NOTA TÉCNICA n. 003/2008/GECON Vitória, 20 de abril de 2008. Assunto: Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF Prezados (as) Senhores (as), Trata-se de orientação quanto à obrigatoriedade da apresentação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF pelas autarquias, fundações públicas e órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado do Espírito Santo. 1. Com a publicação das Instruções Normativas SRF nº 695, de 14 de dezembro de 2006, e posteriormente da RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007, as autarquias e fundações, os órgãos públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos Estados, Distrito Federal e Municípios ficam obrigados a apresentar a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Semestral. 2. Conforme o art. 8º da IN RBF nº 786/2007, a DCTF conterá informações relativas aos seguintes impostos e contribuições federais: I Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); II Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); III Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); IV Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); V Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); VI Contribuição para o PIS/Pasep; VII Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); VIII Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF); IX Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide-Combustível); e 1
X Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação (Cide-Remessa). (grifos nossos) 3. A seção VI da Constituição Federal trata da repartição das receitas tributárias e o inciso I do art. 157 define quais impostos de competência da União pertencem aos Estados e ao Distrito Federal, conforme transcrito: Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I o produto da arrecadação do imposto da União sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. (grifos nossos) 4. Conforme o Manual de Procedimentos das Receitas Públicas, instituído pela Portaria Conjunta nº 2, de 08 de agosto de 2007, classificam-se como Receitas Tributárias os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Dessa forma, a arrecadação de tributos é privativa das entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 4.1 O Manual também apresenta algumas peculiaridades do poder de tributar que devem ser consideradas nessa classificação. Destaca-se a seguinte: O poder de tributar pertence a um ente, mas a arrecadação e aplicação pertencem a outro ente a classificação como receita tributária deve ocorrer no ente arrecadador e aplicador e não deverá haver registro no ente tributante. 4.2 Dessa forma, conforme preceitua a Constituição Federal corroborado pelo Manual de Procedimentos da Receita Pública e pelo 7º do art. 8º da Instrução Normativa nº 786, de 19/11/2007, o Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF pelas autarquias, fundações e órgãos públicos da administração direta é Receita Tributária do ente que o arrecadou e NÃO DEVE ser declarado na DCTF. 5. Além dos impostos e contribuições federais elencados no caput do art. 8º da IN RBF nº 786/2007, deve-se declarar os valores retidos referentes à CSLL, Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, conforme o 6º do mesmo artigo: 6º Os valores referentes à CSLL, a Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep retidos pelos órgãos, autarquias e fundações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, que tenham celebrado convênio com a SRF nos termos do art. 33 da Lei nº 10.833, de 2
2003, devem ser informados na DCTF no grupo Contribuições Sociais e Imposto de Renda Retidos na Fonte (COSIRF). 5.1 Ressalta-se o disposto no art. 33 da Lei Federal nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, in verbis: Art. 33 A União, por intermédio da Secretaria da Receita Federal, poderá celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios, para estabelecer a responsabilidade pela retenção na fonte da CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, mediante a aplicação das alíquotas previstas no art. 31, nos pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações dessas administrações públicas às pessoas jurídicas de direito privado, pelo fornecimento de bens ou pela prestação de serviços em geral. (grifos nossos) 5.2 Até a presente data, o Estado não celebrou o referido convênio com a União, para fins de responsabilização pela retenção na fonte da CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/Pasep. Assim, as autarquias, fundações e órgãos públicos da administração direta não devem fazer a retenção nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas de direito privado. 5.3 As autarquias, as fundações públicas estaduais e demais órgãos da administração direta que efetuaram retenções e recolhimentos da CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/Pasep deverão informar na DCTF os valores retidos e recolhidos nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas de direito privado. 6. A apresentação da DCTF deverá ser efetuada, de forma centralizada, pela matriz, conforme citado no art. 2º da IN RBF nº 786/2007: Art. 2º As pessoas jurídicas em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas, as autarquias e fundações da administração pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios e os órgãos públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos Estados e do Distrito Federal e dos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios, desde que se constituam em unidades gestoras do orçamento, deverão apresentar, de forma centralizada, pela matriz: I mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal), observado o disposto no art. 3º; ou II semestralmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Semestral (DCTF Semestral). 3
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, considera-se unidade gestora de orçamento aquela autorizada a executar parcela do orçamento dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 6.1 Os demais órgãos que não apresentaram movimentação referente à retenção dos tributos elencados no item 2 deverão fazer a DCTF informando apenas os dados cadastrais. 7. A DCTF deverá ser elaborada mediante a utilização de programas geradores de declaração e transmitida pela internet com a utilização do programa Receitanet. Os programas estão disponíveis na página eletrônica da Secretaria da Receita Federal na internet, no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>. 8. O prazo para a apresentação da DCTF Semestral será: a) até o quinto dia útil de mês de outubro, no caso de DCTF relativa ao primeiro semestre no ano-calendário; e b) até o quinto dia útil do mês de abril, no caso de DCTF relativa ao segundo semestre do ano-calendário anterior. 9. No caso de não apresentação da DCTF no prazo fixado ou da apresentação com incorreções ou omissões, conforme incisos do art. 9º da IN RBF nº 786/2007, ficam os órgãos e entidades sujeitos às seguintes multas: Art. 9º. (...) I de dois por cento ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante dos impostos e contribuições informados na DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega dessa declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no 3º; II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. 9.1 No caso da administração direta, as multas serão lançadas em nome do respectivo ente da Federação a que pertençam, conforme 7º do art. 9º da IN RBF nº 786/2007. 10. Os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna da Secretaria da Receita Federal, conforme art. 10º da IN RBF nº 786/2007, abaixo transcrito. Art. 10º. Os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna. 1º Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, bem como os valores das diferenças apuradas 4
em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, serão enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), com os acréscimos moratórios devidos. 2º No caso dos órgãos públicos da administração direta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a inscrição em DAU será efetuada em nome do respectivo ente da Federação a que pertençam. (grifos nossos) 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada e orientações do art. 11º da IN RBF nº 786/2007. NORMAS E PROCEDIMENTOS DA SEFAZ 5