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Transcrição:

Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola

Governador Cid Ferreira Gomes Vice Governador Domingos Gomes de Aguiar Filho Secretária da Educação Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretário Adjunto Maurício Holanda Maia Secretário Executivo Antônio Idilvan de Lima Alencar Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Cristiane Carvalho Holanda Coordenadora da Educação Profissional SEDUC Andréa Araújo Rocha

Sumário Entomologia Agrícola 02 1. Organismo Praga 02 2. Conceitos de Pragas 03 3. Sistemas de Controle de Praga 03 4. Componentes do M.I.P. 03 5. Tipos de Pragas 04 6. Consequências do Ataque 03 7. Identificação dos Principais Grupos de Pragas 06 7.1. Lesmas e Caracóis 07 7.2. Ácaros 08 7.3. Insetos 08 8. Fatores que Afetam o Ataque de Pragas 16 9. Seleção dos Métodos de Controle de Pragas 17 9.1. Método de Controle Legislativo 20 9.2. Método de Controle Mecânico 20 9.3. Método de Controle Cultural 21 9.4. Método de Controle Biológico 23 9.5. Método de Controle por Comportamento 25 9.6. Método de Controle Físico 26 9.7. Método de Controle Genético 27 9.8. Método de Controle Químico 28 10. Agroquímicos 28 11. Manejo Integrado das Pragas 34 12. Literatura Consultada 42 Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 1

ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA 1. Organismos-Praga: ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA São organismos que reduzem a produção das culturas ao atacá-las, serem transmissores de doenças (principalmente viroses) e reduzirem a qualidade dos produtos agrícolas. Exemplo de organismo-praga Pássaros (marrecos, goderos, assanhaços, etc.). Mamíferos (ratos, morcegos, capivaras, coelhos, etc.). Patógenos (vírus, bactérias, fungos, etc.): os patógenos que atacam as plantas são estudados pela Fitopatologia. Plantas invasoras: são estudados nos cursos de plantas invasoras. Nematóides (são estudados pela Nematologia). Artrópodes (ácaros, sinfilos, diplopodas, aranhas, insetos, etc.) são estudados geralmente nos cursos de Entomologia. Moluscos (lesmas e caracóis). 2. Conceitos de Praga 2.1. Convencional: Um organismo é considerado praga, quando é constatada sua presença na cultura. 2.2. No manejo integrado de pragas (MIP): Um organismo só é considerado praga quando causa danos econômicos. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 2

3. Sistemas de Controle de Pragas 3.1. Sistema convencional: Neste sistema devem ser adotadas medidas de controle (geralmente se utiliza o método químico) quando o organismo está presente, independentemente de outros fatores. O uso deste sistema se deve a falta de informações técnicas sobre manejo de pragas para a maioria das culturas, a desinformação dos técnicos e agricultores, a interesses econômicos e a falta de política agrícola centrada em critérios técnicos. Entretanto o seu uso não promove o controle adequado das pragas, eleva o custo de produção, polui o ambiente e traz problemas a saúde do agricultor e do consumidor. 3.2. Manejo integrado de pragas (MIP): É um sistema de controle de pragas que procura preservar e aumentar os fatores de mortalidade natural das pragas pelo uso integrado dos métodos de controle selecionados com base em parâmetros técnicos, econômicos, ecológicos e sociológicos. Este sistema também é conhecido como manejo ecológico de pragas (MEP) e manejo agroecológico de pragas (MAP). 4. Componentes do MIP Estes são: diagnose (ou avaliação do agroecossistema), tomada de decisão e seleção dos métodos de controle (estratégias e táticas do MIP). 4.1. Diagnose: Neste componente identificamos de forma simples e correta as pragas e seus inimigos naturais. 4.2. Tomada de decisão: Neste componente tomamos a decisão ou não de usar métodos artificais de controle (químico, biológico aplicado ou comportamental). Esta decisão é baseada em planos de amostragem e em índices de tomada de decisão. 4.3. Seleção dos métodos de controle de pragas Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia), econômicos (maior lucro), ecotoxicológicos (preservação do ambiente e da saúde humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 3

5. Tipos de Pragas 5.1. De acordo com a parte da planta que é atacada 5.1.1. Praga direta: Ataca diretamente a parte comercializada. Exemplo: Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) que ataca os frutos do tomateiro. 5.1.2. Praga indireta: Ataca uma parte da planta que afeta indiretamente a parte comercializada. Exemplo: Lagarta da soja (Anticarsia gemmatali) que causa desfolha em soja. 5.2. De acordo com sua importância 5.2.1. Organismos não-praga: São aqueles que sua densidade populacional nunca atinge o nível de controle. Correspondem a maioria das espécies fitófagas encontradas nos agroecossistemas. Ponto de equilíbrio (PE): densidade populacional média do organismo ao longo do tempo. Nível de dano (ND) Pragas-Chave São pragas que aparecem de forma permanente em grandes populações, são persistentes e muitas vezes não podem ser dominadas pelas práticas de controle; se não são aplicadas medidas de controle, podem causar severos danos econômicos. Somente poucas espécies adquirem esta categoria entre as plantações, geralmente porque não possuem inimigos naturais eficientes. Nesta categoria de pragas se baseiam as estratégias de controle nas plantações. As pragas-chave mais importantes na região tropical são as Moscas Brancas, os pulgões E as larvas de lepidópteros, entre outros, em vários cultivos. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 4

Pragas ocasionais ou Secundarias São espécies cujas populações se apresentam em quantidades prejudiciais somente em certas épocas, enquanto que em outros períodos perdem importância econômica. O incremento populacional de uma maneira geral está relacionado com as mudanças climáticas ou com os desequilíbrios causados pelo homem. Pragas frequentes São organismos que frequentemente atigem o nível de controle. Exemplo: Cigarrinha verde (Empoasca kraemeri). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 5

Pragas severas São organismos cuja parte de equilíbrio é maior que o nível de controle. Exemplo: Formigas saúvas (Atta spp.) 6. Consequências do Ataque de Pragas 6.1. Injúrias: Lesões ou alterações deletérias causadas nos órgãos ou tecidos das plantas. As pragas de aparelho bucal mastigador provocam as seguintes injúrias: - Lesões em órgãos subterrâneos; - Roletamento de plantas; - Broqueamento (confecção de galerias no interior de órgãos subterrâneos, caule, frutos e grãos); - Surgimento de galhas; - Vetores de doenças; - Desfolha; - Confecção de minas (galerias surgidas nas folhas devido a destruição do mesófilo foliar). As pragas fitossucívoras provocam as seguintes injúrias: - Sucção de seiva; - Introdução de toxinas; - Vetores de doenças (principalmente viroses). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 6

Sendo que ataque de pragas fitossucívoras pode ocasionar: - Retorcimento ("engruvinhamento"); - Amarelecimento; - Anormalidade no crescimento e desenvolvimento; - Secamento; - Mortalidade; - Queda na produção das plantas. 6.2. Prejuízos das pragas: Queda na produção agrícola causada por pragas. 6.3. Dano das pragas agrícolas: Prejuízos causado por organismos fitófagos com densidade populacional acima de nível de dano econômico. 7. Identificação dos Principais Grupos de Pragas Principais grupos de pragas agrícolas. 7.1. Lesmas e Caracóis Os caracóis ou caramujos possuem concha enquanto as lesmas não possuem. Estas pragas atacam plantas principalmente em ambientes úmidos e ricos em palhada como ocorre em cultivos de plantio direto. Eles provocam desfolha e causam mortalidade das plantas reduzindo a população de plantas principalmente em culturas em fase inicial. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 7

7.2. Ácaros Eles são de tamanho pequeno (para vizualizá-los é necessário o uso de lupa com aumento de pelo menos 10 vezes), quatro pares de pernas e sugam o conteúdo das células das plantas. As folhas atacadas por ácaros ficam retorcidas ( encarquilhadas ), com coloração alterada e com pontuações esbranquiçadas. Os principais grupos de ácaros-pragas de plantas são: os ácaros vermelhos, os ácaros brancos e os microácaros. 7.2.1. Ácaros vermelhos (Figura 2A) Eles possuem corpo ovalado, coloração avermelhada, produzem teia e geralmente possuem duas manchas escuras de cada lado da parte dorsal de seu corpo. O ácaro rajado é uma espécie de ácaro vermelho que possui as manchas escuras bem evidentes. 7.2.2. Ácaros brancos (Figura 2B) Eles possuem corpo em formato de pera, coloração clara e não produzem teia. Duas de suas pernas estão no início de seu corpo e as outras duas no meio de seu corpo. 7.2.3. Microácaros (Figura 2C) Eles possuem corpo em formato de alongado e apenas dois pares de pernas aparentes. 7.3. Insetos As principais características dos insetos são: corpo dividido em três partes, pernas e antenas articuladas, exoesqueleto, simetria bilateral, circulação sanguínea (hemolinfa) livre, sistema respiratório formado por tubos que atingem a parte externa do corpo por orifícios, um par de antenas, três pares de pernas, desenvolvimento por metamorfose e asas geralmente presentes nos adultos. Na Tabela 3 estão listadas as características das ordens dos principais grupos de insetos-praga de plantas. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 8

7.3.1. Lepidoptera Seus adultos são chamados de mariposas (noturnos e de cores não aparentes) (Figura 3A) ou borboletas (diurnos e de cores vistosas) (Figura 3B), possuem asas membranosas com escamas e aparelho bucal sugador. Suas larvas são chamadas de lagartas e possuem cabeça visível, três pares de pernas no início do corpo e pernas no final do corpo (Figuras 3C,3D e 3E). Eles são pragas na fase de lagartas que possuem aparelho bucal mastigador. As lagartas podem ser de três tipos básicos de pendendo do número de pseudopatas: lagartas (com quatro pares de pseudopatas) (Figura 3C), lagartas falsamedideiras (com dois pares de pseudopatas) (Figura 3D) e lagartas medideiras (com um pare de pseudopatas) (Figura 3E). Figura 3. (A) Mariposa, (B) Borboleta, (C) Lagarta, (D) Lagarta falsa medideira e (E) Lagarta medideira. 7.3.2. Besouros (Coleoptera) Seus adultos são chamados de besouros, seu primeiro par de asas é endurecido (élitro). Suas larvas possuem cabeça visível, três pares de pernas no início do corpo ou não. Eles são pragas tanto na fase de larva como na fase adulta e aparelho bucal mastigador. Os principais grupos de besouros pragas são: Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 9

7.3.2.1. Vaquinhas Os adultos geralmente possuem corpo colorido, antenas visíveis e causam desfolha (Figura 4A). Suas larvas são finas, esbranquiçadas e possuem três pares de pernas e geralmente atacam órgãos subterrâneos principalmente raízes (Figura 5A). 7.3.2.2. Bicudos Os adultos possuem um prolongamento no início da cabeça ( rostro) (Figura 4B). Suas larvas são esbranquiçadas e não possuem pernas visíveis (Figura 5B). 1.7.3.2.3. Carunchos Possuem um prolongamento no início da cabeça menor que dos bicudos e suas asas não cobrem totalmente o abdome (Figura 4C). Suas larvas são semelhantes as dos bicudos (Figura 5B). 7.3.2.4. Serra-pau Os adultos possuem antenas muito longas (Figura 4D). Suas larvas são esbranquiçadas, possuem o início do corpo dilatado e broqueiam caule de árvores (Figura 5C). 7.3.2.5. Corós Os adultos são escuros, possuem antenas pequenas, o primeiro par de pernas é própria para escavação e algumas espécies a cabeça possuem projeções semelhantes a chifres (Figura 4E). Suas larvas são esbranquiçadas, possuem formato de C, final de seu corpo é dilatado e elas atacam órgãos subterrâneos principalmente raízes (Figura 5D). 7.3.2.6. Larva arame Os adultos são escuros, possuem corpo fino, dois espinhos no final da cabeça e quando os seguramos ao tentarem fugir emitem som semelhante ao estálo de dedos (Figura 4F). Suas larvas são finas, amarronzadas e atacam órgãos subterrâneos principalmente raízes (Figura 5E). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 10

7.3.3. Formigas (Hymenoptera) Vivem em colônias e são pragas na fase adulta. As formigas podem ser pragas (formigas cortadeiras) ou inimigos naturais (formigas predadoras). As formigas cortadeiras têm coloração amarronzada e no topo de sua cabeça possuem uma reentrância pronunciada (Figura 6A e B). Já as formigas predadoras têm diversas colorações e a reentrância no topo de sua cabeça não é profunda (Figura 6C). As principais formigas cortadeiras são: 7.3.3.1. Formigas saúvas Estas formigas pertencem ao gênero Atta e possuem ninhos com grande quantidade de terra solta e três pares de espinhos no seu dorso (Figura 6A). 7.3.3.2. Formigas quém-quéns Estas formigas pertencem ao gênero Acromyrmex e possuem quatro pares de espinhos no seu dorso e seus ninhos são pequenos (Figura 6B). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 11

7.3.4. Moscas (Diptera) As moscas-praga de plantas na fase adulta possuem um par de asas membranosas e aparelho bucal embebedor. Suas larvas são vermiformes (sem cabeça e patas aparentes) (Figura 7E). Os principais grupos de moscas pragas de plantas são: 7.3.4.1. Mosca minadora Os adultos são pequenas moscas ( mm) de coloração preta com manchas amarelas (Figura 7A). As larvas confeccionam minas finas e serpenteadas (parecem com serpentes) nas folhas (Figura 7B). 7.3.4.2. Moscas das frutas Os adultos são moscas que possuem desenhos em formatos de S e V nas asas. Estas moscas pertencem a dois gêneros: Anastrepha e Ceratitis. As moscas do gênero Anastrepha são chamadas de moscas-das-frutas sul americanas devido a sua origem e possuem coloração amarronzada (Figura 7C). Já as moscas do gênero Ceratitis (a espécie de import6ancia é Ceratitis capitata) são chamadas de moscas-das-frutas do mediterrâneo devido a sua origem e o tórax escuro (Figura 7D). Suas larvas são pragas de praticamente todas as frutas (Figura 7E). 7.3.5. Percevejos (Hemiptera) Os percevejos na fase adulta têm o primeiro par de asas com a parte inicial dura e a parte final mole (hemiélitro). Eles possuem aparelho bucal sugador e causam danos às plantas tanto na fase adulta como na fase jovem (ninfas) Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 12

7.3.6. Homoptera Este grupo possui aparelho bucal sugador e são pragas tanto na fase adulta como na fase jovem (ninfas) sugando a seiva da planta sobretudo nas partes mais novas. Os principais grupos de homópteros pragas de plantas são: 7.3.6.1. Cigarras Os adultos possuem asas membranosas transparentes e os machos cantam para atrair as fêmeas (Figura 9A). Na fase jovem (ninfas) atacam as raízes das plantas (Figura 9B). 7.3.6.2. Cigarrinhas Os adultos são coloridos, pequenos e possuem o primeiro par de asas semelhantes às asas de baratas (tegminas) (Figura 9C). 7.3.3.6.3. Psilídeos Os adultos são semelhantes às cigarrinhas com suas asas dispostas de forma semelhante a o casco dos navios (Figura 9D). 7.3.4. Cochonilhas Estas pragas geralmente não possuem asas. Os principais grupos de cochonilhas pragas de plantas são: a) Cochonilhas de escamas Estas cochonilhas geralmente estão fixas na planta e parecem com escamas, vírgulas, cabeças de prego ou verrugas (Figura 9E). b) Cochonilha Ortézia Esta cochonilha possui (até mm) corpo alongado branco. Elas têm duas faixas escuras na cabeça e um saco cheio de ovos (ovisaco) na parte final do corpo (Figura 9F). c) Cochonilhas de farinhentas Esta cochonilha possui (até mm) corpo branco recoberto por camada farinhenta. Elas têm na parte lateral do corpo projeções semelhantes a cerdas. Estas cochonilhas atacam anto a parte aérea como as raízes das plantas (Figura 9G). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 13

7.3.5. Pulgões A maioria dos indivíduos não possuem asas e possuem o corpo ovalado (Figura 9H). Os poucos indivíduos com asas em uma colônia são responsáveis pela dispersão da praga e possuem dois pares de asas menbranosas e transparentes (Figura 9I). 7.3.6. Moscas brancas Seus adultos tem asas recobertas por pulverulência branca e geralmente atacam as partes apicais das plantas (Figura 9J). Já suas formas jovens (ninfas) são esverdeadas, parecem com cochonilhas de escamas e ficam fixas na face inferior das partes baixeiras e mediana das plantas (Figura 9K). Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 14

7.3.3.7. Tripes (Thysanoptera) Os adultos (0,5 a 13 mm de comprimento) possuem asas franjeadas e aparelho bucal sugador (Figura 10A) enquanto as formas jovens (ninfas) não possuem asas (Figura 10B). Quando observados a campo nas amostragens realizadas pela batida de ponteiros de plantas em bandejas plásticas brancaseles se parecem muito com um grupo de insetos recicladores da matéria orgânica os colêmbolas. Entretanto, os colêmbolas possuem maior tamanho e antena maior que os tripés (Figura 10C). 7.3.7. Orthoptera Os ortópteros mais importantes são os grilos e os gafanhotos e ambos possuem o último par de pernas saltatória e na fase adulta seu primeiro par de asas é semelhante a asas de baratas (tegminas). Os grilos possuem coloração escura e as asas dos adultos quando em repouso assumem posição horizontal (Figura 11A) eles tanto na fase jovem (ninfas) (Figura 11B) como adulta atacam plantas pequenas cortando-as rente ao solo. Já os gafanhotos possuem diversas colorações e as asas dos adultos quando em repouso assume uma posição inclinada (Figura 11 C). Tanto os adultos com a fase jovem (ninfas) (Figura 12 D) dos gafanhotos causam desfolha as plantas. 7.3.8. Cupins (Isoptera) Possuem aparelho bucal mastigador, dois pares de asas membranosas iguais e metamorfose gradual. Alimentam-se de celulose das raízes das plantas, madeiras e húmus. São insetos sociais e vivem em ninhos com um ou mais casais de formas sexuadas (reis e rainhas). Anualmente, produzem formas sexuadas (alelúias) que através de revoadas, instalam novos ninhos. No interior de um ninho existem operárias e soldados que executam tarefas diferentes. Os ninhos podem ser construídos no solo, Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 15

subsolo, árvores ou madeiras. Os cupinzeiros construídos na superfície dos solos diminuem a área útil das culturas e dificultam os tratos culturais. As espécies-praga de plantas causam problemas nos estádios iniciais das culturas devido à redução dos estandes, sobretudo na região de cerrado Figura 12). 8. Fatores que Afetam o Ataque de Pragas 8.1. Inimigos Naturais: A ocorrência de inimigos naturais tem grande efeito na redução de populações de insetos-praga às culturas. Assim, a preservação e aumento das populações de inimigos naturais causam grande redução do ataque de pragas às culturas. 8.2. Planta Hospedeira: Uma cultura conduzida dentro de padrões técnicos adequados faz com que a planta tolere maiores ataques de pragas e possibilita que a planta ative todo seu sistema de defesa contra as pragas. 8.3. Elementos Climáticos: 8.3.1. Temperatura do Ar: Em temperaturas mais elevadas geralmente é maior o ataque de pragas devido a sua maior reprodução e a aceleração do seu ciclo de vida. 8.3.2. Chuvas: Em épocas chuvosas geralmente é menor o ataque de pragas devido às chuvas serem o principal causador de mortalidade dos insetos em regiões tropicais e subtropicais devido: ao impacto mecânico de suas gotas sobre os insetos (principalmente os de pequeno tamanho) além de umidades mais elevadas favorecerem a ação dos fungos que são inimigos naturais das pragas. 8.3.3. Ventos: O vento também afeta o ataque de pragas às culturas devido ele ser um dos principais veículos de dispersão dos insetos. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 16

9. Seleção dos Métodos de Controle de Pragas Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia), econômicos, ecotoxicológiscos (preservem o ambiente e saúde humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário). Os principais métodos usados no controle de pragas são: 1.9.1.Métodos de Controle Legislativo Baseiam em leis e portarias federais ou estaduais e são de diversas modalidades. 1.Serviço Quarentenário Tem por objetivo evitar a entrada de pragas exóticas e impedir sua disseminação. Esse serviço de defesa sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, cujos técnicos Inspecionam e fiscalização os portos, aeroportos e fronteiras com o objetivo de desinfestar, destruir ou impedir a entrada de vegetais atacados mantendo-os em quarentena. Atua também na importação e exportação, impedindo a saída e entrada de produtos agrícolas atacados por pragas. Os meios de transporte estão cada vez mais rápidos e globalizados. Com consequência desse processo no transporte de pessoas e mercadorias, o risco de se introduzir uma praga agrícola num PIS é consideravelmente maior. Por esses motivos vários pises impõem barreiras alfandegárias que proíbem a importação de determinada planta hospedeira de uma praga que não ocorra em seu território. Por exemplo, o Brasil não exporta frutas in natura para os EUA e Japão, devido ao risco de introduzir mosca das frutas naqueles países, que gastaram milhões de dólares para erradicar espécies de tetritídeos e, portanto, evitam um reinfestação dessas pragas pela proibição da entrada de frutas in natura. Entretanto melões cultivados no Rio Grande do Norte, região livre de mosca das frutas, são exportados para os EUA. Portanto, o conhecimento da distribuição geográfica de uma praga quarentenária é o fator decisivo para a exportação/importação de determinado produto vegetal, podendo afetar diretamente a balança comercial de um país. Do ponto de vista quarentenário, uma praga é qualquer espécie raça ou biótipo de vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivo para os vegetais ou produtos vegetais. A identificação de uma praga quarentenária é baseada em critérios estabelecidos pela FAO (Food and Agriculture Organization), Tais como: presença ou ausência de praga em uma área de risco, sua identificação, importância econômica e se é ou não controlada oficialmente. È classificada em: Praga quarentenária A1. Importância econômica presente, ainda não se encontra no país. Praga quarentenária A2. Importância econômica potencial, amplamente disseminada e oficialmente controlada. Praga Quarentenária regional A2. Importância econômica, disseminação localizada e submetida a controle oficial por um ou mais países da região. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 17

Cada país tem sua norma própria para legislar sobre ações as pragas quarentenárias. Podem unir-se para tomar medidas conjuntas sobre pragas quarentenárias. Por exemplo, o Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (COSAVE), formado por Brasil, argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, estabeleceram critérios para o reconhecimento de pragas quarentenaria sem seus territórios e divulga listas das pragas quarentenárias A1 e A2 de cada país. Estabelece também a regulamentação fitossanitária (normas oficiais para evitar, conter, controlar ou erradicar pragas, por meio da regulamentação da produção, movimentação, armazenamento de produtos ou outros objetos de normalização, da atividade regular das pessoas, assim como por meio de estabelecimento de esquemas para a certificação fitossanitária. A constatação de uma praga supostamente inexistente no território brasileiro precisa ser comunicada a secretaria de Defesa Agropecuária (DAS) antes de ser divulgada no meio cientifica. De acordo com o Código Penal Brasileiro, difundir doenças ou praga que possa causar dano a floresta, plantações ou animal de utilidade econômica é passível de detenção e pagamento de multa). Os pises legislam sobre os tratamentos quarentenários que deve ser aplicado para determinado produto agrícola, a fim de eliminar a praga quarentenária e permitir a importação de produtos, tais como: 1.Fumigação Indicado para controlar pragas de grãos armazenados, por meio de inseticidas fumigantes. Recomenda-se aplicar o brometo de metila, na dosagem de 32g/m³ durante 2h. 2. Tratamento a Frio Consiste no emprego de câmaras frias com temperaturas baixas, na qual as frutas permanecerão por tempo determinado, dependendo da praga a ser eliminada. Em mamão, goiaba e manga o tratamento com temperaturas abaixo de 1,7 C por 10 dias foi eficiente no controle de Dacus dorsalis (Render) (BURDITT & BALOCK, 1985). No caso de mamão, à 7,2 C foram necessários 34 a 40 dias para um controle eficiente do inseto. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 18

3.Tratamento à quente Consiste no emprego de vapor d água ou da hidrotermia. No caso do vapor d água, a temperatura da polpa da fruta deve ir aumentando até que o centro dela atinja 43,3 C em 8 horas. Essa temperatura deve ser mantida por 6 horas. No caso do tratamento hidrotérmico, deve-se submergir a fruta no mínimo 9 cm abaixo da superfície da água. Esse tratamento deve ser iniciado quando a temperatura da polpa atingir 21,1 C. A duração do tratamento varia de 65 a 90 min de acordo com o tipo e tamanho dos frutos. A temperatura da água circulante deve ser mantida constante durante todo o tratamento em 46,1 C, podendo tolerar um abaixamento, no máximo, até 45,3 C por 10 min no tratamento de 65 e de 15 min se o tratamento durar 90 min. 4. Irradiação Consiste na aplicação de raios gama Cobalto(CO) ou Césio(CS) ou raios de elétron com energia de radiação de até 10 MeV que permite melhorar a qualidade e conservação do fruto, retardamento amadurecimento e redução contaminação microbiana dos frutos. 5. Atmosfera controlada Alguns países utilizam gases atmosféricos como hélio ou nitrogênio, baixa concentração de oxigênio (2% ou menos), altos níveis de dióxido de carbono (5 a 60%) ou combinações entre eles. 2. Medidas obrigatórias de controle Medidas utilizadas em casos específicos como é o caso da cultura do algodão em que agricultores são obrigados a destruir os restos de cultura até 15 de julho de cada ano, para a prevenção contra o ataque da broca, lagarta rosada e bicudo. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 19

9.2.Métodos de Controle Mecânico Utilizadas em pequenas áreas e incluem práticas que envolvem a utilização de barreiras e/ou destruição direta dos insetos. Táticas de controle mecânico Remoção dos insetos Consiste na pratica mecânica mais conhecida e sem duvida a mais antiga. Para que possa ser executada, os insetos na forma de larva ou lagarta, adultos ou ovos devem ser grandes e de fácil visualização. A coleta e destruição de larvas e adulto da família Curculionedade factíveis de ser aplicado em pequenos cultivos de coqueiro para controle da Broca-do-olho-do-coqueiro ou bicudo Rhynchophorus palmarum Linnaeus. Lagartas desfolhadoras do coqueiro Brassolis sophorae durante o dia formam um ninho, onde permanecem, saindo deste somente à noite. A remoção desse ninho e sai destruição podem ser empregados como forma de controle de praga. A catação manual de bichos-cestos em cafezal também é uma pratica desses tipo. Trituração de insetos Nos Estados Unidos da América foram desenvolvidos trituradores do tipo moinho de martelo que acoplados a tratores, dilaceram os restos culturais de algodão com intuito de eliminar larvas e pupas da lagarta-rosada presentes nas estruturas de frutificação remanescentes no campo. Nas usinas de algodão podem ser usados moinhos do tipo martelo para desintegrar o resíduo conhecido como piolho que hospeda larvas e pupas da lagarta-rosada. Na cana-de-açúcar o controle da broca gigante, Castnia licus é realizado após o corte. Nessa situação, a broca se encontra em uma câmara. 1.1.Exclusão dos insetos Na exclusão procura-se evitar que a praga entre em contato com a estrutura a ser atacada. A tática mais empregada consiste em envolver ou colocar invólucros na área a ser protegida. Com exemplo pode ser ensacamento de frutos de goiaba par a evitar o ataque das moscas das frutas Anastrepha ssp. e Ceratitis capitata. Frutos da gravioleira e atas também são ensacados para evitar o ataque da broca-do-fruto Cerconota anonela. Recentemente foi demonstrado que o ensacamento de pencas de tomate protege os frutos contra o ataque da braça pequena Neoleucinodes alegantalis. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 20

Na bananeira, coloca-se saco plástico azul tratado com inseticidada sobre o mangará para proteger contra o ataque de tripés Palleucothrips musae. No meloeiro coloca-se uma manta de tecido não tecido para proteger do ataque da mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B e mosca-minadora Liriomyza trifolii. Essa manta permanece cobrindo as plantas até o 28º dia, quando a cultura começa a floração. 1.2. Formação de barreira A formação de barreiras mecânicas ou sulcos impedem a passagem do coruquerê-doscapinzais Mocis latipes e gafanhotos em surtos graves. Essa tática também é empregada em quarentenários para impedir a entrada de insetos. Fazem-se sulcos de cimento no interior deles coloca-se água com detergente. 9.3.Métodos de Controle Cultural Consiste em modificar, mediante a utilização de práticas agrícolas rotineiras utilizadas pelos produtores, com a finalidade de prevenir o ataque dos insetos, tornar o ambiente menos favorável ao seu desenvolvimento, retardar ou diminuir seus danos ou até mesmo, destruí-los. A utilização de práticas como medidas de controle cultural, necessita de conhecimento adequados da ecologia dos insetos e da fenologia das plantas cultivadas e suas características agronômicas; das modalidades de práticas agrícolas propriamente ditas; e, naturalmente de bom conhecimento da biologia das pragas envolvidas, seu comportamento e sua ocorrência estacional. Táticas de controle cultural Rotação de cultura - Consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comercial e de recuperação do solo. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; repõe matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos. Aração do solo Muitos insetos passam o estádio de pupa no solo, principalmente quando em diapausa. Com o revolvimento do solo por meio da aração, as pupas poderão ser destruídas, enterradas ou esmagadas mecanicamente pelos discos. Essas pupas também poderão ser trazidas à superfície do solo e expostas aos raios solares e aos predadores. Moscas das frutas Anastrefha SSP e Ceratitis capitata, além de outras pragas podem ser controladas com essa tática. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 21

Época de plantio e colheita desfavoráveis às pragas Uma simples antecipação ou atraso do plantio ou colheita causa uma diminuição considerável no ataque de determinadas pragas. Quando os plantios forem realizados durante todo ano ou parte dele, como é o caso de algumas culturas irrigadas no Nordeste Brasileiro, devem-se levar em conta as exigências climáticas de algumas pragas. A mosca-branca é favorecida pelo clima quente e seco do segundo semestre, o mesmo ocorre com os ácaros tetraniquideos. Por outro lado o ácaro branco é favorecido pelo período nublado e chuvoso do primeiro semestre. Na maioria dos casos a colheita deve ser feita assim que ocorra a maturidade fisiológica do fruto ou sementes para diminuir o tempo de exposição destes às pragas. Tal atitude é recomendada em fruteiras para o controle das moscas das frutas. Destruição de Restos de cultura e resíduos de colheita Consiste na destruição de restos culturais que poderão hospedar pragas que irão iniciar a colonização da cultura no cultivo seguinte. A destruição dos restos culturais do coqueiro contribui para controle da Broca-do-olhodo-coqueiro ou bicudo Rhynchophorus palmarum Linnaeus. Em frutíferas recomenda-se o repasse, após a colheita, para a coleta de frutos temporões, tanto na planta, quanto àqueles caídos no chão, e sua destruição para zerar as fontes de infecção como no caso das moscas das frutas. Pousio Consiste em manter uma área sem cultivar (no limpo) por algum tempo, sem os hospedeiros. Essa tática foi eficaz na redução do nematóide, com isso os nematóides que são parasitos obrigatórios morrem, diminuindo significativamente a população. O Pousio pode ser feito com herbicidas. Barreiras Vegetais ou Cercas Vivas As barreiras vegetais podem servir como repelentes de insetos, como plantas armadilhas envenenadas, como barreiras físicas ou como limpadores de estiletes de insetos vetores de vírus não perssistente. As barreiras ainda dificultam a movimentação do inseto, evitam a poeira, reduzem a perda de água e propiciam ambientes favoráveis para o aumento de inimigos naturais que iram combater as pragas na cultura. No entanto, precisam ser adequadamente manejadas. No manejo das formigas cortadeiras, conhecidas, vulgarmente, por saúvas (Atta spp, Acromyrmes spp) e quenquém (Mycocepurus spp), são pragas ocasionais nas fruteiras, tanto no viveiro como no pomar. O controle com barreiras físicas na planta que impeçam a subida das formigas pode resolver, temporariamente, a situação. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 22

Destruição de hospedeiras alternativas As hospedeiras alternativas de pragas permitem a sobrevivência do inseto de um ano agrícola para o outro, favorecem o aumento da população dos insetos no transcurso do período de cultivo e são fontes de inoculo de vírus. Poda A poda periódica de algumas espécies perenes permite a redução de populações de larvas broqueadoras de caule, a exemplo do que acontece em citros, onde os galhos atacados por larvas de coleópteros broqueadores devem ser cortados e queimados. Densidade de plantio O aumento da densidade de plantio pode possibilitar condições de microclima desfavoráveis a certos insetos 9.4. Método de Controle Biológico O controle biológico pode ser utilizado de três formas: controle biológico natural, controle biológico clássico e controle biológico artificial ou aplicado. Controle Biológico Natural Consiste na preservação e/ou incremento das populações de inimigos naturais já existes nos agroecossistemas. A preservação e/ou incremento das populações de inimigos naturais pode ser obtida através de: _ Uso de inseticida seletivos (seletividade fisiológica de inseticidas). _ Aplicação seletiva de inseticidas (seletividade ecológica de inseticidas). _ Aumento da diversidade vegetal nos agroecoosistemas nas áreas vizinhas. Uma vez que as árvores, arbustos e ervas serve de abrigo, local de nidificação e fonte de alimentação complementar para os inimigos naturais. Muitas espécies de predadores e de parasitóides alimentam-se de néctar é pólen fornecidos por plantas invasoras. Além disto, esta vegetação serve de criatório para artrópodes não-pragas os quais é fonte alimentar para os inimigos naturais. _ Manutenção do solo recoberto por vegetação uma vez que a formação de poeira acarreta mortalidade de predadores e parasitóides de pequeno tamanho. _ Transferência de inimigos naturais para o local de cultivo, como por exemplo ninhos de vespas predadoras (marimbondos) para os locais de cultivo. _ Evitar o uso do fogo o qual reduz grandemente as populações de inimigos naturais. _ Aumento da matéria orgânica nos solos. Já que alguns inimigos naturais como besouros predadores e competidores que vivem na superfície e no interior do solo alimentam-se também da matéria orgânica. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 23

A seletividade de inseticidas como relatado neste item constitui importante instrumento de preservação das populações de inimigos naturais nos agroecossistemas. A seletividade pode ser classificada em seletividade ecológica e fisiológica. A seletividade fisiológica consiste no uso de inseticidas que sejam mais tóxicos à praga do que aos seus inimigos naturais. Já a seletividade ecológica relaciona-se a formas de utilização dos inseticidas de modo a minimizar a exposição do inimigo natural ao inseticida. Portanto, devem selecionar inseticidas que possuam seletividade fisiológica. Os inseticidas que possuem seletividade fisiológica na dose recomendada para controle da praga devem causar uma mortalidade menor que 80% ao inimigo natural. Além de preferirmos o uso de inseticidas com seletividade fisiológica devemos fazer uso da seletividade ecológica. Isto é, devemos utilizar os inseticidas de modo a minimizar a exposição do inimigo natural ao inseticida. Isto pode ser feito através de: _ Aplicação dos inseticidas em horários de menor temperatura do ar, já que nestes horários os inimigos naturais se movimentam menos estando, portanto menos expostos ao inseticida. O período ideal para aplicação dos inseticidas é ao final da tarde visto que a temperatura é baixa e o inseticida poderá sofrer degradação durante a noite e período da manhã quando é baixa a atividade dos inimigos naturais. Já o período da manhã se situa numa situação intermediária entre o período da tarde (período de menor impacto) e o das horas mais quentes do dia (período de maior impacto). _ Uso de sistema de decisão de controle. _ Aplicação de inseticidas de forma que o contato entre o inseticida e o inimigo natural seja minimizado. Por exemplo, quando o inseticida é aplicado em pulverização é grande o impacto dos inimigos naturais que vivem na parte aérea das plantas, entretanto é baixo o impacto sobre aqueles que vivem no interior do solo, sendo intermediário o impacto sobre os inimigos naturais que vivem na superfície do solo. O uso de inseticidas via solo causa maior impacto no momento da aplicação sobre os inimigos que vivem no interior do solo. Entretanto se o inseticida for sistêmico ele translocará no sistema vascular da planta tendo efeito sobre insetos-praga que atacam a parte aérea das plantas. Desta forma eles causarão baixo impacto sobre os inimigos naturais de aparelho bucal mastigador. Entretanto, os inimigos naturais de aparelho bucal sugador (percevejos) por sugarem a planta para retirarem água e sais minerais sofrerão grande impacto. Controle Biológico Clássico Este método envolve a importação de inimigos naturais visando controlar pragas exóticas que entram no país. Estes inimigos naturais são provenientes da região nativa da praga. No Brasil vários inimigos naturais foram introduzidos visando o controle de diversas pragas. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 24

Controle Biológico Artificial ou Aplicado Nesta forma de uso do controle biológico o inimigo natural, após criação massal em laboratório, é liberado no campo para o controle da praga. O inimigo natural só deve ser aplicado quando a população da praga for maior ou igual ao nível de controle e as populações dos inimigos naturais estiverem abaixo do nível de não ação. No Brasil vários inimigos naturais são usados e comercializados para uso em programas de controle biológico artificial de pragas agrícolas. 9.5.Método de Controle por Comportamento Os insetos utilizam odores para localização de presas, defesa e agressividade, seleção de plantas, escolha de locais de oviposição, acasalamento, organização das atividades sociais e diversos outros tipos de comportamento. As substâncias químicas usadas na comunicação, em geral, são denominadas semioquímicos (sinais químicos). Os semioquímicos podem ser divididos em: aleloquímicos e feromônios. Os aleloquímicos são substâncias químicas envolvidas na comunicação entre organismos de espécies diferentes. Já os feromônios são substâncias químicas ou misturas destas, envolvidas na comunicação entre indivíduos da mesma espécie. 1. Formas de utilização de feromônios e aleloquímicos no manejo integrado de pragas 1.1. Detecção de pragas: O semioquímico é usado para verificação da presença da praga em áreas onde esta ainda não existe. Exemplo: Em 1995, trabalhos de monitoramento, bem como o controle,da mosca da carambola nos Estados do Amapá e Pará utilizando armadilhas com composto ou feromônio sexual, o metil-eugenol. 1.2. Monitoramento de pragas: O semioquímico é usado para verificar se a população da praga atingiu o nível de controle. Exemplo: Uso de armadilhas com do feromônio sexual para verificação se há necessidade de controle da mariposa oriental na cultura do pêssego. 2. Controle de pragas Planta isaca: uso de feromônio em faixas de cultura atrativa á praga instaladas na perideria para atração da praga. Coleta massal: coleta de indivíduos através de armadilhas. Utilizado para coleta de bicudo do algodoeiro com feromônio de agregação "blockaide" ou nomate PBW. Confundimento: saturação da área com o feromônio sexual, dificultando o acasalamento. Utilizando feromônios sintéticos, reduz-se a probabilidade de encontros e/ou agregação dos sexos e acasalamentos. Em algodão, utiliza-se o "gossyplure" no confundimento da lagarta rosada do algodão com redução de até 64% na aplicação de inseticidas. Para o Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 25

bicudo também são utilizados várias iscas embebidas com feromônio "grandllure" para o confundimento de machos. 3. Uso de aleloquímicos no manejo integrado de pragas 3.1. Uso de atraentes a) Uso como iscas: utiliza-se partes da própria planta hospedeira da praga como atraente para o monitoramento da mesma. - Moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus); Seções de pseudocaule de bananeira em formato de telha ou queijo. - Broca do olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum). As iscas consistem de pedaços de estirpe de 0,50 m com a parte aparada para baixo. Após alguns dias, colhemse os besouros alojados, destruindo-os. Para maior eficiência, pode-se tratar a isca com inseticida na base de 4 g/isca. b) Uso com plantas iscas: utiliza-se plantas que sejam hospedeiras da praga, mas que sejam mais atrativas as pragas que a cultura que está no campo. Exemplo: planta maria preta versus coleobrocas em citros; 3.2. Uso como estimulantes alimentares da praga São substâncias e / ou produtos químicos que estimulam as pragas a alimentarem. Exemplo: Sal de cozinha x percevejos ; iscas açúcaradas x moscas das frutas; iscas com farináceos xgrilos, mariposas, lesmas e formigas. 3.3. Uso de repelentes às pragas São substâncias que tornam as plantas menos preferidas ao ataque de pragas. Exemplo: Coloral x pragas que atacam os frutos e sementes de anonáceas. 9.6. Métodos de Controle Físico Método que se baseiam no uso de fenômenos físicos visando o controle de insetos. Frequentemente os métodos mecânicos de controle são incluídos junto aos métodos físicos, mas ambos estão sendo aqui tratados independentemente. Utilização de temperatura, umidade eradiações eletromagnéticas são os principais agentes físicos de controle com exemplos de utilização prática. 1. Controle através de manipulação da temperatura: a maioria dos insetos não é capaz de se reproduzir a temperaturas inferiores a 20 C ou superiores a 35 C. Portanto esses extremos de temperatura podem levar a interrupção da multiplicação de insetos ou mesmo causar a mortalidade Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 26

destes. A ventilação por exemplo, utilizada com o intento de reduzir a temperatura dos grãos durante a fase de armazenamento. O aquecimento de moinhos e unidades de armazenamento a altas temperaturas (> 50 C) também vem sendo testado nos Estados Unidos como medida de controle de insetos de produtos armazenados. 2. Controle através de manipulação de umidade: insetos possuem também limites de umidade onde é possível sua sobrevivência e reprodução. O processo de secagem de grãos normalmente feito antes do armazenamento deles é uma medida importante no controle de fungos e algumas pragas de produtos armazenados. 3. Radiações eletromagnéticas: as faixas do espectro de ondas têm sido usadas para fins de controle de insetos, sendo a faixas do ultravioleta, visível, infravermelho e ultra som as mais utilizadas para este fim. 9.7. Métodos de Controle Genéticos Métodos genéticos de controle de insetos referem-se a uma variedade de métodos através do qual a população de praga pode ser controlada mediante a manipulação de seu genoma ou seus mecanismos de herança. Os mecanismos de controle genético contudo ainda não se mostraram de ampla aplicação. Essas táticas são seletivas e objetivam a redução da população de pragas através da redução do potencial reprodutivo delas, incluindo alguns dos mais inovativos procedimentos do manejo integrado de pragas. Os insetos-praga são utilizados contra membros de sua própria espécie com o intento de reduzir os níveis populacionais, daí estes métodos de controle serem chamados autocidas. Radiações ionizantes além de raios-x e substâncias químicas esterilizantes são os principais agentes esterilizantes usados. Esse método foi inicialmente apregoado e desenvolvido por E. F. Knipling, entomologista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, ao final da década de 30. Ela foi desenvolvida como uma técnica paulatina de substituição de acasalamentos normais em uma população por acasalamentos inférteis, induzindo a esterilidade dela. Fundamentalmente, o princípio de esterilidade baseia-se na inundação da população com machos estéreis (em proporções mínimas de10 a 100 machos estéreis para um fértil) os quais buscam fêmeas normais e com elas se acasalam. Esses acasalamentos resultam em ovos inviáveis e a contínua liberação de machos estéreis leva a população ao declínio. Face a essa proposição, o principal método genético de controle de insetos ficou conhecido inicialmente como a técnica do macho estéril e posteriormente como técnica do inseto estéril. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 27

Casos de sucesso uso desta técnica: - Eliminação Moscas das frutas em ilhas do Pacífico e Califórnia (início da década de 80) - Erradicações locais de mosca tsé-tsé (Glossina palpalis) na África - Programas atuais para moscas-das-frutas (Ceratitis capitata) no México e no Hawaí; 9.8. Método de Controle Químico Anteriormente à descoberta dos inseticidas residuais sintéticos na década de 1940, diversas metodologias para o controle de mosquitos foram adotadas em diferentes partes do mundo com variados graus de sucesso. A bem sucedida campanha contra o Anopheles gambiae no Brasil nessa década, derivada de um contrato celebrado entre o Ministério da Educação e Saúde e a Fundação Rocke feller em 1939, foi realizada com a associação de vá r i as medidas, destacando- se dentre elas o uso de piretro contra os adultos e de "verde-paris" contra as larvas (Soper & Wilson, 1943). A descoberta dos novos inseticidas revolucionou a metodologia de controle de insetos vetores de doenças, possibilitando a sua maior padronização. 10.Agroquímicos Fertilizantes Doenças fisiogênicas Diminuição do ph com sulfato de amônio para o controle da sarna da batata Uréia aplicada a 5% em pomar de macieira no início da queda natural das folhas visando sua rápida degradação e eliminação de Venturia inaequalis Pesticidas Inseticidas e acaricidas Fungicidas, bactericidas e nematicidas herbicidas Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 28

PRINCÍPIOS DE CONTROLE Exclusão prevenção da entrada de um patógeno em uma área ainda não infestada Erradicação eliminação do patógeno de uma área em que foi introduzido Proteção interposição de barreira entre hospedeiro e patógeno antes da deposição Imunização desenvolver plantas imunes em áreas infestadas Terapia estabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabeleceu uma relação parasítica CLASSIFICAÇÃO Quanto a origem química Inorgânicos Cúpricos: oxicloreto de cobre, calda bordalesa, calda Viçosa, etc Sulforados: calda sulfo-cálcica, enxofre elementar, etc Orgânicos Maioria e pertencentes a diferentes grupos (benzimidazóis, triazóis, carbamatos, estrobilurinas,etc) CLASSIFICAÇÃO Quanto à absorção e translocação Tópico: fungicidas que aplicados nos órgãos aéreos não são absorvidos e translocados dentro planta Protetores Contato Sistêmico: são absorvidos pelas raízes e folhas, sendo translocados pelo sistema condutor da planta Mesostêmico: quando apresenta estrita afinidade pela camada de cera, formando um depósito na superfície do órgão. É redistribuído pela fase de vapor e a translocação vascular é mínima ou inexistente. Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 29

CLASSIFICAÇÃO Quanto ao princípio de controle envolvido Erradicante (de contato) Atuam diretamente sobre o patógeno na fonte de inóculo. Ao entrarem em contato com a parede celular dos esporos, mesmo os de dormência, penetram-na. Protetor (residual) Formam uma camada protetora antes da deposição do inóculo. Quando o esporo germina, absorve o fungicida e morre. Evita a penetração. Terapêutico (curativo) Atuam em estágios de pós-infecção. Todos os fungicidas sistêmicos são curativos PRINCIPAIS FUNGICIDAS ERRADICANTES Brometo de metila Fumigante, usado para desinfestação do solo Mistura de 98% brometo de metila e 2% de cloropicrina (composto lacrimogêneo) Vendido em latas, é aplicado sob uma cobertura plástica, que é retirada 24-48 h após a aplicação Alho e cebola são extremamente sensíveis ao BM Dazomete (3,5 dimetiltetrahidro-1,3,5,2h-tiadiazina-2-tiona) Fumigante, tratamento do solo, aplicado com adubo ou em suspensão aquosa. Muito fitotóxico (solo deve ser mantido em repouso por 14-21 dias) Formol Aldeído fórmico, foi muito usado antes da descoberta de outros produtos. Dilui-se o formol 40% em água, na proporção 1:50, e rega-se 25L/m2, cobre-se com plástico Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 30

Quintozeno PCNB Pentacloronitrobenzeno, controla fungos do solo que formam escleródios. Exs.: Rhizoctonia, Sclerotium, Sclerotinia, Macrophomina e Botrytis Longa persistência no solo Cucurbitáceas e tomate são sensíveis NÃO controla Fusarium, Pythium e Phytophthora 300g (75%)/100L de água. Regar o solo com 2L/m2 Revolver o solo para incorporar o fungicida a 10-15cm Semeadura depois de 2-3 dias FUNGICIDAS PROTETORES OU RESIDUAIS Enxofre Enxofre elementar Contra oídios e ácaros Fitotoxicidade em curcubitáceas e sob temperaturas elevadas Baixa toxicidade ao meio ambiente e baixo custo Polvilhamento, pulverização, etc. Calda sulfo-cálcica Tratamentos de inverno em plantas de clima temperado: podridão parda do pessegueiro e sarna da macieira Mistura de polissulfetos e tiossulfato de cálcio Alta fitotoxidez Difícil de preparar Cúpricos Calda bordalesa Composto proveniente da reação entre sulfato de cobre e cal virgem Amplo espectro de ação antifúngica e antibacteriana, e baixa toxidez ao homem Calda Viçosa Curso Técnico em Agropecuária Entomologia Agrícola Página 31