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Transcrição:

n Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 Assembleia Legislativa Tributários e Econômicos... 2 Sustação do Decreto 1.357/2013 PSA 01/2013... 2 Administração e Políticas Públicas... 3 Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Têxtil RQS 01/2013... 3 Divulgação de dados de crianças e adolescentes desaparecidos em embalagens PL 62/2013... 3 Congresso Nacional Tributários e Econômicos... 5 Desoneração da folha de pagamento de forma optativa PL 4783/2012... 5 Substituição tributária no recolhimento de PIS/COFINS PL 4596/2012... 6 Abatimento de parcela dedutível do valor devido pelo pagamento do Simples Nacional PLP 221/2012... 7 Legislação Trabalhista... 7 Cálculo da cota de pessoa com deficiência - PL 4820/2012... 7 Preenchimento de cotas de deficientes físicos por meio de bolsas de estudo - PL 4773/2012... 9 Ampliação da licença-maternidade - PL 4765/2012... 10 Remuneração do trabalho a distância ou no domicílio do empregado - PL 4793/2012... 10 Criminalização da ausência de recolhimento de FGTS - PL 4804/2012... 11 Meio Ambiente... 12 Proibição do uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais - PLS 439/2012... 12

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 Assembleia Legislativa Tributários e Econômicos Sustação do Decreto 1.357/2013 PSA 01/2013 Os deputados petistas Neodi Saretta, Jailson Lima, Ana Paula Lima, Padre Pedro Baldissera, Dirceu Dresch, Luciane Carminatti e Volnei Morastoni apresentaram Proposta de Sustação de Ato, com o objetivo de sustar os efeitos Decreto 1.357 de 28 de janeiro de 2013, que introduz modificações no Regulamento do ICMS/SC. O Decreto nº 1.357/2013 estabelece o recolhimento do ICMS relativo à diferença entre as alíquotas interna e interestadual, por ocasião da entrada no Estado de mercadorias provenientes de outra unidade da Federação e destinadas à industrialização ou comercialização, inclusive na hipótese de o contribuinte destinatário ser microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional. São excetuadas apenas as operações submetidas ao regime de substituição tributária, regidas em dispositivos próprios. A principal alegação dos autores é que o Decreto contraria o tratamento diferenciado estabelecido às micro e pequenas empresas pela Lei Complementar nº 123/2006, além de ferir o princípio da não-cumulatividade e da não bitributação. Por expressa previsão legal, as empresas optantes do Simples Nacional não podem compensar créditos. Assim, com a nova norma, os empresários do Simples acabarão por recolher o ICMS duas vezes pelo mesmo fato jurídico, uma pelo regime simplificado, juntamente com os demais tributos, e novamente através da cobrança antecipada. Afora a violação ao direito de regime tributário privilegiado das micro e pequenas empresas, autorizado pela Constituição Federal, cumpre registrar que o Decreto afronta inúmeros princípios legais, como o da anterioridade, que veda a vigência de normas que criem ou majorem tributos no mesmo exercício financeiro de sua publicação o Decreto foi publicado no dia 30.01.2013 e entrou em vigor no dia 1º.02.2013. O princípio da legalidade também restou violado, uma vez que a norma foi introduzida no ordenamento jurídico por meio de decreto, quando deveria ter sido implementada mediante Lei Complementar. A FIESC tem encaminhado sugestões de alteração às normas do Decreto à Secretaria da Fazenda, solicitando, inclusive a suspensão do mesmo, para que se possa discutir a matéria junto às entidades representativas dos contribuintes. 2

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 A matéria aguarda manifestação do deputado José Nei A. Ascari (PSD), relator na Comissão de Constituição e Justiça. Administração e Políticas Públicas Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Têxtil RQS 01/2013 O deputado Jean Kuhlmann (PSD) e outros apresentaram Requerimento de constituição da Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Têxtil. A Frente Parlamentar tem por objetivo acompanhar a situação do setor e propor medidas para solucionar os problemas que comprometem sua competitividade. Segundo dados da FIESC, as empresas têxteis e de confecções empregam no Estado cerca de 170 mil trabalhadores em seus 9,7 mil estabelecimentos. Fortemente exportadora, a indústria Têxtil e do Vestuário de Santa Catarina vendeu ao exterior, em 2012, US$ 172,7 milhões, sendo 5,1% do total exportado pelo Brasil. Apesar da boa participação das indústrias têxteis cataninenses na economia do Estado e do País, o segmento vem sendo afetado em face da entrada de produtos importados, cujos preços se apresentam mais atrativos aos consumidores, em razão de uma série de fatores, sobretudo tributários. Um dos principais desafios da Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Têxtil, dessa forma, será apresentar medidas de combate à concorrência desleal dos importados. O Requerimento foi aprovado e instituída a Frente Parlamentar de apoio ao Setor Têxtil, composta pelos seguintes deputados: Jean Kuhlmann (PSD), Angela Albino (PCdoB), Padre Pedro Baldissera (PT), Serafim Venzon (PSDB), Silvio Dreveck (PP), Carlos Chiodini (PMDB), Sargento Amauri Soares (PDT), Altair Guidi (PPS), Narcizo Parisotto (DEM). Divulgação de dados de crianças e adolescentes desaparecidos em embalagens PL 62/2013 Projeto do deputado estadual Nilson Gonçalves (PSDB) estabelece que toda embalagem utilizada no acondicionamento de alimentos, remédios e bebidas fabricados no Estado deverá conter fotografias de crianças e adolescentes desaparecidos, além de dados como nome, endereço e telefone para contato. 3

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 No caso de produtos vendidos a granel, a divulgação deverá ser feita em local visível do comércio. O descumprimento da Lei acarretará: notificação de advertência para sanar a irregularidade em 15 dias; multa de R$ 500,00 se persistir a irregularidade; multa em dobro no caso de reincidência; inabilitação para acesso a créditos estaduais, enquanto persistir a agressão. A proposta tem o fim meritório de auxiliar no encontro de crianças e adolescentes desaparecidos que, segundo informa o autor, somam aproximadamente 40 mil casos por ano. Desses, de 10% a 15% permanecem por longo período desaparecidos ou jamais são encontrados. Há que se observar, todavia, que a inserção de fotografias, além de dados como endereço e telefone, em embalagens de alimentos, bebidas e remédios é um procedimento de difícil execução ou mesmo impraticável, em especial para embalagens de remédios, por ser, a maioria delas, de tamanho bastante pequeno. Ressalte-se que há uma série de outras informações que já devem, obrigatoriamente, constar no rótulo de produtos, como informação nutricional; lista de ingredientes; conteúdo; identificação da origem; identificação do lote; prazo de validade; instruções sobre o preparo e uso, quando necessário; cuidados de conservação; número de registro no órgão competente; etc. No mais, o custo dessa obrigação deve ser considerado, em particular a impressão de fotografias e a possível necessidade de aumento das dimensões da embalagem, o que, provavelmente, será repassado aos consumidores, contrariando a atual política do governo federal de buscar medidas voltadas à manutenção dos preços para conter a inflação. Assim, diante da difícil operacionalização da medida e do custo que irá acarretar, cabe avaliar, ainda, se a inserção de dados de desaparecidos em embalagens é capaz de alcançar o resultado desejado. O projeto aguarda parecer do relator na Comissão de Constituição e Justiça, deputado Serafim Venzon (PSDB). ] 4

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 Congresso Nacional Tributários e Econômicos Desoneração da folha de pagamento de forma optativa PL 4783/2012 Projeto do deputado Guilherme Campos (PSD/SP) permite que todas as empresas interessadas possam contribuir com 2% sobre o valor da receita bruta, em substituição às contribuições patronais de 20% sobre a folha de pagamento. As empresas deverão efetuar a opção no recolhimento da primeira contribuição do ano, cuja validade será anual, não cabendo retificação. Para fins do cálculo de receita bruta, excluem-se as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. O Plano Brasil Maior, lançado em 2010 pelo Governo federal, substituiu a contribuição sobre a folha de salários por contribuição sobre o faturamento ou receita bruta para alguns setores da economia. De lá pra cá, vários segmentos foram acrescidos na substituição e passaram a contribuir obrigatoriamente sobre o faturamento. O objetivo do Plano, conforme anunciado, é atender à reivindicação antiga da classe patronal de desonerar a folha de pagamento dos empregados. Ocorre que, para muitas empresas, em especial as mais automatizadas, nas quais não se têm um contingente expressivo de trabalhadores, a nova forma do cálculo elevou a contribuição devida. Assim, ao contrário do que propõe o programa de desoneração da folha de pagamento, muitas empresas foram oneradas e não, desoneradas. Em razão disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio da FIESC, demais federações e associações empresariais, vem insistindo no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo para que a substituição da contribuição seja optativa, de modo a garantir uma efetiva redução do custo do contrato de trabalho, sem a contrapartida de aumento da contribuição recolhida. O projeto merece apoio, portanto, visto que a desoneração da folha só é positiva se a nova forma de contribuição à Previdência Social for facultativa, permitindo que a própria empresa avalie se a alteração lhe trará ou não vantagens. Registre-se que, na apreciação da Medida Provisória 582/2012, que incluiu novos setores na desoneração, o Congresso aprovou o texto final com a possibilidade de as empresas poderem optar no início de cada ano pela substituição da contribuição. No entanto, a Presidente da República, ao sancionar o texto, vetou o dispositivo. 5

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 O projeto será analisado pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), de Seguridade Social e Família (CSSF), de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Na CDEIC, foi designado relator o deputado Mário Feitoza (PMDB/CE). Substituição tributária no recolhimento de PIS/COFINS PL 4596/2012 O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) apresentou projeto de lei que atribui, ao segmento industrial, a incumbência de Substituto Tributário para recolhimento do PIS/COFINS em toda a cadeia produtiva e distributiva, tanto no regime cumulativo quanto no não cumulativo. As contribuições PIS e COFINS são devidas e recolhidas de forma não cumulativa ou cumulativa por contribuintes em toda a cadeia produtiva. O projeto pretende atribuir ao segmento industrial todo o recolhimento dessas contribuições, na forma de substituto tributário. Segundo o autor, a proposta é sugestão da MG Contécnica, Empresa de Consultoria & Contabilidade, sediada no Estado de São Paulo. O objetivo é reduzir o índice de sonegação entre os estabelecimentos comerciais. A substituição tributária, que é amplamente utilizada no recolhimento do ICMS, tem gerado muitos conflitos em razão da forma como se calcula o imposto devido. A base de cálculo, por exemplo, é presumida, correspondendo ao preço de venda da mercadoria ao consumidor, acrescido do valor do frete, do IPI, da margem de valor agregado (margem de lucro), e demais despesas. Essa presunção de valores gera distorção da realidade, levando a inúmeras demandas judiciais dos contribuintes contra o Fisco. Conflitos esses que também existem com relação à legislação de PIS e COFINS, em razão de sua complexidade e interpretação dúbia. O projeto, assim, ao aplicar a substituição tributária no recolhimento de PIS e COFINS, agravará a relação tributária já conturbada entre Fisco e contribuintes. Além disso, não se justifica o uso da substituição tributária de forma generalizada, com o intuito único de inibir a sonegação fiscal. O Fisco dispõe de mecanismos de fiscalização suficientes para tanto, mais ainda no atual momento, com a implantação da nota fiscal eletrônica, que permite o acompanhamento das operações comerciais em tempo real. O projeto, portanto, deve ser rechaçado, visto que inadmissível onerar mais uma vez o contribuinte em nome da facilidade de fiscalização que o instituto da substituição tributária confere à Administração Tributária no controle da arrecadação fiscal. 6

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 As Comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) apreciarão a matéria. Ainda não foi designado relator na CFT. Abatimento de parcela dedutível do valor devido pelo pagamento do Simples Nacional PLP 221/2012 Proposta do deputado Vaz de Lima (PSDB/SP) permite abater do valor devido mensalmente pela micro e pequena empresa, optante do Simples Nacional, parcela dedutível correspondente à respectiva faixa de renda do contribuinte, conforme novo anexo acrescentado à Lei do Simples. A Lei Complementar nº 123/2006 (Simples Nacional) definiu 20 faixas de renda, com alíquotas crescentes, para cada ramo de atividade exercido por Pessoa Jurídica. Assim, quanto maior a receita, maior será a alíquota aplicada para pagamento do Simples. Conforme sustenta o autor, ao elevar a sua receita bruta e ser tributada pela alíquota correspondente à nova faixa de renda, a pessoa jurídica contribui com o percentual majorado sobre todo o montante, mesmo que o acréscimo que a levou para a nova tributação seja ínfimo. O projeto pretende corrigir essa impropriedade da Lei, criando parcelas dedutíveis do valor devido mensalmente, agregando maior progressividade e mais justiça ao Regime do Simples Nacional. A proposição é, desse modo, conveniente para o setor industrial, visto que a progressividade da tributação considera os aspectos de equidade do sistema tributário. O projeto será examinado pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Aguarda designação de relatoria na CDEIC. Legislação Trabalhista Cálculo da cota de pessoa com deficiência - PL 4820/2012 O deputado Jorge Corte Real (PTB/PE) pretende excluir, do cálculo da cota de contratação de pessoas com deficiência, as atividades cujo exercício seja incompatível com a ocorrência de deficiências. 7

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 Permite ao empregador comunicar o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) quanto à inexistência de trabalhadores com deficiência habilitados interessados nas vagas ofertadas. O MTE, no prazo máximo de 30 dias, poderá autorizar o preenchimento da vaga por pessoa não deficiente. A Lei de Benefícios da Seguridade Social (Lei 8213/1991) determina, às empresas com mais de 100 empregados, contratar de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência habilitadas. É apropriado que se exclua, da base de cálculo do percentual, o número de empregados que desenvolvam atividades classificadas como de alto risco pelo Ministério do Trabalho. Em razão das diversas atividades executadas no processo de produção, algumas colocam em risco a saúde e a integridade física do trabalhador, sendo mais correto que os empregados alocados nessas áreas não sejam computados para fins do cálculo do percentual a ser preenchido. O projeto atende a uma das sugestões apresentadas pela CNI para aprimorar a Lei de Cotas. A Lei, no entanto, carece de outros aprimoramentos, haja vista a existência de uma série de fatores que obstaculizam a contratação legal imposta. De início, cabe estabelecer um mapeamento das pessoas com deficiência; ou seja, identificar o número de pessoas enquadradas nesse grupo aptas e dispostas a trabalhar, considerando a localização das empresas e o número de vagas oferecidas. A base de dados, hoje considerada, é o Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2000, que apresentou 14,5% da população brasileira como deficiente. Estudos demonstram, contudo, que o conceito utilizado para qualificar como portador de deficiência foi mais amplo, aumentando assim de maneira significativa o percentual desse grupo de pessoas. O Censo também desconsiderou a idade dessas pessoas, o tipo de deficiência e o número deles por região. Além disso, a Lei atual não exclui do número de empregados da empresa, para fins do cálculo do percentual, os trabalhadores temporários, contratados para suprir necessidade eventual da empresa. Mais apropriado que se considere somente os empregados efetivos, pois empresas com demandas cíclicas, por exemplo, que apresentam considerável aumento de funcionários no período de pico, teriam que contratar pessoas com deficiência em percentual muito maior ao que estariam obrigadas em períodos normais de funcionamento. Esses fatores deveriam ser analisados, desde já, pelo Ministério do Trabalho na fiscalização do cumprimento da Lei de Cotas. 8

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 Preenchimento de cotas de deficientes físicos por meio de bolsas de estudo - PL 4773/2012 O deputado Thiago Peixoto (PSD/GO) propõe que o preenchimento da cota de contratação de empregados com deficiência possa ser feito mediante a concessão de bolsas de estudos, com valor não inferior ao salário mínimo. Como requisitos, estabelece que o número de bolsistas não poderá ser superior a 50% do valor de vagas a serem preenchidas, e que o bolsista deverá ser contratado pela empresa após a conclusão do curso por um período mínimo de um ano. É notória a dificuldade que as empresas têm enfrentado no cumprimento da cota estabelecida. Isso, porque a oferta de vagas para essas pessoas apresenta-se muito maior que o número de beneficiários habilitados. A baixa escolaridade e qualificação da mão-de-obra de pessoas com deficiência é um dos obstáculos a ser superado para a viabilidade da reserva legal imposta. A própria formação escolar da pessoa com deficiência é deficitária, pois as escolas públicas encontram-se despreparadas, desde a adaptação física até a contratação de professores especializados. Possibilitar no cômputo do percentual as bolsas de estudo concedidas para qualificação de pessoas com deficiência pode ser uma forma habilitar as pessoas destinatárias das cotas, ao tempo em que regulariza a situação das empresas que não encontraram candidatos qualificados ou interessados em preencher a vaga ofertada. Não se pode admitir, no entanto, a omissão do Estado em seu dever de educar. Nos termos do art. 205, da Constituição Federal, A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (grifamos). Não pode, assim, o Estado transferir totalmente a responsabilidade de qualificação de pessoas com deficiência à classe empresarial, que já suporta elevada carga tributária, para que o Estado possa cumprir suas metas orçamentárias. Outras impropriedades da Lei de Cotas devem ser observadas, conforme exposto no comentário ao projeto anterior, acrescentando-se àquelas a necessidade de o percentual de cotas ser exigido de forma gradativa, acompanhando, assim, o processo de capacitação dos beneficiários. A matéria será apreciada pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), de 9

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 Seguridade Social e Família (CSSF) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Aguarda parecer da deputada Rosinha da Adefal (PTdoB/AL), relatora na CDEIC. Ampliação da licença-maternidade - PL 4765/2012 Projeto do deputado catarinense, Pedro Uczai (PT), amplia a licença-maternidade para 180 dias, prevendo, como fonte de financiamento, o remanejo do orçamento do Ministério da Saúde. Atualmente, a licença-maternidade, que é de 120 dias, pode ser ampliada para 180 dias quando da adesão da empresa ao Programa Empresa Cidadã (Lei 11.770/2008). O Programa estimula as empresas a prorrogar a licença mediante a dedução, no imposto devido pela pessoa jurídica, da remuneração paga à empregada nos 60 dias de prorrogação. Essa forma atual de possibilidade de ampliação da licença-maternidade beneficia a empregada e o recém-nascido e não impõe maiores prejuízos às empresas, uma vez que essas têm a faculdade de aderir ou não ao Programa, respeitando, assim, sua avaliação sobre a capacidade de dispor da mão-de-obra, em troca da dedução dos valores pagos à trabalhadora sem a contrapartida do trabalho prestado. O Programa foi estruturado de forma facultativa, por reconhecer que algumas empresas não poderiam conceder mais 60 dias de licença-maternidade a suas empregadas, sob o risco de prejudicar o seu funcionamento normal. O projeto, por outro lado, além de tornar impositiva a licença-maternidade de 180 dias, independentemente da capacidade da empresa de dispor ou não da mão-de-obra, não concede qualquer incentivo fiscal; motivo pelo qual a ampliação da licença estabelecida nos moldes do Programa Empresa Cidadã (Lei 11.770/2008) deve prevalecer. O projeto tramita em conjunto com outros de teor semelhante. A matéria já foi aprovada no Senado e aguarda apreciação do parecer contrário do relator, deputado Laercio Oliveira (PR/SE), na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados. Remuneração do trabalho a distância ou no domicílio do empregado - PL 4793/2012 Projeto do deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT) estipula que as regras para a remuneração do trabalho exercido a distância ou no domicílio do empregado serão definidas em contrato individual de trabalho, convenção ou acordo coletivo. 10

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê que não se distingue o trabalho realizado no estabelecimento do empregador do executado no domicílio do empregado, desde que caracterizada a relação de emprego (art. 6º). Recentemente, a Lei nº 12.551/2011 alterou o dispositivo, para incluir na vedação o trabalho realizado a distância e acrescentou que, para fins de caracterização da relação empregatícia, os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho. Na prática, os tribunais têm proferido decisões não uniformes em relação à comprovação do vínculo empregatício, assim como do controle da jornada, da realização de horas extras e do trabalho noturno, gerando insegurança jurídica a essa modalidade de contrato de trabalho. A intenção do projeto é justamente suprir a falta de previsão de critérios objetivos da lei, mediante fixação das regras em contrato individual de trabalho, convenção ou acordo coletivo, o que permite ajustá-las, de acordo com os interesses das partes, e considerar a peculiaridade de cada atividade. O projeto aguarda parecer da relatora, deputada Gorete Pereira (PR/CE), na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP). Também será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Criminalização da ausência de recolhimento de FGTS - PL 4804/2012 O deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE) pretende tipificar como crime de apropriação indébita a conduta de não recolhimento das contribuições à conta vinculada de FGTS do trabalhador, e aumenta o percentual das multas previstas para o recolhimento do depósito fundiário fora do prazo legal. A Lei que dispõe sobre o FGTS (Lei 8036/1990) estabelece a obrigatoriedade de os empregadores depositarem, até o dia 07 de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador (art. 15). O empregador que não realizar os depósitos, no prazo fixado, responde pela incidência da Taxa Referencial (TR) sobre a importância correspondente, por dia de atraso, acrescido de juros de mora de 0,5% ao mês e multa, sujeitando-se, ainda, a outras 11

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 sanções previstas em lei (art. 22). A multa será de 5%, no mês de vencimento da obrigação, e de 10%, a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação. São esses percentuais (de 5% e 10%) que o autor propõe elevá-los para 50% e 100%, respectivamente. Em complementação à Lei, o Decreto regulamentador (Decreto 99.684/1990) determina que o empregador em mora para com o FGTS não poderá pagar honorário, gratificação, pro labore, ou qualquer tipo de retribuição ou retirada a seus diretores, sócios, gerentes ou titulares de firma individual; bem como distribuir quaisquer lucros, bonificações, dividendos ou interesses a seus sócios, titulares, acionistas, ou membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos (art. 50). A não observância dessa vedação sujeita os ocupantes dos cargos mencionados à pena de detenção de um mês a um ano. O Decreto estabelece, ainda, que o empregador em mora contumaz com o FGTS (03 meses ou mais) não poderá receber qualquer benefício de natureza fiscal, tributária ou financeira, por parte de órgão da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou de órgãos que estes participem (art. 51). Já o Código Penal brasileiro tipifica como crime a Frustração de direito assegurado por lei trabalhista, quando se frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho. A pena fixada é de 1 ano a 2 anos de detenção e multa, além da pena correspondente à violência (art. 203). Como se vê, a legislação vigente já protege amplamente o direito do trabalhador aos depósitos, efetuados pelo empregador, na conta vinculada do FGTS. Desnecessário, portanto, a elevação dos percentuais de multa, menos ainda, a instituição de crime específico para punir conduta já abrangida, tanto por dispositivo penal como pelo Decreto regulamentador da Lei do FGTS. A proposta será examinada pelas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Na CTASP, a deputada Flávia Morais (PDT/GO) foi designada para relatar a matéria. Meio Ambiente Proibição do uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais - PLS 439/2012 A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa apresentou projeto de lei que proíbe a utilização de sacolas plásticas pelos estabelecimentos comerciais, para acondicionar e entregar os produtos e mercadorias aos clientes. 12

Ano 4 DELEG 03 11.04.2013 No prazo de cinco anos, as sacolas plásticas deverão ser substituídas por sacolas reutilizáveis, confeccionadas em material reciclável e resistente ao uso continuado. O descumprimento dessa regra sujeita o infrator às sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais. O combate ao uso de sacolas plásticas é tema já bastante debatido em âmbito federal, estadual e municipal. Alguns Estados já possuem legislação nesse sentido, como é o caso do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Aracajú. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina, seguindo o exemplo de outros Estados, também discute projetos que vedam o uso de sacolas plásticas por estabelecimento comerciais. A competência do Estado para legislar sobre o tema, no entanto, está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal, através da ADI 4459. O adequado é que a matéria seja tratada em âmbito nacional e de forma coordenada, para que se obtenha um resultado homogêneo e efetivo em benefício da coletividade. A proibição do uso da sacola plástica não deve, por outro lado, ser medida imposta tão somente voltada ao atendimento de um apelo ecológico sem embasamento na eficácia de seus efeitos para a preservação do meio ambiente. Também não se devem ignorar os custos que a medida acarretará para estabelecimentos e consumidores, devendo-se estudar alternativas viáveis para a substituição e conceder prazos razoáveis para adequação. Vale registrar que a restrição ao uso de sacolas plásticas já levou à apresentação de projeto de lei que veda o uso de caixas de papelão para embalar compras (PL 3185/2012). A justificativa apresentada pelo autor da proposta, deputado Salvador Zimbaldi (PDT/SP), teve por base a preocupação com a saúde pública, em razão da quantidade de bactérias que as caixas de papelão reaproveidas podem conter. Isso demostra que, não obstante todos os protestos contra o uso da sacola plástica, essa continua sendo o meio mais adequado para transportar os produtos adquiridos, ao lado das sacolas retornáveis/reutilizáveis. O projeto aguarda designação de relatoria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Também será apreciado pelas Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). 13