Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS



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Transcrição:

Arranjo Produtivo Local Metal Mecânico Pós-Colheita Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI 0 Porto Alegre, dezembro de 2014.

Sumário 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS... 5 2. APRESENTAÇÃO... 5 3. DADOS GERAIS... 5 3.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO... 5 3.2. EXECUÇÃO... 6 3.2.1. EQUIPE TÉCNICA DE ELABORAÇÃO... 6 3.2.2. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO... 6 4. DESCRIÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL APL... 6 4.1. LOCALIZAÇÃO... 6 4.2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 7 4.3. FLUXOGRAMA GLOBAL DAS INDÚSTRIAS DO APL METAL MECÂNICO PÓS- COLHEITA PANAMBI E CONDOR... 8 5. CONCEITOS E DEFINIÇÕES... 9 6. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA... 12 6.1. LEGISLAÇÃO... 12 6.2. NORMAS TÉCNICAS... 14 7. DIAGNÓSTICO... 15 7.1. IDENTIFICAÇÃO, ORIGEM, CARACTERIZAÇÃO E VOLUME... 15 7.2. PASSIVOS AMBIENTAIS RELACIONADOS AOS RESÍDUOS... 25 8. RESPONSABILIDADES... 26 9. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS... 26 9.1. PROGRAMA DE REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS... 27 9.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS... 29 9.3. SEGREGAÇÃO, COLETA SELETIVA E ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS... 29 9.4. QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS... 33 9.5. ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E CENTRAL DE RESÍDUOS... 34 9.6. TRANSPORTE DOS RESÍDUOS... 35 9.6.1. TRANSPORTE INTERNO... 35 9.6.2. TRANSPORTE EXTERNO... 35 9.7. DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS... 37 9.8. PREVENÇÃO E ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS... 38 9.9. TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÂO... 39 1

9.10. REVISÃO DO PGRS... 40 9.11. PLANILHA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS... 40 10. SOLUÇÕES CONSORCIADAS... 46 11. RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA... 46 12. MEDIDAS SANEADORAS DE PASSIVOS AMBIENTAIS... 47 13. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 47 14. REFERÊNCIAS... 49 2

Lista de Quadros Quadro 1: Atividades industriais... 8 Quadro 2: Diagnóstico de resíduos gerados APL Metal Mecânico Pós-colheita... 19 Quadro 3: Responsabilidades do PGRS... 26 Quadro 4: Padrão de cores para coleta seletiva... 30 Quadro 5: Códigos de Acondicionamento estabelecidos pela FEPAM... 31 Quadro 6: Modelo de Registro de Resíduos Sólidos... 33 Quadro 7: Código de Destinação (CODEST)... 38 Quadro 8: Gerenciamento de Resíduos Sólidos... 45 Lista de Fotos Foto 1: Resíduo (1) de sucata metálica... 21 Foto 2: Resíduo (2) de sucata metálica... 21 Foto 3: Coletores seletivos para plástico, papel e papelão... 21 Foto 4: Resíduo classe I... 21 Foto 5: Resíduo de lodo ETE... 22 Foto 6: Coletores seletivos... 22 Foto 7: Resíduo têxtil contaminado (classe I)... 22 Foto 8: Resíduo de cavaco plástico... 22 Foto 9: Resíduo de pó metálico... 22 Foto 10: Resíduo de varrição contaminado... 22 Foto 11: Resíduo (3) de sucata metálica... 23 Foto 12: Resíduo de embalagens de tinta... 23 Foto 13: Resíduo de madeira... 23 Foto 14: Resíduos de embalagens de tinta com logística reversa... 23 Foto 15: Coletores seletivos para resíduos elétricos (cobre e fios)... 23 Foto 16: Coletores seletivos internos... 23 Foto 17: Resíduo de espuma... 24 Foto 18: Resíduo de isopor... 24 Foto 19: Resíduo de plástico... 24 Foto 20: Resíduo de papelão... 24 Lista de Figuras Figura 1: Mapa do APL metal mecânico pós-colheita Panambi-Condor... 7 Figura 2: Fluxograma global das indústrias do APL metal mecânico pós-colheita Panambi e Condor... 9 Figura 3: Gráfico da geração de resíduos por classe NBR 10.004/2004... 25 Figura 4: Metodologia para redução na geração de resíduos... 27 Figura 5: Ferramentas da Ecologia Industrial... 28 Figura 6: Princípios orientadores para o gerenciamento de resíduos... 29 Figura 7: Exemplo de etiquetas para coletores de resíduos... 30 Figura 8: Exemplos de rótulos de risco para resíduos inflamáveis ou com características de inflamabilidade... 31 3

Figura 9: Modelo de caçamba estacionária com tampa... 32 Figura 10: Modelo de caixa plástica com rodas... 32 Figura 11: Modelo de tambores com tampa fixa 200/100 L... 32 Figura 12: Modelo de bombonas com tampa removível 200/100/50/20 L... 32 Figura 13: Modelo de caixa coletora para lâmpadas fluorescentes usadas... 33 Figura 14: Modelo de coletores seletivos... 33 Figura 15: Modelo de balança de piso para quantificação de resíduos... 34 Figura 16: Modelo de balança suspensa para quantificação de resíduos... 34 Figura 17: Modelo de balança plataforma bancada para quantificação de resíduos... 34 Figura 18: Modelo de kit proteção ambiental... 39 Figura 19: Modelo de palete de contenção para tambores e bombonas... 39 Figura 20: Modelo de extintor... 39 Figura 21: Modelo de armário corta fogo... 39 4

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) contratou, em dezembro de 2013, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/RS), através do Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) SENAI, para executar o Projeto Simbiose Industrial e Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para os Arranjos Produtivos Locais do RS. 2. APRESENTAÇÃO O presente Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos estabelece, descreve e sugere as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos gerados nas atividades desenvolvidas no âmbito industrial metal mecânico pós-colheita, compreendido nos limites do Arranjo Produtivo Local Metal Mecânico Pós-Colheita de Panambi e Condor, cidade Polo Panambi/RS. Este documento abrange os procedimentos necessários e responsabilidades para a coleta, a segregação, a classificação, o armazenamento temporário na área do empreendimento, o transporte e a destinação final dos resíduos sólidos gerados e visa atender as exigências previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei Federal n 12.305, de 2 de agosto de 2010 e Politica Estadual De Resíduos Sólidos - Lei n 14.528, de 16 abril de 2014, atendendo aos requisitos legais aplicáveis, do estado do Rio Grande do Sul. 3. DADOS GERAIS 3.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Razão Social: Associação Centro de Inovação Tecnológica ACITEC. Nome Fantasia: APL Metal Mecânico Pós-colheita Panambi e Condor. CNPJ: 07.024.164/0001-06 Tipo de Atividade: Conforme exibido no Quadro 1, Atividades Industriais. Representante Legal: Hardi Reinke Endereço Completo: Rua Gaspar Martins, 933 Panambi/RS. Telefone: (55) 3375.9350 Pessoa de contato: Hugo Hartemink E-mail: <hugo.hartemink@terra.com.br> 5

3.2. EXECUÇÃO Identificação: Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI/UNIDO/UNEP Endereço: Avenida Assis Brasil, 8450 Sarandi. CEP: 91140 001 Porto Alegre/RS Telefone: (51) 3347.8400 E-mail: <cntl.tecnologias@senairs.org.br> Site: <www.senairs.org.br/cntl> 3.2.1. EQUIPE TÉCNICA DE ELABORAÇÃO Felipe Francisco Saviczki - Engenheiro Ambiental Gabriela Malgarin de Lima - Tecnóloga em Gestão Ambiental Joseane Machado de Oliveira - Engenheira Química Lara de Oliveira Bierei - Engenheira Ambiental Paula Teixeira de Teixeira - Tecnóloga em Gestão Ambiental 3.2.2. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO Felipe Francisco Saviczki CREA/RS: 159606 ART: Nota: A responsabilidade técnica deste profissional se limita a elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, sendo a implementação e a manutenção de responsabilidade das empresas participantes do APL. 4. DESCRIÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL APL 4.1. LOCALIZAÇÃO O APL Pós-colheita é o conjunto de empresas dos diversos segmentos do setor metal mecânico pós-colheita, suas ações são concentradas na região Noroeste do Rio Grande do Sul. Os Municípios de Panambi, Condor e Santa Bárbara do Sul formam a maior concentração de 6

indústrias fabricantes de equipamentos para recebimento, beneficiamento e armazenagem de grãos do Brasil. A Figura 1 apresenta o mapa do APL Metal Mecânico Pós-colheita. Figura 1: Mapa do APL metal mecânico pós-colheita Panambi-Condor 4.2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAES 2.0) citadas no Quadro 1, abrangem o APL do setor Metal Mecânico Pós-colheita Panambi e Condor, estas envolvem diversos processos produtivos da indústria de transformação. 7

CNAE 2.0 Denominação 2229-3 Fabricação de artefatos de material plástico, não especificados anteriormente. 2511-0 Fabricação de estruturas metálicas. 2512-8 Fabricação de esquadrias de metal. 2513-6 Fabricação de obras de caldeiraria pesada. 2532-2 Produção de Artefatos de Metal. 2539-0 Serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais. 2542-0 Fabricação de artigos e serralheria, exceto esquadrias. 2543-8 Fabricação de ferramentas. 2591-8 Fabricação de embalagens metálicas. 2599-3 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente. 2610-8 Fabricação de componentes eletrônicos. 2651-5 Fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle. 2731-7 Fabricação de aparelhos, equipamentos para a distribuição e controle de energia elétrica. 2822-4 Fabricação de máquinas e equipamentos e aparelhos para transporte e elevação de cargas e pessoas. 2829-1 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral, não especificados anteriormente. 2833-0 Fabricação de máquinas e equipamentos para agricultura, pecuária, exceto para irrigação. 2840-2 Fabricação de máquinas-ferramentas. 2861-5 Fabricação de máquinas para a indústria metalúrgica, exceto máquinas-ferramentas. 2869-1 Fabricação de máquinas e equipamentos para o uso industrial e específico não especificado anteriormente. 3314-7 Manutenção e Reparo de Máquinas e Equipamentos. 3321-0 Instalação de Máquinas e Equipamentos Industriais. 4120-4 Construção de Edifícios. Quadro 1: Atividades industriais Fonte: (AGDI, 2014) 4.3. FLUXOGRAMA GLOBAL DAS INDÚSTRIAS DO APL METAL MECÂNICO PÓS-COLHEITA PANAMBI E CONDOR Analisando a multiplicidade de atividades desenvolvidas no ramo industrial metal mecânico póscolheita, os fluxogramas por processos específicos deste setor, abrangem particularidades que devem ser consideradas para a excelência da gestão ambiental na microrregião. A Figura 2 elucida um fluxograma dos recursos envolvidos, de forma global, para o APL. 8

INSUMOS E MATÉRIAS-PRIMAS INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO METAL MECÂNICO PÓS-COLHEITA PRODUTOS E RESÍDUOS Figura 2: Fluxograma global das indústrias do APL metal mecânico pós-colheita Panambi e Condor 5. CONCEITOS E DEFINIÇÕES PGRS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - Documento que contempla um conjunto de procedimentos a serem usados visando a minimização de geração, a reutilização e reciclagem, o acondicionamento, o armazenamento temporário, o transporte, o tratamento e a destinação final adequada dos resíduos sólidos, observando os requisitos legais ambientais aplicáveis. Resíduos Sólidos - Resíduos no estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da empresa. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento em redes de esgotos ou corpos de água. Resíduo Sólido Reciclável - É todo o resíduo que pode retornar ao ciclo de produção como matéria-prima para fabricação de produtos pela própria empresa, ou por terceiros. Resíduos Sólidos Classe I - De acordo com a norma NBR 10.004 são resíduos PERIGOSOS, que em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas pode representar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente. Também são classificados como perigosos os resíduos constantes nos Anexos A ou B da NBR 10.004, ou que apresentam uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. 9

Resíduos Sólidos Classe II A - São os resíduos NÃO PERIGOSOS e NÃO INERTES. De acordo com a norma NBR 10.004, são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I perigosos ou de resíduos classe II B inertes. Podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Resíduos Sólidos Classe II B - De acordo com a NBR 10.004 são os resíduos NÃO PERIGOSOS e INERTES. Ficam enquadrados os resíduos que submetidos à solubilização com água, conforme a norma NBR 10.006, não tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, como também não proporcionam combustibilidade. Resíduos da Construção Civil - De acordo com a resolução CONAMA nº 307/2002 são os resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos; blocos cerâmicos; concreto em geral; solos; rochas; metais; resinas; colas; tintas; madeiras e compensados; forros; argamassa; gesso; telhas; pavimento asfáltico; vidros; plásticos; tubulações; fiação elétrica e etc.; comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. Resíduos da Construção Civil Classe A - De acordo com a resolução CONAMA nº 307/2002 são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, como por exemplo: os resíduos de origem de construção, demolição, reformas e reparos de edificações (componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento e etc.), argamassa e concreto) e/ou, os resíduos de origem de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fio e etc.) produzidas nos canteiros de obras. Resíduos da construção Civil Classe B - De acordo com a resolução CONAMA nº 431/2011 são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. Resíduos da construção Civil Classe C - De acordo com a resolução CONAMA nº 431/2011 são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Resíduos da Construção Civil Classe D - De acordo com a resolução CONAMA n 348/2004 são os resíduos perigosos, por exemplo, as tintas, solventes, óleos e/ou aqueles contaminados e prejudicais ou nocivos à saúde. Rejeitos - De acordo com a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010 são os resíduos sólidos que depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos 10

tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. Coleta Seletiva de Resíduos - Sistema de recolhimento dos resíduos segregados na fonte. Destinação final ambientalmente adequada - De acordo com a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010 é a destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Ciclo de vida do produto - Segundo a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010 é a série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de materiais primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final. Disposição final ambientalmente adequada - De acordo com a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010 é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Logística reversa - Segundo a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010 é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada, Gerenciamento de resíduos sólidos - De acordo com a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010 é o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. Licença de Operação - Documento expedido pelo órgão ambiental estadual ou municipal autorizando o funcionamento das atividades. 11

Passivo Ambiental - De acordo com Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler RS, é o resíduo armazenado na área da empresa, sem destinação definida. Compostagem - Processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos não patogênicos ou contaminados, de origem animal e vegetal, pela ação de micro-organismos. Central de Resíduos - Local destinado ao armazenamento temporário de resíduos sólidos. Destinatário - Pessoa física ou jurídica responsável pelo tratamento e/ou destinação final dos resíduos gerados na empresa. APL - Arranjo Produtivo Local. CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. CONSEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ARIPE - Aterro de Resíduos Industriais Perigosos. MTR - Manifesto de Transporte de Resíduos. FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler RS. SEMA - Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul CODACOND - Código de Acondicionamento do Resíduo. CODRES - Código do Resíduo. CODEST - Código do Destino do Resíduo. 6. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 6.1. LEGISLAÇÃO Lei Federal n 12.305, de 02 de agosto de 2010 que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Lei Federal n 6.938, de 02 de setembro de 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e outras providências. 12

Lei Federal n 10.357, de 27 de dezembro de 2001 - Estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica. Lei Federal n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Lei Estadual n 14.528, de 16 abril de 2014, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Lei Estadual n 9.921, de 27 de julho de 1993, que no seu artigo 3º diz Os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos terão como instrumentos básicos planos e projetos específicos de coleta, transporte, tratamento, processamento e destinação final a serem licenciados pelo órgão ambiental do Estado, tendo como metas a redução da quantidade de resíduos gerados e o perfeito controle de possíveis efeitos ambientais. Lei Estadual n 9.493, de 07 de janeiro de 1992 Considera, no estado do Rio Grande do Sul, a coleta seletiva e a reciclagem do lixo como atividades ecológicas, de relevância social e de interesse público. Lei Estadual n 11.019, de 24 de setembro de 1997 Dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul. Decreto Estadual n 38.356, de 02 de abril de 1998, que no seu artigo 4º diz Os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos de qualquer natureza terão como instrumentos básicos planos e projetos específicos de coleta, transporte, tratamento, processamento e destinação final, a serem licenciados pela FEPAM, tendo como metas a redução da quantidade de resíduos gerados e o perfeito controle de possíveis efeitos ambientais. Resolução CONAMA n 275, de 19 de junho de 2001 Estabelece código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Resolução CONAMA n 362, de 23 de junho de 2005 Estabelece novas diretrizes para o recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado e sua respectiva alteração, a resolução de n 450/2012. Resolução CONAMA n 307, de 05 de julho de 2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão de resíduos da construção civil e suas respectivas alterações, as resoluções de n 348/2004; 431/2011; 448/2012. 13

Resolução CONAMA n 257, de 22 de julho de 1999 Dispõe sobre o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final. Resolução CONAMA n 420, de 30 de dezembro de 2009 - Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas e sua respectiva correlação com a resolução de n 460/2013. Resolução CONSEMA n 73, de 26 de agosto de 2004 Dispõe sobre a co-disposição de resíduos sólidos industriais em aterros de resíduos sólidos urbanos no Estado do Rio Grande do Sul. Portaria FEPAM n 93, de 26 de outubro de 2011 que prorroga pelo período de 09 (nove) meses, a partir o prazo fixado no Art. 1.º da Portaria nº 016/2010 - FEPAM de 20 de abril de 2010. Portaria FEPAM n 016, de 20 de abril de 2010 que Dispõe sobre o controle da disposição final de resíduos classe I com características de inflamabilidade no solo, em sistemas de destinação final de resíduos denominados aterro de resíduos classe I e central de recebimento e destinação de resíduos classe I, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul. Portaria FEPAM n 009, de 08 de fevereiro de 2012 que Dispõe sobre o regramento para o uso de derivados de madeira, em especial MDP e MDF (Medium Density Fiberboard e Medium Density Particleboard), não contaminados, como combustível alternativo/principal. Portaria FEPAM n 034, de 03 de agosto de 2009 - Aprova o MANIFESTO DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS MTR e dá outras providências. Portaria MINTER 53, de 1º de março de 1979 Estabelece normas aos projetos específicos de tratamento e disposição de resíduos sólidos, bem como a fiscalização de sua implantação, operação e manutenção. 6.2. NORMAS TÉCNICAS Norma ABNT - NBR 10.004:2004 Resíduos sólidos - Classificação. Norma ABNT NBR 10.005:2004 Lixiviação de Resíduos Procedimentos. Norma ABNT - NBR 11.174:1990 Armazenamento de resíduos classes II não inertes e III inertes. Norma ABNT - NBR 12.235:1992 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. Norma ABNT - NBR 13.221:2005 Transporte terrestre de resíduos. 14

Norma ABNT - NBR 7.503:2005 Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de produtos perigosos Características, dimensões e preenchimento. Norma ABNT NBR 17.505:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. Norma ABNT NBR 15.114 Resíduos sólidos da construção civil Áreas de reciclagem Diretrizes para projeto, implantação e operação. Norma ABNT NBR 16.725 Ficha com dados de segurança de resíduos químicos. Norma ABNT NBR 14.619 - Transporte terrestre de produtos perigosos. 7. DIAGNÓSTICO O diagnóstico representa a situação atual da geração de resíduos nas empresas integrantes do APL Metal Mecânico Pós-colheita, antes da implementação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Este documento foi formulado com base nas informações cedidas pelas empresas visitadas, compreendidas no APL, e as constatações registradas nas áreas industriais destas. 7.1. IDENTIFICAÇÃO, ORIGEM, CARACTERIZAÇÃO E VOLUME Os resíduos foram mapeados conforme as atividades exercidas nas dependências das empresas visitadas, sendo uma amostragem mínima de 20 empreendimentos, pertencentes ao APL metal mecânico pós-colheita Panambi e Condor, levando em consideração os seguintes aspectos: Resíduo Gerado; Caracterização; Classificação (NBR ABNT 10.004); Origem; Volume. O resultado desta identificação e caracterização, realizado através de visitas técnicas e consulta a documentos internos das empresas, pode ser verificado no Quadro 2 e está ilustrado no inventário fotográfico (1 a 20). Os resíduos apresentados a seguir foram enquadrados conforme os códigos e títulos estabelecidos pelo órgão ambiental estadual, a FEPAM, bem como classificados segundo a NBR 10.004:2004. 15

CODRES CLASSE NBR 10.004 UNIADE DE MEDIDA DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS CARACTERIZAÇÃO ESTADO FÍSICO ORIGEM (CNAE) VOLUME ANUAL A0010 Resíduo de restaurante (restos de alimentos) Restos de alimentos, resíduos orgânicos. Sólido IIA 2539-0/01, 2543-8/00, 2731-7/00, 2822-4/02, 2829-1/99, 2833-0/00 55,77 m³ A0020 Resíduo gerado fora do processo industrial (escritório, embalagens, etc) Resíduo de escritório, embalagens, caixas, papel de escritório, papleão, plásticos. Sólido IIA 2539-0/01, 2731-7/00, 2829-1/99, 2833-0/00 62,88 m³ A0030 Resíduo de varrição não perigoso.especificar: Resíduo de varrição. Sólido IIA 2539-0/01 0,56 m³ A0040 Sucata de metais ferrosos Retalhos de sucata, cavaco, retalhos e estamparia de chapas, sucata de chapa de ferro (gerada em anodos do banho), tiras, cantoneiras e ferro redondo, cavacos galvanizados, sliter, limalha, lata aerosol, ferramenta danificada, cavaco de tecnil e plastirene, sobras de calha e tubulação, tambores, latas d etinta e solvente, chapas de aço, sucata de aço pintada. Sólido IIA 2229-3/01, 2229-3/99, 2539-0/01, 2543-8/00, 2592-6/02, 2731-7/00, 2822-4/02, 2829-1/99, 2833-0/00, 2869-1/00 8.263,59 T A0050 Sucata de metais não ferrosos (latão) Cobre limpo (sobra de barramento), limalha de cobre, sobras de fios e cabos elétricos, retalhos de barras de alumínio. Sólido IIA 2731-7/00, 2822-4/02 30 T A0060 Resíduo de papel e papelão Embalagens, caixas, papel de escritório. Sólido IIA 2229-3/99, 2543-8/00, 2592-6/02, 2731-7/00, 2822-4/02, 2833-0/00, 2869-1/00 47 T A0070 Resíduo plástico (bombonas) Bombonas plásticas de água deionizada (20 L). Sólido IIA 2833-0/00 300 un. A0071 Resíduo plástico (filmes e pequenas embalagens) Embalagens de escritório, cintas plásticas, sacaria, plástico metalizado, saco plástico (PEBD), CHMW, sucata de polietileno e ou moida para injeção. Sólido IIA 2229-3/01, 2229-3/99, 2539-0/01, 2543-8/00, 2731-7/00, 2822-4/02, 2833-0/00, 2869-1/00 12 T 16

CODRES CLASSE NBR 10.004 UNIADE DE MEDIDA DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS CARACTERIZAÇÃO ESTADO FÍSICO ORIGEM (CNAE) VOLUME ANUAL A0080 Resíduo de borracha Sobras de correias. Sólido IIA 2833-0/00 Não mensurado pelas empresas m³ A0082 Resíduo de PU Retalhos de PU. Sólido IIA 2731-7/00 Não mensurado pelas empresas m³ A0090 Resíduo de madeira (restos de embalagens,pallets) Caixas, pallets, retalhos e serragem de madeira de eucalipto, pallets quebrados, retalhos de MDF limpo e pintado, bobinas. Sólido IIA 2229-3/99, 2731-7/00, 2829-1/99, 2833-0/00, 2869-1/00 72 T A0171 Resíduo de vidros Vidro quebrado, cacos de vidro. Sólido IIB 2829-1/99, 2833-0/00 Não mensurado pelas empresas un. A0990 Outros resíduos não perigosos.especificar: Resíduos recicláveis misturados, retalhos de correias, embalagens de papel, papelão e plástico, máscara de solda, copos plásticos, vermiculita (granulado de composto de areia) Sólido IIA 2229-3/99, 2539-0/01, 2731-7/00, 2822-4/02, 2829-1/99, 2833-0/00 309 T D0040 Res.de Serviços de Saúde (mat.infectado, agulhas, medicamentos). Especificar: Resíduo de ambulatório de odontologia, agulhas, material infectado, medicamentos. Sólido I 2833-0/00 2 m³ D0096 Resíduo perigoso de varrição Terra contaminada com óleo e ou graxa, poeira contaminada com plásticos, pó de ferro. Sólido I 2229-3/01, 2833-0/00 10 m³ F0006 Lodo de ETE de galvanoplastia Lodo da estação de tratamento de efluentes de galvanoplastia (contaminantes cromo trivalente, cianeto). Sólido I 2539-0/01, 2833-0/00 112 m³ F0030 Óleo lubrificante usado Óleo lubrificante usado contaminado. Líquido I 2229-3/99, 2731-7/00, 2833-0/00 13 m³ 17

CODRES CLASSE NBR 10.004 UNIADE DE MEDIDA DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS CARACTERIZAÇÃO ESTADO FÍSICO ORIGEM (CNAE) VOLUME ANUAL F0031 Material contaminado com óleo Equipamentos de proteção individual, panos de limpeza contaminados com tinta e ou óleo, filtro de pintura, resíduo de varrição, latas de tinta e ou solvente, resíduos e borra de tinta, estopas, papel, pó de lixação. Sólido I 2229-3/01, 2543-8/00, 2731-7/00, 2829-1/99, 2833-0/00, 2869-1/00 140,8 m3 F0042 Resíduo têxtil contaminado (panos, estopas) Estopas, panos de limpeza contaminados, luvas contaminados com óleo e ou graxa. Sólido I 2229-3/99, 2592-6/02, 2731-7/00, 2833-0/00 3,2 T F0044 Solventes contaminados.especificar Solvente usado contaminado, thiner diluente. Líquido I 2822-4/02, 2833-0/00 Não mensurado pelas empresas m³ F0050 Outros resíduos perigosos.especificar: Estopas, latas e borra de tinta, equipamentos de proteção individual, papel e papelão contaminados, óleo CNC, lâmpadas, filtros de pintura, galões de óleo, sobras de tinta, pó de varrição, pó oriundo do jato de granalha contaminado. Sólido I 2539-0/01, 2731-7/00, 2822-4/02, 2833-0/00 342,96 m³ K0070 Pós metálicos Resíduo de pó metálico úmido e ou seco dos processos de oxicorte, laser e ou plasma. Sólido I 2822-4/02, 2833-0/00 0,044 T K0072 Acumuladores de energia (baterias, pilhas, assemelhados) Baterias de nobreak Sólido I 2833-0/00 10 un. K0106 Lâmpadas fluorescentes (vapor de mercúrio ou sódio) Lâmpadas fluoresecentes, reator Sólido I 2539-0/01, 2731-7/00, 2822-4/02, 2833-0/00 916 un. K0212 Embalagens vazias contaminadas Latas metálicas contaminadas com tinta e solvente, bombonas, embalagens plásticas contaminadas com cianeto Sólido I 2539-0/01, 2543-8/00, 2731-7/00, 2833-0/00 3,07 T K0780 Resíduo de tintas e pigmentos Resíduo de tinta e pigmentos, tinta em pó vencida Sólido I 2731-7/00, 2833-0/00 6,03 m³ 18

CODRES CLASSE NBR 10.004 UNIADE DE MEDIDA DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS CARACTERIZAÇÃO ESTADO FÍSICO ORIGEM (CNAE) VOLUME ANUAL X014 Equipamentos De Protecao Individual Óculos, luvas latex, luvas PVC, luvas de algodão, avental PVC, bota de borracha, jaleco Sólido I 2539-0/01, 2833-0/00 Não mensurado pelas empresas T X015 Cartucho De Impressora Tonner de impressora Sólido I 2833-0/00 50 un. X018 Discos De Corte Lixas, disco flep, disco de corte e desbaste Sólido IIA 2539-0/01, 2869-1/00 0,012 T X020 Residuo De Papel E Papelao Contaminados Papel e papelão contaminado Sólido I 2539-0/01 Não mensurado pelas empresas T X025 Residuo De Plastico Contaminado Bombonas plásticas de óleo e ou graxa Sólido I 2229-3/01, 2731-7/00 0,2 T X026 Equipamentos De Protecao Individual - Epi Contaminado Equipamentos de proteção individual contaminados com óleo, graxa, tinta Sólido I 2539-0/01, 2592-6/02, 2731-7/00, 2833-0/00 5,63 T X032 Papel Higienico Resíduo sanitário Sólido IIA 2731-7/00 Não mensurado pelas empresas T X042 Lodo De Fossa Septica E Filtro Anaerobio Lodo de fossa séptica Sólido I 2731-7/00, 2822-4/02 887 m³ Quadro 2: Diagnóstico de resíduos gerados APL Metal Mecânico Pós-colheita 19

LEGENDA: ORIGEM (CNAE 2.0) 2229-3/01 Fabricação de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico 2229-3/99 Fabricação de artefatos de material plástico para outros usos não especificados anteriormente 2539-0/01 Serviços de usinagem 2543-8/00 Fabricação de ferramentas 2592-6/02 Fabricação de produtos de trefilados de metal 2731-7/00 Fabricação de aparelhos e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica 2822-4/02 Fabricação de máquinas 2829-1/99 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso geral não especificado anteriormente 2833-0/00 Fabricação de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária 2869-1/00 Fabricação de máquinas e equipamentos para uso industrial específico não especificado anteriormente 20

Durante as visitas, foi realizada a constatação física dos resíduos gerados pelas empresas em suas atividades produtivas. O inventário fotográfico (Fotos 1 a 20) evidencia, de forma amostral, os tipos de resíduos gerados, assim como, as práticas para o acondicionamento e/ou armazenamento temporário, realizadas pelas empresas atualmente. Foto 1: Resíduo (1) de sucata metálica Foto 2: Resíduo (2) de sucata metálica Foto 3: Coletores seletivos para plástico, papel e papelão Foto 4: Resíduo classe I 21

Foto 5: Resíduo de lodo ETE Foto 6: Coletores seletivos Foto 7: Resíduo têxtil contaminado (classe I) Foto 8: Resíduo de cavaco plástico Foto 9: Resíduo de pó metálico Foto 10: Resíduo de varrição contaminado 22

Foto 12: Resíduo de embalagens de tinta Foto 11: Resíduo (3) de sucata metálica Foto 13: Resíduo de madeira Foto 14: Resíduos de embalagens de tinta com logística reversa Foto 15: Coletores seletivos para resíduos elétricos (cobre e fios) Foto 16: Coletores seletivos internos 23

Foto 17: Resíduo de espuma Foto 18: Resíduo de isopor Foto 19: Resíduo de plástico Foto 20: Resíduo de papelão Na figura 3 (gráfico) é possível identificar que mais de 55% dos resíduos gerados pelo APL Metal Mecânico Pós-colheita são resíduos do tipo classe II A e B, conforme a classificação da NBR 10.004/2004, e os demais são resíduos perigosos (classe I). 24

Figura 3: Gráfico da geração de resíduos por classe NBR 10.004/2004 A maioria das empresas esta licenciada e comprova a destinação dos resíduos de maior geração ao órgão ambiental, sejam os resíduos passíveis de reciclagem, como também os perigosos e não perigosos. No entanto uma grande parte das empresas faz uso do serviço de coleta do município, para os resíduos de papel, papelão, plástico e orgânico, através de pagamento de taxas ou em contrato via licença. Os resíduos perigosos, em todas as empresas visitadas, apresentam-se com um custo muito elevado de destinação final, ocupam áreas temporárias, aguardando volume mínimo para uma destinação de menor custo. 7.2. PASSIVOS AMBIENTAIS RELACIONADOS AOS RESÍDUOS Os passivos ambientais se referem aos resíduos que estão temporariamente armazenados nos empreendimentos que ainda não possuem destinação final definida. Nas empresas visitadas, os resíduos gerados são, somente, armazenados temporariamente. No entanto foram identificados determinados resíduos sem destinação final definida (contratada), como por exemplo: pó metálico, equipamento de proteção individual usado, vidro de máscara de solda, cinta plástica e etc. Nota: Este plano não abrange a investigação de passivos ambientais, capaz de determinar a ocorrência de contaminação de solo e ou água subterrânea, relacionada aos resíduos gerados. 25

8. RESPONSABILIDADES De acordo com o Art. 8º da Lei Estadual 9.921/93 Decreto 35.356/98, a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, inclusive de saúde, são de responsabilidade da fonte. Em caso de contratação de terceiros, de direito público ou privado, para execução de uma ou mais das atividades, configurar-se-á responsabilidade solidária. Os executores das atividades mencionadas, inclusive quando se tratar de municípios, deverão estar licenciados junto à FEPAM. Nos limites da empresa as responsabilidades, quanto ao PGRS, podem ser distribuídas conforme apresenta o Quadro 3. RESPONSÁVEL RESPONSABILIDADES Direção Responsável técnico pela elaboração do PGRS Assegurar que os resíduos sólidos sejam manuseados de forma a garantir a segurança do pessoal envolvido e do meio ambiente. Elaborar o PGRS e orientar os responsáveis pela implementação. Responsável pela área de meio ambiente Coordenação e Supervisão Todos os colaboradores Implementar e assegurar a manutenção do PGRS e a aplicação das normas de segurança e legislação específica e do meio ambiente. Elaborar medidas de controle, como: procedimentos de coleta, segregação, classificação, armazenamento, transporte e destinação final de todos os resíduos sólidos gerados de acordo com o PGRS. Garantir a execução do PGRS e das normas de manejo interno de resíduos. Cumprir as recomendações do PGRS e atender aos procedimentos internos; orientar prestadores de serviços quanto ao cumprimento deste. Quadro 3: Responsabilidades do PGRS 9. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS O PGRS tem como prioridade a prevenção e minimização da geração de resíduos. O comprometimento das empresas para a redução da geração de resíduos deverá ser prioridade, incentivando sempre para que todos os colaboradores estejam engajados com esta atitude. 26

9.1. PROGRAMA DE REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS As ações a serem adotadas pelas empresas devem contemplar: Difusão da conscientização ambiental na empresa; Campanhas educativas; Medidas de controle; Definição de metas de redução da geração; Medidas para reduzir a quantidade e a periculosidade dos resíduos gerados. A Figura 4 exemplifica uma metodologia a ser aplicada para identificação de metas coerentes e com resultados eficazes. Figura 4: Metodologia para redução na geração de resíduos Considerando medidas preventivas, visando à eliminação e ou redução na fonte de geração, é possível fazer-se uso do conceito de Ecologia Industrial e suas ferramentas. A Ecologia Industrial é uma tentativa de aproximar os sistemas industriais da lógica dos sistemas naturais, isto é, fechamento de ciclos produtivos. A Figura 5 explica as ferramentas da ecologia industrial. 27

DENTRO DA EMPRESA Prevenção da poluição; Produção mais Limpa; Projeto para o meio ambiente; Contabilidade verde; Química verde. ECOLOGIA INDUSTRIAL ENTRE EMPRESAS Análise de Ciclo de Vida; Simbiose Industrial; Eco Parque Industrial. REGIONAL / GLOBAL Análise de fluxo de substância; Análise de fluxo de energia; Planejamento estratégico; Plano de desenvolvimento regional. Figura 5: Ferramentas da Ecologia Industrial Fonte: (Adaptado de CNTL/SENAI) A Simbiose Industrial é uma das áreas de estudo da Ecologia Industrial e prevê a troca de recursos (resíduos, área física, energia, logística, etc.) entre as empresas, de forma que possibilite ganhos para ambas. A Produção mais Limpa (P+L), que é a aplicação de uma estratégia TÉCNICA, ECONÔMICA e AMBIENTAL de um processo e a posterior identificação de oportunidades que possibilitem sua maior eficiência no uso das matérias-primas, água e energia, focando a não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, apoiando a sustentabilidade do negócio. Os princípios dos 3Rs são redução, reutilização e reciclagem. A aplicação destes princípios nas diferentes áreas e etapas do processo permite diminuir a produção de resíduos, reduzindo custos com a destinação e evitando a formação de passivos ambientais. Os princípios orientadores do gerenciamento dos resíduos (Figura 6) constituem, por ordem de prioridade, a política dos 3Rs, onde: 28

NÃO GERAÇÃO Desenvolver alternativas para a não geração do resíduo. REDUZIR Consiste em evitar o consumo desnecessário de produtos a fim de diminuir a quantidade de resíduos gerados pela empresa. REUTILIZAR Consiste em dar nova utilidade a materiais que na maioria das vezes são considerados inúteis e jogados no lixo. RECICLAR Consiste em recuperar matéria-prima a partir do resíduo para fabricar novos produtos. Figura 6: Princípios orientadores para o gerenciamento de resíduos Fonte: (Adaptado de CNTL/SENAI) 9.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Os resíduos sólidos gerados são classificados quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, de acordo com a norma NBR 10.004. São separados em duas classes distintas: Classe I perigosos, Classe II A não perigosos, não inertes, Classe II B não perigosos, inertes. No documento, planilha de gerenciamento de resíduos (Quadro 8), consta a classificação de cada resíduo gerado, que foi considerada para a definição de todas as etapas do gerenciamento. Se houver a geração de algum resíduo não previsto neste PGRS, este deverá ser submetido à classificação de acordo com a norma supracitada. 9.3. SEGREGAÇÃO, COLETA SELETIVA E ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS Os resíduos gerados em todas as áreas dos empreendimentos sejam estas industriais, administrativas ou outras devem ser segregados na fonte, no momento do descarte, e permanecer desta forma até a sua destinação final. Para a segregação e o acondicionamento dos resíduos devem ser disponibilizados coletores adequados ao volume e tipo de resíduo, identificados de acordo com as cores estabelecidas pela Resolução CONAMA 275/2001, conforme exibe o Quadro 4. 29

COR RESÍDUO Azul Vermelho Verde Amarelo Preto Laranja Branco Roxo Marrom Cinza Papel/papelão Plástico Vidro Metal Madeira Resíduos perigosos Resíduos de serviços de saúde Resíduos radioativos Resíduos orgânicos Resíduos não recicláveis Quadro 4: Padrão de cores para coleta seletiva Fonte: (CONAMA 275/2001) A identificação dos coletores pode ser realizada por meio de etiquetas, com cor e a descrição dos resíduos, conforme o exemplo da Figura 7. Figura 7: Exemplo de etiquetas para coletores de resíduos Fonte: (FIERGS/SENAI) 30

Os resíduos inflamáveis e resíduos sólidos com características de inflamabilidade, devem adicionalmente receber um rótulo de risco, conforme exemplo na Figura 8. Figura 8: Exemplos de rótulos de risco para resíduos inflamáveis ou com características de inflamabilidade Fonte: (SETON, 2014) Na planilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Quadro 8), consta o detalhamento para o acondicionamento de cada tipo de resíduo gerado. Cada resíduo gerado é identificado com o código do Resíduo, CODRES, e a forma de Acondicionamento com seu respectivo Código de Acondicionamento, CODACOND. Estes códigos são estabelecidos pelo órgão ambiental estadual, a FEPAM e estão disponíveis no endereço eletrônico: <www.fepam.rs.org.br>. No Quadro 5 podem ser consultados os Códigos de Acondicionamento estabelecidos pela FEPAM. CÓDIGO DO ACONDICIONAMENTO E01 E02 E03 E04 E05 E06 E07 E08 E09 E10 FORMA DE ACONDICIONAMENTO Tambores de 200 l A granel Caçamba (contêiner) Tanque Tambores de outros tamanhos e bombonas Fardos Sacos plásticos Cestos Silos Sacos de algodão E11 Caixas Quadro 5: Códigos de Acondicionamento estabelecidos pela FEPAM Fonte: (FEPAM, 2014) 31

Os recipientes para acondicionamento de resíduos devem atender as demandas quantitativas e qualitativas dos resíduos gerados pelos empreendimentos, ou seja, volume e tipo de resíduo. Na sequencia de Figuras 9, 10, 11, 12, 13 e 14 estão exemplificados diferentes tipos de recipientes e coletores que visam garantir a integridade da central de resíduos e operadores, quanto à segurança e a proteção do meio ambiente. Figura 9: Modelo de caçamba estacionária com tampa Fonte: (AÇONOBRE, 2014) Figura 10: Modelo de caixa plástica com rodas Fonte: (PLASKINI, 2014) Figura 11: Modelo de tambores com tampa fixa 200/100 L Fonte: (BRESSAN TAMBOR, 2014) Figura 12: Modelo de bombonas com tampa removível 200/100/50/20 L Fonte: (BRESSANTAMBOR, 2014) 32

Figura 13: Modelo de caixa coletora para lâmpadas fluorescentes usadas Fonte: (SOLUWAN, 2014) Figura 14: Modelo de coletores seletivos Fonte: (COMERCIAL JVD, 2014) 9.4. QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS O controle da quantidade e periodicidade da geração dos resíduos é fundamental para o efetivo funcionamento da gestão de resíduos nos empreendimentos. É preciso acatar as unidades de medida estabelecidas pelo órgão licenciador. A quantificação dos resíduos gerados ocorre no momento da sua entrada na central de resíduos ou área de armazenamento temporário e deve ser registrada na planilha sugerida conforme o Quadro 6. Registro de Resíduos Sólidos Empresa: Ano: Data Tipo de Resíduo Classe NBR 10.004 Entrada de Resíduos na Central Quantidade Unidade de medida Armazenamento Temporário Saída de Resíduos da Empresa Quantidade Destinação / N LO Quadro 6: Modelo de Registro de Resíduos Sólidos 33

A quantificação dos resíduos gerados deve ser realizada por meio de instrumentos de medição devidamente calibrados, adequados ao volume e ao tipo de resíduos gerados, garantindo a confiabilidade dos dados de geração. Sugere-se que as empresas adquiram uma balança para a medição dos resíduos sólidos. As Figuras 15, 16 e 17 apresentam exemplos destes equipamentos que atendem a grandes gerações. Figura 15: Modelo de balança de piso para quantificação de resíduos Fonte: (METTLER TOLEDO, 2014) Figura 16: Modelo de balança suspensa para quantificação de resíduos Fonte: (DIGI-TRON, 2014) Figura 17: Modelo de balança plataforma bancada para quantificação de resíduos Fonte: (DIGI-TRON, 2014) 9.5. ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E CENTRAL DE RESÍDUOS Os resíduos devem ser armazenados de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente, de acordo com os riscos potenciais que representam, até que sejam encaminhados para reciclagem, recuperação, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada. E também de maneira a não possibilitar a alteração de sua classificação. É preciso armazenar separadamente os resíduos classificados como II A e ou II B dos resíduos classificados como classe I, atentar para a incompatibilidade entre os resíduos classe I, que necessitam de armazenamento seguro entre eles, minimizando os riscos ambientais. Os recipientes com os resíduos sejam contêineres, caçambas, caixas, tambores, bombonas, sacos plásticos ou outros, devem ser armazenados em áreas com identificação, cobertas, bem ventiladas e sobre piso impermeabilizado. Para possibilitar rápida identificação dos resíduos os recipientes devem permanecer devidamente rotulados ou identificados com placas/etiquetas fixas. 34

As Centrais de Resíduos ou outros locais onde ocorra o armazenamento temporário dos resíduos devem atender as normas NBR 12.235, para os resíduos perigosos (CLASSE I) e NBR 11.174, para os resíduos não perigosos (CLASSE II A e II B), e devem ser dotados dos seguintes recursos: Sistema de isolamento que impede o acesso de pessoas estranhas; Sinalização de segurança para os riscos de acesso ao local; Áreas definidas e sinalizadas para o armazenamento dos diferentes tipos de resíduos; Sistema de drenagem e captação de líquidos se houver geração, para posterior tratamento; Iluminação, inclusive para situações de emergência; Kit de emergência; Equipamentos de combate ao incêndio, onde houver a possiblidade de fogo. Nota: se houver a necessidade de armazenar algum resíduo fora das áreas supracitadas, isto somente poderá ser feito em contêiner fechado ou coberto e sobre o piso impermeabilizado. 9.6. TRANSPORTE DOS RESÍDUOS 9.6.1. TRANSPORTE INTERNO A movimentação interna adequada dos resíduos deve atender algumas ações, como: Verificar peso e forma dos resíduos a serem manuseados; Determinar rotas de movimentação dos resíduos; Utilizar equipamentos compatíveis com o volume; Familiarizar os colaboradores com equipamentos e riscos ambientais; Determinar áreas de riscos para equipamentos especiais; Utilizar EPI s apropriados para a atividade. 9.6.2. TRANSPORTE EXTERNO O transporte dos resíduos é de responsabilidade do empreendedor mesmo quando praticado por terceiros, o que somente poderá ser realizado por empresas devidamente licenciadas de acordo com a legislação vigente. 35

Para a execução do transporte dos resíduos sólidos para fora das instalações das empresas, devem ser contratadas empresas especializadas que possuam veículos devidamente licenciados para tal atividade de acordo com o estabelecido na legislação específica. O transporte deve ser feito de modo a prevenir e evitar danos ao meio ambiente e à saúde pública observando, que: O equipamento de transporte seja adequado ao tipo de resíduo e às regulamentações pertinentes; O estado de conservação do equipamento de transporte não permita derramamentos ou vazamentos durante o trajeto; Durante o transporte os resíduos estejam devidamente acondicionados e protegidos de intempéries; Os resíduos não sejam transportados juntamente com alimentos, medicamentos ou objetos destinados ao uso e/ou consumo humano ou animal, ou com embalagens destinadas a este fim. Além dos documentos fiscais exigidos pela legislação os resíduos transportados devem ser acompanhados do Manifesto de Transporte de Resíduos MTR. O MTR deve ser preenchido em 3 vias, assim sendo: 1ª via acompanha o resíduo até a destinação final e após ser assinada pelo destinatário e transportador, deve permanecer arquivada no destino final; 2ª via acompanha o resíduo até a destinação final e, após ser assinada pelo destinatário, deve permanecer arquivada com o transportador; 3ª via contendo as assinaturas do gerador e do transportador, fica retida no gerador no momento do envio dos resíduos. Após devidamente assinadas pelas partes envolvidas, as três vias devem permanecer à disposição da fiscalização ambiental, pelo período mínimo de 5 (cinco) anos. No caso do transporte de resíduos perigosos, os resíduos devem ser acompanhados da Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, conforme 36

estabelecido na norma NBR 7.503 e NBR 14.619 que trata do transporte terrestre de produtos perigosos e incompatibilidade química, assim como, devem estar devidamente rotulados conforme a norma NBR 16.725 que aborda sobre resíduo químico e informações sobre segurança, saúde e meio ambiente, ficha com dados de segurança de resíduos químicos (FDSR) e rotulagem. Conforme Art. 4º da PORTARIA N.º 034/2009, de 03 de agosto de 2009, a empresa GERADORA de Resíduos sólidos classe I, e os de classe II que produzam mais de 12 (doze) m³/ano de resíduos, considerando a média dos últimos três anos, ficam obrigados a solicitar autorização a FEPAM para emissão de talonário de MTR. 9.7. DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS Os resíduos sólidos gerados podem ser destinados para diferentes fins, tais como reprocessamento, reciclagem, reutilização, tratamento, coprocessamento ou outros. No momento do envio dos resíduos para sua destinação final, deve ser registrada a quantidade e a destinação final adotada, na planilha Registro de Resíduos Sólidos (Quadro 6). O Código de Destinação CODEST dos resíduos é estabelecido pela FEPAM, conforme o Quadro 7. CÓDIGO DO DESTINO B01 B02 B03 B04 B05 B06 B20 C00 S05 S06 S08 S09 S10 T01 T02 T03 T04 T05 T06 T07 T08 T09 T10 T11 T12 T13 DESTINAÇÃO FINAL DO RESÍDUO Destinação em solo agrícola Aterro industrial próprio licenciado pela FEPAM Aterro industrial próprio Aterro industrial de terceiros licenciado pela FEPAM Lixo da prefeitura Lixo particular Outras formas de disposição. Especificar. Central licenciada pela FEPAM Estocagem em área aberta Estocagem em galpões/armazéns Estocagem em outros sistemas Estocagem em lagoas Armazenamento provisório em valas aguardando licenciamento Queima em incinerador Queima em incinerador de câmara Queima em fornos industriais Queima em caldeira Queima a céu aberto Detonação Oxidação de cianetos Encapsulamento, fixação química/solidificação Oxidação química Precipitação Queima em fogão doméstico Neutralização Adsorção 37

CÓDIGO DO DESTINO T14 T15 T16 T17 T18 T19 T20 T21 T22 T23 T24 T25 DESTINAÇÃO FINAL DO RESÍDUO Reprocessamento/reciclagem externos Tratamento biológico Compostagem Secagem Fertirrigação/landfarming Vermicompostagem Reprocessamento/reciclagem internos Tratamento em outros estados Desmanche termoquímico Alimentação de animais Tratamento em outros países Devolvido ao fornecedor Quadro 7: Código de Destinação (CODEST) Fonte: FEPAM, 2014 A destinação final dos resíduos está condicionada ao licenciamento ambiental das empresas ou instituições identificadas como receptoras. Periodicamente deve ser verificado o licenciamento ambiental dos destinatários dos resíduos observando o cumprimento das condições e restrições estabelecidas. Deve ser mantida cópia atualizada da licença ambiental dos receptores dos resíduos sólidos. O envio de resíduos para destinação final fora do estado do Rio Grande do Sul está condicionado à autorização prévia da FEPAM, através de solicitação de Autorização para encaminhamento de resíduos para fora do estado do Rio Grande do Sul. 9.8. PREVENÇÃO E ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS Os resíduos devem ser manuseados de forma a minimizar a possibilidade de fogo, explosão, derramamento e vazamento para corpos d água, solo ou ar. Com o objetivo de evitar efeitos indesejáveis, os resíduos devem ser mantidos segregados e em locais específicos. O armazenamento de tais resíduos deve considerar as questões de compatibilidade química. Todas as pessoas envolvidas no manuseio dos resíduos devem fazer uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) definido no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) das empresas. As Figuras 18, 19, 20 e 21 ilustram equipamentos para prevenção e atendimento às emergências. 38

Figura 18: Modelo de kit proteção ambiental Fonte: (MANTAS BRASIL, 2014) Figura 19: Modelo de palete de contenção para tambores e bombonas Fonte: (TECNOTRI, 2014) Figura 20: Modelo de extintor Fonte: (FREXTINTORES, 2014) Figura 21: Modelo de armário corta fogo Fonte: (ACDAMBIENTAL, 2014) 9.9. TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÂO O correto gerenciamento dos resíduos é fundamental para a minimização da geração dos resíduos através da aplicação dos princípios NÃO GERAR, REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR, bem como para a prevenção da geração de possíveis efeitos danosos no meio ambiente. Assim, a capacitação dos colaboradores do PGRS é um fator primordial, e envolve: A forma de operação da Área Temporária de Resíduos; A forma de utilização e preenchimento do Manifesto de Transporte de Resíduos; Preenchimento do Registro de Resíduos Sólidos; Emissão da Planilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Atendimento a situações de emergência; Uso correto do EPI; Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes. 39