DECISÃO DE COMPRAR OU PRODUZIR: UM ESTUDO REALIZADO EM UMA EMPRESA NA ÁREA TÊXTIL



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DECISÃO DE COMPRAR OU PRODUZIR: UM ESTUDO REALIZADO EM UMA EMPRESA NA ÁREA TÊXTIL Edzana Roberta Ferreira Da Cunha Vieira Lucena UFRN Jefferson Douglas Barbosa UFRN (84) 99932-3975 jeffersondouglasg3hotmail.com Josiclédina Pereira Da Silva UFRN (84) 99137-6563 josy.ufrn@gmail.com Sayonara Kelly De Araújo Souto UFRN (84) 99445-5133 nara.k04@hotmail.com RESUMO O principal objetivo do artigo é analisar a viabilidade de comprar ou produzir lençóis em uma empresa têxtil. Foi realizado estudo de caso e identificado qual a melhor opção para o empresário entre comprar ou produzir lençóis em uma empresa na área têxtil, pois o maior índice de vendas na empresa é neste item. Com a realização de estudo de caso realizando levantamento de dados e utilização do custeio variável como ferramenta gerencial de suma importância para a tomada de decisão, foram realizados cálculos, tabelas e gráfico que comprovam a melhor opção para a empresa e os resultados apresentam que a produção seria consideravelmente vantajosa do que a compra de terceiros. Palavras-chave: Tomada de decisão. Custos Relevantes. Gerencial. 1. INTRODUÇÃO As empresas necessitam atualmente de destaque no cenário econômico devido a grande competitividade do mercado, e tendo como uma ferramenta importante uma boa administração dos recursos que é fundamental para atingir os resultados desejados para a obtenção de destaque no mercado que necessita de organização e planejamento para melhor desempenho que é estabelecido na tomada de decisão e sendo utilizadas as ferramentas necessárias para o bom desempenho da empresa e obtenção das metas desejadas. Levando em consideração que o objetivo maior da empresa é a obtenção de lucros e destaque no mercado, devemos usar as ferramentas disponíveis para obter as metas a serem alcançadas, é importante destacar que o sistema de custeio é responsável por: coletar, classificar e organizar os dados referentes aos gastos com produtos ou serviços, tais dados direcionam os gestores para a tomada de decisão

por servir de informações úteis para a definição de como, por exemplo, devo comprar ou produzir determinado produto. Desta forma o método de custeio é considerado fontes gerenciais na tomada de decisão através da emissão de relatórios gerenciais que auxiliam os gestores levando os para o direcionamento da melhor utilização dos recursos disponíveis para a obtenção do seu proposito no mercado. 1. OBJETIVOS 1.1 Objetivo Geral O objetivo geral do trabalho é analisar a viabilidade de comprar ou produzir lençóis em uma empresa têxtil. Nessa empresa, voltada para produção de artigos de cama, mesa e banho e a comparação entre sua produção para revenda ou compra de terceiros, aplicaremos o custeio variável. 1.2 Objetivos Específicos Este trabalho tem como objetivos específicos: Implantar o custeio variável na tomada de decisão, pois o método de custeio variável permite observar quais são os custos variáveis dos produtos e o volume de unidades necessárias para cobrir os custos fixos da entidade e gerar resultados aos sócios; Identificar os produtos mais rentáveis e, assim, dirigir os esforços de produção e de venda para a melhoria da rentabilidade; Comparar com o preço do produto comprado a terceiros, permitindo definir volumes mínimos de produção e de preços sem prejuízos para a empresa.

2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Área Têxtil em Natal De acordo com Daniel J. Hogan, o processo de metropolização teve início já nos anos 70. O campo econômico da Região Metropolitana de Natal a indústria têxtil merece destaque, em especial nos últimos anos. Sua expansão, notável crescimento, crise e retomada da produção industrial com ótimos resultados, a colocaram, ao longo de quatro décadas (1970-2010), como a atividade econômica de melhor desempenho do setor secundário na região metropolitana de Natal, em parte devido ao processo de renovação tecnológica, o que permitiu um grande avanço na produtividade. Essa atividade sempre foi de grande importância no cenário econômico brasileiro, em especial à grande oferta de mercado de trabalho, envolvendo diversos níveis de escolaridade. Observa-se que ao administrar uma empresa, no que concerne à gestão das empresas no campo têxtil, a realização de um orçamento bem planejado, claro e conciso é fundamental, evitando-se gastos desnecessários, aumentando a lucratividade e diminuindo os custos, em especial no que tange pequenos empreendedores. O próprio gestor necessita de conhecimentos específicos ao setor, além de visão estratégica e administrativa no campo empresarial. Uma das dificuldades identificadas é falta de Sistema da Informação para viabilizar melhor os dados a fim de gerenciar adequadamente as operações. Os custos relativos a cada processo e consequentemente, cada produto, não são mensurados de maneira adequada. Os sistemas de custeio tradicionais, aplicados no segmento têxtil, não permitem medir os esforços de produção separadamente nos produtos, que se diferenciam em alguns aspectos como estrutura, peso, largura, incorrendo, em custos diferenciados. Também não são medidos nos produtos, os consumos efetivos dos recursos dos gastos de estrutura em cada um. Os sistemas tradicionais de custeio, não se preocupam em detalhar os custos dessa forma, os tratam de forma igualitária, tanto os custos de transformação quanto de estrutura, o que distorce o gerenciamento e reflete na tomada de decisão. Nos últimos anos houve um crescimento considerável de um segmento no campo têxtil, de pequenas empresas (MEI) de revenda de vestimentas, artigos de

cama, mesa e banho na região de Natal e grande Natal, desenvolverem-se em grande escala, devido à facilidade de abertura de tais firmas, além da demanda de clientes, o que proporciona alta lucratividade. Algumas empresas ainda optam por produzir seus próprios produtos, o que os leva a direcionar a forma de custeio pelo variável, pois o mesmo varia de acordo com a produção. 2.2 Custeio variável Esta forma de custeio tem seus valores alterados, ou seja, variam em função do volume de produção, estes custos tendem a aumentar na medida em que a produção também aumenta. Neles são considerados apenas os custos incorridos, e tem como fundamento básico o fato da separação entre os gastos variáveis e fixos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo não havendo produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados só conterão custos variáveis. É o método de custeio que consiste em apropriar aos produtos somente os custos variáveis, sejam diretos ou indiretos. (MEGLIORINI, 2007, p.113). São utilizados bastante na tomada de decisão interna gerencial, devido a sua restrição fiscal e legal, no intuito de saber quais produtos, setor, departamento e segmentos são mais lucrativos, e aonde encontrasse o departamento ou produto responsável pelo prejuízo, ele nos dará informações como a margem de contribuição para produção de relatórios gerenciais os quais demonstram se o produto deve continuar sendo produzido ou não. É possível efetuar separação do custeio direto na contabilidade, segregandose todos os custos em categorias específicas, como, por exemplo: Mão-de-obra de produção Gastos gerais de fabricação Energia elétrica demanda fixa

Contabilmente, desde que o sistema de acumulação se faça somando-se custos fixos e variáveis, não há que se opor a esta sistemática de separar os valores, para utilização gerencial. Porém, na prática, devido ao aumento da complexidade e cuidados especiais na contabilização, as empresas desenvolvem sistemas próprios, que extraem da contabilidade dados específicos para análise de custos variáveis, com intuito de melhorar o gerenciamento. A contabilidade segue seu padrão normal (utilizando o custo por absorção) e os sistemas de análise extraem, das contas de custos, os valores classificados como diretos ( como por exemplo, as matérias-primas, os materiais de embalagem, a mão-de-obra produtiva direta, gastos com terceirização da produção, etc.). Os custos diretos pressupõem a existência dos custos indiretos. Ambos, somente são utilizados no custeio fabril para se apurar o custo total de produção (ou fabricação). Quando o produto acabado passa para a área comercial, a estes são atribuídos os custos variáveis e os custos fixos a fim de obter-se a Margem de Comercialização. É de grande importância que se preservem os dados, de forma integral e para atender a legislação contábil e fiscal, nada impedindo que se utilizem tais dados nos Relatórios Gerenciais. 3. METODOLOGIA 3.1 Principais informações sobre a empresa A empresa utilizada para implantação da forma de custeio variável localiza-se na cidade de Ceará - Mirim no Rio Grande do Norte, região metropolitana de Natal, tal empresa está no mercado há três meses, atuando na produção e revenda de artigos para cama mesa e banho, tendo como maior responsável por seu faturamento o lençol que é produzido pela própria, a empresa também compra lençóis para revenda oriundos de terceiros, o que nos levará a equiparar os resultados finais alcançados através de dados fornecidos pelo gestor. Marcamos uma reunião à 19/05/2015, onde o gestor e também proprietário, um visível empreendedor, nos contou a ideia da criação da empresa, depois de feita uma pesquisa empresarial pelo mesmo, e observou à grande oportunidade de negócio na

grande Natal, abriu a firma e iniciou suas atividades à 16/03/2015. Direcionada ao ramo têxtil, concentra-se na venda de artigos de cama, mesa e banho. Nas primeiras semanas concentrou suas atividades na revenda de artigos oriundos de terceiros, logo após decidiu também produzir parte do produto de maior rentabilidade, no caso, os lençóis. O qual é à base de estudo deste artigo. Nos foi passado todos os valores concernente ao maquinário de produção, da matéria-prima, bem como os valores dos produtos de revenda, gastos com energia, aluguel e tudo o que influencia na produção e preço de venda. Após reunir tais informações, pesquisamos o melhor método de custeio relacionado as atividades da empresa e que possibilitasse facilidade de gestão. O método escolhido foi por custeio variável, devido o produto base do presente trabalho ser os lençóis, por ser o responsável pela maior rentabilidade da empresa e por ser produzido, em parte, pela mesma. Reunimos todos os dados, separamos os custos fixos dos variáveis, determinando os respectivos custos totais e unitários e montamos a demonstração do resultado (DRE). Após a dedução do custo do produto vendido (CPV) e das despesas variáveis, obtivemos uma margem de contribuição, deduzimos os custos fixos e observou-se um lucro significativo. Logo, determinamos o ponto de equilíbrio contábil (PEC), a margem de segurança (MS) e o ponto de equilíbrio e conômico (PEE), com todos os dados reunidos e devidamente calculados, montamos o gráfico Custo-Volume-Lucro. Comparamos os custos e a lucratividade obtida, entre produzir e comprar lençóis observou-se maior vantagem econômica, se a empresa produzir. Na segunda reunião, demonstramos tudo ao gestor, de maneira clara e concisa e lançamos a proposta de produzir os lençóis e vendê-los em uma semana, e verificar a rentabilidade do período proposto em relação a semanas anteriores. Foi constatado um aumento da lucratividade. Por fim, o gestor decidiu apenas produzir os lençóis e utilizar o método de custeio variável como ferramenta fundamental na gestão e administração de seu negócio.

4. ANÁLISE DE DADOS Os dados a seguir foram nos enviados pelo gestor, referente à produção e vendas do produto escolhido no mês de abril de 2015. Tabela 1 - Materiais utilizados na produção abril 2015 Item Valor Tecidos R$ 1.500,00 Energia R$ 50,00 Aluguel R$ 500,00 Mão de obra R$ 1.576,00 Enfeites R$ 180,00 Linha R$ 50,00 Fonte: Próprios Autores (2015). Foram produzidas para revenda 250 unidades de lençóis no qual possuía o valor de revenda de R$ 25,00 a unidade. O mesmo produto oriundo de compra através de terceiros custaria o valor de R$ 21,00. Utilizamos o custo variável para determinar qual será a melhor opção para o empresário, pois o custeio variável é uma ferramenta essencial para questões gerenciais e é determinante para a tomada de decisão. a. Cálculo do custo variável total e unitário: Produção de 250 unidades Material direto = R$ 1.730,00 Tecidos = R$ 1.500,00 Enfeites = R$ 180,00 Linha = R$ 50,00 Mão de obra direta = R$ 1.576,00 Despesas Fixas = R$ 550,00 Aluguel = R$ 500,00 Energia = R$ 50,00 a.1. Custo na produção: Custo Variável Total = Custos Variáveis + Despesas Variáveis Custo Variável Total = (1.500,00 + 180,00 + 50,00) + 1.576,00 Custo Variável Total = 3.306,00

Custo Variável Unitário = Custo Variável Total/Quantidade Produzida Custo Variável Unitário = 3.306,00/250 = R$ 13,22 unidade a.2. Compra de terceiros: Compra de terceiros = preço de compra * quantidade Compra de Terceiros = 21,00 * 250 = 5.250,00 Resultado de Terceiros = Preço de venda*quantidade Preço de Aquisição Resultado de Terceiros = 250*25,00 250*21,00 = 1.000,00 Tabela 2 - Demonstração de resultado abril de 2015 Item Valor Receita Bruta (250 * 25,00) R$ 6.250,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos (13,22 * 250) R$ 3.306,00 (-) Despesas Variáveis R$ 0,00 = Margem de Contribuição R$ 2.944,00 (-) Despesas Fixas R$ 550,00 = Resultado R$ 2.394,00 Fonte: Próprios Autores (2015). Verificamos através das informações referentes à empresa em estudo e os cálculos realizados na forma de custo variável apresentou um lucro considerável na produção após as deduções de todos os gastos conforme Demonstração do resultado do exercício referente ao mês de abril de 2015 que apresentou R$ 2.394,00 de Lucro Líquido e se o gestor comprar com terceiros o resultado seria R$ 1.000,00 de Lucro Líquido com base nas vendas de lençóis do período estimado. b. Calculo do ponto de equilíbrio e da margem de segurança: b.1. Ponto De Equilíbrio Contábil Receitas Totais Despesas Totais = Zero (Preço de Vendas * Quantidades) (Despesas Variáveis * Quantidades) Despesas Fixas = Zero

Quantidades = Despesas Fixas/(Preço de Vendas Despesas Variáveis) Quantidades = 550,00/(25,00-13,22) Quantidades = 47 unidades Segundo Bornia (2010, p. 58) o ponto de equilíbrio é o nível de vendas onde o lucro é nulo. Onde a empresa apresenta consegui cobrir todas as despesas fixas do período e não gera resultado para a empresa e conforme cálculos realizados a empresa precisa vender 47 unidades de lençóis para cobrir estas despesas fixas e estar no ponto de equilíbrio. b.2. Ponto de Equilíbrio Econômico Estimando-se um lucro de 4.000,00 na produção do lençol. (Preço de Vendas * Quantidades) (Despesas Variáveis * Quantidades) Despesas Fixas = Lucro Quantidades = Despesas Fixas + Lucro/ Margem de Contribuição Unitária Quantidades = 550,00 + 4.000,00/11,78 Quantidades = 386 unidades No ponto de vista de Bruni (2010, p. 74-75) o ponto de equilíbrio econômico apresenta o volume de vendas em quantidades ou em unidades monetárias, para um resultado econômico igual a zero. O gestor estimou a meta de obter lucro de R$ 4.000,00 para a obtenção do resultado desejado a empresa precisa vender 386 unidades para concretizar seus objetivos de lucratividade e o ponto de equilíbrio econômico disponibiliza a formula para estimular as metas para a empresa conforme desejado. b.3. Margem de Seguranças MS (Margem de Segurança) = Quantidade de Vendas Ponto de Equilíbrio Margem de Segurança = 250-47 = 203 unidades

Segundo Garrison e Noreen (2001, p.171) a margem de segurança é o excesso das vendas orçadas (ou vendas reais) sobre o volume de vendas no ponto de equilíbrio. Ela estabelece quanto as vendas podem cair antes de começarem a ocorrer prejuízos. A empresa pode apresentar uma queda de 203 unidades no máximo para que assim obtenha prejuízo no mês calculo. b.4. Margem de Contribuição unitária Margem de Contribuição unitária = Margem de Contribuição Total/Quantidade Produzida Margem de Contribuição unitária = 2.944,00/250 Margem de Contribuição unitária = 11,78 De acordo com Perez Jr. et al, (1999, p. 190), A margem de contribuição, em termos de produto, é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis. Após realizar os cálculos para a margem de contribuição total apresentado na Demonstração do resultado foi dividido pela quantidade produzida e assim obtivemos a Margem de contribuição unitária. Figura 1 - Gráfico do Custo Volume e Lucro da Empresa no mês de Abril de 2015. Fonte: Próprios Autores (2015).

Onde: R PEE: Receita no Ponto de Equilíbrio Econômico RB = Receita Bruta PEC = Ponto de Equilíbrio Contábil DF = Despesas Fixas Q = Quantidade O gráfico apresenta os valores para cada etapa da empresa em relação as quantidades necessárias para as obtenções dos resultados calculados e podemos observar o que foi levantado pela Demonstração do resultado do período de Abril de 2015. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desse estudo foi possível verificar que o método de custeio utilizado pela empresa é de extrema importância para a tomada de decisão, pois mostra qual é a melhor opção de comprar ou produzir e em consequência a obtenção da maior lucratividade. Outro fator importante foi à realização dos cálculos que confirmou que a empresa deve produzir lençóis ao invés de comprar de terceiros. Podemos concluir através do estudo que a opção mais lucrativa seria produzir, pois apresentou resultados consideravelmente maiores. Percebeu-se também que o custeio variável é uma ferramenta essencial para a gestão e em consequência a tomada de decisão com embasamento preciso e claro para os gestores. Conclui-se então que a tomada de decisão correta é de suma importância para a obtenção dos resultados desejados e é através do planejamento adequado e utilizando ferramentas essências que levam as empresas prosperar diante do mercado.

REFERÊNCIAS BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BRUNI, Adriano Leal. A Administração de Custos, Preços e Lucros. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. CARARETO, Edson Soares. et al. Gestão estratégica de custos: custo na tomada de decisão, Anápolis, Nº 2,Jul/Dez. 2006. Disponível em: file:///c:users/usu%c3%a1rio%20compras/downloads/artigo%20122.pdf > Acesso em 20 de Maio 2015. GARRISON, Ray H. NOREEN, Eric W. Contabilidade Gerencial. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001. MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e Gestão. 2. Ed.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PEREZ JR., José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério Guedes. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas, 1999. SILVA, Emerson Moraes da. Et al. Gestão de custos para a indústria têxtil: proposição de modelo, Belo Horizonte, Nº 1, Out/Nov. 2006. Disponível em: file:///c:/users/usu %C3%A1rio%20Compras/Downloads/artigo%201854.pdf Acesso em 20 de Maio 2015. XVII Congresso Brasileiro de Custos. Uso das informações de custos em uma indústria têxtil da região metropolitina de natal/rn, Belo Horizonte, Nº 1, Nov/2010. Disponível em: file:///c:/users/uso%c3a1rio%20compras/downloads/cbc2010.artigo0480.pdf Acesso em 20 de Maio 2015. HOGAN, Daniel J. Mobilidade Populacional e Meio Ambiente. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. Brasília, 1996.