tecnologia ainda é considerada recente para o Brasil e seus estudos tem demonstrado que a radiação consegue manter os produtos por mais tempo próprio para o consumo e com boas características sensoriais. Termos para indexação: Radiação gama, segurança alimentar. engenharia de produto. Use ofgamma radiation as innovative technology for product engineering in food industry. ABSTRACT The foods are sources ofmany essential nutrients for humans. Many ofthese foods undergo a series ofmanipulation steps, allowing contamination by species ofpathogenic and / or spoiling micro-organisms, compromising its quality. An effective way to control the microbiological quality is food irradiation. Within the scenario ofmodernization offood production it can provide safe food and extend its shelflife which is the major trend oftoday's consumers and search. This will bring significant changes in storage and transport, facilitating and contributing to the cooling ofmany products such as fish and meats in general. The objective ofthis research was to analyze through bibliography consultation the use ofgamma radiation in the food industry, their advantages, disadvantages and equipment needed for production. Irradiation requires special care when used on good quality raw material, therefore a good selection ofprotective equipment for employees is recommended, among others. Having met the criteria ofsecurity and quality offood, irradiation can be used efficiently. It was concluded that this technology is still considered new in Brazil, and studies have shown that radiation can keep products longer and safe for consumption with good sensory characteristics. Index terms: Gamma radiation, food safety, product engineering 1 Dicente do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRRJ. E-mail: ecoentrao@ig.com.br. Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). 2 Docente do

INTRODUÇÃO O desperdício de alimentos é um grave problema na segurança alimentar brasileira. Este desperdício ocorre em todos os elos da cadeia produtiva. Técnicas como aproveitamento integral dos alimentos, métodos de conservação e treinamento do manipulador são formas de evitar perdas. Um produto depende da qualidade da matéria-prima e do processamento que recebe até sua distribuição e venda. Além disso, tecnologias que possam manter o alimento por mais tempo na prateleira de modo que ele não se desfigure são bem vindas nas indústrias de alimentos. Uma destas tecnologias é a irradiação de alimentos. Aplica-se a irradiação de alimentos para se obter qualidade higiênicossanitária e estender a vida útil do produto, a fim de se conseguir manter o alimento com suas características físicas, químicas, microbiológicas e sensoriais para o consumidor. Utilizada como um método pasteurizante, o alimento é exposto a uma quantidade rigidamente controlada de radiação ionizante em um determinado período de tempo, sem contato direto deste com a fonte que transmite a radiação. O alimento mantém seu nível normal de radioatividade. A sensibilidade a radiação varia dependendo do micro-organismo, parasitas e insetos e para esta ação a radiação ionizante tem se mostrado bastante eficiente, conforme os trabalhos publicados demonstram com eliminação ou redução da carga microbiana e aumento do prazo de validade do produto, podendo impedir infecções alimentares. Por sua excelente capacidade de penetração, a radiação gama tem sido utilizada na indústria de alimentos. Os reatores nucleares com radiação gama provenientes dos radioisótopos Co60 e Cs137 são usados na indústria alimentícia, podendo-se utilizar doses até mesmo superiores a 10 kgy sem apresentar problemas toxicológicos ou perdas do valor nutricional do alimento. O valor nutricional do alimento irradiado é preservado assim como as suas características sensoriais, sendo também uma tecnologia útil contra o uso de produtos químicos para conservação do alimento. No Brasil há a permissão do uso da radiação ionizante em alimentos, sem uma especificação de doses por alimento, contanto que seja impresso no rótulo a condição de alimento irradiado. Para esta revisão de literatura observou-se os resultados e as vantagens encontradas com este tipo de tecnologia principalmente para o pescado que é um produto 58 altamente perecível da cadeia do frio. MATERIAL E MÉTODOS Esta pesquisa teve caráter exploratório onde buscou-se o aprimoramento de ideias e qualitativa pela interpretação do processo de irradiação de alimentos (DENZIN; LINCOLN, 2006; VERGARA, 2011). Considera-se uma pesquisa descritiva, traçando características da radiação gama como tecnologia inovadora no setor alimentício. Com relação à técnica utilizada para a coleta de dados, a pesquisa foi do tipo bibliográfica, sendo, portanto um estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado. Os dados foram tratados qualitativamente, valorizando-se o discurso dos autores e contextualizando considerações gerais. ANÁLISE E DICUSSÃO DA PESQUISA Definição A irradiação de alimentos é um processo de pasteurização a frio por ser insignificante a variação da temperatura do produto durante o procedimento. Pouquíssima energia irradiada é utilizada aumentando a energia térmica (WIENDL, 1978; BRASIL, 2001; SANTOS; VIZEU; DESTRO et al., 2003; PEREIRA, 2004; NABILGHOBRIL, 2008). O alimento embalado ou a granel recebe doses controladas de radiação, tendo ação sanitária, fitossanitária e tecnológica (BRASIL, 2001). História A radiação ionizante em alimentos foi estimulada pelo Ministério da Defesa do Exército nos Estados Unidos, em 1953, assim como programas na Europa e Rússia (DIEHL, 1995; GERMANO; GERMANO, 2011). Na década de 60, o Food and Drug Administration (FDA) autorizou o uso em batatas, farinha de trigo e trigo pelas indústrias de alimentos para o consumo humano (ORNELLAS; GONÇALVES; SILVA et al., 2006; GERMANO; GERMANO, 2011). Em 1964, surgiu a classificação da irradiação para alimentos em radicidação, radapertização e radurização (BRASIL, 1964; WHO, 1994; DIEHL, 1995). Em 1969, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) criou um planejamento de irradiação de alimentos para o Brasil (BRASIL, 1969). Em 1970, a National Aeronautics and Space Administration (NASA) passou a utilizar alimentos

59 irradiados (ORNELLAS; GONÇALVES; SILVA et al., 2006; GERMANO; GERMANO, 2011). Em 1980, foi estipulada a dose absorvida máxima de 10 kgy (IAEA, 1991a) e a FDA liberou a utilização em condimentos, alimentos secos e desidratados e frutas frescas (ORNELLAS; GONÇALVES; SILVA et al., 2006; GERMANO; GERMANO, 2011). Em 1983, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou no Codex Alimentarius as normas para irradiação de alimentos (LOAHARANU, 1997). A carne suína passou a ser irradiada a partir de 1985, em 1993 o frango e em 2000 a carne vermelha (SANTOS; VIZEU; DESTRO et al., 2003). Em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) liberou a irradiação de alimentos com dosagem superior a 10 kgy (SILVA, 2008). A primeira regulamentação brasileira foi o Decreto nº72.718/1973 seguido das Portarias nº9/1985 e nº30/1989 e atualmente a Resolução RDC nº21/2001 (BRASIL, 1973; BRASIL, 2001). Portanto, em 2013 a regulamentação de irradiação de alimentos no Brasil fará 40 anos. Desvantagens Os altos investimentos ao se empreender esta tecnologia, a inexistência de mercados consumidores nacionais e internacionais promissores e a cultura dos povos avessos a radiação dificultam a implantação desta. Alimentos com alto conteúdo de lipídios podem sofrer rancificação oxidativa, além disso há a possibilidade de reinfestação por insetos e sobrevivência de microorganismos se em dosagem errada de radiação. Perdas de vitaminas e a radiólise da água também são algumas das desvantagens. Além disso, alimentos inaceitáveis para o consumo podem ter sua carga microbiana eliminada, mas as toxinas podem se manter. Pode ocorrer resistência a radiação por parte dos micro-organismos e perda de alguns componentes nutricionais do alimento (SILVA, 2000; FELLOWS, 2008; NABILGHOBRIL, 2008). Vantagens A irradiação é utilizada para destruição de microorganismos e parasitas, desinfestação reduzindo perdas de safras, inibição de mudanças bioquímicas e da germinação de raízes e prolongamento da durabilidade do alimento, garantindo a qualidade higiênicossanitária (FAO, 1979; IAEA, 1985; NASCIMENTO, 1992; GAONKAR, 1995; VILLAVICENCIO, 1998; MALISKA, 2000; SANTOS; VIZEU; DESTRO et al., 2003; ABREU; FREITAS; JESUS; et al., 2008; FELLOWS, 2008). A radiação ionizante ajuda a eliminar as perdas no pós-colheita, já que retarda a maturação de frutas e hortaliças e consequentemente auxilia na logística de transporte e distribuição e nas vendas. Substitui ainda o uso de produtos químicos nas lavouras e pode controlar surtos infecciosos na saúde pública, reduzindo enfermidades e perdas econômicas (IAEA, 1985; THAKUR; SINGH, 1995; OMI, 2005). O aumento do comércio internacional com suas normas para exportação também é outro fator importante que influencia no crescente uso da radiação ionizante em busca da qualidade e da quarentena (LIMA et al., 2004). A energia gasta na esterilização por irradiação é cinquenta vezes menor que um tratamento térmico convencional, o que contribui para a manutenção das características originais do alimento (PEREIRA, 2004). Quadro 1. Classificação e dosagem da irradiação utilizada em alimentos. Classificação e Dosagem Existe a seguinte classificação e dosagem para a irradiação de alimentos (Quadro 1) (NABILGHOBRIL, 2008): Obs: 1 Gy = 1 Joule absorvido por 1 kg de alimento irradiado Fonte: DIEHL, 1992; SATIN, 1993; PRADO, 2005; NABILGHOBRIL, 2008; ROSENTHAL, 2008 A radicidação é uma pasteurização com extinção de parasitas e redução de bactérias patogênicas não esporuladas (Salmonella, Streptococcus, Campylobacter). Ideal para ervas, temperos, condimentos, produtos desidratados e liofilizados (DIEHL, 1992; BOARATTI, 2004; PRADO, 2005). A radapertização é uma esterilização comercial, matando micro-organismos patogênicos e deterioradores (Moraxella, Acinetobacter, Clostridium ). Ideal para alimentos de pacientes imunodeprimidos e uso pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) em aeronaves (DIEHL, 1992; BOARATTI, 2004; PRADO, 2005). A radurização também é uma pasteurização e diminui micro-organismos deterioradores (Achromobacter, Pseudomonas) (DIEHL, 1992; BOARATTI, 2004; PRADO, 2005). Ideal para produtos in natura, peixes, frutas secas e cárneos (IAEA, 1977; IAEA, 1982a). A dose mínima absorvida é a suficiente para

conseguir o objetivo e a dose máxima deverá ser inferior a que compromete as propriedades funcionais e sensoriais do produto. Cada alimento possui a sua dosagem específica (BRASIL, 2001; EVANGELISTA, 2008). O International Atomic Energy Agency (IAEA) (1991b) no Documento Técnico nº587 ao estabelecer os métodos analíticos de detecção para alimentos irradiados informa as doses que podem ser utilizadas de acordo com o objetivo desejado, conforme o Quadro 2 retirado do documento. Quadro 2. Aplicação da radiação ionizante no processamento de alimentos com o respectivo intervalo de dose em kgy. Fonte: IAEA, 1991b. Fontes de irradiação A Resolução nº21/2001 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece as fontes de radiação autorizadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) (IAEA, 1982b; SATIN, 1993; DIEHL, 1995; BERNARDES, 1996; BRASIL, 2001; FAO, 2003; HERNANDES et al., 2003; NABILGHOBRIL, 2008; GUIMARÃES, 2009): os isótopos radionuclídeos Co60 com meia-vida de 5,27 anos e desintegração de 1,33 MeV (Mega elétron-volts) e Cs137 com meia-vida de 30 anos e desintegração 0,66 MeV. Ambos possuem intenso poder de penetração, sem emitir nêutrons; os raios-x de energia até 5 MeV com bom poder de penetração e sem produção de compostos radioativos; os elétrons acelerados até 10MeV sem radioatividade, com pouca penetração usados para tratamento em superfícies e em pequenas espessuras. São ionizantes por retirar elétrons e formar partículas carregadas eletricamente. A ionização é influenciada pela energia dos fótons e pelo alimento (GUIMARÃES, 2009). No Efeito Compton o fóton age no elétron periférico dos átomos do alimento e tanto o fóton quanto o elétron se dispersam (TAUHATA; SALATI; PRINZIO et al., 2003). O Co60 é insolúvel em água, mais disponível, tem forma metálica, alto nível energético e menor gasto financeiro (SPIESS; SCHUBERT, 1990). É instável e produzido pelo bombardeamento do Co59 com nêutrons 60 num reator nuclear. Desintegra-se de forma espontânea e emite raios gama (FAO, 1999). O Cs137 tem alto nível energético também e é produzido pelo reprocesso de materiais de urânio queimados nos reatores nucleares (ABREU, 2005). Mecanismo de ação da radiação gama e efeito sobre o alimento e micro-organismos A energia da radiação gama é utilizada na excitação e ionização, sem reação nuclear na matéria e sem resíduo radioativo (MAXY, 1992; SATIN, 1993; FARKAS, 2006). Há colisões entre a radiação e as partículas do produto formando íons radicais livres. Estes íons e os radicais livres, suas reações com moléculas, recombinação deles e outros fenômenos físico-químicos cessam o processos orgânicos, causam radiólise da água, modificam o DNA celular, destroem micro-organismos, células meristemáticas e parasitas (HERNANDES, 2003; FARKAS, 2006; FELLOWS, 2008). As moléculas de água são alteradas e geram radicais H (hidrogênio) e OH (hidroxila) que reagem com o oxigênio dissolvido na água, entre eles e com moléculas orgânicas e inorgânicas, dando compostos ou outros radicais (SILVA, 2000): O peróxido de hidrogênio é um agente oxidante e um tóxico biológico. O radical hidroxila é um agente oxidante e o hidrogênio é redutor (SILVA, 2000): Os radicais livres têm curta duração, menos que 105 segundos, mas provocam a destruição da célula bacteriana (SILVA, 2000). A radiação ionizante danifica o DNA, impedindo a reprodução, gerando a morte pelo rompimento de membranas celulares e inativando enzimas. A sobrevivência de micro-organismos, as alterações sensoriais e físicoquímicas dependem do dano conseguido, tempo de irradiação, dosagem, temperatura do processo, oxigênio, ph e composição química do alimento (DIEHL, 1995; MONK; BEUCHAT; DOYLE, 1995; MIYAGUSKU; CHEN; LEITÃO et al., 2003; SANTOS; VIZEU; DESTRO et al., 2003; BORSA; LACROIX; OUATTARA et al., 2004; NABILGHOBRIL, 2008).

61 Radicais livres podem reagir com outras moléculas alterando o aroma do produto alimentício pela produção de compostos voláteis e o sabor como na autólise de lipídios na presença de oxigênio (rancificação oxidativa) (URBAIN, 1986; CHIRINOS; VIZEU; DESTRO et al., 2002; ROSENTHAL, 2008). As peroxidases, as xantinoxidases e as aminoácido-oxidases liberam oxigênio e seus derivados atacam componentes lipossolúveis e ácidos graxos essenciais, ocorrendo perdas da qualidade do produto (SILVA, 2000). Com a lipoxidase e a peroxidase ocorre a oxidação dos lipídios e a degradação de vitaminas e de pigmentos lipossolúveis (SILVA, 2000). Os glicídios são hidrolisados, oxidados a compostos mais simples e podem ser despolimerizados ficando sensíveis a hidrólise enzimática (FELOWS, 2008). O amido se torna mais solúvel e a radiólise forma dextrina, maltose e glicose diminuindo a viscosidade, mas mesmo assim a variação do valor nutricional é insignificante (ABREU, 2005). A ruptura do grupo sulfidrila de aminoácidos sulfúricos altera o aroma e o sabor em doses altas. A desnaturação da proteína pode ocorrer, mas é pequena. Proteínas globulares podem recombinar e são mais resistentes. As proteínas fibrosas têm uma forma mais aberta e podem ser alteradas com mais facilidade. O valor nutricional se mantém o mesmo (ABREU, 2005; FELLOWS, 2008). Das vitaminas hidrossolúveis a tiamina (B1) é a mais sensível à irradiação seguida da vitamina C, B6, B2, ácido fólico, B12 e por último o ácido nicotínico. Das vitaminas lipossolúveis a vitamina E é a mais sensível seguida do caroteno, A, K e por último a vitamina D (FELLOWS, 2008). Não há perdas importantes de sais minerais e elementos-traço (DIEHL,1995). Os hidroperóxidos quando quebrados geram cetonas, ácidos carboxílicos, aldeídos e álcoois dando uma cor amarela à carne e mudanças no aroma (MCCALL; FREI,1999). Equipamentos empregados nas indústrias de alimentos A escolha do irradiador ocorre pelo formato do produto, quantidade, composição química, dosagem da radiação, o sistema de segurança do trabalhador, regulamentação pelo governo do país para o uso e os custos de capital e operacionais (FAO, 1979). A fonte (bunker) é colocada em uma estrutura de concreto com 1,5 metros a 2,0 metros de espessura encapsulada com aço inox e portas chumbadas, guardada na água. As esteiras se movimentam automática ou manualmente. Há sala de irradiação, piscina de armazenamento, sistema transportador, console de controle e depósito para separar o material irradiado. Quando se trabalhar com elétrons utiliza-se a eletricidade (CURZIO; ALLIGNANI, 1996; DANTAS, 1999; FAO, 1999). Os irradiadores da categoria I têm baixa capacidade de processamento. São auto-blindados e guardados a seco (NABILGHOBRIL, 2008). Os alimentos são introduzidos no equipamento, já que a fonte é fixa (Figura 1). Figura 1. Irradiador de categoria I. Fonte: SNL, 2012. Pela Figura 2 é possível se conhecer o interior de fonte radioativa. Figura 2. Modelo de fonte radioativa. Fonte: IAEA, 2009a, p.23 O irradiador na categoria II (Figura 3) é panorâmico, guardado a seco e para o processo se retira a blindagem da fonte pelo tubo guia até a sala onde ocorrerá a irradiação (NABILGHOBRIL, 2008). Fonte: CENA, 2012a Figura 3. Irradiador de categoria II.

62 Os irradiadores da categoria III (Figura 4) são guardados em profundidades de quatro a sete metros na água, auto-blindados e aguentam uma tonelada (NABILGHOBRIL, 2008). Aplicação da radiação gama em alimentos A radiação gama tem sido utilizada em muitos países inclusive no Brasil (Quadro 3). Quadro 3. Alimentos autorizados para serem irradiados no Brasil. Fonte: NABILGHOBRIL, 2008, p.116 Figura 4. Irradiador de categoria III. Os irradiadores da categoria IV (Figura 5) são guardados na água com uma blindagem de concreto de dois metros, panorâmicos e com chiller, ou seja, eles resfriam na água (NABILGHOBRIL, 2008). Figura 5. Irradiador de categoria IV. Fonte: CENA, 2012b As etapas com o tempo de vida da fonte de radiação desde a produção, passando pela utilização até a disposiçãofinaleclausurasãoindicadasnafigura6. Fonte: IAEA, 2009b, p.22 Figura 6. Etapas do tempo de vida da fonte de radiação. Fonte: BRASIL, 1985; BRASIL, 1989 Alguns estudos tem demonstrado o efeito da radiação gama em alimentos. Um dos alimentos muito estudado sobre a utilização da radiação gama atualmente é o pescado. Sabe-se que a radiação gama pode oxidar lipídios, formar hidrogênio sulfurado e metilmercaptans em altas dosagens sendo indicada para o pescado magro (HUSS, 1988; MACHADO, 1991; ASHIE; SMITH; SIMPSON, 1996). A radiação gama consegue agir sobre insetos e helmintos em pescado e sobre o vírus da hepatite A em ostras (LOAHARANU,1997). Azevedo (2005) trabalhou com camarão cru com casca e verificou que não ocorreu alteração de ph, as bases voláteis totais aumentaram durante o tempo de estocagem e alteraram o aroma, mas mantiveram a aparência e a textura. As doses 1,75 kgy e 3,0 kgy tiveram os melhores resultados. Oliveira (2006) ao estudar carne de rã-touro gigante identificou a dose de 7 kgy como ideal por reduzir as bases nitrogenadas totais e manter o ph. Monteiro (2009) irradiou atuns e demonstrou que uma dose de 2,5 kgy manteve os atuns até 14 dias em estocagem, conseguiu reduzir as bases voláteis totais, manteve o ph e elevação lenta da histamina, cadaverina e amônia. Sireno (2004) irradiou camarões e verificou que as doses 1,5 kgy e 2,5 kgy são eficientes, mantendo o ph, aumentando as bases voláteis totais lentamente com o tempo e com boa aceitação quanto as características sabor, aparência, aroma e impressão geral, aumentando o tempo de

63 prateleira de 8 dias para dosagem 1,5 kgy e 14 dias para a dosagem 2,5 kgy. Velloso (2004) trabalhou com filé de tilápia tailandesa e verificou que a dosagem de 4,5 kgy foi eficiente sobre os aspectos físico-químicos e sensoriais. Silva (2004) também irradiou filé de tilápia tailandesa e observou que a dose de 4,5 kgy foi suficiente para diminuir micro-organismos aeróbios mesófilos e psicrotróficos, aumentando a vida de prateleira em até 8 dias. Abreu (2005) utilizou a radiação gama em filé de peixe-sapo (Figura 7) refrigerado e estocado a 0ºC com o objetivo de observar o efeito da radiação gama em doses de 3,0 kgy, 5,0 kgy e 7,0 kgy sobre bactérias heterotróficas aeróbias psicrotróficas, sua característica sensorial quanto aos atributos sabor e aroma e avaliar a preferência do consumidor quanto a cor das amostras cruas. Fonte: Autoria própria, 2012 Figura 7. Fluxograma simplificado geral do processo de produção e venda do filé de pescado. Os resultados estão descritos na Tabela 1. Tabela 1. Contagem total das bactérias heterotróficas aeróbias psicrotróficas em filé de peixe-sapo (controle e irradiado) armazenados até dezoito dias a temperatura de 0ºC segundo Abreu (2005). dosagem 5,0 kgy conseguiu manter o melhor sabor e aroma entre as três radiações feitas, sendo a ideal para este alimento. Quanto a cor as amostras controle, 3 kgy e 5,0 kgy obtiveram a mesma preferência e a amostra 7,0 kgy não teve muita aceitação pelo vermelhidão apresentado (Tabela 2). Tabela 2. Somatório do teste de preferência sensorial referente à cor de filé de peixe-sapo (controle e irradiado) segundo Abreu (2005). Fonte: ABREU, 2005, p.53 A radiação gama na dosagem de 5 kgy foi eficiente para o filé de peixe-sapo em condições de refrigeração a 0ºC por conseguir manter o produto até o décimo oitavo dia dentro dos padrões microbiológicos, com a preferência dos julgadores quanto ao sabor, aroma e cor. Rotulagem para a venda do produto irradiado A frase alimento tratado por processo de irradiação deve estar no rótulo com letras um terço superior do maior tamanho (IAEA, 1986; BRASIL, 2001). Se utilizado como ingrediente em produtos, deve estar listado entre parênteses após seu nome (IAEA, 1992; BRASIL, 2001). Se vendido a granel deve existir uma faixa ou cartaz com os dizeres produto tratado por irradiação e/ou o símbolo da irradiação (Figura 8), a radura, além de constar na nota fiscal. O alimento não deve ser re-irradiado, com exceção em alimentos com pequeno teor de água e em reinfestação (BRASIL, 2001). É necessário indicar o aparelho utilizado para irradiar, período do ano e a dosagem (IAEA, 1986). Fonte: ABREU, 2005, p.53 As amostras irradiadas tiveram baixa contagem microbiana no dia zero (0,1 log) e com o avanço do tempo Abreu (2005) percebeu que com altas doses de radiação menor era a carga microbiana. No décimo oitavo dia, as radiações gama 5 kgy e 7 kgy se mostraram eficientes, aumentando a durabilidade do produto. A radiação de 3 kgy conseguiu manter dentro dos padrões até o 14º dia. Embora a amostra controle tenha apresentado os atributos de sabor e aroma mais agradáveis que as irradiadas, a Fonte: MPR, 2012 Figura 8. Radura, o símbolo da irradiação. CONCLUSÕES

As vantagens do uso da irradiação de alimentos são várias, determinando melhoramentos na condução de alternativas de investimento com alto retorno e estimulando pesquisas na promoção de gêneros alimentícios mais seguros. O surgimento e adaptação da irradiação em alimentos possibilitou uma mudança importante na forma de conservá-los e tratá-los industrialmente. A adoção desta técnica em produtos alimentícios e conforme apresentado nos estudos com o pescado permitiu resultados positivos quanto à diminuição do nível de contaminação, demonstrando a sensibilidade dos microorganismos a esta tecnologia. Este tipo de pasteurização a frio consegue manter o produto com poucas alterações e associado a outras tecnologias suas vantagens podem ser potencializadas. A irradiação está estabelecida em lei, podendo ser usada em alimentos e seus produtos consumidos com segurança. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M.G. Caracterização sensorial e análise bacteriológica do peixe-sapo (Lophius gastrophysus) refrigerado em irradiado. 2005. 166f. Tese (Doutorado em Higiene e Processamento de Produtos de Origem Animal)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005. 64 Pesquisas em Energia Nuclear, São Paulo, 1996. BOARATTI, M.F.G. Análise de perigos e pontos críticos de controle para alimentos irradiados no Brasil. 2004. 112f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Nuclear Aplicações)- Instituto de Pesquisas em Energia Nuclear, São Paulo, 2004. BORSA, J.; LACROIX, M.; OUATTARA, B. et al. Radiosensitization: enhancing the radiation inactivation of foodborne bactéria. Radiation Physics and Chemistry, Oxford, v.71, p.135-139, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº21 de 26 de janeiro de 2001. Dispõe sobre o regulamento técnico para irradiação de alimentos. Diário Oficial da União. Brasília, 29 jan. 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº30 de 25 de setembro de 1989. Diário Oficial da União, de 28 de setembro de 1989. Brasília, 1989. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº9 de 08 de março de 1985. Diário Oficial da União, de 13 de março de 1985. Brasília, 1985. ABREU, M.G.; FREITAS, M.Q.; JESUS, E.F.O. et al. Caracterização sensorial e análise bacteriológica do peixesapo (Lophius gastrophysus) refrigerado em irradiado. Ciência Rural, v.38, n.12, p.498-503, mar./abr. 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto nº72.718 de 29 de agosto de 1973. Estabelece normas gerais sobre irradiação de alimentos. Diário Oficial da União. Brasília, 29 ago. 1973. ASHIE, I.N.A.; SMITH, J.P.; SIMPSON, B.K. Spoilage and shelf-life extension of fresh fish and shellfish. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.36, n.1/2, p.87-121, 1996. BRASIL. Decreto-Lei nº986, de 21 de outubro de 1969. Institui normas básicas sobre alimentos. Diário Oficial da União. Brasília, 1969. AZEVEDO, L.A. Análise físico-química e sensorial do camarão cru com casca Litopenaeus schmitti (Crustácea: Decapoda) irradiado. 2005. 56f. Monografia (Especialização em Irradiação de Alimentos)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005. BERNARDES, D.M.L. Avaliação de métodos de identificação de especiarias e vegetais desidratados submetidos à radiação gama. 1996. 90f. Tese (Doutorado em Tecnologia Nuclear Aplicações)- Instituto de CENA. Centro de Energia Nuclear na Agricultura. Irradiadores. Disponível em: <http://www.cena.usp.br/irradiacao/irrdiador.htm>. Acesso em: 10 set. 2012a. CENA. Centro de Energia Nuclear na Agricultura. Pesquisas. Disponível em: <http://www.cena.usp.br/irradiacao/pesquisascena.htm>. Acesso em: 10 set. 2012b. CHIRINOS, R.R.O.; VIZEU, D.; DESTRO, M.T. et al.

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