ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL. Curso de Retenção de Tributos - IR, ISS, Contribuição para o INSS e Contribuição Sindical



Documentos relacionados
Parecer Consultoria Tributária Segmentos Retenção INSS por Contribuinte Individual

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL OBRIGATORIEDADE

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Simples Nacional ISS retido na fonte pelo tomador - MS

MATERIAL EXTRAIDO DA REVISTA SEMANA COAD Nº 19 PG. 285 / 2009

DECRETO Nº DE 16 DE DEZEMBRO DE 2013

PUBLICADO NO ÓRGÃO OFICIAL DO MUNICÍPIO Nº 1750 DO DIA 06/08/2012.

Trabalhista/Previdenciária Mês: 01/2016

Desoneração da Folha de Pagamento na Construção Civil. (Leis nº /11 e /13; Decreto nº 7.828/12; INs RFB nº 971/09 e 1.

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Retenção na fonte sobre adiantamento pago por PJ a outra Pessoa Jurídica

Quarta-feira, 14 de Maio de 2014 N 628

DECRETO Nº. 1336/11, DE 01 DE SETEMBRO DE 2011

EMPREGADORES COM MATRÍCULA CEI CADASTRO DA MATRÍCULA NO CEI

DECRETO Nº , DE 6 DE JUNHO DE 2006

PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRIPÁ ESTADO DA BAHIA C.N.P.J /

AGENDA DAS OBRIGAÇÕES FEDERAIS PARA FEVEREIRO DE 2011

Intercâmbio Nova Sistemática de Contabilização

Assunto: Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF

Coordenação-Geral de Tributação

Agenda de Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias Março de 2015

Benefício Novos valores da tabela de salários de contribuição e reajustes de benefícios

em nome próprio, responde com a totalidade de seu patrimônio e é apenas equiparado a pessoa jurídica.

RETENÇÃO DE 11% Ministério da Previdência Social - MPS Secretaria da Receita Previdenciária - SRP. Delegacia da Receita Previdenciária Vitória/ES

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEX PREVIDÊNCIA SOCIAL. Débitos Previdenciários Municípios Parcelamento Normatização

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Notas no valor total da prestação dos serviços emitida por agência de viagens na tributação do ISS

Espaço DIPJ Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ-2013), relativa ao ano-calendário de 2012.


RESOLUÇÃO N.º 001, de 07 de dezembro de 2001.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS

DECRETO Nº , DE 13 DE JANEIRO DE 2010.

DECRETO Nº DE 11 DE MAIO DE (Com as alterações introduzidas pelo Decreto nº de 20/10/2014)

AGENDA DE CONTRIBUIÇÕES, TRIBUTOS E OBRIGAÇÕES

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Retenção na fonte efetuada por órgãos da administração pública

LEI Nº 3434, DE 21 DE JULHO DE 1998.

COAF - RESOLUÇÃO Nº 20, DE 29 DE AGOSTO DE 2012

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE


MUNICÍPIO DE CAUCAIA

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS 11% - SERVIÇOS PRESTADOS POR EMPRESAS.

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos ICMS na Base de Cálculo do PIS e da COFINS nos Registros F500 e 1900 da EFD Contribuições

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER

PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO BRANCO ESTADO DE MINAS GERAIS Procuradoria Geral DECRETO Nº 6.487, DE 27 DE OUTUBRO DE 2011.

ESTADO DE ALAGOAS GABINETE DO GOVERNADOR CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO II DA DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA SOCIAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA

Dispõe sobre a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF).

SEGURIDADE SOCIAL DIREITO PREVIDENCIÁRIO SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL. Prof. Eduardo Tanaka CONCEITUAÇÃO

AGENDA DAS OBRIGAÇÕES FEDERAIS PARA FEVEREIRO DE 2015

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e

CIRCULAR SUSEP N 71, de 11 de dezembro de 1998.

3 ORIENTAÇÃO GERAL PARA REALIZAÇÃO DE RETENÇÃO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF ALÍQUOTA E DEDUÇÕES (Item alterado) 5

LEI COMPLEMENTAR Nº 013, DE 21 DE MAIO DE 2002.

LEI COMPLEMENTAR Nº 114 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL EMPREGADOS

14/2/2013 DIRF Professor Carlos Alberto Silva de Lima Bacharel em Ciências Contábeis Pós Graduado

FRBL FUNDO DE RECONSTITUIÇÃO DE BENS LESADOS

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Prefeitura Municipal De Belém Secretaria Municipal de Finanças

LEI COMPLEMENTAR Nº 530. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte

Gestão Financeira de Entidades Sindicais

INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 1.058, DE 26 DE JULHO DE 2010 DOU

Prefeitura Municipal de Vitória Estado do Espírito Santo DECRETO Nº

RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DRA. VALÉRIA DE SOUZA TELLES

RESOLUÇÃO Nº Parágrafo único. Não são considerados no cálculo da exigibilidade:

INSTRUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 01/2006, ATUALIZADA EM 7 DE FEVEREIRO 2012

DECRETO Nº 297, DE 28 DE AGOSTO DE 2014.

DECRETO Nº 072/2012. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE OLINDA, no uso de suas atribuições legais, DECRETA:

ROTINAS PREVIDENCIÁRIAS INTRODUÇÃO AO CNPJ E CEI

Agenda de Obrigações Tributárias, Trabalhistas e Previdenciárias

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador AUGUSTO BOTELHO I RELATÓRIO

Palestrante Profº. Affonso d Anzicourt Professor e Palestrante da Escola Nacional de Seguros, Contador, Perito Judicial Federal por Nomeação,

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica

Simulado do concurso para Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.º 139, DE 2015 (Do Sr. Altineu Côrtes)

Anexos 4. 0 Substituição Tributária

O PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI, no uso de suas atribuições legais, conforme lhe confere a Lei Orgânica Municipal,

DECRETO Nº , de 19 de fevereiro de 2010

PREFEITURA MUNICIPAL DE VIANA

CARTILHA DE RETENÇÕES NA FONTE - FEDERAIS

DECRETO Nº 5627, de 10 de janeiro de O PREFEITO MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO, no uso de suas atribuições legais,

Modelo de Projeto de Lei (Origem Poder Executivo) Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei orçamentária de 2011.

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

Os Tributos e Contribuições abrangidos pela Lei de 2003 e suas respectivas alíquotas, foram os seguintes :

Resposta: Sim, em sendo os bilhetes adquiridos através de agência consolidadora, as faturas deverão ser emitidas em nome desta.

Coordenação-Geral de Tributação

Assunto: Contabilização do pagamento da Contribuição ao Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

IR-FONTE Rendimentos de Aplicações Financeiras, Juros Sobre Capital Próprio, Prêmios, Multas e Vantagens, de que trata o art. 7º da Lei nº 9.

Alexandre Marques Andrade Lemos. es ao. de Contratos e Convênios. Revista, ampliada e atualizada até maio de 2015

Assunto: Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF

OBRIGAÇÕES FISCAIS, TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS PARA O MÊS DE MAIO DE 2011 (ÂMBITO FEDERAL)

DECRETO Nº ,DE 8 DE JANEIRO DE 2013 CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Nota Fiscal Carioca Serviços Tomados - RJ

O que é associação sem fins lucrativos? Como constituir e como é tributada?

Coordenação-Geral de Tributação

Estado do Rio Grande do Sul Prefeitura Municipal de Jari Terra de lutas e conquistas

Veja como Evitar a Retenção de Contribuição Previdenciária sobre a Nota Fiscal de Serviço

Art. 1º - Fica aprovado o Regimento Interno da Central do Sistema de Controle Interno, anexo ao presente Decreto.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

Transcrição:

ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL Curso de Retenção de Tributos - IR, ISS, Contribuição para o INSS e Contribuição Sindical

ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL Curso de Retenção de Tributos - IR, ISS, Contribuição para o INSS e Contribuição Sindical Palestrantes: Adriano dos Santos, Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e pós-graduando em Gestão Pública, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Rodrigo Guesser, Contador da FECAM, graduado em Ciências Contábeis pela UNIVALI e pós-graduado em Contabilidade Pública pela UNIVALI. Pósgraduando, em Controle da Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. PROMOÇÃO REALIZAÇÃO APOIO

ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL - EGEM A estrutura de organização de cursos, capacitações e eventos promovidos pela FECAM e pelas associações microrregionais estão sob a responsabilidade da Escola de Gestão Pública Municipal EGEM. Como a presente proposta trata da realização de capacitação de técnicos municipais, entende-se que, por isso, a operacionalização das etapas é de responsabilidade da EGEM. A entidade realiza trabalho direto junto às associações de municípios, o que oportuniza uma execução uniforme, com redução de custos e acesso mais ágil ao público-alvo. FEDERAÇÃO CATARINENSE DE MUNICÍPIOS FECAM ASSOCIAÇÕES DE MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA A Federação Catarinense de Municípios FECAM trabalha há 30 anos em prol do fortalecimento das administrações públicas municipais. Juntamente com as associações de municípios de Santa Catarina, promove, periodicamente, ações que visem fomentar o desenvolvimento dos municípios. As duas entidades estão presentes na organização de mobilizações e eventos que visem atender às reivindicações municipais. CONTATOS DA EGEM: Telefone: (48) 3221.8800 E-mail: egem@egem.org.br Acesse a programação de cursos e eventos: www.egem.org.br

ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL

ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL Pesquisa de Satisfação LOCAL: CURSO: DATA / / A EGEM deseja atender a todos da melhor maneira possível. Para tanto, necessita saber algumas informações. Marque com um X uma das alternativas. Satisfatório Insatisfatório Regular 1 - O curso atendeu suas expectativas? Ótimo Bom Regular Ruim 2 - Quanto ao material oferecido, você considera: 3 - Quanto à duração do curso, você avalia: Ótimo Bom Regular Ruim 4 - Qual a sua avaliação com relação ao palestrante: Claro e objetivo Faltou clareza Regular 5 - Avalie o atendimento: Ótimo Bom Regular Ruim 6 - Infra estrutura do local do curso: Ótimo Bom Regular Ruim Site FECAM/EGEM E-mail Associações Outros 7 - Como você ficou sabendo da realização do curso: SUGESTÕES: (Preenchimento opcional) Questionário preenchido por: Função: E-mail: O resultado das avaliações será publicado no portal da EGEM, no link do curso. Agradecemos pela participação.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1. SISTEMA TRIBUTÁRIO, CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO -- 4 1.2. TRIBUTOS PASSÍVEIS DE RETENÇÃO PELOS MUNICÍPIOS -- 4 2. PARTE JURÍDICA 2.1. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA ISS -- 5 2.1.1. Regras gerais sobre retenção 2.1.2. Quais serviços a legislação municipal pode determinar a retenção 2.1.3. Base de cálculo 2.1.4. Alíquotas 2.1.5. Empresas do Simples Nacional 2.1.6. Microempreendedor Individual 2.1.7. Penalidades comuns pela não-retenção 2.2. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DO EMPREGADO -- 7 2.2.1. Obrigatoriedade da retenção 2.2.2. Período para realização da retenção 2.2.3. Para quem recolher o valor retido 2.2.4. Responsabilidade pela não-retenção 2.3. CONTRIBUIÇÃO AO INSS -- 10 2.3.1. Retenção na folha de pagamento 2.3.1.1. Situações em que deve ocorrer 2.3.1.2. Base de cálculo 2.3.1.3. Alíquota 2.3.1.4. Data para repasse 2.3.2. Retenção na contratação de serviços 2.3.2.1. Situações em que deve ocorrer 2.3.2.2. Base de cálculo conforme o serviço 2.3.2.3. Alíquota 2.3.2.4. Data de repasse 2.3.2.5. Empresas do Simples Nacional 2.3.2.6 Microempreendedor Individual 2.3.3. Penalidades pela não-retenção 2.4. IMPOSTO DE RENDA -- 22 2.4.1. Retenção na folha de pagamento 2.4.1.1. Situações em que deve ocorrer 2.4.1.2. Base de cálculo 2.4.1.3. Alíquota 2.4.1.4. Data para repasse 2

2.4.1.5. Penalidades pela não-retenção 2.4.2. Retenção na contratação de serviços 2.4.2.1. Situações em que deve ocorrer, base de cálculo e alíquotas 2.4.2.3. Data de repasse 2.4.2.4. Empresas do Simples Nacional 2.4.2.5. Microempreendedor Individual MEI 2.4.2.6. Penalidades pela não-retenção 3. PARTE CONTÁBIL 3.1. DESTAQUE NAS NOTAS FISCAIS DOS TRIBUTOS A SEREM RETIDOS -- 31 3.2. RETENÇÃO DA CSSL -- 31 3.3. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA -- 32 3.3.1. Responsabilidade pelo recolhimento 3.3.2. Retenção sobre contribuinte individual (autônomo) 3.3.2.1. Contribuinte Individual que presta serviços a diversas empresas 3.3.2.2. Contribuinte Individual que possua registro como Empregado 3.3.3. Retenção sobre folha de pagamento 3.3.3.1. Funcionário com mais de um vínculo Empregatício 3.3.4. Base de cálculo da retenção sobre serviços prestados por pessoa jurídica 3.3.4.1. Material e Equipamentos com Custos Declarados e Previstos em Contrato 3.3.4.2. Material e Equipamentos sem Custos Declarados e Previstos em Contrato 3.3.4.3. Materiais e equipamentos sem previsão em contrato 3.3.5. Obrigações previdenciárias e administrativas: 3.3.5.1. Recolhimento das Contribuições: 3.3.5.2. Apresentação da GEFIP/SEFIP 3.3.5.3 Encargos Previdenciários Cota Patronal 3.4. RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA -- 40 3.4.1. Retenção sobre contribuinte individual (autônomo) 3.4.2. Retenção sobre folha de pagamento 3.4.3. Obrigações assessórias: 3.4.3.2. O que declarar na DIRF 3.4.3.3. Informações Contidas na DRF 3.4.3.3. Penalidades 3.5. RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL -- 47 3.5.1. Desconto e Base de Cálculo 3.5.2. Profissional Liberal 3.5.3. Recolhimento 3.5.4. Comprovação do Recolhimento 3.5.5. Recolhimento em atraso 3

1. INTRODUÇÃO 1.1. SISTEMA TRIBUTÁRIO, CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO Os tributos existentes no Brasil estão todos previstos na Constituição Federal e são instituídos através de leis dos entes federativos que têm a competência para cobrá-los. O sujeito passivo, aquele que deve pagar o tributo, é sempre definido por lei e somente lei pode passar a responsabilidade deste pagamento para outra pessoa. O instituto da retenção tributária pode ser resumido como a transferência da responsabilidade de recolher o tributo para pessoa que não é contribuinte. Em outras palavras, o contribuinte não é alterado, apenas o recolhimento do tributo deve ser feito por pessoa diversa, sendo que esta pessoa obrigatoriamente deve ter alguma relação na formação do fato gerador. A responsabilidade pela retenção significa dizer que o fisco irá exigir que o tributo seja repassado por aquele que é responsável pelo recolhimento. Se, hipoteticamente, o responsável não realizar a retenção, o fisco irá autuá-lo e ele deverá efetuar o pagamento do valor não recolhido, entretanto ele poderá exigir que o contribuinte lhe devolva o valor não recolhido, uma vez que quem deve arcar com o prejuízo econômico do tributo é o sujeito passivo. Existem vários tipos de transferência da responsabilidade do pagamento, seja por meio de substituição ou retenção tributária, como não é interesse deste trabalho analisar a diferença entre elas, cabe apenas destacar a responsabilidade perante o fisco pelo recolhimento, o que torna importante o pleno conhecimento das obrigações de retenção. 1.2. TRIBUTOS PASSÍVEIS DE RETENÇÃO PELOS MUNICÍPIOS Os municípios são obrigados a reter quatro tributos: Contribuição Previdenciária, Imposto de Renda, Contribuição Sindical, Imposto sobre serviços se houver previsão na lei municipal e Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços se houver lei estadual. Outros tributos comumente passíveis de retenção são a CSLL, PIS e COFINS, mas no caso dos municípios, estes tributos somente sofrerão retenção se houver convênio com a Receita Federal. As informações da Receita Federal indicam que não há em Santa Catarina nenhum município com este convênio assinado. 4

2. PARTE JURÍDICA 2.1. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA ISS O imposto sobre serviços de qualquer natureza, ISS ou ISSQN é um tributo municipal, cuja competência para legislar sobre o mesmo é do município. Por ser um tributo que tem regras variantes conforme o município, a retenção do ISS possui características próprias em cada ente federado municipal. Isto faz com que não haja uma regra única para a retenção, a mesma deve obedecer aos princípios gerais que regem o instituto e ser observada com vistas à legislação municipal. 2.1.1. Regras gerais sobre retenção A retenção do ISS deve estar de acordo com as normas pertinentes as demais retenções, como o fato de que o responsável pelo recolhimento faça parte do ato negocial, que tal retenção seja determinada por lei, sem esquecer que a retenção só terá valor sobre tributo de competência territorial do município. 2.1.2. Quais serviços a legislação municipal pode determinar a retenção Em tese qualquer serviço no qual incida ISS nos termos da lei municipal é passível de retenção, o principal cuidado que deve se ter é em relação a competência municipal sobre o tributo, não se deve esquecer que em alguns casos o ISS pode não ser devido no município e nestas situações não há que se falar em retenção. 2.1.3. Base de cálculo A base de cálculo na retenção do ISS deve ser a mesma que se usa para o cálculo da incidência do tributo. 2.1.4. Alíquotas A alíquota deve constar na lei municipal sobre o tributo, sendo que não pode ser maior que 5% e nem menor que 2%. 2.1.5. Empresas do Simples Nacional A principal dúvida no trato da retenção do ISS diz respeito as empresas optantes pelo Simples Nacional. 5

Estas empresas possuem um sistema tributário especial que é regulado pela Lei Complementar 123/2006 e por isso as alíquotas correspondentes ao ISS pagos por ela são normalmente diferentes daqueles aplicados no município. A LC 123/2006 autoriza a retenção do ISS das empresas optantes pelo Simples Nacional, desde que sejam respeitadas as alíquotas constantes nos anexos do LC 123/06. Sem ingressar na polêmica referente a viabilidade de aplicação da lei municipal, tendo em vista o atual entendimento jurisprudencial favorável às tabelas do Simples Nacional, passa-se a tecer as regras da retenção com base na Lei do Simples Nacional. O 4º, do art. 21 da LC 123/06 assim esclarece: 4º A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional somente será permitida se observado o disposto no art. 3o da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, e deverá observar as seguintes normas: I - a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento fiscal e corresponderá ao percentual de ISS previsto nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar para a faixa de receita bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da prestação; II - na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de atividades da microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser aplicada pelo tomador a alíquota correspondente ao percentual de ISS referente à menor alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar; III - na hipótese do inciso II deste parágrafo, constatando-se que houve diferença entre a alíquota utilizada e a efetivamente apurada, caberá à microempresa ou empresa de pequeno porte prestadora dos serviços efetuar o recolhimento dessa diferença no mês subseqüente ao do início de atividade em guia própria do Município; IV - na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte estar sujeita à tributação do ISS no Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá a retenção a que se refere o caput deste parágrafo; V - na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte não informar a alíquota de que tratam os incisos I e II deste parágrafo no documento fiscal, aplicar-seá a alíquota correspondente ao percentual de ISS referente à maior alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar; VI - não será eximida a responsabilidade do prestador de serviços quando a alíquota do ISS informada no documento fiscal for inferior à devida, hipótese em que o recolhimento dessa diferença será realizado em guia própria do Município; VII - o valor retido, devidamente recolhido, será definitivo, não sendo objeto de partilha com os municípios, e sobre a receita de prestação de serviços que sofreu a retenção não haverá incidência de ISS a ser recolhido no Simples Nacional. 4o-A. Na hipótese de que tratam os incisos I e II do 4o, a falsidade na prestação dessas informações sujeitará o responsável, o titular, os sócios ou os administradores da microempresa e da empresa de pequeno porte, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas na legislação criminal e tributária. 6

Em resumo ao disposto acima, têm-se da viabilidade da retenção de ISS das empresas do Simples Nacional, desde que isso esteja determinado em lei municipal e que respeite as alíquotas do Simples. A informação da faixa de enquadramento da empresa deve ser informado pelo contratado, sendo dele esta responsabilidade, mas aconselha-se que tal informação seja solicitada por escrito a fim de evitar problemas para o tomador dos serviços. No caso de não informação da alíquota pelo prestador, a retenção pelo tomador deverá ser feita pela maior alíquota aplicável. Outra questão polêmica é sobre a retenção daquelas empresas que efetuam o pagamento do ISS em parcelas mensais pré-mensuradas (fixas). Como visto no dispositivo acima nestes casos não há retenção, entretanto não há retenção quando o prestador de serviço presta-o dentro do território do município em que realiza o pagamento fixo do ISS. Se ele for a outro município e realizar um serviço que é tributável lá, lá terá que pagar o tributo e por isso poderá sofrer a retenção do ISS, uma vez que seu pagamento mensal se refere ao ISS do município em que está estabelecido e não aos demais. 2.1.6. Microempreendedor Individual O microempreendedor individual não pode sofrer retenção de ISS em nenhuma hipótese, uma vez que o tratamento tributário concedido a este empresário individual o concede o pagamento unificado de ISS, que será sempre remetido para o município em que está estabelecido. A princípio, portanto, a legislação do MEI não autoriza a retenção de ISS. 2.1.7. Penalidades comuns pela não-retenção A não-retenção, em tese, sujeita o responsável às penalidades previstas na lei municipal, como se trata da administração municipal não que se falar de multas ou juros pelo valor não-retido, entretanto haverá prejuízos que podem ser analisados como renúncia de receita. 2.2. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DO EMPREGADO A contribuição sindical do empregado é tratada no art. 580, I, do Decreto-Lei 5.452, a Consolidação das Leis Trabalhistas CLT e corresponde a remuneração de um dia de trabalho do empregado. Art. 580. A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá: I - Na importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração; A incidência da contribuição sindical sobre os servidores públicos foi e ainda é de grande polêmica. Nos últimos anos os tribunais superiores consolidaram o 7

entendimento de que este tributo efetivamente incide sobre os servidores públicos, independente de seu regime, celetista ou estatutário. O MTE, no intuito de orientar os sindicatos, emitiu a Instrução Normativa nº 1, de 30 de setembro de 2008, com a interpretação de que os servidores públicos também são contribuintes do tributo. O Superior Tribunal de Justiça STJ, firmou o entendimento de que a contribuição é devida pelos servidores públicos através do julgamento dos Recursos Especiais 612.842 e 442.509. 2.2.1. Obrigatoriedade da retenção Com a interpretação judicial de que os servidores são contribuintes da contribuição sindical os municípios passam a ser equiparados aos empregadores privados, com isso devem reter os valores correspondentes ao tributo. A obrigatoriedade de retenção por parte do empregador está estipulada no art. 582 da CLT. Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. 1º Considera-se um dia de trabalho, para efeito de determinação da importância a que alude o item I do Art. 580, o equivalente: a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por unidade de tempo; b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão. 2º Quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social. O cálculo do dia de trabalho deve ser feito com base na remuneração paga no mês de março. Existe apenas um tipo de profissão que está isenta da contribuição sindical. Trata-se da profissão de advogado, que por força do art. 47 da Lei 8.906/94, estão desobrigados a pagar a contribuição sindical. 2.2.2. Período para realização da retenção Como visto no dispositivo acima citado, a retenção da Contribuição Sindical pelo empregador na folha de pagamento do empregado deve ser realizada no mês de março. O repasse do valor ao sindicato deve ser feito no mês de abril, conforme estipula o art. 583 da CLT: 8

Art. 583 - O recolhimento da contribuição sindical referente aos empregados e trabalhadores avulsos será efetuado no mês de abril de cada ano, e o relativo aos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais realizar-se-á no mês de fevereiro. 1º - O recolhimento obedecerá ao sistema de guias, de acordo com as instruções expedidas pelo Ministro do Trabalho. 2º - O comprovante de depósito da contribuição sindical será remetido ao respectivo Sindicato; na falta deste, à correspondente entidade sindical de grau superior, e, se for o caso, ao Ministério do Trabalho. Empregados admitidos nos meses de janeiro ou fevereiro devem ter normalmente recolhida a contribuição sindical. Aos admitidos no mês de março o empregador deve verificar se o mesmo já efetuou o pagamento, se não foi comprovado deve efetuar a retenção. Aqueles que ingressarem em funções após o mês de março também devem comprovar junto ao empregador que já efetuaram o pagamento da contribuição, se ainda não o fizeram, o empregador deve fazê-la, com base na remuneração que o empregado irá receber no mês de ingresso. Aos empregados ausentes no mês de março, por motivo de auxílio-doença ou acidente de trabalho, o recolhimento será feito com base no mês de retorno do funcionário. 2.2.3. Para quem recolher o valor retido O valor retido pelo empregador no mês de março deve ser destinado ao sindicato representativo da categoria. Este é o procedimento determinado pelo art. 579 da CLT: Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591. A regra é que o sindicato representativo da categoria que tenha base territorial no local em que está estabelecido o empregador receba os valores provenientes da retenção. Este pagamento deve ser feito através de uma guia da Caixa Econômica Federal. O município ao recolher a contribuição sindical de um servidor deve direcioná-la ao sindicato da categoria. Isto quer dizer que o sindicato que deve receber a contribuição, no caso dos servidores municipais, é aquele que represente os servidores municipais como um todo. Se há, por hipótese, no município um biólogo, a quem deve se destinar o tributo? Ao sindicato dos biólogos ou ao sindicato dos servidores municipais? Em um caso deste tipo deve-se desconsiderar o sindicato profissional (biólogo), o município deve sempre recolher ao sindicato representativo dos servidores que tenha base territorial no município. Outra situação comum é a não-existência de sindicatos representativos na região, nestes casos, a retenção deve ser direcionada para as federações, estas podem ser 9

regionais ou estaduais, ou para as confederações, que podem ser interestaduais ou nacionais. Existem duas situações que autorizam o repasse dos valores para uma conta geral vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego MTE: na inexistência de sindicato, federação e confederação ou no caso de confusão entre qual sindicato, federação ou confederação deve receber os valores. A última possibilidade é a que deve ser usada se o empregador (município) que retêm o tributo fique na dúvida de qual deve ser o destino dos valores recolhidos. Para que um sindicato funcione e esteja apto para receber os valores da contribuição sindical, ele precisa se registrar junto ao MTE e manter cadastro atualizado, contabilidade e demais obrigações inerentes. Para evitar equívocos no momento do repasse dos valores, uma ferramenta interessante para averiguar a real existência de um sindicato é o endereço virtual http://sis.dieese.org.br. Neste sítio vinculado ao MTE é possível verificar a regularidade sindical, se inexistir ali o nome do sindicato é imprescindível solicitar do mesmo a comprovação de que efetivamente é um sindicato registrado. Em resumo ao item, o valor retido na folha de pagamento deve ser enviado no mês seguinte para o sindicato que tenha base territorial no município, se não existir sindicato o valor deve ser destinado para a federação da categoria, se também não houver, deve ser remetido para a confederação. Nos casos em que não exista nenhuma das três entidades o valor deve ser depositado em conta especial vinculada ao MTE. Em caso de dúvida ou conflito entre qual sindicato deve receber o valor, também deve ser feito o pagamento na conta única do MTE. 2.2.4. Responsabilidade pela não-retenção Se o município não efetuar o pagamento da contribuição sindical, pode sofrer ação de cobrança por parte do sindicato que deveria ter recebidos os valores e arcar com juros e multas pela não-retenção, posteriormente pode buscar os valores do tributo junto aos empregados, entretanto no final arcará com juros e multas. Ressalta-se que a cobrança da contribuição sindical é feita através de ação de cobrança normal e não por meio de execução fiscal. 2.3. CONTRIBUIÇÃO AO INSS A contribuição previdenciária para a seguridade social, comumente chamada de contribuição para o INSS, é regulada pela Lei 8.212 de 1991, mais especificamente pelo art. 22 e seguintes. Trata-se de um tributo obrigatório, pago por todos os segurados da previdência e que é destinado para o custeio da previdência pública. Os servidores públicos municipais são contribuintes quando não há no município um sistema próprio de previdência. Em outras palavras, só deve ser feita a retenção 10

destes valores na folha de pagamento dos servidores concursados quando o município não possui regime próprio de previdência. Naqueles municípios em que houver um regime próprio de previdência, o valor a ser descontado na folha de pagamento terá como base a legislação municipal que trata da previdência. A contribuição do empregado é tratada no art. 20 da Lei 8.212: Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário-decontribuição mensal, de forma não cumulativa, observado o disposto no art. 28. 2.3.1. Retenção na folha de pagamento A retenção da contribuição do empregado na folha de pagamento está disciplinada no art. 30 da Lei 8.212 de 1991. Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: I - a empresa é obrigada a: a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração; b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea a deste inciso, a contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência; A arrecadação dos valores deve ser feita diretamente na remuneração dos trabalhadores e os valores deverão ser repassados para a Receita Federal até o dia 20 do mês seguinte ao de competência. 2.3.1.1. Situações em que deve ocorrer A retenção deve ocorrer sempre que haja um empregado e ocorra o pagamento de seu salário. Mais uma vez cabe destacar que aqueles municípios que possuem regime próprio de previdência irão recolher a contribuição com base na sua lei municipal que trata da previdência. 2.3.1.2. Base de cálculo A base de cálculo genérica do tributo é toda a remuneração que o mesmo recebe, nesta inclui-se eventuais comissões, gorjetas, bônus por venda, gratificações, etc. A instrução normativa nº 971 da Receita Federal, em se seu artigo 58, compilou os pagamentos feitos aos empregados que não fazem parte da base de cálculo da 11

contribuição previdenciária. São eles: os benefícios pagos pela previdência social (salvo o salário-maternidade), parcela in natura recebida de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT (vales refeição), valores recebidos a título de indenização (férias indenizadas, incentivos a demissão, licença-prêmio indenizada, aviso-prévio indenizado, etc.), parcela recebida a título de vale transporte na forma da lei, abono de PIS/PASEP, restituição de valores por uso de veículo do empregado, reembolso do valor pago para creche, reembolso de despesas médicas, 1/3 de férias gozadas e demais condições estabelecidas em lei. Sendo assim, a base de cálculo do tributo é o valor pago ao empregado, sem considerar as verbas acima mencionadas. 2.3.1.3. Alíquota Legalmente existem três alíquotas para o recolhimento da contribuição previdenciária, 8, 9 e 11 por cento (Art. 20, Lei 8.212/91). A portaria interministerial MPS/MF nº 333 de 29 de junho de 2010 atualizou para o ano calendário de 2010 os valores estipulados no art. 20 da Lei 8.212/91, a aplicação das alíquotas ocorre, portanto, desta forma: a de oito por cento incide sobre pagamentos de até R$ 1.040,22, a de nove por cento em pagamentos entre R$ 1.040,23 e R$ 1.733,70, a de onze por cento incide nos pagamentos maiores que R$ 1.733,71. 2.3.1.4. Data para repasse Como determina o art. 30 da Lei 8.212 acima citado, o repasse dos valores recolhidos deve ser feito até o dia 20 do mês posterior ao mês de competência. 2.3.2. Retenção na contratação de serviços Além da retenção feita no pagamento dos trabalhadores, os municípios e empresas em geral devem recolher a contribuição para a seguridade social toda vez que contratem pessoas físicas ou empresas com cessão de mão-de-obra. Esta retenção na contratação de serviços de cessão de mão-de-obra são obrigados a reter todos os municípios, independente do regime de previdência que vigore perante os servidores. Isto ocorre porque na contratação de serviços o contribuinte do tributo é a empresa ou pessoa que presta o serviço, e estes são contribuintes do tributo previdenciário. A retenção tem sua obrigatoriedade no art. 31 da Lei 8.212/91. Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil 12

imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no 5o do art. 33 desta Lei. 1º O valor retido de que trata o caput, que deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, será compensado pelo respectivo estabelecimento da empresa cedente da mão-de-obra, quando do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. 2.3.2.1. Situações em que deve ocorrer A retenção da contribuição previdenciária na contratação de serviços deve ocorrer sempre que houver cessão de mão-de-obra. A instrução normativa nº 971 da Receita Federal orienta neste sentido, veja: Art. 112. A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-deobra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, a partir da competência fevereiro de 1999, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e recolher à Previdência Social a importância retida, em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada, observado o disposto no art. 79 e no art. 145. 1º Para fins do disposto no caput, a empresa contratada deverá emitir nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços específica para os serviços prestados em condições especiais pelos segurados ou discriminar o valor desses na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços. 2º A partir da competência junho de 2009, quando a retenção prevista no caput for efetuada em nome de consórcio, constituído na forma dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 113; no 2º do art. 125; no 3º do art. 127; no art. 128 e nos 2º e 3º do art. 129 desta Instrução Normativa. 3º Quando a retenção for efetuada pela contratante diretamente sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviço da empresa consorciada que participou dos serviços prestados pelo consórcio, o recolhimento da retenção será na forma prevista no caput, observadas as demais disposições deste Capítulo para as empresas em geral. A mesma instrução normativa auxilia na interpretação do que é cessão de mão-deobra: Art. 115. Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição da empresa contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 1974. 1º Dependências de terceiros são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora dos serviços. 13

2º Serviços contínuos são aqueles que constituem necessidade permanente da contratante, que se repetem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua atividade fim, ainda que sua execução seja realizada de forma intermitente ou por diferentes trabalhadores. 3º Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a cessão do trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do contrato. Segundo estas orientações, a retenção deve ocorrer sempre que haja a contratação de um serviço de cessão de mão-de-obra junto a outra empresa. Nestas situações a retenção por parte da contratante é obrigatória. A instrução normativa 971 de 2009 faz também um elenco dos serviços que estão sujeitos a retenção na fonte, através dos arts. 117 e 118. Art. 117. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, observado o disposto no art. 149, os serviços de: I - limpeza, conservação ou zeladoria, que se constituam em varrição, lavagem, enceramento ou em outros serviços destinados a manter a higiene, o asseio ou a conservação de praias, jardins, rodovias, monumentos, edificações, instalações, dependências, logradouros, vias públicas, pátios ou de áreas de uso comum; II - vigilância ou segurança, que tenham por finalidade a garantia da integridade física de pessoas ou a preservação de bens patrimoniais; III - construção civil, que envolvam a construção, a demolição, a reforma ou o acréscimo de edificações ou de qualquer benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo ou obras complementares que se integrem a esse conjunto, tais como a reparação de jardins ou de passeios, a colocação de grades ou de instrumentos de recreação, de urbanização ou de sinalização de rodovias ou de vias públicas; IV - natureza rural, que se constituam em desmatamento, lenhamento, aração ou gradeamento, capina, colocação ou reparação de cercas, irrigação, adubação, controle de pragas ou de ervas daninhas, plantio, colheita, lavagem, limpeza, manejo de animais, tosquia, inseminação, castração, marcação, ordenhamento e embalagem ou extração de produtos de origem animal ou vegetal; V - digitação, que compreendam a inserção de dados em meio informatizado por operação de teclados ou de similares; VI - preparação de dados para processamento, executados com vistas a viabilizar ou a facilitar o processamento de informações, tais como o escaneamento manual ou a leitura ótica. Parágrafo único. Os serviços de vigilância ou segurança prestados por meio de monitoramento eletrônico não estão sujeitos à retenção. Art. 118. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra, observado o disposto no art. 149, os serviços de: I - acabamento, que envolvam a conclusão, o preparo final ou a incorporação das últimas partes ou dos componentes de produtos, para o fim de colocá-los em condição de uso; 14

II - embalagem, relacionados com o preparo de produtos ou de mercadorias visando à preservação ou à conservação de suas características para transporte ou guarda; III - acondicionamento, compreendendo os serviços envolvidos no processo de colocação ordenada dos produtos quando do seu armazenamento ou transporte, a exemplo de sua colocação em paletes, empilhamento, amarração, dentre outros; IV - cobrança, que objetivem o recebimento de quaisquer valores devidos à empresa contratante, ainda que executados periodicamente; V - coleta ou reciclagem de lixo ou de resíduos, que envolvam a busca, o transporte, a separação, o tratamento ou a transformação de materiais inservíveis ou resultantes de processos produtivos, exceto quando realizados com a utilização de equipamentos tipo contêineres ou caçambas estacionárias; VI - copa, que envolvam a preparação, o manuseio e a distribuição de todo ou de qualquer produto alimentício; VII - hotelaria, que concorram para o atendimento ao hóspede em hotel, pousada, paciente em hospital, clínica ou em outros estabelecimentos do gênero; VIII - corte ou ligação de serviços públicos, que tenham como objetivo a interrupção ou a conexão do fornecimento de água, de esgoto, de energia elétrica, de gás ou de telecomunicações; IX - distribuição, que se constituam em entrega, em locais predeterminados, ainda que em via pública, de bebidas, de alimentos, de discos, de panfletos, de periódicos, de jornais, de revistas ou de amostras, dentre outros produtos, mesmo que distribuídos no mesmo período a vários contratantes; X - treinamento e ensino, assim considerados como o conjunto de serviços envolvidos na transmissão de conhecimentos para a instrução ou para a capacitação de pessoas; XI - entrega de contas e de documentos, que tenham como finalidade fazer chegar ao destinatário documentos diversos tais como, conta de água, conta de energia elétrica, conta de telefone, boleto de cobrança, cartão de crédito, mala direta ou similares; XII - ligação de medidores, que tenham por objeto a instalação de equipamentos destinados a aferir o consumo ou a utilização de determinado produto ou serviço; XIII - leitura de medidores, aqueles executados, periodicamente, para a coleta das informações aferidas por esses equipamentos, tais como a velocidade (radar), o consumo de água, de gás ou de energia elétrica; XIV - manutenção de instalações, de máquinas ou de equipamentos, quando indispensáveis ao seu funcionamento regular e permanente e desde que mantida equipe à disposição da contratante; XV - montagem, que envolvam a reunião sistemática, conforme disposição predeterminada em processo industrial ou artesanal, das peças de um dispositivo, de um mecanismo ou de qualquer objeto, de modo que possa funcionar ou atingir o fim a que se destina; XVI - operação de máquinas, de equipamentos e de veículos relacionados com a sua movimentação ou funcionamento, envolvendo serviços do tipo manobra de veículo, 15

operação de guindaste, painel eletroeletrônico, trator, colheitadeira, moenda, empilhadeira ou caminhão fora-de-estrada; XVII - operação de pedágio ou de terminal de transporte, que envolvam a manutenção, a conservação, a limpeza ou o aparelhamento de terminal de passageiros terrestre, aéreo ou aquático, de rodovia, de via pública, e que envolvam serviços prestados diretamente aos usuários; XVIII - operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou de subconcessão, envolvendo o deslocamento de pessoas por meio terrestre, aquático ou aéreo; XIX - portaria, recepção ou ascensorista, realizados com vistas ao ordenamento ou ao controle do trânsito de pessoas em locais de acesso público ou à distribuição de encomendas ou de documentos; XX - recepção, triagem ou movimentação, relacionados ao recebimento, à contagem, à conferência, à seleção ou ao remanejamento de materiais; XXI - promoção de vendas ou de eventos, que tenham por finalidade colocar em evidência as qualidades de produtos ou a realização de shows, de feiras, de convenções, de rodeios, de festas ou de jogos; XXII - secretaria e expediente, quando relacionados com o desempenho de rotinas administrativas; XXIII - saúde, quando prestados por empresas da área da saúde e direcionados ao atendimento de pacientes, tendo em vista avaliar, recuperar, manter ou melhorar o estado físico, mental ou emocional desses pacientes; XXIV - telefonia ou de telemarketing, que envolvam a operação de centrais ou de aparelhos telefônicos ou de teleatendimento. Art. 119. É exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção, constante dos arts. 117 e 118, conforme disposto no 2º do art. 219 do RPS. Parágrafo único. A pormenorização das tarefas compreendidas em cada um dos serviços, constantes nos incisos dos arts. 117 e 118, é exemplificativa. A citação dos referidos artigos é fundamental para verificar a necessidade ou não de retenção, as situações acima apresentadas são exaustivas, isto é, quando forem contratados alguns dos tipos de serviços ali expostos haverá a necessidade de ser feita a retenção pelo contratante. A retenção é desnecessária em três situações: quando o valor de 11% for inferior ao mínimo exigido pela RFB para emissão da guia (atualmente R$ 29,00); quando a contratada não possuir empregados e o serviço for realizado diretamente por seus sócios ou titular, desde que o faturamento no mês anterior da empresa seja menor que duas vezes o teto do salário-contribuição do INSS; quando trata-se de serviço profissional ou de ensino executado por profissional liberal titular ou sócio da empresa, sem apoio de funcionários. Esta regra esta no art. 120 da IN 971: Art. 120. A contratante fica dispensada de efetuar a retenção, e a contratada, de registrar o destaque da retenção na nota fiscal, na fatura ou no recibo, quando: 16

I - o valor correspondente a 11% (onze por cento) dos serviços contidos em cada nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços for inferior ao limite mínimo estabelecido pela RFB para recolhimento em documento de arrecadação; II - a contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo titular ou sócio e o seu faturamento do mês anterior for igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição, cumulativamente; III - a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino definidos no inciso X do art. 118, desde que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de empregados ou de outros contribuintes individuais. 1º Para comprovação dos requisitos previstos no inciso II do caput, a contratada apresentará à tomadora declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da lei, de que não possui empregados e o seu faturamento no mês anterior foi igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição. 2º Para comprovação dos requisitos previstos no inciso III do caput, a contratada apresentará à tomadora declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da lei, de que o serviço foi prestado por sócio da empresa, no exercício de profissão regulamentada, ou, se for o caso, por profissional da área de treinamento e ensino, e sem o concurso de empregados ou contribuintes individuais, ou consignará o fato na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços. 3º Para fins do disposto no inciso III do caput, são serviços profissionais regulamentados pela legislação federal, dentre outros, os prestados por administradores, advogados, aeronautas, aeroviários, agenciadores de propaganda, agrônomos, arquitetos, arquivistas, assistentes sociais, atuários, auxiliares de laboratório, bibliotecários, biólogos, biomédicos, cirurgiões dentistas, contabilistas, economistas domésticos, economistas, enfermeiros, engenheiros, estatísticos, farmacêuticos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, geógrafos, geólogos, guias de turismo, jornalistas profissionais, leiloeiros rurais, leiloeiros, massagistas, médicos, meteorologistas, nutricionistas, psicólogos, publicitários, químicos, radialistas, secretárias, taquígrafos, técnicos de arquivos, técnicos em biblioteconomia, técnicos em radiologia e tecnólogos. Também não se aplica a retenção nos casos abaixo: Art. 149. Não se aplica o instituto da retenção: I - à contratação de serviços prestados por trabalhadores avulsos por intermédio de sindicato da categoria ou de OGMO; II - à empreitada total, conforme definida na alínea "a" do inciso XXVII do caput e no 1º, ambos do art. 322, aplicando-se, nesse caso, o instituto da solidariedade, conforme disposições previstas na Seção III do Capítulo IX deste Título, observado o disposto no art. 164 e no inciso IV do 2º do art. 151; III - à contratação de entidade beneficente de assistência social isenta de contribuições sociais; IV - ao contribuinte individual equiparado à empresa e à pessoa física; 17

V - à contratação de serviços de transporte de cargas, a partir de 10 de junho de 2003, data da publicação no Diário Oficial da União do Decreto nº 4.729, de 9 de junho de 2003; VI - à empreitada realizada nas dependências da contratada; VII - aos órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito público quando contratantes de obra de construção civil, reforma ou acréscimo, por meio de empreitada total ou parcial, observado o disposto no inciso IV do 2º do art. 151, ressalvado o caso de contratarem serviços de construção civil mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, em que se obrigam a efetuar a retenção prevista no art. 112. Outra situação em que deve haver a retenção é na contratação de pessoa física para realização de algum serviço, neste caso este trabalhador contratado como pessoa física, irá entregar nota avulsa de prestação de serviço e deve ter retido também seus 11% no ato do pagamento. Por sua vez, o município, além da retenção, terá que pagar a contribuição patronal de 20% sobre o total do valor pago ao trabalhador. Nesta situação em especial cabe apenas salientar que o teto que deve ser pago de contribuição previdenciária pelo contribuinte em um mês é o valor estipulado como teto de salário-contribuição. Desta forma, quando o contratado apresentar documento que comprove que naquele mês já recolheu o valor do teto a retenção não deve ser feita, se comprovar que já recolheu parte do valor, o contratante deve reter até o limite autorizado pelo salário-contribuição máximo. 2.3.2.2. Base de cálculo conforme o serviço A base de cálculo para retenção na contratação de empresa para cessão de mão-deobra deve levar em conta o valor dos serviços realizados. Algumas peculiaridades específicas existem na retenção de empresas da construção civil, que levam em conta tanto o tipo de obra para que fora construído, quanto a forma como foi elaborado o contrato. Para evitar um simples compilado de artigos da IN 971/2010, será feito abaixo um resumo dos art. 121 a 125, todos tratam sobre a base de cálculo da retenção. A regra geral é que os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, fornecidos pela contratada, discriminados no contrato e na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção, desde que comprovados (art. 121 da IN 971/2009). Sendo que os valores destes materiais não pode ser maior que o valor da própria locação ou aquisição. Com base nisso segue-se os itens abaixo: a) Determinação no contrato dos materiais ou equipamentos a serem utilizados e seus valores, juntamente com a discriminação na nota fiscal destes valores Esta quantia não irá compor a base de cálculo da retenção. 18

b) No contrato estabelece-se os materiais a serem utilizados, mas não há informação dos valores, e estes são discriminados na nota fiscal Os valores discriminados na nota fiscal não serão utilizados como base de cálculo, entretanto o desconto deve respeitar limites, assim a base de cálculo mínima será de: - 50% (cinquenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; - 30% (trinta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços para os serviços de transporte de passageiros, cujas despesas de combustível e de manutenção dos veículos corram por conta da contratada; - 65% (sessenta e cinco por cento) quando se referir a limpeza hospitalar, e 80% (oitenta por cento) quando se referir aos demais tipos de limpeza, do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços. c) Utilização de equipamentos inerentes aos serviços que não têm os valores citados ou nem mesmo são mencionados no contrato, entretanto são descriminados na nota fiscal não há retenção sobre estes valores, desde que se respeite o limite de base de cálculo de até 50% do valor bruto da nota, no caso de construção civil a base de cálculo terá os seguintes valores mínimos diferenciados: - 10% (dez por cento) para pavimentação asfáltica; - 15% (quinze por cento) para terraplenagem, aterro sanitário e dragagem; - 45% (quarenta e cinco por cento) para obras de arte (pontes ou viadutos); - 50% (cinquenta por cento) para drenagem; e - 35% (trinta e cinco por cento) para os demais serviços realizados com a utilização de equipamentos, exceto os manuais. d) Se não houver menção no contrato dos materiais, não forem utilizados equipamentos inerentes ao serviço ou não houver descriminação dos valores nas notas fiscais, a retenção ocorrerá sobre o valor bruto total da nota. 2.3.2.3. Alíquota Conforme determina o artigo 31 da Lei 8.212 de 1991 a alíquota a ser utilizada na retenção é o percentual de 11%. 2.3.2.4. Data de repasse O art. 31 da Lei 8.212/91 estabelece que o recolhimento dos valores retidos deve ser feito até o dia 20 do mês seguinte ao da nota fiscal. 19

2.3.2.5. Empresas do Simples Nacional A regra geral é de que as empresas do Simples Nacional não estão obrigadas a reter a contribuição previdenciária quando contratadas para prestarem serviços com cessão de mão-de-obra. Assim estabelece o art. 190 da IN 971/2009: Art. 191. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional que prestarem serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada não estão sujeitas à retenção referida no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços emitidos, excetuada: I - a ME ou a EPP tributada na forma dos Anexos IV e V da Lei Complementar nº 123, de 2006, para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008; e II - a ME ou a EPP tributada na forma do Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de 2006, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009. 1º A aplicação dos incisos I e II do caput se restringe às atividades elencadas nos 2º e 3º do art. 219 do RPS, e, no que couberem, às disposições do Capítulo VIII do Título II desta Instrução Normativa. 2º A ME ou a EPP que exerça atividades tributadas na forma do Anexo III, até 31 de dezembro de 2008, e tributadas na forma dos Anexos III e V, a partir de 1º de janeiro de 2009, todos da Lei Complementar nº 123, de 2006, estará sujeita à exclusão do Simples Nacional na hipótese de prestação de serviços mediante cessão ou locação de mão-de-obra, em face do disposto no inciso XII do art. 17 e no 5º-H do art. 18 da referida Lei Complementar. Como visto, as únicas empresas optantes pelo Simples Nacional que devem sofrer a retenção na fonte da contribuição previdenciária são aquelas tributadas conforme o anexo IV da Lei Complementar 123/2006. Isto ocorre em razão de que estas empresas recolhem a contribuição patronal previdenciária fora da sistemática do Simples Nacional, veja o parágrafo 5º-C, do art. 18 da Lei Complementar 123/2006: 5º-C. Sem prejuízo do disposto no 1o do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributadas na forma do Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis: I - construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; II - (REVOGADO); III - (REVOGADO); IV - (REVOGADO); V - (REVOGADO); VI - serviço de vigilância, limpeza ou conservação. 20