A telenovela na grande imprensa nacional: um estudo exploratório da Folha de S. Paulo e da Veja



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Transcrição:

A telenovela na grande imprensa nacional: um estudo exploratório da Folha de S. Paulo e da Veja Fábia Angélica Dejavite 1 1.0 - INTRODUÇÃO A televisão constitui-se em um dos principais meios de comunicação, desde que surgiu nos anos 40 nos Estados Unidos. De lá para cá, a TV se expandiu e conquistou espaços, inserindo-se em diversas culturas. Na televisão brasileira, a telenovela a partir de seu surgimento em 1950 destacase como um dos programas mais populares. Conforme pesquisa recente realizada pelo Eurodata (Instituto de pesquisa de Opinião, localizado em Londres, Inglaterra), enquanto no mundo os programas mais assistidos em 1997 foram os esportivos e os de variedades, no Brasil, o programa televisivo de maior audiência foi a novela 2. Tal fato demonstra a importância do gênero na sociedade brasileira. Para Artur da Távola, a telenovela transformou-se no principal produto utilizado pelas televisões abertas na guerra contra as televisões por assinatura. De começos a meados da década de noventa, a competição aumentou devido à existência disseminada 9e crescente) de canais via cabo e antenas parabólicas a despejar filmes, shows internacionais e noticiários, o que deixa para a telenovela uma especificidade que só os canais brasileiros conseguem. 3 A expansão da televisão brasileira no território nacional nos ano 70 e 80, ajudou a telenovela a se impor no gosto da audiência. Aliado a esses fatores surge a imprensa 1 Mestre em Ciências da Comunicação pela UMESP-SP e Professora da Universidade Santa Cecília, Santos-SP. 2 Suplemento TV Folha, jornal Folha de S. Paulo, 26 de abr. 1998. 3 TÁVOLA, Artur. A telenovela brasileira: história, análise e conteúdo. São Paulo: Globo, 1996. P. 102.

especializada em televisão no Brasil. Segundo José Marques de Melo e Ofélia Torres Morales, isso se deve pelo fato da crescente espetacularização das feições do jornalismo. No caso brasileiro, verificou-se a emergência de um novo mercado informativo, composto principalmente por revistas semanais dedicadas a retratar o universo das vedetes da televisão (...) Se, por um lado, essa prática jornalística continua a tradição das publicações outrora voltadas para os olimpianos do rádio ou do cinema, por outro lado, ela significou a introdução de uma variável inusitada. Trata-se da reportagem sobre os personagens das telenovelas como se eles compusessem um panorama verossímel, retirandolhes toda a configuração ficcional que lhes é peculiar. 4 Michèle e Armand Mattelart, na obra O Carnaval das Imagens, compartilham com Melo e Morales. Quanto à imprensa, o discurso sobre novela no Brasil não se resume aos das revistas especializadas. Em toda a imprensa diária, semanal ou mensal, abrangendo todos os gêneros e públicos, se fala das novelas. Elas recebem sempre farta cobertura da imprensa: entrevistas com autores, intérpretes, diretores, produtores ou telespectadores, mesas-redondas sobre o alcance dos temas abordados, críticas humorísticas, fofocas das colunas sociais e da imprensa feminina, etc. 5 Melo e Morales afirmam ainda que a proliferação da cobertura jornalística sobre telenovela no Brasil, deve-se...a ancoragem das telenovelas em temas do cotidiano, de tal forma sintonizadas com os acontecimentos do dia-a-dia, causando nos telespectadores a sensação de que os capítulos das telenovelas muitas vezes retratam os fatos correntes com maior fidelidade que os telejornais. 6 Além desses estudiosos verifica-se que a relação entre os gêneros ficcionais televisivos e gêneros de natureza não- ficcional foram preocupações de outros pesquisadores: Trinta (1993); Trigueiro (1995) e Dejavite (1997). 4 MARQUES DE MELO, José e MORALES, Ofélia Torres. A legitimação da telenovela pela mídia impressa no Brasil. In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Aracaju (SE), 1995, p.04. Paper apresentado no Grupo de Trabalho de Ficção Audiovisual Seriada. 5 MATTELART, Michèle & Armand. O carnaval das imagens: a ficção na TV. São Paulo: Brasiliense, 1987. P.111. 6 MARQUES DE MELO, José e MORALES, Ofélia Torres, op. cit.

mundo? 7 Na verdade, para o autor, essa abordagem articula-se, principalmente, dentro de Neste contexto, este artigo pretende discutir como a telenovela brasileira é retratada enquanto fato jornalístico na mídia impressa nacional. Este trabalho decorre de outros realizados anteriormente nos anos de 1996 e 1997. A teoria que se toma para esta investigação é o newsmaking (produção de notícias). Segundo Mauro Wolf, o newsmaking tem por objetivo analisar o andamento da cobertura informativa, isto é, investiga qual é a imagem que os meios de comunicação divulgam do dois limites: a cultura profissional dos jornalistas e a organização do trabalho e dos processos produtivos. As conexões e as relações existentes entre dois aspectos, constituem o ponto centro deste tipo de pesquisa 8. Dentro desta perspectiva, faz notícia aquilo que, depois de tornado pertinente pela cultura profissional dos jornalistas, é susceptível de ser <<trabalhado>> pelo órgão informativo sem demasiadas alterações e subversões do ciclo produtivo normal 9. Sobre essa teoria destacam-se as pesquisas dos LANG (1953) sobre a cobertura televisiva do regresso do general MacArthur a Chicago; de Tuchuman (1978) e Gans (1979) a respeito da análise da produção e rotinas profissionais. Recentemente, as pesquisas de newsmaking tem ganhado força nas pesquisas de communication research, destacando os estudos de Elliot (1986) e Berkwowitz (1992), que estudam a organização da mídia e as ocupações dos profissionais. Tem-se ainda os trabalho de López (1995), a respeito da produção e organização dos meios na Espanha; González (1993) e Murdok (1988) sobre a produção de telenovelas. No Brasil, destacam-se trabalho de Travancas (1992) com um estudo sobre o dia-a-dia do jornalista. Diante disso, este estudo visa desenvolver algumas inferências sobre a produção da cobertura jornalística de telenovela, investigando como os dois veículos impressos brasileiros de maior circulação o jornal Folha de S. Paulo e a revista Veja - noticiam a mesma. Assim, o objetivo principal é identificar quais os assuntos/acontecimentos que 7 WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. 4 ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 1995. P.169. 8 Ibidem. 9 Idem, p. 171.

transformam a telenovela em fato jornalístico. 2. 0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este artigo adota a pesquisa exploratória, que tem...como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemas mais preciosos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. 10 Nesse tipo de pesquisa usa-se como técnica o levantamento bibliográfico e o documental. Recorreu-se ao primeiro para aprofundar os assuntos sobre telenovela e jornalismo, bem como a inter-relação entre ambos. Já o levantamento documental foi utilizado com a intenção de concretizar o objeto analisado, que se deu no jornal Folha de S. Paulo e na revista semanal Veja. A escolha desse corpus de pesquisa deve-se a constatação que esses veículos são os de maior tiragem da imprensa nacional, sendo líderes em seus respectivos segmentos. 11 Em relação ao jornal Folha de S. Paulo, as partes analisadas são: o suplemento de televisão TV Folha e o Caderno Ilustrada. Na revista Veja investigou-se as editorias de Geral (seção Gente) e Artes e Espetáculos (seção Televisão). O período de análise corresponde ao mês de abril de 1998. Neste intervalo, pode-se observar estréia de novela como Era Uma Vez (Rede Globo). Outras ainda estavam em fase de lançamento: Serra Azuis (Rede Bandeirantes), Estrela de Fogo e Torre de Babel ( Rede Globo). E uma encontrava-se nos capítulos finais, Por Amor (Rede Globo). O documento de análise inclui a presença de todos os gêneros jornalísticos (opinativo e informativo), que se reportam à telenovela. A classificação de gêneros jornalísticos tomada neste estudo segue os conceitos de José Marques de Melo 12. O fato do período estudado ser considerado curto, permite a realização de um censo 10 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. P. 44. 11 Segundo dados fornecidos pelos departamentos de circulação de ambos os veículos, encontrou-se os seguintes números: a Revista Veja possui tiragem de 1.301.378 exemplares, incluindo assinaturas e venda em banca. Já o jornal Folha de S. Paulo tem tiragem diferenciada em todos os dias da semana, sendo o dia de maior tiragem o Domingo, no qual o veículo atinge 826.094 exemplares. 12 MARQUES DE MELO, José. A opinião no jornalismo brasileiro. 2 ª ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

sobre as matérias referentes à telenovela em ambos veículos. É importante ressaltar que esta pesquisa tem como preocupação a abordagem qualitativa, isto é, o método indutivo como balizamento para análise do objeto. 3.0 -DESCRIÇÃO DO CORPUS DA PESQUISA 3.1 - FOLHA DE S. PAULO O jornal Folha de S. Paulo surgiu com a consolidação da fase industrial da imprensa paulista, que aconteceu após a Primeira Guerra Mundial, nos anos 20. Sua história segue o percurso dos meios de comunicação mundial, enfatizando a prestação de serviços e de informação geral. O período de reorganização interna para uma visão mais empresarial começou nos anos 60, com a modernização do parque gráfico: impressão off-set e implementação das cores. A fase da ditadura militar foi um momento de expansão da empresa. 13 A imagem de instituição moderna veio através da implantação do Projeto Folha, iniciado em meados dos anos 80, mais precisamente, no intervalo de 1983 a 1985. Esse projeto continua sendo discutido e avaliado até hoje. 14 Em 1996, para acompanhar as mudanças tecnológicas que estão ocorrendo no limiar do século com a chegada de novas mídias, o jornal viu-se obrigado a passar por uma nova reformulação. Em três de março desse ano, inaugurou um novo projeto gráfico, começado com o funcionamento do Centro Tecnológico Gráfico Folha, em Tamboré, cidade da grande São Paulo, em dezembro de 1995. Essa reformulação foi inspirada na experiência do USA Today, jornal norteamericano, que tem a filosofia de que cada vez mais o leitor tem menos tempo e paciência para se dedicar à leitura; por isso, apresenta textos concisos e tipos grandes para facilitar a vida de quem lê o veículo. Atualmente, o jornal Folha de S. Paulo apresenta-se como líder em circulação. 13 SCARDUELI, Paulo. Folha muda cara para consolidar liderança. In: LOPES, Dirceu F; SOBRINHO, José Coelho; PROENÇA, José Luiz. A evolução do jornalismo em São Paulo. São Paulo: ECA/USP Edicon, 1996. P. 177. 14 Idem, p. 179.

Dentre os cadernos e suplementos oferecidos por esse veículo, os que se dedicam a cobertura da produção televisiva são: a Ilustrada (caderno diário) e o TV Folha (suplemento dominical). Enquanto o Caderno Ilustrada abre espaço aos outros segmentos culturais (teatro, cinema, livros, espetáculos), o TV Folha, direciona-se apenas à cobertura do assunto televisão. 3.2 - A REVISTA VEJA O outro veículo escolhido para a compilação dos dados da pesquisa foi a revista Veja, que também se destaca como líder em circulação no seu ramo de atividade. A primeira edição da revista foi para as bancas em setembro de 1968, três meses antes do AI-5. Quando surgiu sofreu fortes influências das americanas Time e Newseweek. Começou com tiragem de 700 mil exemplares, mas apesar da campanha volumosa feita na época de seu lançamento; não se sustentou no mercado, sofrendo uma crise econômica superada somente três anos após. 15 Dentre as várias editorias que apresenta atualmente, analisa-se neste artigo duas delas: Geral e Artes e Espetáculos. Na primeira investiga-se a seção Gente, e na segunda, a seção televisão. A seção Gente caracteriza-se por apresentar várias notas sobre pessoas famosas que se destacam no mundo do show business; e a seção Televisão traz matérias sobre este meio, além de uma coluna, assinada por Eugênio Bucci, chamada Tempo de TV, com crítica às produções das redes de televisão brasileiras. 4. 0 -RESULTADOS O primeiro dado observado é que a telenovela se apresenta como fato jornalístico na maior parte do material analisado, provavelmente por ser o gênero de maior audiência da televisão brasileira. Sua ausência do noticiário dá-se quando outras mídias ou produtos televisivos sobressaltam na hierarquia dos acontecimentos, caso exemplificado na cobertura

da premiação dos filmes concorrentes ao Oscar, verificado na revista Veja, de primeiro de abril. Assim, verifica-se que a telenovela se configura em fato jornalístico. Diante do material analisado pode-se classificar a cobertura da mesma em tipologias. A saber: 1 FINALIZAÇÃO: esta tipologia diz respeito às matérias referentes às novelas que se encontram em desfecho. 2- LANÇAMENTO: matérias que tratam de novas novelas que estarão no ar nos meses vindouros. 3 DESENROLAR DA TRAMA estão classificadas nesta tipologia as matérias que dizem respeito ao desenvolvimento da história, bem como, as repercussões de assuntos da novela que geram polêmicas entre os telespectadores. Como a troca dos bebês, na novela Por Amor (Rede Globo). 4 PRODUÇÃO e TÉCNICA: todas as matérias referentes aos assuntos necessários à produção, incluindo custos artísticos e financeiros, atrasos nas gravações, dentre outros enfoques. 5 RECEPÇÃO: essa categoria refere-se aos picos de audiência alcançados pelo desenvolvimento da trama das novelas. 6 ELENCO matérias que remetem a informações dos atores e atrizes participantes das novelas que estão sendo veículadas ou em fase de produção. Elas noticiam desde a vida particular dos atores, mudança para outra emissora, até demissão do elenco. 7 PRODUTO TELENOVELA estão englobadas nesta categoria desde anúncio de reprise ( no Vale a Pena Ver de Novo, da Rede Globo), pesquisas sobre telenovelas, investimentos das redes no gênero, prêmios recebidos pelas tramas e/ou ator-atriz, exportação do gênero, divulgação dos resumos dos capítulos da principal novela de cada rede de televisão. 8 PERSONGEM: matérias sobre a vida das personagens e seus sucessos perante o público. 9 CRIAÇÃO: esta categoria refere-se às matérias sobre os autores. 15 Idem, p. 31.

10 CRÍTICA: vai desde a análise crítica de especialistas no tema, até mesmo, as cartas enviadas pelo fã/leitor/telespectador. 11 OUTROS: engloba as matérias que apresentam como foco narrativo principal assuntos de outros produtos televisivos, porém, trazendo a telenovela como seu foco secundário. Diante do levantamento das categorias pode-se afirmar que os focos narrativos jornalísticos procuram englobar todos os assuntos/acontecimentos que, de alguma maneira, relacionam direta e/ou indiretamente com a telenovela. Observa-se que a categoria predominante é a que se refere ao elenco. A explicação desse dado deve-se, talvez, ao poder da mídia de legitimar e retroalimentar o fascínio do fã/leitor/telespectador pelo mundo dos artistas. Tal ponto pode ser constatado também no trabalho correlato de Marques de Melo e Morales (1995). Tal pesquisa observou o grande destaque proporcionado pelos jornalistas aos atores e atrizes das tramas na cobertura sobre telenovela. Outra categoria que está sempre presente nas matérias é a Produção e Técnica, explicada por Dominique Wolton como um reflexo da ideologia da televisão, que se divide entre a técnica e a política. O autor considera a primeira delas como sendo a...base da televisão, diretamente ligada às fantásticas possibilidades oferecidas por um instrumento que suplanta o domínio já prestigioso do rádio 16. Wolton acrescenta ainda que, o discurso técnico tem, em geral, a vantagem de simplificar os problemas sociais, sobretudo no domínio muito incerto da comunicação, ao falar essencialmente de novos serviços o que faz supor que eles têm a respostas para uma demanda, como se não criassem de fato uma situação nova, mas preenchessem lacunas de uma situação antiga, que já estava lá. 17 O aparecimento das categorias Finalização, Lançamento e Desenrolar da Trama dáse pelo fato da telenovela caracterizar-se como uma história televisionada, de origem na literatura, nos folhetins, do século XIX. Por isso, seu formato centra-se no desenrolar de uma trama com duração, hoje, em torno de seis meses, e capítulos diários, com exceção dos 16 WOLTON, Dominique. Elogio do grande público: uma teoria crítica da televisão. São Paulo: Ática,1996. P. 82. 17 Idem, p.83.

domingos. A constatação da categoria Recepção, ressalta a telenovela como um o programa de maior audiência da televisão brasileira. Tal categoria remete a constatação de alguns teóricos de identificar a telenovela como o produto-arma na competitividade entre as redes de televisão aberta e por assinatura. Sabe-se, ainda, que foi o próprio sucesso com a audiência em 1963 que fez com que a emissora passasse a exibir diariamente o infortúnio da detenta Laura que trabalhava como telefonista do presídio e atende a uma ligação de Larry, um advogado que discou por engano para o número 2-5499 e se apaixonou por aquela voz misteriosa sem saber da verdadeira condição da atendente 18. A partir daí, 2-5499 Ocupado, TV Excelsior, foi considerada a primeira telenovela diária brasileira. A guerra pela audiência na televisão brasileira nunca esteve tão acirrada, como nos últimos anos, com a chegada das televisões a cabo e da internet. Até mesmo a Rede Globo, líder absoluta do horário nobre, que já atingiu índices de 100% de audiência com algumas de suas novelas ( Selva de Pedra e Roque Santeiro, por exemplo), tem sofrido fortes oscilações nos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística - IBOPE. Recentemente, essa guerra ficou explícita, quando a Rede Record com o programa Ratinho Livre, um dos atuais fenômenos do meio, conseguiu superar a audiência da Globo no horário de sua hegemonia. Assustada, a emissora dos Marinhos, reagiu e provou que a telenovela é uma de suas grandes armas na conquista do telespectador. Utilizando a vilania da personagem Laura, da novela Por Amor, a Globo conseguiu atingir 52% da audiência de acordo com o IBOPE. 19 Tal justificativa pode ser estendida ao surgimento da categoria Personagem. Com isso, verifica-se uma segunda vertente na busca da conquista do fã/leitor/telespectador. Além da sedução por parte da imagem dos artistas, há também o fascínio pela vida das personagens ( o mtio). Marques de Melo e Morales avaliaram que, no discurso da mídia impressa sobre telenovela, identifica-se...linhas de ação na sua narrativa que permitem 18 FALGETANO, Edylita; TEIXEIRA, Mônica. A indústria da novela. Tela Viva, São Paulo, n.63, p.20, out. 1997. 19 LAURA de Por Amor ofusca Jornal do SBT. Folha de S. Paulo., São Paulo, 29 abr. 1998. Caderno Ilustrada, p. 04.

prever tanto os valores-notícia quanto os valores-ficção que são delinhados. 20 A categoria Produto revela que a própria telenovela como programa televisivo também sobressai como resultado jornalístico. As matérias dessa categoria legitimam a telenovela enquanto produto da indústria cultural. É importante ressaltar que a telenovela é uma mania nacional que gera polêmica, impõe moda e gira milhões de reais através dos subprodutos da teledramaturgia: os merchandising e as trilhas sonoras.... a primeira novela a gerar um subproduto foi O Direito de Nascer, exibida entre 1964 e 1965. Ela foi romanceada em capítulos que passaram a ser vendidos nas bancas de revistas. 21 A categoria Criação, exalta outra característica da telenovela, agora como um produto artístico, quase literário. Acredita-se que esse foco narrativo representa, talvez, o reconhecimento da importância da autenticidade, do desenvolvimento da trama e, conseqüentemente, da valorização das personagens pela mídia, na tentativa de melhor abastecer os leitores. Artur da Távoloa vai além, considerando o público co-autor das tramas novelescas. Segundo ele,...o leitor é tão importante quanto o autor. Há a fetichização ao contrário: a do receptor, seja ele leitor, telespectador ou ouvinte (...) É uma relação na qual o pólo receptor influencia a autoria, pois a condiciona. E no caso da telenovela, a obra é cada capítulo diário. 22 Essa categoria vem complementar a tipologia comentada anteriormente, que destaca o trabalho do marketing na indução do consumo do produto telenovela e de seus subprodutos. Essa complementarização evidencia...a criatividade do autor, que transporta para a tela as angústias, os desejos e os sonhos do telespectador. 23 Além disso, segundo matéria publicada na revista norte-americana Time, em junho de 1997, as novelas deveriam ser usadas para todos os tipos de sonhos sonhos de amor, sim, mas também sonhos de países em desenvolvimento. 24 A reportagem ressalta algumas das questões sociais levantadas pela novela O Rei do Gado, veiculada 1996 e 1997, na 20 MARQUES DE MELO, José e MORALES, Ofélia T., op. cit., p.17. 21 FALGETANO, Edylita e TEIXEIRA, Mônica, op. cit. 22 TÁVOLA, Artur da, op. cit., p. 40. 23 FALGETANO, Edylita e TEIXEIRA, Mônica, op. cit., p.23. 24 EPSTEIN, Jack; PADGETT, Tim. Breaking. Time Latin American Edition. New York, P.36-40, Jun. 1997.

Rede Globo. Tal produto evidenciou algumas causas sociais pouco discutidas pela imprensa brasileira na época, como o Movimento dos Sem-Terra. Na verdade, a reportagem da revista Time destaca o carácter social que a telenovela pode desenvolver nos países em desenvolvimento, colocando temas como Aids, questão agrária, ecoturismo, além dos já conhecidos das tramas novelescas: amor, ódio, traição, sexo, dentro outros, na agenda do público. A mesma novela, O Rei do Gado, também se repercutiu em uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), que estudou como a telenovela das oito influencia a vida dos brasileiros. Um dos dados mais importantes revelou que a novela constrói a agenda para as discussões domésticas. Não dita comportamentos nem opiniões mas, a partir de suas cenas e diálogos, leva os telespectadores a refletir e tomar partido. A novela não convence uma menina-espectadora a perder a virgindade apenas porque sua protagonista tomou essa decisão mas tem força para colocar essa questão em sua cabeça. 25 E, por último, a categoria Outros demonstra o poder da telenovela enquanto produto gerador da cobertura jornalística e também de polêmicas no cotidiano dos telespectadores. Nela verifica-se que, apesar de não se configurar como o foco principal das matérias, os assuntos sobre telenovela colocam-se em pauta mesmo de forma secundária. Como pode ser observado na matéria que se refere a série brasileira Mulher, da Rede Globo....Assim, a personagem de Regina Braga em Por Amor vive falando sobre o prazer de gostar do próprio corpo (...) Torre de Babel, mostrará, de forma velada, um relacionamento homossexual entre duas mulheres, interpretadas por Silvia Pfeifer e Christiane Torloni... 26 5. 0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar este trabalho a preocupação era saber como jornalismo e telenovela se intersectavam no noticiário dito nacional, isto é, nos dois veículos impressos de maior circulação do país. 25 SANCHES, Neuza; LIMA, João Gabriel de. Entre a tela e a vida real. Veja, São Paulo, p.53-54, fev. 1997. 26 PLANTÃO Feminino. Veja, São Paulo, ano 31, no.16, p.125, 22 abr. 1998.

Os dados dessa análise exploratória da mídia impressa brasileira confirmam que a discussão apresentada acima não se esgosta em si. Na verdade, deixa mais efevercente o assunto, revelando o poder de sedução da telenovela no processo jornalístico, que faz deste seu espelho. Em primeiro lugar, verifica-se que a telenovela se configura enquanto fato jornalístico, justificado através do material coletado, e expresso também em algumas das categorias: Produto e Outros; bem como no estudo correlato de Marques de Melo e Morales. Em segundo lugar, observa-se que as categorias dos assuntos/acontecimentos estão diretamente relacionados com os temas das novelas, evidenciando seu sucesso com os telespectadores, dado esse expresso significativamente na categoria Recepção. Neste sentido, o surgimento da categoria Produção e Técnica revela ainda que a imprensa reforça os aspectos técnicos da televisão. Esse ponto denuncia uma distorção da cobertura jornalística sobre o assunto, que ao invés de discutir o papel da telenovela e do meio TV com a sociedade, reafirma o conteúdo passado pelas novelas em seus relatos. É importante ressaltar que a única categoria que não refletiu a atitude acima, foi a que se configurou em forma de Crítica. Mesmo assim, ocupa um espaço pouco expressivo se comparada com as matérias englobadas nas outras tipologias. Observa-se ainda o destaque que a categoria Elenco recebe no noticiário da mídia. Assim, avalia-se que a imprensa busca reforçar a retroalimentação das informações da telenovela, seduzindo o fã/leitor/telespectador através de dados profissionais/particulares dos atores e atrizes que atuam nas tramas novelescas. Neste caso, identifica-se um dado mais grave por parte dos veículos, que misturam ficção e realidade nos relatos jornalísticos, fato este inconcebível para a filosofia do jornalismo. Dessa forma, dentre as várias considerações observáveis neste trabalho, registra-se que a mídia impressa nacional dá autenticidade à telenovela, ressaltando-a como um dos produtos da indústria cultural brasileira de grande importância para a sociedade. Nesse entrave, quem ganha e quem perde são as duas áreas, que poderiam estar crescendo com uma discussão mais ampla. Considera-se que esse processo é dinâmico e não pode ser separado de um contexto

histórico do país nem do desenvolvimento da televisão e do próprio jornalismo. Sua evolução, com certeza, continua nos próximos capítulos. 6. 0 - BIBLIOGRAFIA BORELLI, Silvia H; MIRA, Maria Celeste. Sons, imagens, sensações: radionovelas e telenovelas no Brasil. Revista Brasileira de Comunicação: Intercom. São Paulo, v.xix, n.01, 33-57, já./jun. 1996. EPSTEIN, Jack; PADGETT, Tim. Breaking. Time Latin American Edition. New York, P.36-40, Jun. 1997. FALGETANO, Edylita; TEIXEIRA, Mônica. A indústria da novela. Tela Viva, São Paulo, n.63, p.20-3, out. 1997. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. LAURA de Por Amor ofusca Jornal do SBT. Folha de S. Paulo., São Paulo, 29 abr. 1998. Caderno Ilustrada, p. 04. MATTELART, Michèle & Armand. O carnaval das imagens: a ficção na TV. São Paulo: Brasiliense, 1987. MARQUES DE MELO, José. A opinião no jornalismo brasileiro. 2 ª ed. Petrópolis: Vozes, 1994. MARQUES DE MELO, José e MORALES, Ofélia Torres. A legitimação da telenovela pela mídia impressa no Brasil. In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Aracaju (SE), 1995. Paper apresentado no Grupo de Trabalho de Ficção Audiovisual Seriada. ORTIZ, Renato; BORELLI, Silvia Helena Simões; RAMOS, José Mário Ortiz. Telenovela: história e produção. São Paulo: Brasiliense, 1989. PLANTÃO Feminino. Veja, São Paulo, ano 31, no.16, p.125, 22 abr. 1998.

REIMÃO, Sandra (coord.). Em instantes: notas sobre a programação na tv brasileira (1965-1995). São Paulo: Faculdades Salesianas/Cabral Editora Universitária, 1997. SANCHES, Neuza; LIMA, João Gabriel de. Entre a tela e a vida real. Veja, São Paulo, p.53-54, fev. 1997. SCARDUELI, Paulo. Folha muda cara para consolidar liderança. In: LOPES, Dirceu F; SOBRINHO, José Coelho; PROENÇA, José Luiz. A evolução do jornalismo em São Paulo. São Paulo: ECA/USP Edicon, 1996. P.177-87.. As histórias das revistas contadas por quem as fez. In: LOPES, Dirceu F; SOBRINHO, José Coelho; PROENÇA, José Luiz. A evolução do jornalismo em São Paulo. São Paulo: ECA/USP Edicon, 1996. P.27-40. TÁVOLA, Artur. A telenovela brasileira: história, análise e conteúdo. São Paulo: Globo, 1996. WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. 4 ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 1995. WOLTON, Dominique. Elogio do grande público: uma teoria crítica da televisão. São Paulo: Ática,1996.

RESUMO A televisão é um dos meios de comunicação de massa de grande impacto na sociedade brasileira, sendo a telenovela um de seus maiores produtos culturais. A questão que se toma neste trabalho é determinar como a telenovela é retratada na grande imprensa nacional: jornal Folha de S. Paulo e revista Veja. A pesquisa tem caráter qualitativo, notabilizado no estudo exploratório.