IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES DEDUÇÃO DE PERDAS NA CATEGORIA B



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Transcrição:

ORÇAMENTO DO ESTADO OE2016 O QUE MUDA? parlamento Proposta de Orçamento do Estado para 2016 - Proposta de Lei no. 12/XIII. Apresentamos aqui as principais medidas de natureza fiscal propostas neste diploma. IRS IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES DEDUÇÃO DE PERDAS NA CATEGORIA B A dedução das perdas da categoria B passam de 12 anos para 5 anos, sendo esta alteração aplicável apenas às perdas realizadas em ou após 1 de janeiro de 2017. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 1

TAXAS GERAIS Aumento dos limites de rendimento colectável dos primeiros quatro escalões em 0,5%, mantendo-se as taxas inalteráveis. PROPOSTA ACTUAL RENDIMENTO COLECTÁVEL TX NORMAL (%) RENDIMENTO COLECTÁVEL TX NORMAL (%) Até 7 035 14,5 Até 7 000 14,5 De mais de 7 035 até 20 100 28,5 De mais de 7 000 até 20 000 28,5 De mais de 20 100 até 40 200 De mais de 40 200 até 80 000 37 De mais de 20 000 até 40 000 37 45 De mais de 40 000 até 80 000 45 Superior a 80 000 48 Superior a 80 000 48 SOBRETAXA Associado a esta matéria de taxas de tributação, importa chamar a atenção para a alteração introduzida pela Lei n.º 159-D/2015, de 30/12 relativa à extinção da sobretaxa do IRS a partir de 1 de janeiro de 2017, sendo diminuída, a partir de 1 de janeiro de 2016, para os titulares de rendimentos que não excedam os 80.000, de acordo com a seguinte tabela: RENDIMENTO COLECTÁVEL TAXA NORMAL (%) Até 7 070 0 De mais de 7 070 até 20 000 1 De mais de 20 000 até 40 000 1,75 De mais de 40 000 até 80 000 3 Superior a 80 000 3,5 QUOCIENTE FAMILIAR É proposta a eliminação do quociente familiar determinado com base no número de dependentes e ascendentes e regressa-se à aplicação do quociente de 2 no caso de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos de facto, nos casos em que haja opção pela tributação conjunta. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 2

DEDUÇÃO DOS DEPENDENTES E ASCENDENTES Propõe-se o aumento das deduções à coleta referentes a dependentes de 325 para 550 e dos ascendentes de 300 para 525. DEDUÇÃO DESPESAS DE SAÚDE / DEDUÇÃO DESPESAS DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO Propõe-se a possibilidade a dedução de despesas de saúde e de formação e educação realizadas no estrangeiro (e não apenas na EU ou EEE), passando o sujeito passivo a comunicar tais despesas no Portal das Finanças e devendo os documentos de suporte ser mantidos pelo prazo de quatro anos, para poderem ser apresentados à AT, quando solicitado. DEDUÇÃO RELATIVA ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Propõe-se o aumento da dedução à coleta das despesas com dependentes e ascendentes deficientes para 2,5 vezes o valor do IAS (1.048,05 ). Atualmente deduz-se uma importância igual a 1,5 vezes o valor do IAS. ENTIDADES EMITENTES E UTILIZADORAS DE TÍTULOS DE COMPENSAÇÃO EXTRASSALARIAL Propõe-se o alargamento das obrigações declarativas por parte das entidades emitentes e utilizadoras de títulos de compensação extrassalarial. São agora estabelecidos como títulos de compensação extrassalarial, independentemente do seu formato, designadamente em papel, em cartão eletrónico, ou integralmente desmaterializados, que permitam aos seus detentores efetuar pagamentos, sempre que à sua utilização corresponda um desagravamento fiscal (incluem-se também os vales infância e os vales educação). AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA RESIDENTES NÃO HABITUAIS É dada autorização ao Governo para alterar a forma de inscrição do sujeito passivo como residente não habitual por via eletrónica. SEGURANÇA SOCIAL SUSPENSÃO DA ATUALIZAÇÃO DO VALOR DO INDEXANTE DOS APOIOS SOCIAIS (IAS) Propõe-se que seja mantido o valor do IAS ( 419,22) estabelecido para 2010, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 3

IRC IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS REGIME DE ELIMINAÇÃO DA DUPLA TRIBUTAÇÃO ECONÓMICA DOS LUCROS E RESERVAS DISTRIBUÍDOS E DAS MAIS-VALIAS E MENOS-VALIAS REALIZADAS COM A TRANSMISSÃO ONEROSA DE PARTES SOCIAIS (Participation Exemption) (i) Lucros e reservas distribuídos não concorrem para a determinação do lucro tributável das pessoas coletivas residentes fiscais em Portugal Propõe-se para a aplicação deste regime a exigência de um nível de participação mínima de 10% no capital social ou nos direitos de voto da entidade que distribui os lucros ou reservas e o período mínimo de detenção dos títulos de um ano. (Atualmente o nível de participação mínima é de 5% e o período mínimo de detenção é de 2 anos). (ii) Isenção de retenção na fonte de IRC sobre lucros e reservas distribuídos por sociedades residentes para efeitos fiscais em Portugal Propõe-se para a aplicação deste regime um nível de participação mínima no capital social ou nos direitos de voto da entidade que distribui os lucros ou reservas de 10% e um ano de período mínimo de detenção dos títulos. (Atualmente o nível de participação mínima é de 5% e o período mínimo de detenção é de 2 anos). (iii) Mais e menos-valia realizadas com a transmissão onerosa de participações sociais não concorrem para a determinação do lucro tributável das pessoas coletivas residentes em Portugal Propõe-se para a aplicação deste regime um nível de participação mínima no capital social ou nos direitos de voto da entidade cuja participação vai ser alienada de 10% e um ano de período mínimo de detenção dos títulos. (Atualmente o nível de participação mínima é de 5% e o período mínimo de detenção é de 2 anos). O novo nível de participação mínima de 10% e o período de detenção mínima de 1 ano aplica-se às participações detidas à data de entrada em vigor da Lei do OE de 2016, contando-se tal prazo a partir dessa data, exceto se, segundo a redação do regime anterior, faltar menos tempo para o prazo se completar. É estendida a não aplicação do regime de participation exemption às mais e menos-valias fiscais realizadas com a transmissão de outros instrumentos de capital próprio associados às partes sociais, designadamente prestações suplementares, quando o valor dos imóveis ou dos direitos reais sobre bens imóveis situados em território português, detidos pela participada, represente, direta ou indiretamente, mais de 50% do respetivo ativo e este não esteja afeto a uma atividade diferente da compra e venda de imóveis. LUCROS DISTRIBUÍDOS A ENTIDADES NÃO RESIDENTES À semelhança do referido para o regime de participation exemption, propõe-se a alteração da percentagem mínima para 10% (em vez dos 5%, aplicáveis em 2015) e do período mínimo de detenção BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 4

para 1 ano (24 meses em 2015) para a aplicação da isenção sobre lucros pagos ou colocados à disposição de entidades residentes noutro Estado-Membro da UE, EEE ou Estado com o qual tenha sido celebrada Convenção para Evitar a Dupla Tributação (CDT) que preveja troca de informações. Estes requisitos são aplicáveis às participações detidas à data da entrada em vigor da Lei do OE para 2016, contando-se o período mínimo de detenção desde a data de aquisição da percentagem mínima de 10%. DEDUÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS Propõe-se a redução do prazo para dedução dos prejuízos fiscais de 12 anos (atuais) para 5 anos. Esta alteração aplica-se aos prejuízos fiscais obtidos em períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2017. Os prazos de reporte dos prejuízos fiscais passam a ser os seguintes, de acordo com o período em que foram apurados: Prejuízos fiscais obtidos em: Prazo de reporte 2009 6 anos 2010 e 2011 4 anos 2012 e 2013 5 anos 2014 a 2016 12 anos 2017 e seguintes 5 anos É importante notar que, se mantem a limitação de dedução de prejuízos fiscais até 70% do lucro tributável do exercício em causa, apesar da significativa redução do prazo de reporte agora proposta. TAXAS Propõe-se a redução da taxa nominal geral de IRC vigente dos atuais 21,5% para 21% para as entidades residentes que não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola, ficando desta forma a taxa nominal geral de IRC harmonizada. Não se prevê redução da taxa nominal geral de IRC para 2016, conforme estabelecia o programa da Reforma do IRC. TAXAS DE TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA Propõe-se que, no caso de se verificar o incumprimento das condições que permitem a exclusão de sujeição à tributação autónoma de 35% aplicável aos gastos com bónus e outras remunerações variáveis pagas a gestores, administradores ou gerentes, o montante correspondente à tributação autónoma que deveria ter sido liquidada seja adicionado ao valor do IRC relativo ao período de tributação em que se verifique aquele incumprimento. É esclarecido que no âmbito da aplicação do RETGS, o agravamento das taxas de tributação autónoma em 10 p.p., no caso de apuramento de prejuízo fiscal no período, deve ter por base o resultado apurado pelo Grupo. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 5

CRÉDITO DE IMPOSTO POR DUPLA TRIBUTAÇÃO ECONÓMICA INTERNACIONAL Propõe-se o aumento da participação mínima de 5% para 10% e a redução do período mínimo de detenção da participação de 2 anos para 1 ano (mantendo-se neste caso a possibilidade deste prazo se verificar à posteriori) para se poder beneficiar da dedução de crédito por dupla tributação económica internacional relativamente a lucros e reservas distribuídas distribuídos por entidades não residentes e que tenham sido incluídas na matéria coletável do sujeito passivo. OBRIGAÇÕES CONTABILÍSTICAS DAS EMPRESAS / PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL É reduzido dos atuais 12 para 10 anos o prazo de conservação dos livros, registos contabilísticos e respetivos documentos de suporte, bem como do processo de documentação fiscal. Este novo prazo aplica-se aos períodos de tributação que se iniciem a partir de 1 de janeiro de 2017. ADITAMENTOS AO CIRC INFORMAÇÃO FINANCEIRA E FISCAL DE GRUPOS MULTINACIONAIS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA Na sequência das recomendações da OCDE relativas ao Projeto BEPS (Base Erosion and Profit Shifting), propõe-se que as entidades residentes que integrem grupos multinacionais passam a estar obrigadas a apresentar uma declaração de informação financeira e fiscal que inclua, de forma agregada, por cada país ou jurisdição fiscal de residência (country by country) das entidades que os integrem ou de localização de estabelecimentos estáveis passem a reportar um conjunto de informação detalhada. Esta obrigação declarativa aplica-se às entidades que detenham ou controlem, direta ou indiretamente, uma ou mais entidades em países ou jurisdições fiscais distintas, quando os rendimentos apresentados nas demonstrações financeiras consolidadas sejam iguais ou superiores a 750.000.000 no período de tributação imediatamente anterior. Nesta matéria, ao nível do Regime Geral das Infrações tributárias é proposto que, para além da falta de apresentação da documentação respeitante à política adotada em matéria de preços de transferência, seja igualmente punível com coima de 500 a 10.000 a falta de apresentação da declaração de informação financeira e fiscal por país ou jurisdição relativa às entidades de um grupo multinacional. AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS De entre várias autorizações legislativas dadas ao Governo, destacamos as seguintes autorizações: Estabelecer um regime um regime facultativo de reavaliação do ativo fixo tangível e propriedades de investimento em 2016, cuja vida útil remanescente seja igual ou superior a 5 anos, para sujeitos passivos com contabilidade organizada. A reserva de reavaliação que tenha de ser constituída para o efeito será sujeita a tributação autónoma à taxa de 14%, a pagar em partes iguais nos anos de 2016, 2017 e 2018 Alterar o regime de tributação parcial (em 50%) dos rendimentos de patentes e outros direitos de propriedade intelectual, passando a abranger apenas os rendimentos de investigação e desenvolvimento. Neste contexto, prevê-se que o regime atual deixe de ser aplicável a patentes e a desenhos ou modelos industriais registados a partir de 30/06/2016, ficando, porém, salvaguardada a manutenção da aplicação do regime até 30 de junho de 2021 para os ativos intangíveis registados até àquela data. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 6

IVA IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO - IVA ALTERAÇÃO DE TAXAS Propõe-se, com efeitos a partir de 1 de julho de 2016, a redução da taxa de IVA nos serviços de restauração (serviços de alimentação e bebidas) para 13%, com exclusão das bebidas alcoólicas, refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias, que se mantêm sujeitas à taxa de 23% de IVA. Prevê-se que fiquem também abrangidas pela taxa de 13% de IVA as refeições prontas a consumir. AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS Fica o Governo autorizado, designadamente, a: a) Prever que a dedução do imposto, deva ser efetuada na declaração do período em que se tenha verificado a receção dos documentos que suportam a mesma ou no período imediatamente posterior; b) Prever uma regra única no que concerne à determinação do prazo legal para cumprimento da obrigação de apresentação da declaração de início de atividade, independentemente dos sujeitos passivos estarem, ou não, sujeitos a registo comercial; c) Alterar os procedimentos do regime forfetário dos produtores agrícolas; d) Estabelecer os elementos que as faturas emitidas pelos sujeitos passivos abrangidos pelo regime especial de tributação dos pequenos retalhistas devem conter; e) Legislar no sentido alterar os modos de pagamento do IVA nas aquisições intracomunitárias de meios de transporte novos, no âmbito do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI) REGIME DE REEMBOLSO DO IVA IPSS E SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA Ao contrário do que aconteceu em propostas anteriores, não está prevista a repristinação do regime de reembolso do IVA às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, revogado aquando da aprovação da Lei do Orçamento de Estado para 2011. CÓDIGO DO IMPOSTO DO SELO ARRENDAMENTO E SUBARRENDAMENTO Propõe-se a introdução de uma regra para contratos com pluralidade de locadores ou sublocadores, determinando-se que é sujeito passivo do imposto aquele que proceder à comunicação do contrato ao serviço de finanças, ou, sendo esta comunicação feita por terceiro, o primeiro locador ou sublocador identificado, sem prejuízo da responsabilidade tributária ser imputada solidariamente a todos. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 7

É estabelecido, com caráter interpretativo, que, em caso de prédio de herança indivisa ou de parte comum de prédio constituído em propriedade horizontal, o sujeito passivo é a herança indivisa representada pelo cabeça de casal e o condomínio representado pelo administrador, respetivamente. SUPRIMENTOS Propõe-se a limitação da aplicação da isenção nos empréstimos com características de suprimentos de sócios às suas participadas, aos casos em que: (i) o valor da participação corresponda a 10% do capital social da participada (ii) a participação seja detida de forma direta durante um ano consecutivo, ou desde a constituição da entidade participada, devendo a participação ser mantida pelo mesmo período. CRÉDITO AO CONSUMO Propõe-se o agravamento em 50% da taxa de Imposto do Selo aplicável à utilização de crédito em virtude da concessão de crédito ao consumo (atualmente 0,07% e 1%), para os contratos de crédito ao consumo celebrados até 31 de Dezembro de 2018. OPERAÇÕES DE PAGAMENTO EM CARTÕES Propõe-se que as taxas cobradas pelas instituições de crédito relativas a operações de pagamento baseadas em cartões passem a estar sujeitas a Imposto do Selo à taxa de 4%. IEC IMPOSTOS ESPECIAIS DE CONSUMO Propõe-se um agravamento da tributação sobre o álcool e bebidas alcoólicas, sobre os produtos petrolíferos e energéticos, e sobre o tabaco. É proposto um aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos aplicável ao gasóleo e à gasolina, através da fixação, por Portaria, de nova taxa. ISV IMPOSTOS SOBRE VEÍCULOS - ISV TAXAS DE ISV BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 8

Propõe-se a introdução de um novo escalão mínimo para a componente cilindrada e componente ambiental, aplicável aos automóveis de passageiros, ligeiros de utilização mista e ligeiros de mercadorias. Em particular um escalão para os automóveis até aos 1.000 centímetros cúbicos, na componente cilindrada, e um escalão para os automóveis a gasolina e a gasóleo, respetivamente, até aos 99g/Km e 79g/Km, na componente ambiental. Propõe-se um aumento generalizado das taxas de ISV em cerca de 3% e 20%, respetivamente, para a componente cilindrada e componente ambiental. INCENTIVO FISCAL AO ABATE DE VEÍCULOS EM FIM DE VIDA Propõe-se a redução do incentivo fiscal à destruição de veículos em fim de vida, traduzido na redução do ISV até à sua concorrência ou na atribuição de subsídio, para (i) EUR 2.250 (atualmente de 4.500 ) de subsídio no caso de introdução no consumo de veículo elétrico novo; e (ii) EUR 1.125 (atualmente de 3.250 ) de redução do ISV no caso de introdução no consumo de veículo híbrido plug-in novo. Adicionalmente, prevê-se o alargamento do prazo de vigência do incentivo para 31 de dezembro de 2017 e a redução do seu valor em 50%, em 1 de janeiro de 2017. IMI IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS (IMI) DETERMINAÇÃO DO VALOR PATRIMONIAL TRIBUTÁRIO Propõe-se que nos casos em que se revele desadequada a fórmula de avaliação prevista no artigo 38º do Código do IMI, os prédios comerciais, industriais ou para serviços serão avaliados de acordo com o método do custo adicionado do valor do terreno. A definição das tipologias de prédios aos quais é aplicável esta alteração será feita por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, sob proposta da Comissão Nacional de Avaliação de Prédios Urbanos. ATUALIZAÇÃO PERIÓDICA DO VALOR PATRIMONIAL TRIBUTÁRIO Propõe-se que a atualização do VPT dos prédios urbanos afetos a uma atividade comercial, industrial ou de serviços deixa de ser anual, passando a ser trienal. A atualização é determinada pela aplicação do coeficiente de desvalorização da moeda, fixado anualmente por portaria do Governo, correspondente ao ano da última avaliação ou atualização. Para o ano de 2016, o VPT dos prédios urbanos afetos a uma atividade comercial, industrial ou de serviços será objeto de uma atualização extraordinária de 2,25%. Esta atualização é apenas aplicável aos prédios cujo VPT foi atualizado entre 2012 e 2015. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 9

PRÉDIOS SITUADOS NAS ÁREAS DE LOCALIZAÇÃO EMPRESARIAL (ALE) Propõe-se o alargamento do regime de isenção de IMT e IMI a prédios situados nas áreas de localização empresarial adquiridos ou concluídos até 31 de Dezembro de 2016 (atualmente, 31 de Dezembro de 2015). REVOGAÇÃO DA ISENÇÃO PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO (FII), FUNDOS DE PENSÕES E FUNDOS DE POUPANÇA REFORMA Propõe-se que os prédios integrados em fundos de investimento imobiliário abertos ou fechados de subscrição pública, em fundos de pensões e em fundos de poupança reforma deixam de estar isentos de IMI. Atualmente beneficiavam de uma isenção de 50%. IMT IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS (IMT) INCIDÊNCIA OBJECTIVA E VALOR TRIBUTÁVEL Propõe-se que passem a ser tributados os unidos de facto e casados no regime da separação de bens nas aquisições de partes sociais de sociedades em nome coletivo, em comandita simples ou por quotas quando tais sociedades possuam bens imóveis e por via dessa aquisição ou qualquer outro facto, algum dos sócios fique a dispor de, pelo menos, 75% do capital, ou número de sócios se reduza a dois, conforme sucede já com os casados no regime de comunhão geral de bens ou de adquiridos. AQUISIÇÃO DE UNIDADES DE PARTICIPAÇÃO (UP S) DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO (FII) FECHADOS DE SUBSCRIÇÃO PARTICULAR Propõe-se que a aquisição de UP em FII fechados de subscrição particular e as operações das quais resulte que um dos titulares, ou dois titulares casados ou unidos de fato, fiquem a dispor de pelo menos 75% das unidades de participação do fundo, passe a integrar o conceito de transmissão de bens para efeitos de incidência de IMT, correspondendo o valor tributável ao VPT, ou o valor pelo qual os imóveis entraram para o património dos FII, consoante o superior. SUBSCRIÇÃO DE UP S COM BENS IMÓVEIS Propõe-se que sejam sujeitas a IMT as entregas de bens imóveis dos participantes no acto de subscrição de UP de FII fechados de subscrição particular. Neste caso o valor tributável corresponderá ao VPT ou, caso seja superior, o valor por que os imóveis entrarem para o património dos FII. REVOGAÇÃO DE ISENÇÃO PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO (FII), FUNDOS DE PENSÕES E FUNDOS DE POUPANÇA REFORMA BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 10

Propõe-se a eliminação da norma que reduz para metade as taxas de IMT incidente sobre aquisições de prédios integrados em FII abertos ou fechados de subscrição pública, em fundos de pensões, ou em fundos de poupança reforma. VALOR TRIBUTÁVEL NO CASO DE DISSOLUÇÃO DE FII Propõe-se que o valor tributável, no caso de dissolução do FII em que todos ou alguns dos seus imóveis revertam para o participante ou participantes que já tiverem sido sujeitos a tributação, corresponde à diferença entre o valor dos bens adquiridos e o valor da liquidação de imposto precedente. LGT LEI GERAL TRIBUTÁRIA SUSPENSÃO DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DE DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS Propõe-se a suspensão do prazo de prescrição legal desde a instauração e até ao trânsito em julgado das ações de impugnação pauliana intentadas pelo Ministério Público para anular os negócios cuja única intenção seja diminuir a garantia patrimonial dos credores. INFORMAÇÃO RELATIVA A OPERAÇÕES FINANCEIRAS Propõe-se que a obrigação de reportar à AT o valor dos fluxos de pagamentos com cartões de crédito e de débito, efetuados por seu intermédio, a sujeitos passivos de IRC e que aufiram rendimentos da categoria B de IRS, até ao mês de julho de cada ano, passe a abranger todas as entidades que prestem serviços de pagamento, para além das instituições de crédito e das sociedades financeiras que já estavam obrigadas a esta declaração. RGIT Regime Geral das Infrações Tributárias INFORMAÇÃO FINANCEIRA E FISCAL DE GRUPOS MULTINACIONAIS Propõe-se que o atraso ou falta de entrega da declaração de informação financeira e fiscal por país ou jurisdição relativa às entidades de um grupo multinacional seja punível com coima a fixar entre 500 e 10.000, nos mesmos termos já aplicáveis à documentação respeitante à política adotada em matéria de preços de transferência. BTOC CONSULTING PORTUGAL www.btoc.com.pt 11