ISSO É COISA DE MENINO/A.

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Transcrição:

ISSO É COISA DE MENINO/A. Ou, como se constroem desigualdades de gênero e de sexualidade. As desigualdades podem começar e serem naturalizadas com os estereótipos expressos nos jargões Isso é coisa de menino e Isso é coisa de menina. Refletindo na perspectiva dos Estudos Culturais, os binarismos são disjunções que expressam oposição e hierarquia. Assim, disjunções como masculino feminino, homem mulher, heterossexual homossexual, branco preto, adulto criança expressam uma relação de MAIOR menor, de SUPERIOR inferior. Gênero e sexualidade são conceitos construídos em processos histórico-sociais. A construção dos sentidos e dos significados de masculinidade e feminilidade decorre da compreensão e das práticas de mundo vivido. Inicialmente, é preciso esclarecer os conceitos de gênero e sexualidade considerados neste estudo. Conforme Scott (1995), gênero é uma categoria de análise histórica que engloba símbolos culturais (representações), conceitos normativos (interpretações dos símbolos), noção de política (instituições e organizações sociais) e identidade subjetiva (relações objetivas). Para De Lauretis (1994), gênero é um produto de tecnologias sociais, discursos, epistemologias e práticas, constituindose de representações e processos de construção-desconstrução. Carloto (2001) conceitua gênero como [...] instrumento teórico que permite uma abordagem empírica e analítica das relações sociais. (p. 201). Ou seja, a noção de gênero funciona como categoria descritiva da realidade social e, ao mesmo tempo, como categoria analítica, como um outro olhar sobre os fenômenos sociais. Com base na visão psicanalítica freudiana da sexualidade humana, Bearzoti (1994) conclui: Sexualidade é a energia vital instintiva direcionada para o prazer, passível de variações quantitativas e qualitativas, vinculada à homeostase, à afetividade, às relações sociais, às fases do desenvolvimento da libido infantil, ao erotismo, à genitalidade, à relação sexual, à procriação e à sublimação (p. 117). Portanto, sexualidade extrapola a noção de ato ou relação sexual, situando-se na dimensão de psicossexualidade, isto é, entendida como energia vital. Ao mesmo tempo, constitui-se em um fenômeno social e histórico. Daí a necessidade de interpretar o corpo num contexto cultural e de relações de poder, pois a construção da sexualidade aproxima-se das especificidades contidas nas relações de gênero, carregadas de tensões e contradições. Sintetizando, gênero e sexualidade devem ser compreendidos como construções e relações histórico-sociais, pois apresentam variações de um contexto para outro, de uma cultura para outra. Ninguém nasce pronto como homem ou mulher. Cada ser humano constrói-se ao longo de toda a vida no seio da cultura. Para Louro (2008), Gênero e sexualidade são construídos através de inúmeras aprendizagens e práticas, empreendidas por um conjunto inesgotável de instâncias sociais e culturais, de modo explícito ou dissimulado, num processo sempre inacabado. (p. 17). É por meio da cultura que se pode compreender as diferenças e/ou semelhanças entre os sexos, as desigualdades sociais, as relações de dominação e de poder, bem como as formas de padronização de comportamentos. Para Foucault (2014), os corpos não são uma dádiva da natureza, são construídos em contextos histórico-sociais. A sexualidade, entendida como uma forma de poder, integra os mecanismos de dominação dos sujeitos e dos grupos pelas relações de saber-poder. A construção dos gêneros e das sexualidades, em cada cultura, ocorre por meio de aprendizagens e práticas desenvolvidas nas e pelas instituições sócio-culturais, como a família, a escola, o Estado e a igreja. Normas de conduta são impostas, explícita ou dissimuladamente, pelas sociedades de todos os lugares e tempos. Formas de regulação, de vigilância e de controle dos sujeitos pelas instâncias de poder caracterizam essas sociedades. Conceitos normativos legitimam as diferenças de gênero e de sexualidade em todas as instâncias e dimensões, produzindo desigualdades. No mundo ocidental, em especial, produziu-se a desigualdade de gênero com base na supremacia do homem, caracterizado como branco, heterossexual, culto, com alto status social, cristão e europeu. A regulação, o controle dos indivíduos por parte das instituições sociais, tem servido mais à padronização e à sua naturalização do que ao simples regramento da vida social. Pedagogias culturais, no entendimento de Louro (2008), reproduzem conceitos, crenças, certezas, forjando sujeitos segundo modelos hegemônicos e naturalizando desigualdades. Essa naturalização das desigualdades fundamenta-se nas crenças, estrutura-se no imaginário social a partir de construções hegemônicas e materializa-se nas relações, nas atitudes e no poder. Historicamente, as sociedades, em diferentes mundos culturais, produzem a subjetivação dos estereótipos de gênero por meio de processos sociais, culturais e linguísticos. Tais estereótipos decorrem de crenças estruturadas sobre supostos atributos naturais de homens e mulheres, condicionando condutas, forjando comportamentos e estilos, interiorizando valores e papéis marcados, perpetuando desigualdades e estigmatizando diferenças e/ou diversidades. Para Louro (2008), a norma é onipresente, sendo capaz de naturalizar, padronizar. Assim, a diferença tende a ser normalizada, naturalizada e ensinada, pois é tomada a partir de uma identidade referência, uma posição considerada normal. [...] a diferença não é natural, mas sim naturalizada. A diferença é produzida através de processos discursivos e culturais. A diferença é ensinada. (LOURO, 2008, p. 22). Na mesma perspectiva posiciona-se a pesquisadora Quaresma da Silva (2014), enfatizando que através dos discursos pedagógicos meninos e meninas aprendem sobre como devem agir e se comportar. Esse enquadramento [...] confirma que as masculinidades e as feminilidades são construídas e produzidas nas relações de poder de uma sociedade e estão marcadas pelas particularidades do contexto histórico cultural onde elas emergem. (QUARESMA DA SILVA, 2014, p. 46). Os estereótipos de gênero podem ser identificados sob as mais diferentes representações. É o caso, por exemplo, das cores. O azul representa infinitude (céu e mar) e identifica o masculino. A cor rosa representa fragilidade, delicadeza, identificando o feminino. Na instância escolar, a chamada pedagogia do privilégio rotula os meninos como independentes, seguros, travessos, criativos e naturais, preparando-os para a vida pública (o trabalho e a sociedade). Já as meninas são consideradas dependentes, inseguras, responsáveis, tranquilas, detalhistas e sensíveis, sendo preparadas para a vida privada (a casa). Portanto, naturalizam-se os jargões do tipo Isso é coisa de menino e Isso é coisa de menina. Gênero não pode ser pensado como uma construção social de papéis masculinos e femininos. Papéis são padrões definidos por uma sociedade, que podem produzir desigualdades de gênero e sexualidade. Gênero deve ser pensado como constituinte da identidade dos sujeitos (LOURO, 2014). A sociedade atual, especialmente a ocidental, passa por transformações significativas, desconstruindo verdades até então naturalizadas quanto às relações de gênero e sexualidade. Louro (2013) traz: Novas identidades culturais obrigam a reconhecer que a cultura, longe de ser hegemônica e monolítica, é, de fato, complexa, múltipla, desarmoniosa, descontínua. (p. 44). Considerações reflexivas Meninos e meninas são diferentes porque são construções histórico-sociais. Na sociedade, em sentido amplo, a família e a escola, por meio de múltiplos mecanismos, separam, ordenam, classificam e hierarquizam os sujeitos. Isso é coisa de menino. Isso é coisa de menina. Para Connel (1995), Se o gênero é um produto histórico, então ele está aberto à mudança histórica. (p. 189). Portanto, mudar é possível. É preciso desestabilizar e desconstruir a naturalidade, a unidade e a estabilidade do centro. É preciso desconstruir as verdades da lógica hegemônica. As reflexões apontam para as seguintes considerações (ainda reflexivas): a) é essencial pensar mecanismos (sociais, curriculares e pedagógicos) de desconstrução da oposição binária; b) é preciso, e possível, romper a lógica dicotômica, que naturaliza desigualdades; c) é preciso problematizar as oposições binárias; d) é preciso adotar um pensamento plural que questione as representações sociais e o pensamento hegemônico; e) é preciso adotar novos paradigmas e mudanças epistemológicas em relação às identidades de gênero e sexualidade; f) a pedagogia e o currículo precisam tratar a identidade e a diferença como questões políticas; g) os currículos escolares devem incluir as contribuições de culturas diferentes (subordinadas); h) a educação sexual precisa discutir como as marcas identitárias produzem binarismos; i) a educação sexual deve desestabilizar as verdades únicas e os modelos hegemônicos de normalidade sexual; j) a educação sexual precisa problematizar o modo como a sexualidade é significada e como interfere na existência das pessoas. Referências BEARZOTI, Paulo. Sexualidade: um conceito psicanalítico freudiano. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 52, n. 1, p. 113-117, mar. 1994. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v52n1/24.pdf. Acesso em: 28 nov. de 2014. CARLOTO, Cássia Maria. O conceito de gênero e sua importância para a análise das relações sociais. Serviço Social em Revista, Londrina, v. 3, n. 2, p. 201-213, jan./jun. 2001. CONNEL, Robert. Políticas da masculinidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 2, n. 20, p. 185-206, jul./dez.1995. DE LAURETIS, Teresa. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014. LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, Campinas, v. 19, n. 2 (56), p. 17-23, maio/ago. 2008.. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. LOURO, Guacira Lopes. Currículo, gênero e sexualidade: o normal, o diferente e o excêntrico. In: LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre. (Orgs.). 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. QUARESMA DA SILVA, Denise Regina. Gênero, psicologia e educação: notas sobre subjetivação/construção da sexualidade normal/anormal. In: CALVETTI, Prisla Ücker; QUARESMA DA SILVA, Denise Regina (Orgs.). Psicologia, educação e saúde: temas contemporâneos. Canoas: Ed. Unilasalle, 2014. SCOTT, Joan Wallace. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995. EDIÇÃO: ANO 25 - Nº 65 - DEZEMBRO/2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Diretor Operacional: Paulo Henrique Pinto de Jesus - Diretor Editorial: João Alberto Steffen Munsberg Diretor de Comercialização: Ademir Balestro - Redator-chefe: Maria Helena Corso Reg. 5103 Editoração Gráfi ca: Alessandro Graff ENGENHO Editora, Publicidade e Propaganda Ltda. - Rua Brasil, 839 CEP: 93010.030 Centro São Leopoldo RS. Fones: (51) 3592.5900 * E-mail:jornalpvsinos@pvsinos.com.br * www.pvsinos.com.br

A prova de Língua Portuguesa costuma seguir sempre o mesmo padrão estrutural: são apresentados três textos, que mesclam questões de interpretação, preenchimento de lacunas, ortografia, léxico (troca vocabular) e gramática. São frequentes questões que exijam do aluno a substituição de expressões presentes nos textos por outras, perguntando se há ou não alteração de significado. É de praxe, também, exigir do candidato que faça a transcrição de trechos do texto para outro discurso (do discurso direto para o indireto, ou o contrário). É, ainda, comum perguntarem quantas palavras seriam alteradas, se o sujeito de uma frase passasse do singular para o plural, ou processo inverso. Veja exemplos: UFRGS 2014 Instrução: As questões de 01 a 11 estão relacionadas ao texto abaixo. 1. O que havia de tão revolucionário na 2. Revolução Francesa? Soberania popular, 3. liberdade civil, igualdade perante a lei as 4. palavras hoje são ditas com tanta facilidade 5. que somos incapazes de imaginar seu caráter 6. explosivo em 1789. Para os franceses do 7. Antigo Regime, os homens eram desiguais, e a 8. desigualdade era uma boa coisa, adequada à 9. ordem hierárquica que fora posta na natureza 10. pela própria obra de Deus. A liberdade 11. significava privilégio isto é, literalmente, lei 12. privada, uma prerrogativa especial para fazer 13. algo negado a outras pessoas. O rei, como 14. fonte de toda a lei, distribuía privilégios, pois 15. havia sido ungido como o agente de Deus na 16. terra. 17. Durante todo o século XVIII, os filósofos 18. do Iluminismo questionaram esses 19. pressupostos, e os panfletistas profissionais 20. conseguiram empanar a aura sagrada da coroa. 21. Contudo, a desmontagem do quadro mental 22. do Antigo Regime demandou violência 23. iconoclasta, destruidora do mundo, 24. revolucionária. 25. Seria ótimo se pudéssemos associar a 26. Revolução exclusivamente à Declaração dos 27. Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela 28. nasceu na violência e imprimiu seus princípios 29. em um mundo violento. Os conquistadores da 30. Bastilha não se limitaram a destruir um 31. símbolo do despotismo real. Entre eles, 150 32. foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, 33. quando os sobreviventes apanharam o 34. diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na 35. por Paris na ponta de uma lança. 36. Como podemos captar esses momentos de 37. loucura, quando tudo parecia possível e o 38. mundo se afigurava como uma tábula rasa, 39. apagada por uma onda de comoção popular e 40. pronta para ser redesenhada? Parece incrível 41. que um povo inteiro fosse capaz de se 42. levantar e transformar as condições da vida 43. cotidiana. Duzentos anos de experiências com 44. admiráveis mundos novos tornaram-nos 45. céticos quanto ao planejamento social. 46. Retrospectivamente, a Revolução pode 47. parecer um prelúdio ao totalitarismo. 48. Pode ser. Mas um excesso de visão 49. histórica retrospectiva pode distorcer o 50. panorama de 1789. Os revolucionários 51. franceses não eram nossos contemporâneos. 52. E eram um conjunto de pessoas não 53. excepcionais em circunstâncias excepcionais. 54. Quando as coisas se desintegraram, eles 55. reagiram a uma necessidade imperiosa de 56. dar-lhes sentido, ordenando a sociedade 57. segundo novos princípios. Esses princípios 58. ainda permanecem como uma denúncia da 59. tirania e da injustiça. Afinal, em que estava 60. empenhada a Revolução Francesa? Liberdade, 61. igualdade, fraternidade. Questão 07. Assinale a alternativa que apresenta sinônimos para as palavras especial (l. 12), empanar (l. 20) e céticos (l. 45), no contexto em que ocorrem. (A) notável anular descrentes (B) maravilhosa embaçar desfavoráveis (C) exclusiva obscurecer descrentes (D) exclusiva anular incrédulos (E) notável obscurecer desfavoráveis Analisando-se a questão que exigia conhecimento vocabular, percebe-se que, ao se compreender o sentido de exclusividade da expressão especial, fica-se apenas com duas possibilidades: C e D. O sentido de empanar não pode ser anular, considerando-se que algo que foi empanado não desapareceu, apenas está encoberto, obscuro. Ainda na letra C, descrentes é sinônimo de céticos. Logo, o gabarito é a letra C. UFRGS 2014 Instrução: As questões de 20 a 25 estão relacionadas ao texto abaixo. 1. Entre as situações linguísticas que o 2. português já viveu em seu contato com outras 3. línguas, cabe considerar uma situação que se 4. realiza em nossos dias: aquela em que ele é 5. uma língua de emigrantes. Para o leitor 6. brasileiro, soará talvez estranho que falemos 7. aqui do português como uma língua de 8. EMIGRANTES, pois o Brasil foi antes de mais 9. nada um país para o qual se dirigiam em 10. massa, durante mais de dois séculos, pessoas 11. nascidas em vários países europeus e 12. asiáticos; assim, para a maioria dos 13. brasileiros, a representação mais natural é a 14. da convivência no Brasil com IMIGRANTES 15. vindos de outros países. Sabemos, entretanto, 16. que, nos últimos cem anos, muitos falantes 17. do português foram buscar melhores 18. condições de vida, partindo não só de 19. Portugal para o Brasil, mas também desses 20. dois países para a América do Norte e para 21. vários países da Europa: em certo momento, 22. na década de 1970, viviam na região 23. parisiense mais de um milhão de portugueses 24. uma população superior à que tinha então a 25. cidade de Lisboa. Do Brasil, têm... nas 26. últimas décadas muitos jovens e 27. trabalhadores, dirigindo-se aos quatro cantos 28. do mundo. 29. A existência de comunidades de imigrantes 30. é sempre uma situação delicada para os 31. próprios imigrantes e para o país que os 32. recebeu: normalmente, os imigrantes vão a 33. países que têm interesse em usar sua força 34. de trabalho, mas qualquer oscilação na 35. economia faz com que os nativos... sua 36. presença como indesejável; as diferenças na 37. cultura e na fala podem alimentar 38. preconceitos e desencadear problemas reais 39. de diferentes ordens. 40. Em geral, proteger a cultura e a língua do 41. imigrante não é um objetivo prioritário dos 42. países hospedeiros, mas no caso do 43. português tem havido.... Em certo 44. momento, o português foi uma das línguas 45. estrangeiras mais estudadas na França; e, em 46. algumas cidades do Canadá e dos Estados 47. Unidos, um mínimo de vida associativa tem 48. garantido a sobrevivência de jornais editados 49. em português, mantidos pelas próprias 50. comunidades de origem portuguesa e 51. brasileira. Adaptado de: ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português como língua de emigrantes. In:. O português da gente: a língua que estudamos a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006. p. 42-43. Questão 20. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 25, 35 e 43, nesta ordem. (A) imigrado incarem exceções (B) emigrado incarem exceções (C) emigrado encarem exceções (D) imigrado encarem excessões (E) emigrado encarem exceções Nesta questão, que exigia conhecimento ortográfico, inicialmente trabalhou-se a diferença entre imigrar e emigrar (Imigrar quer dizer entrar em um país estranho, a fim de morar nele. Ao contrário de emigrar que significa sair de um país e ir morar em outro.). Como o texto trata da saída do Brasil para outros países, o correto é empregar a expressão emigrar. As outras expressões são corretamente escritas nas formas: encarem e exceções, portanto, letra C. Fique de olho: Conjunções; Pronomes; Artigos; Tempos verbais; Voz passiva; Pontuação; Regência. Passada a prova do Enem, partimos agora ao encontro de novos desafios: os vestibulares de verão. Cada universidade apresenta características específicas que norteiam a elaboração da prova de Redação, regra seguida pela UFRGS. Para entendermos um pouco mais sobre como é corrigido o texto e o que será exigido nessa instituição, segue um modelo de Redação nota 10, do ano de 2010. O tema exigia que o aluno explorasse incivilidades e infrações cometidas cotidianamente e abordasse a forma como elas afetam a sociedade. Um mundo de cegos Já afirmava Claude Levi-Strauss que o mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele. Nessa perspectiva, a sociedade atual demonstra um paradoxo, visto que, apesar de a tecnologia corroborar a capacidade técnica e intelectual do homem, continuamos cometendo infrações e incivilidades diariamente. Lamentavelmente, muitas pessoas praticam incivilidades no cotidiano, as quais atestam o caráter egocêntrico do homem: ocupar assentos especiais em transportes coletivos, poluir o meio ambiente e não coletar as fezes de nosso animal de estimação são algumas das atitudes inconsequentes que manifestamos no dia a dia, as quais contribuem para uma realidade hostil e desagradável. Nesse sentido, a construção de uma sociedade sadia consiste em ter discernimento de que o espaço de nosso próximo começa onde termina o nosso espaço. Assim, quando prejudicamos o nosso entorno, estamos impedindo que a cooperação minimize as mazelas latentes da sociedade moderna. As infrações que cometemos também prejudicam muito a construção de uma sociedade sadia: a sonegação de impostos é uma atitude tão condenável quanto o ato do político se valer das finanças públicas; a compra de produtos piratas engendra um tráfico que se conecta a tantos outros, como o tráfico de drogas e de armas, os quais aliciam desassistidos e vitimam inocentes; a ultrapassagem do sinal vermelho é uma infração grave, uma vez que recrudesce o trânsito violento que verificamos atualmente. Além disso, é imprescindível que mudemos o nosso mundo particular, porque tal mudança se reflete no mundo coletivo, do qual todos nós fazemos parte. Caso contrário, só confirmaremos o que Manuel Bandeira escreveu a existência humana é uma aventura, de tal modo inconsequente. O escritor português José Saramago, em seu livro Ensaio sobre a Cegueira, descreve uma sociedade que, paulatinamente, se torna cega. Metáforas à parte, é exatamente isso o que acontece com nossa sociedade, já que ignoramos que, não só infrações, mas também incivilidades prejudicam a construção de uma sociedade sadia, pois abdicamos de atitudes abnegadas para sermos completamente egoístas, cegos. Portanto, o mundo só atenuará suas mazelas quando percebermos que tudo depende de esforços coletivos, ou, como Saramago registrou, se podes olhar, vê; se podes ver, repara. (Fonte: caderno Vestibular de Zero Hora) Autora do texto: Clarissa Both Pinto Alguns comentários: Assim como em outros vestibulares que nos cercam, a UFRGS também exige que seja seguida a ordem estrutural de um texto dissertativo: Introdução apresenta-se, com clareza e objetividade, o tema que será abordado (...apesar de a tecnologia corroborar a capacidade técnica e intelectual do homem, continuamos cometendo infrações e incivilidades diariamente.); Desenvolvimento exploram-se argumentos consistentes e bem embasados, que sejam capazes de defender a tese apresentada pelo autor do texto. Faz-se importante a presença de exemplos que comprovem as ideias defendidas (...As infrações que cometemos também prejudicam muito a construção de uma sociedade sadia: a sonegação de impostos é uma atitude tão condenável quanto o ato do político se valer das finanças públicas; a compra de produtos piratas engendra um tráfico que se conecta a tantos outros, como o tráfico de drogas e de armas, os quais aliciam desassistidos e vitimam inocentes; a ultrapassagem do sinal vermelho é uma infração grave, uma vez que recrudesce o trânsito violento que verificamos atualmente.) Conclusão ratifica-se o tema abordado, bem como deve ser feito o fechamento do texto, reafirmando a tese anteriormente comprovada (...já que ignoramos que, não só infrações, mas também incivilidades prejudicam a construção de uma sociedade sadia, pois abdicamos de atitudes abnegadas para sermos completamente egoístas, cegos.); Observe que a linguagem utilizada apresenta um equilíbrio entre leveza, clareza e rebuscamento: o uso da 1ª pessoa do plural (continuamos, cometemos...) torna o texto mais leve e inclui o autor nas ideias abordadas; a utilização de conjunções e pronomes, todos corretamente empregados (além disso, já que, nesse sentido...), torna os enunciados coesos, por isso claros e coerentes; a seleção lexical bem elaborada tornou a escrita rebuscada, sem prejuízo à clareza (paradoxo, corroborar, realidade hostil, engendra...). Além do mais, tem-se nessa produção textual um exemplo de correta abordagem de tema, respeitando todos os limites da proposta. O desenvolvimento carrega argumentos suficientemente exemplificados, tornando comprobatória a defesa da tese. Para que o texto se tornasse mais atrativo, foram empregadas, corretamente, citações que realmente contribuíam com a argumentação pretendida.

I - QUINHENTISMO: SÉCULO XVI Grandes navegações; Pré-Capitalismo Comercial; Reforma Protestante; Contrarreforma Católica. 2 CARACTERÍSTICAS: A) LITERATURA DE VIAGEM (IN- FORMATIVA) Expansão comercial = Descritivismo. B) LITERATURA DE CATEQUESES (JESUÍTICA) Expansão religiosa: Autos de conversão. 3 AUTORES: A) LITERATURA DE VIAGEM Pero Vaz de Caminha Carta a El-Rei D. Manuel: Descrição da paisagem humana e natural; metalismo. Hans Staden Duas viagens ao Brasil: Etnocentrização sobre os costumes indígenas; prisioneiro dos tupinambás. Jean de Lery Viagem a terra do Brasil: Relativização dos costumes indígenas; conviveu harmoniosamente com os tupinambás. B) LITERATURA DE CATEQUESE Padre José de Anchieta Autos de conversão: Plasticidade estética; simplicidade formal; maniqueísmo e cromatismo. II - BARROCO: SÉCULO XVII Contrarreforma Católica; Ciclo do Ouro na Bahia. 2 CARACTERÍSTICAS: Bifrontismo histórico; dualidade humana; fugacidades da vida; formas tortuosas; emoção X razão. 3 AUTORES: A) LITERATURA CULTISTA: Linguagem exagerada. Gregório de Matos Poesia religiosa: Pecado Pecador Penitência Poesia lírica: Mulher branca = anjo e flor X Mulher negra = Misoginia e inversão de poder. Poesia política: Linguagem licenciosa, vocabulário abrasileirado e tipificações sociais. B) LITERATURA CONCEPTISTA: Linguagem enxuta. Padre Antônio Vieira Forma: Alegorias por meio de passagens bíblicas, método dialético de exposição de ideias. Conteúdo: Defesa da moral católica; defesa de tratamento mais humano aos escravos negros; contra a escravidão indígena; absorção dos novos cristãos; nacionalismo português. III - ARCADISMO: SÉCULO XVIII Iluminismo; Revolução Francesa; Inconfidência Mineira. 2 CARACTERÍSTICAS: Mímesis; Locus amoenus; Fugere urbem; Carpe diem; Aurea mediocritas; Inutilia truncat. 3 AUTORES: A) POESIA AMOROSA Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio e Nise) Obras poéticas: Transição entre barroco (conteúdo) e Arcadismo (forma). Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu e Marília) Marília de Dirceu: Parte I = Galanteio; Parte II = Confessional; Parte III = Autoria questionada. Silva Alvarenga (Alcindo Palmireno e Glaura) Glaura: Forma = Rondós e madrigais. Conteúdo = Amor galante. B) POESIA SATÍRICA (POLÍTICA) Tomás Antônio Gonzaga Cartas chilenas: C) POESIA ÉPICA Basílio da Gama (Termindo Sipílio) O Uraguai: Banimento dos jesuítas pelas tropas lusoespanholas. Frei Santa Rita Durão Caramuru: Intervenção civilizatória e religiosa. IV - ROMANTISMO: SÉCULO XIX Era Napoleônica; Vinda da Família Real; Independência do Brasil; Segundo Reinado. 2 CARACTERÍSTICAS: Individualidade; subjetivismo; culto à natureza; evasão constante; liberdade formal. 3 ROMANTISMO NO BRASIL: Indianismo; sertanismo; natureza brasileira (cor local); construção da identidade da nação. 4 AUTORES (POESIA): A) PRIMEIRA GERAÇÃO (NACIO- NALISTA) Poetas: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias. Temas: Índio, natureza, saudades de pátria, religiosidade, amor impossível. B) SEGUNDA GERAÇÃO (ULTRAR- ROMÂNICA, EGÓICA, MAL DO SÉCULO) Autores: Álvares de Azevedo; Casimiro de Abreu; Fagundes Varela e Junqueira Freire. Temas: Tédio existencial, orgia, morte, infância, medo do amor, sofrimento. C) TERCEIRA GERAÇÃO (CONDO- REIRA) Autor: Castro Alves. Temas: Abolicionismo e amor erótico. D) CASO À PARTE: Autor: Sousândrade. Forma: Poeta experimental; Conteúdo: Filosofia existencial. 5 AUTORES (PROSA): Joaquim Manuel de Macedo A moreninha. José de Alencar Lucíola; O guarani. Bernardo de Guimarães A escrava Isaura; O seminarista. Visconde Taunay Inocência. Franklin Távora O cabeleira. Manuel Antônio de Almeida Memórias de um sargento de milícias. 6 AUTORES (TEATRO): Martins Pena: Linguagem coloquial; Comédias de costumes; Dilemas urbanos da época; Humor burlesco no universo rural. V - REALISMO: SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX II Revolução Industrial; Revolução Científica. 2 CARACTERÍSTICAS DO REALIS- MO: Impessoalidade ; objetividade; racionalismo; verossimilhança; contemporaneidade; pessimismo; análise psicológica; objetividade linguística. 3 CARACTERÍSTICAS DO REALIS- MO NO BRASIL: Antimonarquismo; anticlericalismo; antirromantismo. 4 AUTORES: Manuel de Oliveira Paiva Dona Guidinha do Poço. Domingos Olímpio Luzia-homem. Machado de Assis Memórias póstumas de Brás Cubas. Forma: Personagens esféricas, microrrealismo, quebra da objetividade e da estrutura linear, fina ironia, extremo refinamento linguístico. Conteúdo: hipocrisia, egoísmo, vaidade, interesse, investigação da loucura, poder absoluto, parasitismo social total relativização de verdades absolutas, intenso pessimismo (niilismo), universalismo. VI - NATURALISMO: SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX II Revolução Industrial; Revolução Científica. 2 CARACTERÍSTICAS DO NATURA- LISMO: NATURALISMO = Características do Realismo Análise psicológica e Objetividade linguística + Determinismo e Descritivismo científico A) LEIS SOCIOLÓGICAS Determinismo histórico Determinismo do meio B) LEIS BIOLÓGICAS Determinismo biológico Determinismo dos instintos 3 CARACTERÍSTICAS DO NATURA- LISMO NO BRASIL: Antimonarquismo; anticlericalismo; antirromantismo. 4 AUTORES: Aluísio Azevedo Casa de pensão (1884); O cortiço (1889). Inglês de Souza O missionário (1888). Júlio Ribeiro A carne (1888). Adolfo Caminha A normalista (1893). VII - PARNASIANISMO: SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX II Revolução Industrial; Revolução Científica. 2 CARACTERÍSTICAS: Torre de marfim; objetivismo; impessoalidade; arte pela arte:temática greco-romana;culto à forma: metrificação rigorosa; rimas ricas; predileção por sonetos; descritivismo de quadros plásticos e/ou estáticos. 3 AUTORES: Olavo Bilac: Antiguidade clássica, perfeição formal, lirismo existencial, ufanismo. Alberto de Oliveira: Pragmatismo parnasiano. Raimundo Correa: Niilismo, plasticidade, hipocrisia e falsidade da sociedade. VIII - SIMBOLISMO: SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX II Revolução Industrial; Revolução Científica. 2 CARACTERÍSTICAS: Torre de marfim; rompimento entre artista e sociedade; subconsciente e inconsciente; irracional, ilógico, sonho, loucura. 3 AUTORES: Cruz e Sousa: Musicalidade, sinestesia, culto à brancura, filosofia meditativa, resistência racial, vida terra X vida supraterrena.